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A Formação dos
Serviços Postais de Campanha
Capitão Humberto Serrão, organizador e comandante dos Serviços Postais de
Campanha em França (1917-1918)
Os Serviços Postais de Campanha foram
criados em 14 de Dezembro de 1912, mas não foi implementada
qualquer medida para dar forma ao serviço, principalmente que todas as
disposições se encontravam desenhadas no sentido do exército operar sempre
em território nacional, metrópole e colónias. O primeiro embrião dos
serviços postais deram-se em 1916 quando das manobras militares em Tancos(1).
A militarização dos funcionários telegrafo-postais
foi suportado pelo Decreto n.º 3.327/1916.
O Serviço Postal de Campanha, S.P.C., foi
foi prestado por funcionários telegrafo-postais. Estes dependiam
directamente do Subchefe do Estado Maior do CEP, por intermédio da
Repartição dos Serviços Postais.
PRESIDÊNCIA DO MINISTÉRIO,
Decreto n.º
3.327/
1916
Atendendo ao estado de guerra em que se encontra o país e à necessidade de
manter no melhor funcionamento os serviços telégrafo-postais;
Tendo
ouvido o Conselho de Ministros e usando das faculdades que me conferem as
leis n.º s 373, de 2 de Setembro de 1915, e 491, de 12 de Março de 1916, Hei
por bem decretar o seguinte:
Artigo
1.º É considerado mobilizado e fazendo parte do exército em campanha, sob a
suprema autoridade do Ministro da Guerra, todo o pessoal dependente da
Administração Geral dos Correios, Telégrafos, Telefones e Fiscalização das
Indústrias Eléctricas.
Artigo
2.º Todo o pessoal a que se refere o artigo antecedente fica sujeito às
leis e regulamentos militares.
Artigo
3.º A Administração Geral dos Correios e Telégrafos passa a funcionar junto
do Ministro da Guerra.
Artigo
4.º Este decreto entra imediatamente em vigor.
Artigo
5.º Ficam revogadas as disposições em contrário.
Os
Ministros de todas as Repartições assim o tenham entendido e façam executar.
Paços do Governo da República, 1 de Setembro de 1917. – BERNARDINO MACHADO –
Afonso Costa – Artur R. de Almeida Ribeiro – Alexandre Braga – José Mendes
Ribeiro Norton de Matos – José António Arantes Pedroso – Augusto Luís Vieira
Soares – Herculano Jorge Galhardo – Ernesto Jardim de Vilhena – José Maria
Vilhena Barbosa de Magalhães – Eduardo Alberto Lima Basto.
O Serviço Postal de Campanha, S.P.C.,
foi prestado por funcionários telégrafo-postais. Estes dependiam
directamente do Subchefe do Estado Maior do CEP, por intermédio da
Repartição dos Serviços Postais.
Com a deslocação de 55.000 homens para
França houve a necessidade de de organizar um serviço postal militar
português em ligação com Portugal, mas integrado no C.E.P.. Para a constituição
do serviço postal o Ministério da Guerra escolheu o pessoal da Administração
Geral dos Correios e Telégrafos, os quais foram militarizados e graduados
como oficiais equiparados. Assim, como o Eng. Humberto Serrão era o
funcionário mais graduado, foi também graduado como oficial mais graduado
dos funcionários militarizados, cabendo-lhe o comando e a organização dos
serviços postais.
Em Janeiro de 1917, o então já Capitão
Humberto Serrão, foi enviado com mais seis funcionários a França para
preparar a instalação do serviço postal do C.E.P., tendo para tal se deslocado
até ao Quartel General do C.E.P. que já se encontrava instalado em França.
Verificou-se que para o teatro de guerra em França não era possível aplicar
o plano de serviço de campanha postal de 1912, porque não era possível utilizar os
serviços postais civis franceses para suportar o serviço postal do C.E.P..
Como o Corpo Expedicionário Português de
encontrava integrado no Exército Inglês, verificou-se a necessidade de
seguir os procedimentos ingleses, mantendo quanto possível as
características do serviço postal nacional.
Grupo de Oficias do SPC que se deslocaram inicialmente a França (comissão de
estudo) para preparar a instalação dos serviços postais.
