Organização de 1918 |
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Reorganização do CEP - General Tomás António Garcia Rosado
A 4 de Julho de 1918 apresentava um efectivo de 34.695 homens e em 24 de Agosto de 1918, data em que o General Garcia Rosado assumiu em França o Comando do CEP, um efectivo de 26.800 homens. Só em licenças dadas em juntas de saúde foram 5.292, entre estas 39 a oficiais. O CEP enquanto força de combate estava inoperacional. O espírito de combate e a força moral estavam esgotados. Nesta data o General Tamagnini de Abreu regressou a Portugal. (1)
Se bem que o decreto de nomeação seja de 10 de Julho, o General Garcia de Rosado ao chegar a França a 15 de Julho encetou um conjunto alargado de negociações com o Governo Britânico, tendentes a definir e melhorar as condições das tropas que ia comandar. Neste trabalho o General teve o apoio do embaixador de Portugal em Londres Dr. Augusto de Vasconcelos (ministro de Portugal junto do Foreign Office). Conseguiu alterar a atitude, a suspeita e quase hostil do Governo britânico, perante o Governo de Sidónio Pais e a concordância do Marechal Sir Douglas Haig, para a execução de um plano de reconstrução do CEP. Assim, em Setembro obteve a anuência do Quartel General Britânico para reconstrução imediata da 1ª Divisão portuguesa, com os efectivos existentes em França, a qual tomaria a responsabilidade de um novo sector assim que pronta. (2)
Foi estas situação que o General Garcia Rosado encontrou e o levou a reorganizar uma força de combate activa, que se tornava indispensável para mostrar às nações aliadas o prestígio do Exército português, porque não é de mais relembrar que a opinião sobre o Exército português era tão desfavorável, que se não fosse a intervenção do General Mordacq (francês) a nosso favor junto do Primeiro-ministro Clémenceau, as tropas portuguesas não tinham integrado o desfile de 14 de Julho de 1918, em Paris.(3)
Em Setembro de 1918 iniciou-se o processo de reorganização dos efectivos em três Brigadas a três Batalhões, por forma a ser utilizados tacticamente com outras unidades do comando militar britânico. Os Batalhões foram formados a partir de efectivos da antiga 1ª e 2ª Divisões, que por falta de oficiais e desfalque de praças apenas foi possível operacionalizar uma Brigada e mais um Batalhão. Isto implicou que fossem misturados efectivos dos antigos Batalhões territoriais. Para esta difícil tarefa contribuiriam destacadamente os oficiais Major Ferreira do Amaral (Batalhão Infantaria 9) , Major Hélder Ribeiro (Estado-maior do CEP), Capitão Augusto Casimiro (Batalhão de Infantaria 13) e Coronel Farinha Beirão, que se puseram espontaneamente à disposição do Estado-maior do CEP para enquadrar as unidades. Só nos finais de Outubro de 1918 se conseguiu terminar a reorganização das unidades de combate, tendo quatro Batalhões ficado em condições de avançarem para a frente de combate. Por ordem de prontidão, IX(BI15), IV(BI23), VIII(BI9) e o I(BI22). (4) Existia pressa em operacionalizar unidades de combate, porque se sentia que o conflito estaria a terminar. A Bulgária capitulou a 2 de Outubro e a Alemanha pediu o armistício a 4 de Outubro. Era necessário repor o prestígio do Exército, da Nação e requerer um esforço final ao CEP. As Brigadas receberam respectivamente o comando do Coronel António Eduardo Romeiras de Macedo, do Tenente-coronel Augusto Manuel Farinha Beirão e do Coronel João Morais Zamith. (5)
O General Garcia Rosado através dos apoios dos governos britânico e francês, e em especial do V Exército britânico do General Birdwood, conseguiu colocar na frente algumas unidades de combate, que participaram na tomada de Lille no final de Outubro ao lado de unidades britânicas e que avançaram em perseguição dos alemães até às margens do rio Escaldes, onde se encontravam quando em 11 de Novembro terminaram as hostilidades. (6)
Ficaram operacionais e por ordem de prontidão, os Batalhões IX, IV, VIII e I, assumindo o comando da Brigada o Coronel Augusto Manuel Farinha Beirão, entretanto promovido.
Três Batalhões não chegaram a ter um estado operacional por causa de situações de insubordinação que entretanto se foram verificando em Outubro.
Os restantes dois Batalhões não chegaram a ter um estado operacional por falta de efectivos, principalmente a nível de oficiais.
Outras armas e serviços mantiveram a organização anterior e continuaram em combate em apoio de unidades britânicas ou francesas. Artilharia: · 3 º, 4º e 6º Grupos de Batarias de Artilharia (cada um englobando 3 Batarias de Peças de 75 mm e uma Bataria de Obuses de 114 mm); · 4ª, 5ª e 6ª Batarias de Morteiros Médios de 152 mm; · 1ª e 2ª Batarias de Morteiros Pesados de 236 mm.
Engenharia: · Companhia de Telegrafistas de Corpo; · 1ª e 2ª Companhias Divisionárias de Telegrafistas; · Secção de Telegrafia sem Fios (englobando 2 subsecções divisionárias); · 1ª e 2ª Companhias de Sapadores de Corpo; · 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª Companhias Divisionárias de Sapadores Mineiros; · Secção de Pombais Militares; · Batalhão de Mineiros; · 1º e 2º Grupos de Companhias de Pioneiros.
Metralhadoras: · 4º, 5º e 6º Grupos de Metralhadoras (cada um englobando 2 Batarias de Metralhadoras Pesadas de 7,7 mm);
Serviço de Saúde: · 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Ambulâncias; · 1ª e 2ª Colunas Automóveis de Transporte de Feridos; · 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª Secções Hipomóveis de Transporte de Feridos.
Outros: · Grupo de Esquadrões de Cavalaria, transformado em Grupo de Companhias de Ciclistas; · 1ª e 2ª Secções Divisionárias de Observadores; · 1ª e 2ª Secções Móveis Veterinárias; · 1º e 2º Trens Divisionários; · 1º e 2º Grupos Automóveis; · 1ª e 2ª Companhias de Serviços Auxiliares.
Base de Retaguarda: · Quartel-general da Base; · 1º, 2º e 3º Depósitos de Infantaria; · Depósito de Cavalaria; · Depósito de Remonta; · Depósito Misto; · Hospital Cirúrgico; · Hospital de Medicina e Depósito de Convalescentes; · Estação de Evacuação; · Depósito de Material de Engenharia; · Depósito de Material de Guerra; · Depósito de Material Sanitário; · Depósito de Material Veterinário; · Depósito de Material de Subsistência; · Depósito de Material de Fardamento e Aquartelamento; · Depósito de Material de Bagagens; · Oficina de Montagem de Munições de 75 mm. · Companhia de Projectores de Campanha.
Links http://www.medailles1914-1918.fr/portugal-commemo.html
Notas
Bibliografia
Keywords Portuguese Army; WWI; Great War; La Lys; Flandres; France; 1918; Douglas Haig; Sidónio Pais;
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Este site foi actualizado pelo última vez em 25-06-2013