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Raid Português
A 19 de Março, foi efectuado um raid
sobre as linhas alemães a partir do sector de Neuve-Chapelle, realizado pela
1ª Companhia do BI 14, de Viseu, sob o comando do Capitão Vale de Andrade1.
Depois de um longo bombardeamento sobre as linhas inimigas, teve início à 1h
da manhã o ataque. A Companhia rastejou durante 3 horas pela Terra de
Ninguém até que efectuou o assalto final às trincheiras alemãs.
Houve uma luta intensa, mas conseguiram
ter pleno êxito. Regressaram às linhas portuguesas com 5 prisioneiros,
trazendo como trofeus duas metralhadoras e diversas armas ligeiras3.
A força de ataque era composta por uma Companhia com um efectivo de 100 homens
e metralhadoras, divididos em três pelotões2:
-
1º Pelotão, comandado pelo Tenente
Aníbal Francisco Gonçalves de Azevedo;
-
2º Pelotão, comandado pelo Alferes
António Gonçalves Pires;
-
3º Pelotão, comandado pelo Alferes
Rogério Correia Ferreira;
-
uma secção de Engenharia, comandada
pelo Alferes Jaime Faria de Ataíde e Melo, com a missão de transporte e
emprego dos explosivos para destruição de abrigos de betão para
metralhadora. (24 praças)
e em
apoio à Companhia do BI 14, foi um destacamento da 1ª Companhia de Sapadores
Mineiros.
Em resultado da operação o Capitão Vale
de Andrade foi promovido a Major por distinção em combate (O.E. n.º 7 de
30/04/1918). Distinguiram-se na acção os seguintes oficiais: Tenente Aníbal
Gonçalves de Azevedo; os Alferes Rogério Correia Ferreira, Jaime Ataíde e
Melo e António Gonçalves Pires, por distinção (O.E. n.º 7 de 30/04/1918).
Foram também distinguidos os Sargentos Alfredo Pinto e Leonídio de Almeida e
Silva, os 1º Cabos Diamantino de Oliveira, António Henriques Cardoso,
Adelino Ferreira Neri e Augusto de Sousa Martins4.
Em 22 de Novembro de 1919, O.E. n.º 25
(2ª Série) foi publicado o seguinte Decreto:
"...sejam louvadas e conjuntamente
condecoradas com a Cruz de Guerra de 1ª Classe as unidade do Exército abaixo
designadas, que fizeram parte do Corpo Expedicionário Português, em
recompensa dos feitos de armas do excepcional valor que
praticaram...[...]...Companhia do Batalhão de Infantaria n.º 14 que executou
o raid de 19 de Março de 1918, pela bravura e intrepidez com que realizou
esta operação, em que atingiu todos os objectivos que lhe tinham sido
determinados, fazendo prisioneiros, tomando material e causando baixas e
estragos consideráveis ao inimigo, demonstrando assim as qualidades
ofensivas do soldado português, com que muito contribuiu para fortalecer o
moral das tropas e para realçar o seu prestígio perante os nossos aliados."
A cerimónia de aposição das insígnias da
Cruz de Guerra na Bandeira do Regimento de Infantaria n.º 14 realizou-se no
Campo de Viriato, pelas 13 horas do dia 12 de Dezembro de 1926, perante
formatura geral das Unidades da Guarnição.
Notas
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Magno (1921a), p. 102
-
Magno (1921b), p. 104
-
Cid (1957), pp. 151-3
-
Cid (1957), p. 151
Bibliografia
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Almeida, Humberto
de(1919), "Memórias dum Expedicionário a França, com a 2ª Brigada d'Infantaria, 1917-1918", s.e., Porto, Tipografia Sequeira.
-
Amaral, Ferreira
do (1923), "A Batalha do Lys, A Batalha D'Armentières ou o 9 de Abril",
4ª ed, Lisboa, Tipografia do Comércio
-
Martins, Ferreira (1934a), "Portugal na Grande Guerra", Vol. I,
Lisboa, 1ª ed., Empresa Editorial Ática
-
Martins, Ferreira (1934b), "Portugal na Grande Guerra", Vol. II,
Lisboa, 1ª ed., Empresa Editorial Ática
-
VVAA, "Livro de Ouro da
Infantaria", Lisboa, 1ª ed.., Tipografia Fernandes
-
Dias, Costa (1920),
"Flandres, Notas e Impressões", Lisboa, Imprensa Libano da Silva.
-
Magno,
David (1921a), "Livro da Guerra de Portugal na
Flandres. Descrição militar histórica do CEP. Recordação das
trincheiras, da batalha e do cativeiro. Figuras, factos e impressões",
Vol I, Porto, Companhia Portuguesa Editora.
-
Magno,
David (1921b), "Livro da Guerra de Portugal na
Flandres. Descrição militar histórica do CEP. Recordação das
trincheiras, da batalha e do cativeiro. Figuras, factos e impressões",
Vol II, Porto, Companhia Portuguesa Editora.
-
CID,
António José do Amaral Balula (1957), "Subsídios para a história militar
da Beira: unidades de 1ª linha de Infantaria que tiveram Quartel na
Cidade de Viseu", Lisboa, Tipografia da LCGG
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