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Quase um século depois do conflito continua a ser incompreensível a razão que levou as pessoas a irem para a guerra com tanta satisfação. O alistamento voluntário terá sido acompanhado de uma consciência do que significava "ir para a guerra" ou, mesmo, o assassinato do herdeiro  do Império Austro-Húngaro, em Sarajevo, terá realmente exacerbar tanto os ânimos dos europeus.


Continua a ser difícil entender o que despoletou o conflito no Verão de 1914. Não existiam razões ideológicas, territoriais, sociais ou políticas de envergadura que justificassem um conflito com 32 países beligerantes e uma mobilização de 65.000.000 de soldados.


O resultado foi um acumular de 14.000.000 de vítimas directas e indirectas por todo o Mundo e uma crise económica de repercussões terríveis.


O ministro do Foreign Office britânico, Sir Edward Grey, uma semana antes do início da Grande Guerra advertiu o Embaixador Austro-Húngaro, em Londres, que a guerra iria provocar gastos incalculáveis de dinheiro e uma interferência absoluta nas linhas de comunicação e de comércio, que iria provocar o colapso do sistema financeiro e da indústria.


É interessante compreender como as outras Nações viam, ou pensavam, sobre Portugal e os portugueses no início do século XX e mais especificamente no período durante o período da Grande Guerra, especialmente a nossa vizinha Espanha, a nossa aliada Grã-Bretanha, a nossa inimiga Alemanha e até a longínqua Rússia.


A Implantação da República


O novo regime foi o resultado de décadas de propaganda messiânica, onde se transmitiam sonhos de redenção nacional e promessas demagógicas. Apoiada por esta visão de futuro a burguesia filiada no Partido Republicano Português, no seu congresso de Setúbal de Abril de 1909, decidiu derrubar a monarquia e fundar em Portugal um estado burguês liberal por via da revolta armada.


A revolução, de 5 de Outubro de 1910, é na verdade a terceira tentativa de estabelecer um Estado Liberal, porque já tinha o tinha sido tentado em 1820 e 1851, mas que falhara.


Com a implementação da República o rei foi deposto e partiu para o exílio e o cidadão que passou a ocupar a chefia do Estado passou a ser eleito, mas não directamente pelos cidadãos, mas sim pelos seus representantes e o mandato do chefe do Estado passou a ser limitado.


Esta alteração fundamental na organização do Estado baseou-se no conceito ideológico denominado Republicanismo, em que o chefe de Estado é indicado por métodos não hereditários. No entanto, para unir a nação em torno do chefe do Estado, foi necessário promover uma concepção participativa dos cidadãos em volta de uma ideia unificadora.


Nacionalismo e o Pacifismo


A mudança de símbolos, e em particular das cores da bandeira, envolveu um aceso e longo debate político. Sampaio Bruno, um republicano moderado e distinto dos sectores mais demagógicos, tentou fazer compreender que o passado não devia ser desprezado, nem ignorado, mas sim depurado do bem e do mal. Era necessário conceber a "Pátria Nova" como um aperfeiçoamento da Nação e, simultaneamente,  como uma continuação da "Pátria Tradicional".


Os republicanos, na Assembleia Constituinte de 1911, cindiram-se em diversos partidos republicanos e os seus líderes, quando mais tarde surge a questão da guerra, tomaram posições políticas diversas quanto ao intervencionismo na Europa. Estas tomadas de posição abriram uma profunda fricçull ão política interna e quanto ao posicionamento de Portugal no Mundo. Independentemente de todos os debates ideológicos e demagógicos que circunscreveram a época, a República deu continuidade à visão de patriotismo baseada num cariz éull Žtnico-cultural, ou seja, nacionalista.  


Dos partidos saídos do Partido Republicano Português, na cisão efectuada durante a Assembleia Constituinte, o Partido Democrático de Afonso Costa, o Partido Unionistas de Brito Camacho e o Partido Evolucionista de António José de Almeida, foi o Partido Democrático de Afonso Costa que mais trabalhou a favor da causa “guerrista” para levar Portugal a intervir na guerra na Europa.


Não foi em vão que o Partido Democrático se declarou herdeiro directo do Partido Republicano Português (PRP), e que na revolta sangrenta de 15 de Maio de 1915, onde foram feitos 103 mortos e houve 475 feridos, depôs o governo de Pimenta de Castro apoiado pelo Partido Unionista, Partido Evolucionista e sectores operários, e restaurou, com o apoio da Marinha de Guerra e de forças milicianas do Exército ligadas à Maçonaria, um novo governo do Partido Democrático com uma política em prol da intervenção na guerra na Europa.


Para além da convicção do Partido Democrático, de Afonso Costa, e do Partido Evolucionista, de António José de Almeida, que em 16 de Março formaram a “União Sagrada”, as restantes forças políticas, sociais organizadas e população em geral eram contra a intervenção na guerra na Europa.


A República tinha traído a classe operária ao destruir e perseguir, desde 1912, as organizações sindicais, que a tinham apoiado em 5 de Outubro de 1910. As greves de Abril de 1916 demonstram bem a posição do operariado. Os camponeses, maioria da população de Portugal, também não compreendia as razões do Partido Democrático, ou seja, da elite política de Lisboa, para a entrada na guerra na Europa. Sem expressão nacional na época os socialista viam a intervenção dos operários e camponeses na guerra como uma traição à luta de classes.


As revoltas, greves e protestos expressavam o sentimento da população quanto à intervenção militar portuguesa na Europa, e este facto seria directa e indirectamente um dos motores que levariam Portugal em direcção à ditadura de 28 Maio de 1926.

Bibliografia


Medina, João, (1994), "História de Portugal Contemporâneo, Político e Institucional", Lisboa, ed. , Universidade Aberta. (ISBN:972-674-129-2)


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