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Transporte de
Tropas para França
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O
transporte de tropas para França foi uma das dificuldades reais para da nossa
participação no teatro de guerra europeu. O transporte só era viável por mar e como não
dispúnhamos de meios navais de transporte suficientes, a Inglaterra pôs à nossa disposição sete
navios de transportes: "Bellerophon" (A), "City of Banares" (B), "Inventor"
(C), "Bohemian" (D), "Rhesus" (E), "Flavia" (F) e "Lasmedon" (G), que juntamente com o
"Pedro Nunes" e o "Gil Eanes",
conduziram as forças do Corpo Expedicionário Português para França, até ao porto de Brest.
Os navios britânicos não se encontravam adaptados ao transporte de
tropas de Portugal para França, uma vez que tinham sido desenhados para
a execução de viagens de três horas entre a Inglaterra e a França e não
de três dias, ou seja, não tinham estruturas para as tropas dormirem ou
efectuarem refeições mais complexas do que chá e bolachas.
Para as escoltas aos dezassete
comboios que se formaram para transporte de tropas, o Governo Britânico
disponibilizou 14 contratorpedeiros que realizaram 98 viagens assim
distribuídas: "HMS Owl" (4), "HMS Midge" (8), "HMS Garland" (3), "HMS
Oxford" (10), "HMS Acasta" (1), "HMS Tigress" (14), "HMS Hydra" (6), "HMS
Racoon" (12), "HMS Jackal" (7), "HMS Mosquito" (9), "HMS Scourge" (13),
"HMS Grasshopper" (5) e "HMS Grohawk" (4). A Marinha portuguesa
disponibilizou os contratorpedeiros "NRP Douro" e "NRP Guadiana".
Este porto
serviu de Base Militar de Desembarque, então chamado Porto de
Desembarque (PD), para as forças portuguesas entre Fevereiro de 1917 e
Março de 1919, quando a logística de repatriamento dos expedicionários
portugueses foi transferida para
Cherbourg.
Existiram algumas excepções em
que pequenos grupos de militares seguiram por via férrea até ao front.
Para não "ofender" a neutralidade espanhola estes grupos de militares
seguiam com passaportes individuais e em trajo civil, disfarçados de
turistas para Paris. Aí chegados seguiam para o Quartel General, em
Aire-sur-la-Lys, onde recebiam ordem de marcha para o front.(7)
Foram vários os navios de
guerra ingleses e portugueses que
escoltaram os comboios de transporte de tropas. As escoltas foram
efectuadas essencialmente por contratorpedeiros, onde a marinha de
guerra portuguesa participou com o "NRP Douro", comandado pelo
Capitão-tenente Pereira da Silva e "NRP Guadiana", comandado primeiro
pelo Capitão-tenente José Carvalho Crato e posteriormente pelo
Capitão-tenente Afonso Cerqueira. Eram navios a vapor de 17.000 hp que
alcançavam 27 nós, estavam equipados com uma peça de 100mm, duas peças
de 76mm, dois tubos lança-torpedos de 450mm, que em 1918 foram
reforçados com dois
lançadores com 12 cargas de profundidade e 20 minas.
Em Abril de
1917, dia 25, o Governo Britânico colocou obstáculos à continuação das
escoltas e disponibilidade de transportes de tropas para o CEP, por se
ter tornado inteiramente impossível ao Almirantado britânico continuar a
fornecer escoltas para mais comboios de transporte de tropas
portuguesas, sem reduzir ainda mais a já totalmente imprópria protecção
concedida a navios que transportavam mantimentos e matérias-primas para
o Reino Unido e aos transportes e navios-hospitais em águas britânicas e
no Mediterrâneo. Esta decisão foi uma consequência directa da guerra
submarina total. Nesta data o apoio logístico britânico de transporte
passou de 7 navios para 2 navios de transporte, os navios "Bellerophon"
e o "Inventor". Os cruzadores auxiliares "NRP Pedro Nunes" e
"NRP Gil Eanes" passaram a integrar o serviço de escolta.
