História do Regimento
O Regimento de Infantaria de Viseu teve a
sua origem no Batalhão de Infantaria n.º 24, de Viana do Castelo , em 1837
(Dec. 04Jan1837; OE 17, 26Fev1837, p.10), o qual foi transferido para esta
cidade em 1841, tendo então tomado o nome de Batalhão de Infantaria n.º 14
(Dec. 16Fev1841; OE 03, 10Jan1841, p.1)
O Regimento de Infantaria n.º 3 que se
encontrava na cidade foi transferido nessa data para Viana de Castelo (Dec
28Nov1842; OE 56, 15Dec1842)
O Batalhão de Infantaria n.º 14 passou a Regimento de Infantaria n.º 14,
em 1842 (Dec 28Nov1842; OE 56, 15Dec1842, p.5), com o numeral que ficou
liberto com a extinção do então Regimento de Infantaria n.º 14, em Tavira,
após a convenção de Évora-Monte em 26 Maio de 1834.
Na cidade também se encontrou aquartelado
o Regimento de Artilharia n.7 desde 1911(Dec 08/06/1911; OE 13, 1ªS,
09Jun1911), e o Quartel General da 2ª Divisão Militar (Dec. 08/06/1911; OE
13, 1ªS, 9Jun1911, p.951 e 957), ambas as Unidades até 1926.
O Regimento de Infantaria n.º 14 no seu estandarte
ostenta a Cruz de Guerra de 1ª Classe e as seguintes Legendas:
Bussaco 1810 |
Batalhão de Caçadores n.º4 |
Fiel Depositário |
OD 28/09/1810, p.1 |
Bussaco 1810 |
Regimento de Infantaria n.º 11 |
Fiel Depositário |
OD 16/10/1810, p.118 |
Albuera 1811 |
Regimento de Infantaria n.º 11 |
Fiel Depositário |
OD 31 /05/1811, p.86 |
Badajoz 1812 |
Regimento de Infantaria n.º 11 |
Fiel Depositário |
OD 01/05/1812, p.1 |
Salamanca 1812 |
Regimento de Infantaria n.º 11 |
Fiel Depositário |
OD 25/08/1812, p.1 |
Victória 1813 |
Regimento de Infantaria n.º 11
Batalhão de Caçadores n.º4 |
Fiel Depositário |
OD 01/07/1813, p.1 e
OD 20/07/1813, p.1 |
Pirinéus 1813 |
Regimento de Infantaria n.º 11 |
Fiel Depositário |
OD 01/09/1813, p.1 |
Nivelle 1813 |
Regimento de Infantaria n.º 11 |
Fiel Depositário |
OD 28/11/1813, p.1 |
Orthez 1814 |
Regimento de Infantaria n.º 11 |
Fiel Depositário |
OD 26/03/1814, p.1 |
Naulila 1914 |
Regimento de Infantaria n.º 14 |
Direito Próprio |
Dec 26/11/1927 |
Neuve-Chapelle 1918 |
Regimento de Infantaria n.º 14 |
Direito Próprio |
Dec 08/11/1919,
OE 25, 2ªS, 22/11/1919, p.1642 |
1914 - 1915 Intervenção
em Angola
3º Batalhão de Infantaria do Regimento de Infantaria 14
O Corpo Expedicionário a Angola,
comandado pelo Tenente-coronel Alves roçadas levou consigo o 3º Batalhão do
Regimento de Infantaria n.º 14. Todos os homens que formaram a força foram
voluntários.
3º Batalhão do Regimento de Infantaria
n.º 14
O Batalhão foi formado a quatro
companhias a quatro pelotões cada. Comandante do Batalhão o Major Alberto
Salgado e ajudante o Tenente José de Melo Ponces de Carvalho.
9ª Companhia Regimental
Comandante: Capitão Artur Homem Ribeiro
1º Pelotão: Tenente António Rodrigues
Marques
2º Pelotão: Alferes Amadeu Gomes de
Figueiredo
3º Pelotão: Alferes João de Araújo
Piçarra
10ª Companhia Regimental
Comandante: Capitão José da Fonseca Lebre
4º Pelotão: Tenente José Augusto Monteiro
5º Pelotão: Alferes Pedro Canelas
6º Pelotão: Alferes Fausto de Matos
11ª Companhia Regimental
Comandante: Capitão António Lopes Mateus
7º Pelotão: Tenente Luís de Albuquerque
Pimentel e Vasconcelos
8º Pelotão: Alferes Silvério do Amaral
Lebre
9º Pelotão: Alferes Miguel António Ponces
de Carvalho
12ª Companhia Regimental
Comandante: Capitão Aristides Rafael da Cunha (voluntário do RI 6)
10º Pelotão: Tenente José Cabral
11º Pelotão: Alferes Reinaldo Vale de
Andrade
12º Pelotão: Alferes Armando Augusto da
Costa
Serviço de Saúde:
Médico Tenente Afonso José Maldonado
(voluntário de uma unidade de Artilharia de Costa)
Médico Alferes Francisco Marques
Rodrigues Moreira (voluntário do Regimento de Infantaria n.º 11)
Serviço de Abastecimento:
Oficial Provisor Tenente de Administração
Militar Francisco Moreira de Almeida
Em Angola o Major Alberto Salgado
comandou a força de o Tenente-coronel Alves Roçadas enviou para ocupar o
Forte Roçadas. A força era apresentava uma força de cerca de 900 homens,
constituída pelas 9ª, 11ª e 12ª Companhias, 2ª Bataria do 1º Grupo de
Metralhadoras, a Bataria de Artilharia Erahrdt e o 1º Esquadrão de Dragões
de Angola.