Da
esquerda para a direita - sentados: Capitão António José Antunes, Capitão
Humberto Serrão e Tenente Aníbal Lameiras,
Em
pé: Alferes Vital Simões, Alferes Rodolfo Le Retord, Tenente José Dias
Ferreira e Alferes Tavares Grelo.
O projecto de cooperação
entre o Exército Português e o
Exército Britânico em território francês, não contemplava a utilização do
serviço postal inglês juntos das unidades militares portuguesas. É desta
necessidade que é criado de raiz em 1917, em França, este serviço no C.E.P.. Na
requisição de funcionários à Administração Geral dos Correios e Telégrafos,
coube ao quadro superior desta administração com menor idade o encargo de
dirigir o Serviço Postal de Campanha, neste caso o Eng. Humberto Serrão.
Para a organização do serviço foram
colocados objectivos: a permuta de correspondência entre Portugal e o Corpo
Expedicionário Português em França, e as comunicações postais internas entre
as várias unidades e formações em França. O que não se encontrava ainda
decidido era como seria o transporte da correspondência entre França e
Portugal, que via a utilizar (terrestre ou marítima), a gestão das
localizações relativas das tropas na frente de combate e a organização
interna do Serviço Postal do C.E.P..
Foi considerado que só seria
possível estudar este problema no terreno, o que deu origem à formação de
uma comissão de estudo de sete elementos do S.P.C., que se deslocaram a França
a 6 de Janeiro de 1917, com a missão de estudar e organizar o serviço em
França. Esta comissão de estudo acabou por também adquirir o material e
utensílios técnicos que consideraram vir a serem necessários para o
cumprimento do serviço postal. Chega a Paris a comissão de estudo, foi
mandada apresentar em Abbeville,
pelo Adido Militar Junto à
Legação de Portugal, ao General Comandante da Linha de Comunicações
Britânica que, por sua vez, a colocou em
contacto com o Coronel Chefe do Serviço Postal Britânico (B.A.P.S.).
Organização do Serviço
Postal
Os
comandantes do Serviço Postal de Campanha foram:
Capitão
Humberto Serrão - 29 de Dezembro de 1916 a 11 de Outubro de 1918 (comandante
e organizador do serviço postal)
Capitão
Moisés
Feijão - 12 de Outubro até à liquidação do serviço em 1919 (comandante até à
extinção do CEP)
O Chefe do S.P.C.
do C.E.P. dependia:
-
Do Subchefe do Estado-maior do C.E.P., na
organização do serviço dentro do C.E.P., bem como na disciplina;
-
Do Inspector da zona norte do Exército Britânico,
no respeitante à integração do S.P.C. do C.E.P. na rede geral do exército
britânico. Para facilitar as relações entre o Chefe do S.P.C. e o Inspector
Britânico, existiu sempre junto daquele um agente de ligação inglês;
-
Do Administrador Geral dos Correios e Telégrafos,
na parte técnica da execução do serviço e na ligação do S.P.C. com a rede
portuguesa na metrópole.
Do Chefe
do S.P.C. dependiam os serviços de 1ª linha: Q.G.C., Zona de Instrução e
Repouso, 1ª Div., 2ª Div., e da 2ª linha. O Quadro I apresenta as
interligações da estrutura organizativa do S.C.P.
Quadro I - Organização do Serviço Postal
A
organização descrita no Quadro I corresponde às necessidades do C.E.P. em
pleno funcionamento. O desenvolvimento da organização do S.P.C. foi-se estabelecendo à medida das
necessidades. De princípio limitada a um rudimento da E.C.B.P. (Estação de
Central da Base Postal) e ao S.P.C.
do Q.G.C. (Quartel General do Corpo).
A rede postal foi-se estendendo às Brigadas
conforme estas iam se completando em França e depois conforme foram sendo
colocadas na frente de combate o serviço estendeu-se à 1.ª Divisão e, por último,
à 2.ª Divisão.
A rede postal foi praticamente estável até 9 de Abril de
1918. Depois do dia 9
de Abril de 1918, a rede sofreu uma redução brusca, correspondente à
suportada pelo C.E.P., restabelecendo-se à medida que o C.E.P. se foi
reorganizando em novas formações de combate.