Terminado o transporte do CEP, o Governo Britânico manteve apenas o "Bellerophon"
no transporte de reforços, tendo em 28 de Outubro de 1917 retirado este
último navio do serviço de transportes de reforços.
O "NRP Guadiana" em 31 de Julho
de 1917, quando regressava de uma escolta a um comboio de transporte de
tropas portuguesas, por causa do nevoeiro acabou por encalhar nas rochas
do Cabo Raso. Foram em seu auxílio os rebocadores "NRP Bérrio" e "NRP
Patrão Lopes", o lança-minas "NRP Vulcano" e o torpedeiro "N.º 4", tendo
sido levado para reparação no Arsenal da Marinha.
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Os Comboios Navais de
Transporte
O trajecto de
Lisboa - Brest era efectuado em três dias de viagem, sob o perigo
constante de minas e ataques de submarinos. Os comboios de transporte de
tropas eram organizados em Lisboa pela Comissão de Aprovisionamento dos
Transportes de Tropas, dependente do Ministério da Guerra, de acordo com
as autoridades navais britânicas. foram organizados nove comboios de
Janeiro a Maio de 1917 e de Julho a Outubro de 1917 mais oito
comboios, num total de dezassete comboios para transportar o CEP para
França.
Em 3 de
Janeiro de 1917 foi assinada uma convenção com a Inglaterra para o
transporte das tropas para França, o qual deveria ser feito por via
marítima e com os custos a cargo da Inglaterra. No entanto este acordo
não foi cumprido. Entre Fevereiro e Setembro de 1917, o transporte dos
contingentes do CEP foi repartidos entre navios ingleses e navios
portugueses e a partir de Outubro de 1917 a Fevereiro de 1918 apenas por
navios portugueses. De Brest até à zona de combate, Aire-aur-la-Lys)
o transporte era efectuado por via férrea.
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Transportes Disponíveis
para a Europa |
Rota Lisboa - Brest
Chegadas |
Militares Transportados |
Fevereiro 1917 |
Navios portugueses (2)
(Pedro Nunes
e Gil Eanes)
Navios ingleses (7)
(Bellerophon
(A), City of Banares (B), Inventor (C), Bohemian (D), Rhesus (E), Flavia
(F) e Lasmedon (G) |
4 navios em 02 de Fevereiro
2 navios em 19 de Fevereiro
1 navio em 20 de Fevereiro
2 navios em 21 de Fevereiro
3 navios em 25 de Fevereiro
1 navio em 26 de Fevereiro |
12.420 |
Março 1917 |
Navio português
(Pedro Nunes)
Navios ingleses (7)
(Bellerophon
(A), City of Banares (B), Inventor (C), Bohemian (D), Rhesus (E), Flavia
(F) e Lasmedon (G) |
3 navios em 19 de Março
1 navio em 21 de Março
1 navio em 26 de Março
3 navios em 27 de Março |
6.610 |
Abril 1917 |
Navio português
(Pedro Nunes)
Navios ingleses (7)
(Bellerophon
(A), City of Banares (B), Inventor (C), Bohemian (D), Rhesus (E), Flavia
(F) e Lasmedon (G)
nota: existe a indicação de um outro navio a 21 de Abril de 1917, o
Glosgon, que transportou o BSCF e tropa de infantaria no comboio de
4 navios que chegaram a Brest a 25 de Abril. |
4 navios em 18 de Abril
4 navios em 25 de Abril |
8.269 |
Maio 1917 |
Navios portugueses (2)
(Pedro Nunes
e Gil Eanes)
Navios ingleses (2)
(Bellerophon
(A) e Inventor (C)
|
3 navios em 19 de Maio
4 navios em 30 de Maio |
8.076 |
Junho 1917
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--------------------- |
-------------------------- |
-------------- |
Julho 1917 |
Navios portugueses (2)
(Pedro Nunes
e Gil Eanes)
Navios ingleses (2)
(Bellerophon
(A) e Inventor (C) |
1 navio em 15 de Julho
2 navios em 17 de Julho
1 navio em 20 de Julho
2 navios em 28 de Julho |
7.196 |
Agosto 1917 |
Navios portugueses (2)
(Pedro Nunes
e Gil Eanes, 1 viagem cada)