O 3º Batalhão do Regimento de Infantaria
n.º 14 foi a principal força portuguesa no combate contra as forças alemãs,
no dia 18 de Dezembro de 1914, em Naulila.
Deve ser lembrada a actuação do Tenente
António Rodrigues Marques, que após a morte do comandante da sua companhia
em combate, o Capitão Artur Homem Ribeiro, e de ter sido dado ordem de
retirada pelo Tenente-coronel Roçadas, ficou no Forte com o seu Pelotão para
retardar os alemães e permitir que as restantes forças portuguesas pudessem
retirar ordenadamente. Neste derradeiro momento juntaram-se ao seu Pelotão
os seguintes voluntários de outro pelotões. (esquadra comandada pelo Cabo
José Abrantes)
Cabo 380 José Abrantes
Soldado 313 Joaquim Santos
Soldado 294 Luís Joaquim Arrepio
Soldado 373 João Caria Monteiro
Soldado 516 Joaquim Luís
Soldado 227 Januário Augusto Pimenta
Soldado 404 Luís Fernandes
Soldado 379 António Gonçalves de Brito
(Ferido em combate. Faleceu no Hospital de Windhuk)
Soldado 421 João Barreiro (Ferido em
combate)
Soldado 308 Damião Pereira (Ferido em
combate)
Soldado 381 Francisco das Chagas (Morto
em combate)
Soldado 382 Moisés Esteves da Torre
(Morto em combate)
No final da intervenção do 3º Batalhão em
Angola, perdeu no total 107 homens. (1 oficial, 2 sargentos e 104 praças)
Regressou à Metrópole nos finais de Julho
de 1915.
1916 - 1918 Intervenção
em França
1º Batalhão de Infantaria do Regimento de
Infantaria 14
A 26 de Março de 1916, sob o comando do
Coronel Adolfo Lebre, o comandante do Regimento levou até Tancos o 1º
Batalhão do Regimento de Infantaria n.º 14. Estes homens formaram com as
restantes tropas a Divisão de Instrução que foi o núcleo do posterior Corpo
Expedicionário Português a França.
A 22 de Março de 1917, partiu de Viseu de
comboio para Lisboa o 1º Batalhão. No dia 23 de Março embarcaram em
Alcântara nos transportes A, B e C, escoltados pelos contratorpedeiros HV e
HO, para França. Embarcou um total de 27 oficiais, 58 sargentos e 1.149
praças. Chegaram ao Porto de Desembarque, em Brest, no dia 26 de Março. O
Batalhão foi comandado pelo Major Horácio Severo de Morais Ferreira.
Após um período de treino específico para
a guerra de trincheiras, ocuparam e assumiram a responsabilidade do
sub-sector de Fauquissart II, a 10 de Julho de 1917. O Regimento de
Infantaria n.º 14, em conjunto com os regimentos 12, 9 e 15, formaram a 3ª
Brigada da 1ª Divisão do Corpo Expedicionário Português.
A 13 de Janeiro de 1918, o Batalhão
ocupou o sector de Neuve-Capelle, conhecido como o "Sector da Morte", nome
dado pelos inglês quando anteriormente ocuparam a esse mesmo sector.
Ataque português às
linhas alemãs no dia 19 de Março de 1918
A 2ª Companhia do Batalhão de Infantaria
n.º 14, da 3ª Brigada, da 1ª Divisão do Corpo Expedicionário Português, após
um bombardeamento sobre as linhas inimigas e de rastejar pela Terra de
Ninguém, assaltou as trincheiras alemãs. Foi uma missão coroada de êxito,
tendo conseguido alcançar todos os objectivos, fazendo prisioneiros,
causando baixas e estragos consideráveis ao inimigo.
Participação na Batalha
de La Lys no dia 9 de Abril de 1918
Encontrava-se acantonada em Pont Riquel,
como parte da 3ª Brigada da 1ª Divisão, a qual estava de reserva à 2ª
Divisão que cobria o sector português à data. O Batalhão sob o comando do
Major Vale de Andrade cumprindo ordens avançou às 7 horas para os postos de
combate na Linha das Aldeias. O Major Vale de Andrade ficou ferido durante o
combate.
Apesar da intensidade dos combates a 1ª e
2ª Companhias conseguiram ocupar as suas posições nos postos Eton e Charter
House respectivamente, onde permaneceram até às 11h 45mn combatendo. Nesta
manhã distinguiu-se em combate o Alferes José Baptista da Silva.Quando
terminou o dia, o Batalhão retirou com 15 oficiais e 707 praças, tendo como
baixas 1 oficial e 66 praças.
Guarda de Honra ao Rei de
Inglaterra em Agosto de 1918
Em Julho de 1918, o Batalhão
encontrava-se em Les Ciscaux. Nesta data assume o comando o Tenente-coronel
João de Almeida Leitão. Em Agosto o Batalhão sob o comando do comandante do
Batalhão, marchou para Mametz onde prestaram honras ao rei de Inglaterra,
Jorge V, de passagem naquela localidade.
Apoio ao Corpo de
Engenharia Inglesa n.º 469 em Outubro de 1918
Em Outubro de 1918, o Batalhão cooperou
com o corpo de Engenharia Inglesa n.º 469, para recuperar a estrada entre
Armentieres-Lille. O principal objectivo foi a recuperar a ponte de Lille e
os acessos próximos, para permitir a passagem da artilharia, durante o
avanço sobre a cidade.
Comandantes
do R14
Coronel Augusto César Pires Seromembo (
1913 - 1914 )
Coronel Manuel Rodrigues Ermitão ( 1914 -
1915 )
Coronel Adolfo Cardoso da Fonseca Lebre (
1915 - 1917 Julho )
Coronel António de Almeida Leitão ( 1917
Julho - 1919 ) |