Plano de Uniformes |
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O Depósito Central de FardamentosA história do Depósito Central de Fardamento (DCF) remontando a 1907. Em conjunto com a Oficina de Fardamentos, foi-se desenvolvendo pela necessidade crescente de se constituírem reservas avultadas para abastecimento das tropas.
Depósito Central de Fardamento (Lisboa)
Fábrica de Calçado no Edifício de Santa Engrácia (Hoje Igreja de Santa Engrácia)
O Depósito Central de Fardamentos em cumprimento do estipulado na Ordem do Exército n.16 de 1911, a mesma que estipulou o novo plano de fardamentos para a República, no Capítulo I, artigo 3º, passou a ter a responsabilidade de centralizar a aquisição das matérias-primas, ou seja, coube a responsabilidade de ao escolher as matérias-primas a empregar, definir a resistência e a durabilidade dos artigos, a elasticidade dos materiais, a resistência , o peso, o número de fios dos tecidos, a impermeabilidade dos materiais, e por último a fixidez da cor.
Ficou ainda definido que assumia a responsabilidade de definir os modelos de fardamentos a seguir por todo o Exército, modelos esses obrigatoriamente seguidos por qualquer outro centro de fabrico.
O Depósito Central de Fardamentos alargou a sua capacidade de produção em 1911, com a criação da Sucursal do Porto e a entrada em funcionamento da Fábrica de Calçado, no Edifício de Santa Engrácia, onde se laborou até 1942, ano da instalação definitiva na “Nova Fábrica”, dando origem a um Bloco Industrial situado no extremo ocidental do Campo de Santa Clara, no local da antiga Fundição de Canhões do Real Arsenal do Exército. Com a centralização da produção de fardamentos em 1942 neste local, nasceram as Oficinas Gerais de Fardamento (OGF).
Mais tarde, em 1968, por fusão das as Oficinas Gerais de Fardamento (OGF), com a Fábrica Militar de Santa Clara (FMSC), antiga Fábrica de Equipamentos e Arreios criada em 1927, tiveram origem as actuais Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento (OGFE).
A 13 de Setembro de 1911 foi decretada a inserção dos serviços de produção e gestão de fardamento de Marinha, a partir do Depósito Central de Fardamentos. Assim reconhecendo as vantagens alcançadas com a implementação do DGF, em 1907, e por este se encontrar totalmente organizado e em funcionamento, encontrava-se habilitado para iniciar a produção dos fardamentos de Marinha. Foi então criado no Ministério da Marinha, subordinado à Majoria General da Armada, um depósito de fardamentos e pequeno equipamento, com a função de assessorar o DGF, naquilo que seria necessário à aquisição e fornecimento de acessórios para os praças de marinha3. É de realçar que a Marinha não adjudicou a produção dos fardamentos dos oficiais junto do DCF.
Comandantes do DCF durante a Grande Guerra
Coronel Henrique F. Salazar Moscoso (1908 - 1915)
Coronel Luiz Vasconcelos Dias (1915 - 1916)
Coronel Manuel A. Coelho Zilhão (1916 - 1918)
Coronel Francisco A. Silva Sampaio (1918 - 1919)
O Incêndio no Depósito Central de Fardamentos
No dia 13 de Janeiro de 1916, deflagra um violento incêndio no Depósito Central de Fardamentos, suspeitando-se de fogo posto, que poderia resultar de uma acção anti-intervencionista.
A 13 de Abril de 1916, Ministro da Guerra Norton de Matos, Decreto 2.326, da mesma data, autorizou o Depósito Central de Fardamentos a sacar antecipadamente o duodécimo da sua dotação orçamental, relativo ao mês de Maio, dadas as circunstâncias especiais da conjuntura.
Plano de Uniformes de 1911A 7 de Agosto de 1911, o Ministro da Guerra António Xavier Correia Barreto, aprovou o novo plano de uniformes para o Exército português, o qual foi publicado no de imediato a 9 de Agosto de 1911, na Ordem do Exército n.º 16 de 1911, 1ª série.
O presente plano de uniformes para o exército continha as normas para a manufactura de todos os artigos de fardamento, quanto à espécie, qualidade, dimensões, cores e efeitos1.