Para a interligação do serviço postal
português com o serviço postal britânico o B.A.P.S (British Army Postal
Service) apresentou as seguintes
exigências operacionais:
-
A Estação de Correios da Base
Postal teria a incumbência de fazer a ligação com Portugal e com o
Serviços Postal Civil Francês e Serviço Postal Militar Britânico e que
teria de ser estabelecido em Boulogne-sur-Mer;
-
O S.P.C. teria de funcionar com
uma estrutura similar ao do Serviço Postal Britânico (B.A.P.S), para que
a cooperação de meios fosse efectiva, embora com absoluta independência
de processos;
-
Para facilitar a organização e
funcionamento do S.P.C., junto do Chefe dos serviços estaria destacado
um agente de ligação com o B.A.P.S.;
-
Foi realizado um acordo entre o
S.C.P. e o B.A.P.S. para definir o âmbito das relações directas entre as
duas organizações.
Com a
Administração Francesa dos Correios e Telégrafos
foi realizado um
acordo
para que se efectuasse o transporte das malas de correio, por via terrestre, entre a Estação Civil de Boulogne-sur-Mér e Portugal, através da Espanha.
Essas malas de correio militar eram enviadas de forma disfarçada em virtude
de Espanha ser de um país neutro;
A
estabilização da organização do S.P.C. efectuou-se após terem sido
recebidas do Estado Maior Português as indicações sobre a
composição orgânica final do C.E.P. e indicações sobre a orientação geral a dar ao serviço
postal, o S.P.C. Neste sentido foram publicadas as “Instruções para o
Serviço Postal”, em Março de 1917.
Estas instruções foram elaboradas por simples
indicações de momento e dos exemplos tirados da experiência dos exercícios de
Tancos e de Torres Vedras, em 1916. Além de obedecerem aos preceitos técnicos para a
permutação de correspondências postais, enfermavam inicialmente de insuficiências que só
a experiência daria a conhecer. Serviram para organizar inicialmente o serviço, tendo mesmo sido apreciadas lisonjeiramente pelas
autoridades britânicas, a quem foi fornecida uma tradução.
As
"Instruções para o
Serviço Postal”, de Março de 1917, compreendiam as seguintes linhas
orientadoras:
-
A cada Quartel General e
estabelecimento importante (Bases), correspondia uma Repartição Postal,
junto da qual funcionava uma Estação Postal;
-
O Serviço Postal ficava dividido
em duas linhas, 1ª e 2ª Linha.
-
O Chefe da Estação Postal do
Corpo Expedicionário Português era acumulativamente o Chefe da
respectiva Estação Postal. (Capitão Humberto Serrão);
-
Junto da Testa de Etapes
funcionava uma Estação Postal;
-
Junto de cada ponto de
abastecimento funcionava, também, uma Estação Postal;
-
A correspondência expedida pelas
unidades e formações, inicialmente não passavam pela Censura Militar,
estando-se a aguardar à data (Março de 1917), pela instalação deste
serviço.
-
A correspondência registada
seria transportada pelo oficial que se deslocasse diariamente aos
respectivos Quartéis Generais, disposição que acabou por não ser
efectivada.
Gradualmente e sucessivamente foram sendo introduzidas modificações nas
"Instruções para o Serviço Postal" que as foram harmonizando com as
exigências técnicas e que
acompanharam as modificações orgânicas que o C.E.P. foi tendo ao longo do
tempo.
A rede de comunicações
postais
O movimento da
correspondência na rede era dividido em dois fluxos, recepção e expedição.
De Portugal (recepção)
chegavam
diariamente, por caminho-de-ferro (via Espanha), malas com correspondência e encomendas
postais. Diariamente, também, eram recebidas malas da rede civil francesa e
da Base Postal Inglesa, contígua à nossa E.C.B.P.
Tudo era dividido
em malas. Depois de manipulado era expedido em mala individualizadas para cada
Estação do S.P.C. As malas para as Bases de Desembarque (Brest), de Embarque (Havre)
e para o Depósito de Material (Calais) eram enviadas por caminho-de-ferro. Todas as outras
eram normalmente transportadas em viaturas automóveis.