Navios ingleses (2)
(Bellerophon
(A) e Inventor (C), 2 viagens cada) |
2 navios em 11 de Agosto
2 navios em 24 de Agosto
2 navio em 30 de Agosto |
7.590 |
Setembro 1917 |
Navios ingleses (2)
(Bellerophon (A) e Inventor (C),
1 viagem cada)
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1 navio em 14 de Setembro
1 navio em 29 de Setembro |
2.620 |
Outubro 1917 |
Navio português
(Pedro Nunes)
Navio inglês
(Bellerophon) |
1 navio em 10 de Outubro
1 navio em 28 de Outubro |
2.084 |
Novembro 1917 |
Navio português
(Pedro Nunes)
|
1 navio em 17 de Novembro
|
792 |
Janeiro 1918 |
Navio francês
(Rome) (tropas CAPI)
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1 navio em 15 de Janeiro
|
526 |
Fevereiro de 1918 |
Navios portugueses
(Pedro Nunes
e Gil Eanes)
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4 viagens sem escolta |
1.836 |
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Total --> |
58.019 |
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Foram ainda transportados por via
marítima 7.783 solípedes, 1.501 viaturas e 312 camiões.
A 23 de Fevereiro o City of Benares
(B) partiu às cinco da tarde de Alcântara com efectivos do Bi 23.
Ficaram parados algum tempo em frente a Paço de Arcos e depois seguiram
para o mar. O Tenente Barros Bastos escreveu numa carta à sua mãe que
tinha embarcado no dia 21 de Fevereiro pelas 23 horas e que lhe tinham
dado um bonito e luxuoso aposento. Fez ainda uma nota sobre os
empregados de bordo que eram índios (indianos) vestidos à oriental e que
a comida era como do melhor hotel. Durante o tempo de espera para a
partida não estavam autorizados a sair ou receber visitas a bordo. A
viagem para França leva dois dias e três noites e uma carta de França,
não contando com o tempo que leva a censura, leva a chegar ao Porto
cinco dias(16).
O City of Benares partiu a 23 de
Fevereiro às 17h de Lisboa (Alcântara), passou a 24 de Fevereiro à tarde
junto da Finisterra (Espanha)e no dia 25 de Fevereiro às 22h chegaram a
França (Brest), onde fundearam fora da doca. Só no dia 26 de Fevereiro é
que o navio acostou e as tropas desembarcaram. Foram recebidas no cais
por uma banda militar da Marinha Francesa que também lhes prestou uma
guarda de honra. (17).
Entre Fevereiro e Outubro de 1917 o
navio Pedro Nunes efectuou 11 viagens e o Gil Eanes 9 viagens. O navio
Pedro Nunes recebeu a alcunha de "navio fantasma" pela capacidade
de se esquivar aos submarinos alemães1.
A título extraordinário os navios portugueses "Roma" e "Índia" também
fizeram uma viagem cada de Lisboa a Brest.
Os navios britânicos executaram o
seguinte numero de viagens:
Bellerophon
(10 viagens), Bohemian (5 viagens), City of Banares (5 viagens), Inventor
(11 viagens), Rhesus (4 viagens), Lasmedon (4 viagens) e Flavia (4
viagens). Com escolta foram efectuados 17 comboios marítimos.
Para efectuar a escolta destes
navios a Marinha de Guerra Britânica disponibilizou os seguintes 14
destroyers: Owl (4 escoltas), Midge (8 escoltas), Cocatrice (2
escoltas), Garland (3 escoltas), Oxford (10 escoltas), Acasta (1
escolta), Tigress (14 escoltas), Hydra (6 escoltas), Racoon (12
escoltas), Jackal (7 escoltas), Mosquito (9 escoltas), Scourge (13
escoltas), Grasshopper (5 escoltas) e Grohawk (4 escoltas)2.
O transporte do CEP foi efectuado por
via marítima, porque a Espanha era neutral e não admitia a passagem de
tropas beligerantes. No entanto, muitos oficiais e alguns praças
seguiram via terrestre, por comboio, para França, disfarçados de
turistas.
