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Raid Português
A 9 de Março, foi efectuado um Raid sobre
as linhas alemães a partir do subsector direito de Ferme du Bois, realizado
pela 1ª Companhia do BI 21, de Coimbra, sob o comando do Capitão Ribeiro de
Carvalho. O BI 21, estava integrado na 1ª Brigada da 1ª Divisão.
O ataque efectuou-se a partir do sector
de Ferme du Bois em direcção das trincheiras alemãs conhecidas pelos nomes "Sally
Trench" e "Mitzi Trench".
A nossa artilharia efectuou um
bombardeamento de preparação sobre as trincheiras alemães que se encontravam
em frente dos sectores de Chapigny e Fauquissart como manobra de diversão e
só 5 minutos antes da hora "zero" é que formou a "caixa" sobre o verdadeiro
alvo.
A Companhia com um efectivo de 154 homens
e metralhadoras, divididos em quatro pelotões:
-
1º Pelotão (esquerda), comandado pelo
Tenente Henrique Augusto;
-
2º Pelotão (centro), comandado pelo
Alferes Vitorino Rodrigues Corvo;
-
3º Pelotão (direita), comandado pelo
Tenente Luís de Sousa Gonzaga;
-
4º Pelotão (reserva), comandado pelo
Tenente Alípio Cruz de Oliveira;
-
uma secção de Engenharia, da 3ª
Companhia de Sapadores Mineiros,(2) comandada
pelo Alferes Costa Alemão, com a missão de transporte e emprego dos
explosivos.
Os pelotões de infantaria estavam
organizados em grupos de corta-arame, metralhadoras, fuzileiros, granadeiros
e limpadores de trincheiras.
O ataque deu-se exactamente às 5 horas da
madrugada e quando entraram na 1ª Linha esta estava deserta. Seguiram então
até à 2ª Linha onde foram recebidos com infernais rajadas de metralhadora do
206º Regimento de Infantaria alemão.
Durante toda a operação o fogo da nossa
artilharia continuou a fustigar o inimigo, dando cobertura à retirada e só
terminando quando a companhia já se encontrava de novo nas nossas linhas.(3)
Tudo se passou como planeado e todos os
objectivos foram alcançados. fizeram-se prisioneiro, foi tomado material,
destruídos abrigos da 2ª linha alemã e inutilizado um troço de Decauville.
Voltaram todos da missão, com dois oficiais e 23 praças feridos.(1) Os dois
oficiais feridos forem os tenentes Alípio e Henrique Augusto. (4) Foram
ainda feitos 5 prisioneiros alemães. (5)
A 1ª companhia do BI 21, foi condecorada
com a Cruz de Guerra de 1ª Classe.
Notas
-
Martins (1934a), pp.296-70
-
Magno (1921a), p.100
-
Dias (1920), pp.125-32
-
VVAA (1922), p. 107
-
Magno (1921a), p.101
Bibliografia
-
Almeida, Humberto
de(1919), "Memórias dum Expedicionário a França, com a 2ª Brigada d'Infantaria, 1917-1918", s.e., Porto, Tipografia Sequeira.
-
Amaral, Ferreira
do (1923), "A Batalha do Lys, A Batalha D'Armentières ou o 9 de Abril",
4ª ed, Lisboa, Tipografia do Comércio
-
Martins, Ferreira (1934a), "Portugal na Grande Guerra", Vol. I,
Lisboa, 1ª ed., Empresa Editorial Ática
-
Martins, Ferreira (1934b), "Portugal na Grande Guerra", Vol. II,
Lisboa, 1ª ed., Empresa Editorial Ática
-
VVAA, "Livro de Ouro da
Infantaria", Lisboa, 1ª ed.., Tipografia Fernandes
-
Dias, Costa (1920),
"Flandres, Notas e Impressões", Lisboa, Imprensa Libano da Silva.
-
Magno,
David (1921a), "Livro da Guerra de Portugal na
Flandres. Descrição militar histórica do CEP. Recordação das
trincheiras, da batalha e do cativeiro. Figuras, factos e impressões",
Vol I, Porto, Companhia Portuguesa Editora.
-
Magno,
David (1921b), "Livro da Guerra de Portugal na
Flandres. Descrição militar histórica do CEP. Recordação das
trincheiras, da batalha e do cativeiro. Figuras, factos e impressões",
Vol II, Porto, Companhia Portuguesa Editora.
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