Um camião do S.P.C.
fazia diariamente o seguinte percurso: E.C.B.P. (Bolougne), S.P.C. da zona
de instrução, S.P.C. do Q.G.C., Testa de Etapes da 1ª e 2.ª Divisão. Camiões
também do C.E.P. faziam, dentro da zona de cada uma das Divisões, o trajecto
do S.P.C. da Testa de Etapes para os S.P.C. divisionários. As malas eram
abertas em todos os S.P.C., manipuladas as correspondências e encomendas, e
entregues às ordenanças postais das diferentes unidades servidas por cada
S.P.C., onde compareciam diariamente.
As
correspondências entregues nos S.P.C., (expedição)
pelas
ordenanças postais, eram aí manipuladas e seguiam caminho inverso ao já
descrito para a recepção. Entre todas as Estações Postais duma zona e entre
as diferentes zonas havia diariamente troca de correspondência,
principalmente da reexpedição por mudança das unidades de uma para outra
zona postal e de oficiais e praças de uma para outra unidade.
Em cada
Brigada existia um Serviço Postal
da unidade. Em cada unidade havia um encarregado do
Serviço Postal,
responsável pela entrega das correspondências e encomendas aos
destinatários, pela expedição das correspondências, depois de submetidas uma
censura prévia local, para o S.P.C. respectivo, e pela reexpedição das
correspondências e encomendas.
A Censura Militar geral da
correspondência era executada ao nível do serviço de expedição no E.C.B.P.,
que só permitia que a correspondência seguisse, depois de censurada pela
comissão especial encarregada desse serviço, a Comissão de Censura. A
censura era exercida sobre a correspondência proveniente das unidades
diariamente.
Quadro II - Rede de Comunicação Postal
As Ligações Externas do
S.C.P.
A ligação da E.C.B.P. do
C.E.P. com as redes de correios civis
A correspondência
proveniente de Portugal, desde a organização da E.C.B.P., em 10 de
Fevereiro de 1917 até 19 do mesmo mês, foi transmitida ao C.E.P., pela
Embaixada de Portugal em Paris, por intermédio da Posta Civil Francesa de Boulogne-sur-Mér.
Pela mesma via eram transmitidas as correspondências do C.E.P. para Portugal.
Realizado o acordo
entre o Chefe do S.P.C., a Administração dos Correios da República Francesa
e a Administração Geral dos Correios e Telégrafos de Portugal, iniciou-se em
19 de Fevereiro de 1917 a permuta de malas directas entre a E.C.B.P. e a
Estação Central dos Correios de Lisboa, e em 9 de Abril de 1917 a permuta
com a Estação Central dos Correios do Porto. Esta permuta era realizada em
malas directas, fechadas, transmitidas por via terrestre, através da
Espanha, e compreendia a permuta de correspondências ordinárias e
registadas. Simultaneamente,
foi estabelecido um acordo de permuta idêntica com a Estação Central Francesa de Boulogne-sur-Mér, mediante determinadas disposições exigidas pelo
Regulamento de Censura português.
O serviço de
de
permuta de encomendas (colis) só mais tarde foi iniciado, porque a
Companhia de Caminhos de Ferro do Norte da França, com quem a E.C.B.P.
realizava as permutas directas, considerava o S.P.C. como uma entidade
particular, não lhe reconhecendo inicialmente a qualidade de Estação de Permutação
Internacional, o que complicou de sobremaneira a recepção de encomendas
postais vindas de Portugal.
Removidas estas
dificuldades depois de longas negociações entre o C.E.P. e os seviços
postais franceses, iniciou-se o serviço de
encomendas postais de Portugal para o C.E.P.,
em 9 de Abril de 1917, serviço que se manteve até ao final da campanha,
quando os últimos expedicionários foram repatriados em 1919. O serviço de
remessa de encomendas do C.E.P. para Portugal, que exigiu mais longas e
difíceis negociações do que o primeiro, nunca chegou a ser iniciado, porque
a Administração Geral dos Correios e Telégrafos de Lisboa nunca concedeu as
necessárias e devidas autorizações.
A ligação
da E.C.B.P. do C.E.P. com a rede de correios militares britânicos
Estando o C.E.P.
integrado na organização militar britânica e havendo muitas unidades que
prestavam serviço na zona britânica, destacadas do C.E.P. como o
Batalhão
de Sapadores de Caminhos de Ferro,
eram intensas as
relações entre os serviços postais dos dois exércitos.