Soldados
Os soldados utilizavam os seguintes uniformes2:
Barrete n.º 1
De pano de cor (tabela), cilíndrico, com a forma indicada nas figuras e formado por duas partes, ligadas por uma costura em toda a volta.
Parte inferior de 3,5cm de altura, entretelada, tem uma única peça costura vertical na parte de trás. A parte superior, cuja altura à retaguarda é de 7.5cm e na frente 5,5 cm, tem quatro costuras verticais, sendo duas laterais uma na frente e outra na parte de trás, além da costura no tampo; a esta última costura está ligado, pela parte interior, um arame de 3mm de espessura, aproximadamente, que tem por fim conservar o tampo convenientemente distendido.
A parte cilíndrica superior e o tampo são de pano cor (ver tabela 1), as costuras verticais e a que liga a parte superior à inferior são avivadas de cor (ver tabela 1), tendo o vivo 3mm de largura. A parte inferior é revestida interiormente de carneira assim como o tampo. O tampo tem ao centro um botão de pano cor (ver tabela 1) de 2,5cm de diâmetro. O forro do barrete é preto.
O francalete é de couro envernizado de preto com a largura de de 1,5cm e ligado ao barrete com dois botões pequenos de metal amarelo (ver tabela 2). A pala é de couro envernizado preto, tem a espessura de 4mm, comprimento de 6cm e inclinação de 30º.
Na frente e ao meio da parte inferior do barrete aplica-se o distintivo (ver tabela) de metal amarelo, com 2,5cm de altura.
Tabela 1
Tabela 2
Fardas Plano 1911 - Portugal Continental e Ilhas dos Açores e Madeira
Uniformes do Corpo de Estado-Maior
General em Grande Uniforme (Aguarelas de Alberto de Sousa - Museu Militar de Lisboa, postal 9)
General em Pequeno Uniforme (Aguarelas de Alberto de Sousa - Museu Militar de Lisboa, postal 10)
Uniformes de Artilharia
Oficial de Infantaria em uniforme de campanha para África Oficial de Artilharia em uniforme de campanha em Portugal Oficial de Artilharia em uniforme nº1 em Portugal (Aguarelas de Alberto de Sousa - Museu Militar de Lisboa, postal 5)
Soldado de Artilharia (Aguarelas de Alberto de Sousa - Museu Militar de Lisboa, postal 8)
Uniformes de Infantaria
Cabo de Infantaria Praça de Infantaria (Aguarelas de Alberto de Sousa - Museu Militar de Lisboa, postal 6)
Cabo de Infantaria Reformado 2º sargento de Infantaria Reformado (Aguarelas de Alberto de Sousa - Museu Militar de Lisboa, postal 7)
Uniformes de Cavalaria
Oficial de Cavalaria (Aspirante) (Aguarelas de Alberto de Sousa - Museu Militar de Lisboa, postal 12)
2º Sargento de Cavalaria (Aguarelas de Alberto de Sousa - Museu Militar de Lisboa, postal 12)
Uniformes de Serviço de Saúde
Oficial Médico Cabo Serviço de Saúde (Aguarelas de Alberto de Sousa - Museu Militar de Lisboa, postal 7)
Fardamentos utilizados em África
1 - Tenente das forças coloniais em Moçambique (Fardamento Colonial) 2 - Soldado indígena das forças coloniais em Moçambique 3 - Soldado da Força Expedicionária de Moçambique (Fardamento para França) 4 - Soldado da Força Expedicionária de Moçambique (Fardamento para África) (Armies in East Africa 1914-18, Osprey Men-at-Arms n.º 379, Aguarelas de Raffaele Ruggeri)
Soldado indígena das forças coloniais em Angola 1915 (Aguarelas de Sérgio Veludo Coelho, Museu Militar do Porto, postal 9)
Capitão de Cavalaria das forças coloniais em Angola 1915 (Aguarelas de Sérgio Veludo Coelho, Museu Militar do Porto, postal 6)
Notas
Link
Bibliografia
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Este site foi actualizado pelo última vez em 31-05-2014