O Batalhão de Sapadores de
Caminhos de Ferro, embarcou a 21 de Abril de 1917, no navio inglês "Glosgon",
em conjunto com outras tropas de infantaria.
(13)
Este comboio foi escoltado de Lisboa a Brest pelo contratorpedeiro
inglês G53. (14)
O "Glosgon " tinha pintado no casco a
letra "A", como identificador.(15)
O 1º Batalhão do Regimento n.º 18,
comandado pelo ainda Major Alexandre Malheiro, (promovido a Tenente -Coronel
a 15 de Agosto) embarcou a 10 de Julho de 1917,no navio "Pedro Nunes", e chegou a
Brest no dia 14. No dia 17 chegou ao acampamento inglês de Étaples6.
Até 20 de Outubro de 1917 não houve
falta de transportes para Portugal enviar tropas para França. Em Maio,
Julho, em 8, 21 e 27 de Agosto, em 9 de Setembro, em 10 de Outubro e 17
de Novembro partiram tropas para França. O que aconteceu é que nos
finais de Outubro de 1917, a Áustria iniciou uma ofensiva sobre a Itália
e a Inglaterra necessitou com urgência de todos os seus navios de
transporte para apoio logístico daquela frente de combate. Assim, a
Inglaterra retirou o seu último transporte o "Bellerophon" nos finais de
Outubro, tendo o General Barnardiston oficializado esta situação junto
do Governo português em Novembro.
Entretanto, o Ministro da Guerra
Norton de Matos obtivera da França a cedência de alguns transportes que
deveriam de embarcar no Tejo, a 17 de Dezembro, 4.000 homens, entre
estes soldados do Batalhão de Infantaria n.º 33. Havia também a intenção
de transferir o vapor "Índia" para o serviço de transporte de tropas,
como reforço aos cruzadores auxiliares "NRP Gel Eannes" e "NRP Pedro
Nunes". Ainda em Novembro de 1917, o "NRP Pedro Nunes" deveria ter
transportado 1.563 praças e 222 oficiais para Brest em duas viagens, mas
por ter ficado retido em fabrico em Brest, só chegou depois de 5 de
Dezembro a Lisboa. A tomada do Governo por Sidónio Pais impediu o
embarques das restantes tropas. (11)
Transporte do
Corpo de Artilharia Pesada Independente - CAPI
1º Contingente
A 10 de Outubro de 1917 partiu de
Lisboa, o navio de transporte Pedro Nunes para transportar um
contingente de 20 oficiais e 754 praças pertencentes ao CAPI, que
chegou a Brest a 13 de Outubro de 1917.
(9)
2º Contingente
A 12 de Janeiro de 1918 partiu de
Lisboa, derivado da solicitação do Governo Português ao Governo Francês
em 5 de Novembro de 1917, o navio de transporte francês "Rome"
comboiado por dois contratorpedeiros franceses, para transportar um
contingente de 26 oficiais e 500 praças pertencente ao CAPI, que chegou
a Brest a 15 de Janeiro.(8)
Existe uma segunda versão do
transporte do contingente do CAPI para França, que coloca a chegada do
vapor "Rome" a Lisboa, no início de Janeiro, integrado num comboio de
transporte de tropas vindas dos Estados Unidos para França, escoltados
por contratorpedeiros americanos e que aqui fizeram escala antes de
seguirem para o seu destino, o porto mediterrânico de Marselha. Assim os
oficiais e praças do CAPI terão chegado a Marselha a 15 de Janeiro.
(12)
|
As Condições de
Transporte para França
As viagens a bordo dos navios eram
sobrelotadas e caóticas, os homens viajavam junto aos animais, munições e
mantimentos.
