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Raid Alemão
Em 14 de Março de 1918, os alemães
efectuam um novo ataque com uma força a nível de batalhão, sobre Batalhão de
Infantaria 34, de Santarém, no subsector II de Ferme du Bois. (1)
À sua direita (subsector I Ferme du Bois)
estava o Batalhão de Infantaria 28, da Figueira da Foz, e à sua esquerda
(subsector I Neuve Chapelle) o Batalhão de Infantaria 9, de Lamego (2).
Foi efectuado um grande fogo preparatório
de artilharia ao longo de toda a frente portuguesa, Fauquissart, Neuve
Chapelle e Ferme du Bois, desde as 4 horas da madrugada. Às 4 h 30mn o fogo
centra-se na caixa de ataque sobre o sector de Neuve Chapelle, incluindo um
alerta de gás.(3)
A táctica alemã para estes ataques tinha
evoluído, acompanhando o avanço da infantaria com um fogo de barragem
rolante de artilharia, e depois pela artilharia e morteiros de
acompanhamento. Também introduziram a utilização de metralhadoras ligeiras e
lança-chamas e ainda alteraram a táctica no terreno, parando a unidade em
frente dos obstáculos, envolvendo-o com outras unidades que vêm nas vagas
que lhe seguem. (4)
Assim o BI 34 fixou vários pontos de
resistência na 1ª Linha, como o posto de metralhadora , junto a Vine St., e
um segundo posto de metralhadora em Copse, que aguentaram o terreno até que
foram envolvidos pela segunda vaga alemã, tendo mantido o fogo até que o BI
34 se posicionou na 2ª Linha.
Às 5h 30mn o Raid tinha terminado e o
inimigo expulso sem ter conseguido capturar qualquer prisioneiro.
No dia seguinte o comandante da 1ª
Divisão louvou cada um dos dois batalhões BI 34 e BI 9, pela manutenção da posição
durante o violento bombardeamento preparatório alemão, por ter repelido o
ataque sem nunca perder o controlo das suas trincheiras e por ter causado
baixas aos inimigos. Como recompensa colectiva estes dois batalhões passaram
a formar à direita das suas brigadas, como forma de distinção e em adaptação
da tradição britânica. (5)
Notas
-
Martins (1934a), p.267
-
Livro de Ouro da Infantaria
(1922), p.79-82
-
Magno (1921a), p.101
-
Dias (1920), p.158
-
Martins (1934a), p.267
Bibliografia
-
Almeida, Humberto
de(1919), "Memórias dum Expedicionário a França, com a 2ª Brigada d'Infantaria, 1917-1918", s.e., Porto, Tipografia Sequeira.
-
Amaral, Ferreira
do (1923), "A Batalha do Lys, A Batalha D'Armentières ou o 9 de Abril",
4ª ed, Lisboa, Tipografia do Comércio
-
Martins, Ferreira (1934a), "Portugal na Grande Guerra", Vol. I,
Lisboa, 1ª ed., Empresa Editorial Ática
-
Martins, Ferreira (1934b), "Portugal na Grande Guerra", Vol. II,
Lisboa, 1ª ed., Empresa Editorial Ática
-
VVAA (1922), "Livro de Ouro da
Infantaria", Lisboa, 1ª ed., Tipografia Fernandes
-
Dias, Costa (1920),
"Flandres, Notas e Impressões", Lisboa, Imprensa Libano da Silva.
-
Magno,
David (1921a), "Livro da Guerra de Portugal na
Flandres. Descrição militar histórica do CEP. Recordação das
trincheiras, da batalha e do cativeiro. Figuras, factos e impressões",
Vol I, Porto, Companhia Portuguesa Editora.
-
Magno,
David (1921b), "Livro da Guerra de Portugal na
Flandres. Descrição militar histórica do CEP. Recordação das
trincheiras, da batalha e do cativeiro. Figuras, factos e impressões",
Vol II, Porto, Companhia Portuguesa Editora.
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