Após a Guerra Peninsular o Regimento ficou
aquartelado em Braga e foi mais tarde transferido para Guimarães. Em Junho
de 1877 destacou o seu primeiro batalhão para o Brasil onde tomou parte no
Movimento Liberal do Rio de Janeiro. De novo em Portugal, teve papel activo
nas lutas liberais, sendo elogiado pela sua leal conduta com o legítimo
soberano e com as instituições liberais por ele outorgadas. Posteriormente
tomou parte nas campanhas da liberdade na defesa das ideias liberais tendo
recebido várias condecorações pela maneira como se distinguiu nos diferentes
combates e acções.
Entre 1834 e 1901, o RI 15 foi dissolvido e
reorganizado por diversas vezes, ora em Estremoz, ora em Lagos, em Évora ou
em Faro. Em 1901 foi transferido para Tomar.
Após a implementação da República
o RI 15 participou na Grande Guerra. O
batalhão "BI15" que integrou o Corpo Expedicionário a França distinguiu-se pela sua
bravura e coragem nas batalhas de 14 de Agosto de 1917, 7 de Março de 1918,
e sobretudo na famosa batalha de La Lys a 9 de Abril de 1918. A bandeira do
RI 15 tornou-se a mais condecorada do Exército Português, ganhando a honra
de passar a formar à direita de todas as forças em parada militar.
Em 1926 o RI 15 foi transferido para Lagos mas em 1939 estabeleceu-se de
novo e definitivamente em Tomar1.
1º Raid - Madrugada de 14 de Agosto de 1917
Às 04:15 rebentou o bombardeamento que foi a princípio tomado como coisa
corrente mas que pouco depois, pela sua intensidade e por serem utilizadas
granadas de fumo, se reconheceu tratar-se da preparação dum ataque.
As patrulhas de escuta anunciam a aproximação do inimigo; pediram o auxílio
da artilharia e os soldados do BII15 que se encontravam na esquerda do
sector atacado firmaram-se no parapeito, de baioneta calada, dedo no gatilho
e olhos em frente. As metralhadoras inimigas rasavam a nossa linha e alguns
homens do BI15 foram atingidos.
A barragem inimiga alongou-se para a retaguarda e logo em seguida surgiram
cerca de 400 homens de tropas especiais de assalto divididos em 2 colunas,
uma das quais fez o ataque demonstrativo sobre a direita do BI15.
Começou então a desenhar-se na «Terra de Ninguém» uma linha de granadas de
espingarda perpendicularmente ao parapeito que lenta mas metodicamente se ia
deslocando paralelamente a si mesma para a direita, varrendo o terreno e
enxotando os alemães da frente da unidade ao mesmo tempo que o tiro certeiro
dos atiradores portugueses os iam dizimando. Por esta acção foram louvados
em Ordem da Brigada muitos homens do Batalhão2.
2º
Raid - Madrugada de 7 Março de 1918
Após 4 dias de incessantes e intensos bombardeamentos, os alemães efectuaram
mais um ataque às linhas defendidas pelo BI15, mas agora com efectivos muito
mais importantes. Foram mais uma vez repelidos com fortes perdas e sem
conseguirem fazer prisioneiros. O Batalhão recebeu o seguinte telegrama:
« O Comandante do 1.º Exército Britânico deseja que sejam transmitidas ao
Batalhão de Infantaria N.º 15 as suas congratulações pelo completo sucesso
repelindo esta manhã o raid inimigo»3.
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