Mário Afonso Carvalho (Alferes
- 23º Regimento de Infantaria, 29 de Janeiro de 1917)
Tendo embarcado no primeiro
contingente para França, 19 de Janeiro de 1917, ficou durante 10 dias no
Tejo, em frente ao Terreiro do Paço e só no dia 31, às 7 da tarde é que
partiram para Brest. As condições dos quartos a bordo eram "... uma
espécie de jazigo com duas prateleiras de lona sobrepostas de cada lado
e um pequeno lavatório ao meio." e a comida era "... comida
inglesa, quase sempre cheirando a cebo das botas.". Os soldados
ainda estavam em piores condições e muitos dormiam no chão pelos
corredores. (10)
Juntando os três dias que levava a viagem de Lisboa a Brest,
às condições higiénicas e sanitárias deploráveis dos navios, mais a
ausência de hábitos individuais de higiene, verificaram-se todas as
condições para aparecerem epidemias de sarna.
Esta doença
enviava de imediato parte das tropas desembarcadas em França para o hospital,
mas também há ainda
que acrescentar a existência de soldados que já iam com tuberculose e sífilis.
Estas condições da saúde física influenciaram logo à partida a saúde
psicológica do Corpo Expedicionário Português, e trouxe graves implicações ao
nível da moral das tropas e, ainda, na interacção com outros
contingentes aliados.
Ao contrário dos embarques de tropas
para as frentes de combate em África, não era permitida a presença de
civis, nem eram acompanhadas por festividades acompanhadas por bandas
militares. Existia uma maior necessidade de segurança, um cuidado
acrescido com a espionagem, uma censura às noticias, uma solicitação de
descrição por parte Almirantado britânico e necessidade de controlar a
indisciplina do Corpo Expedicionário Português.
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Transporte de
Tropas
para África
A 11 de Setembro de 1914 partiu para
África (Cabo Verde, Angola e Moçambique) o primeiro combóio escoltado
pelo Cruzador "NRP Almirante Reis" e pelas Canhoneiras "NRP Ibo" e "NRP
Beira", para protecção dos vapores "Moçambique" e "Durham Castle".
A Canhoneira "NRP Ibo" ficou em Cabo Verde, a "NRP Beira" seguiu até
Luanda a acompanhar o vapor "Moçambique" e o Cruzador "NRP Almirante
Reis" escoltou o vapor "Durham Castle" até ao Porto Amélia.
Os Comboios Navais de
Transporte para Angola
|
Partida
de Lisboa |
Transportes disponíveis para
Angola |
Rota Lisboa - Angola
Chegadas |
Militares Transportados |
1ª Expedição
Setembro de 1914 |
Navio Português
Vapor "Moçambique" (11
de Setembro)
|
2 navio em 1 de Outubro |
1.525 |
1º Reforço
Novembro de 1914 |
Navios Portugueses
Vapor "Portugal" (5 de
Novembro)
Vapor "África" (5 de Novembro)
|
2 navio em 30 de Novembro |
2.803 |
Batalhão de Marinha
Novembro de 1914 |
Navio Português
Vapor "Beira" (5 de
Novembro)
|
1 navio em 30 de Novembro |
563 |
2º Reforço
1 Dezembro de 1914 |
Navios Portugueses
Vapor "Ambaca" (1 de
Dezembro)
Vapor "Cabo Verde" (1 de
Dezembro)
|
2 navios em 15 de Janeiro 1915 |
2.218 |
3º Reforço
15 Janeiro de 1915 |
Navios Portugueses
Vapor "Moçambique" (15
de Janeiro)
Vapor "Zaire" (15 de
Janeiro)
|
2 navios em 5 de Fevereiro |
2.100 |
2ª Expedição
Fevereiro 1915 |
Navios Portugueses
Vapor "Ambaca" (10
Fevereiro)
Vapor
"Portugal" (10 Fevereiro)
Navio Francês
Vapor "Britannia" (10
Fevereiro) |
3 navios em 21 de Março |
1.789 |
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Total--> |
10.807 |
|
1ª Expedição - O transporte da
primeira força expedicionária, 11 de Setembro de 1914, foi
efectuada no navio "Moçambique", que seguia em comboio com o navio "Durham
Castle", que levava tropas para Moçambique. Os navios foram escoltados pelo
cruzador "NRP Almirante Reis", comandado pelo Capitão de
Mar-e-guerra Carvalhosa e Ataíde, e pelas canhoneiras "NRP
Ibo", comandada pelo 1ª Tenente Carvalho Brandão, e "NRP
Beira", comandada pelo 2º Tenente Azevedo e Vasconcelos.
O
comboio naval chegou ao porto de S. Vicente (Cabo Verde) a 19 de Setembro.
As
canhoneiras "NRP Beira" e "NRP Ibo" ficaram adstritas à
protecção da zona naval do arquipélago. O cruzador "NRP Almirante Reis"
e a canhoneira "NRP Beira" continuaram a escolta até Luanda (Angola) onde chegaram a 1 de Outubro.
Depois o cruzador "NRP Almirante Reis" escoltou os navios "Moçambique" e "Durham Castle"
até Lourenço Marques (Moçambique) onde chegam a 16 de Outubro.
Entretanto, a 9 de Setembro saiu do
Tejo, o cruzador "NRP S. Gabriel", comandado pelo Capitão de fragata
Pinto Bastos, com destino ao porto de S. Vicente (Cabo Verde), onde se manteve em
"Serviço de Vigilância" até 19
de Novembro de 1916,
data em que seguiu para Luanda em missão de escolta a dois transportes
de tropas.
1º Reforço - O transporte do reforço de tropas em
5 de Novembro de 1914 foi efectuado nos vapores "Portugal"3,
"Cabo Verde" (artilharia de montanha), "África" (BI 17) e o "Ambaca".
Batalhão de Marinha
- O Batalhão de Marinha embarcou em Lisboa a 18 de Novembro de 1914 a
bordo do navio "Beira". Mais tarde, após terminar a campanha em Angola o
Batalhão de Marinha regressou a Lisboa, a 15 de Outubro de 1915, a bordo
do navio "Zaire".
2º Reforço (1º grupo)
- O transporte do reforço de tropas em 1 Dezembro de 1914 foi efectuado
nos navios "Ambaca" e "Cabo Verde", escoltados pelo cruzador "Vasco da
Gama" até 7 de Dezembro junto às Ilhas Canárias (Espanha), altura em que
foi substituído pelo Cruzador Auxiliar "NRP S. Gabriel" que tinha vindo do porto de
S. Vicente (Cabo Verde) ao seu encontro, regressando o cruzador "NRP Vasco
da Gama" a Lisboa. Na viagem o Cruzador Auxiliar "NRP S.Gabriel" sofreu uma avaria
grava no veio da hélice tendo chegado a Luanda apenas a 28 de Dezembro4.
3º Reforço
(2º Grupo)
- O transporte do reforço de tropas em 20 de Janeiro de 1915 foi
efectuado pelos navios "Moçambique" e "Zaire", escoltados pelo cruzador
"Vasco da Gama", tendo chegado a Luanda 5 de Fevereiro5.
Comandante da expedição Coronel Simas
Machado, Regimento de Infantaria 18, do Porto.
2ª Expedição - O transporte
da segunda expedição, 10 de Fevereiro de 1915, foi efectuado nos navios "Ambaca",
"Portugal" e o navio francês "Britannia". O comboio foi escoltado pelo
Cruzador "NRP Adamastor" até à ilha do Funchal altura que que este recebeu
ordem de regressar a Lisboa. |
O vapor "Beira" em 1917 (Agosto?) foi escoltado pelo
Contratorpedeiro "NRP Douro" Ver Ilustração n.º 603, p.213, pelas fotos as
tropas estão fardadas para África. O Contratorpedeiro "NRP Douro" fez escolta
ao vapor "Lourenço
Marques" até Moçambique Ver Ilustração n.610, p.344
|
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Os Comboios Navais de
Transporte para Moçambique
|
Partida
de Lisboa |
Transportes disponíveis para
Moçambique |
Rota Lisboa - Moçambique
Chegadas |
Militares Transportados |
1ª Expedição
11 Setembro de 1914 |
Navio Inglês
Vapor "Durham Castle" (11 de
Setembro) |
O navio chega em 16 de Outubro a
Lourenço Marques. É efectuado o transbordo para o navio "Moçambique"
que seguiu com as tropas até Porto Amélia chegando a em 1 de Novembro.
|
1.538 |
2ª Expedição
Outubro 1915 |
Navio Português
1 navio português
|
Chegou a Porto
Amélia a 7 de Novembro |
1.582 |
3ª Expedição
28 Maio
de 1916 |
Navios Portugueses
Vapor "Portugal" (28 de Maio)
Vapor "Moçambique" (3 de Junho)
Vapor "Zaire" (24 de Junho)
Vapor "Machico" (28 de Junho)
Vapor "Amarante" (8 de Julho)
Vapor "Beira" (16 de Julho)
*
|
Começaram a
chegar a 5 de
Julho à Baía de Palma, a sul de Quionga
*Chegou a 6 de Setembro
à Baía de Palma, a sul de Quionga com 432 homens (Reforço
Disciplinar) |
5.297 |
4ª Expedição
de Janeiro
a Julho 1917 |
Navios Portugueses
Vapor "Portugal" (15 Janeiro)
Vapor "Moçambique" (15 Fevereiro)
Vapor "Mossâmedes" (19 Março)
Vapor "Portugal" (30 Abril)
Vapor "Moçambique" (2 Julho) |
Chegaram a Mocimboa da Praia |
5.267 |
Reforço
4ª Expedição
de Agosto a Outubro 1917 |
Navios Portugueses
2 navios portugueses x 2 viagens |
2 navios (2 viagens) chegaram a
Mocimboa da Praia |
4.509 |
1918
|
Navios Portugueses
Vapor "Lourenço Marques" (17
Junho)*
Vapor "Moçambique" (13 Julho)** |
* Chegou a Lourenço Marques a 1 de
Agosto (750 homens)
** Chegou a Lourenço Marques em
Setembro
|
2.007 |
|
|
Total--> |
20.200 |
1ª Expedição - Para o transporte da primeira força
expedicionária a Moçambique, 11 de Setembro de 1914, foi contratado um paquete
inglês "Durham Castle". Chegados a Lourenço Marques a força
expedicionária foi transferida para o navio "Moçambique" para
poder desembarcar directamente no Porto Amália.
Os navios foram escoltados pelo
Cruzador "Almirante Reis" e pelas canhoneiras "Beira" e "Ibo". Chegado o
comboio naval ao porto de S. Vicente (Cabo Verde), a 19 de Setembro, as
canhoneiras "Beira" e Ibo" ficaram aí fundeadas, passando a fazer a
protecção da zona naval do arquipélago. O cruzador "Almirante Reis"
continuou a escolta até Moçâmedes (Angola) onde chegaram a 1 de Outubro.
Continuou depois a escoltar os navios "Moçambique" e "Durham Castle"
até Lourenço Marques (Moçambique) onde chegam a 16 de Outubro.
A 28 de Outubro os militares
expedicionários já se encontravam transferidos para o navio "Moçambique"
o qual, ainda escoltado pelo Cruzador "Almirante Reis" chegaram a 1 de
Novembro a Porto Amélia (Moçambique). O cruzador "Almirante Reis"
regressou a Lisboa a 25 de Fevereiro de 1916.
2ª Expedição -
3ª Expedição - As forças expedicionárias
foram transportadas nos vapores: "Portugal", a 28 de Maio; "Moçambique"
a 3 de Junho; "Zaire" a 24 de Junho; "Machico" a 28 de Junho; e,
"Amarante" a 8 de Julho. Seguiu o vapor "Beira" com mais 432 praças de
infantaria 21, com as fardas do CEP e sem capacete de feltro em
resultado de uma insurreição.
4ª Expedição - As forças expedicionárias
foram transportadas nos vapores: "Portugal", a 5 de Janeiro;
""Moçambique" a 15 de Fevereiro; "Moçâmedes" a 19 de Março; "Portugal"
a 30 de Abril; e, "Moçambique" a 2 de Julho
|
|
Notas
-
Henriques(2001), p. 12.
-
Martins(1934b), PP.
214-215.
-
Arrifes(2004), p.137.
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Links
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