Assim, não só
havia oficiais, praças e unidades em serviço junto de unidades britânicas,
que recebiam a sua correspondência por intermédio de estações postais daquele
exército, como ainda casos houve em que brigadas inteiras se deslocaram para
essa zona, tendo, portanto, as respectivas estações postais de ser
alimentadas por intermédio de Estações de Testa de Etapas ou idênticas do
exército britânico. Embora o sistema
geral adoptado nos dois serviços postais fosse idêntico em linhas
gerais, havia detalhes que diferiam sendo necessário estabelecer
normas para a ligação entre os dois serviços.A ligação
entre os serviços postais portugueses e britânicos estabelecia-se normalmente em Boulogne-sur-Mér
onde as duas Estações
Centrais se encontravam e entre as Estações Testa de Etapas e as
correspondentes do exército
britânico.
Uma das diferenças
existentes entre os dois serviços postais era que as encomendas postais na
rede
do S.P.C. eram consideradas registadas e na rede
britânica como ordinárias. Estas estavam sujeitas a regras especiais, que
consistiam, principalmente, em realizar o transito pela rede britânica, a
coberto, de modo a poderem-se mencionar sempre nas cartas de aviso os sacos
que as continham. Quando não era possível usar este sistema, mencionavam-se
as encomendas em cartas de aviso, as quais, como não podiam ser transmitidas
à rede britânica, eram arquivadas nas Estações Postais expedidoras, com a declaração
dos empregados de que as encomendas tinham seguido para aquela rede como
ordinárias.
As relações entre
as unidades destacadas na zona britânica e as respectivas estações postais
eram reguladas pelas normas do serviço postal britânico.
Devemos observar
que, não obstante a diversidade do sistema, as estações britânicas prestaram
sempre bom serviço, auxiliando valiosamente o S.P.C..
A ligação
da E.C.B.P. do C.E.P. com a rede de correios militares
franceses
Como foi referido
anteriormente a
ligação entre o S.P.C. e a rede civil francesa fazia-se por intermédio da
Estação Civil de Boulogne-sur-mér.
As relações
postais com o exército francês e, em geral, com a organização postal militar
francesa, realizou-se desde 16 de Outubro de 1917, por meio de malas
directas permutadas entre a E.C.B.P. e o Bureau Central Militaire em Paris,
contendo correspondências para França, para países neutros e para o exército
francês, sujeitas a determinado regime de censura militar, na Base
Portuguesa, antes de serem expedidas.
As Ligações Internas
do S.C.P.
A
Estação Central
O serviço postal na E.C.B.P. começou por ser muito rudimentarmente
desempenhado em 10 de Fevereiro de 1917, num barracão junto à Estação Postal
Britânica de Boulogne-sur--Mér, com o material trazido de Portugal e com os
utensílios fornecidos pelo
British Army Postal
Service. Começou
com pouca intenso, permitindo a manipulação de
correspondências ordinárias, registadas e encomendas em conjunto com a
britânica, embora sempre com escriturações separadas. pouco tempo depois a
intensidade aumentou e foi necessário adoptar rapidamente medidas.
O serviço da sede
da E.C.B.P. teve de ser transferido par um edifício próprio e mais amplo, e
foi necessário criar secções especiais para a manipulação de registos,
correspondência ordinária e encomendas.
Dado o volume de
correspondência o serviço postal foi dotado de transportes próprios para os
transportes internos, transporte de sacos de e para a gare, para a secção de
censura e para as Estações Postais Britânica e Francesa.
Foi ainda criada
uma secção independente da E.C.B.P. e na dependência directa do
Chefe do Serviço
Postal da 2ª. Linha, (o Capitão Humberto Serrão acumulava este cargo), que
tinha a seu cargo o serviço de arquivos, depósitos de material e impressos,
serviço de refugos, serviço de reclamações e serviço de estatística.
O Serviço Postal na área da Base
Nas
instruções iniciais de 1917, apenas se previa a constituição de uma Repartição Postal e
respectiva Estação Postal, nos Depósitos de Pessoal da Base, além da E.C.B.P. (
Estação Central da Base Postal ).
O C.E.P. sofreu, porém, grandes modificações, tendo havido necessidade da
criação de Estações Postais nas diferentes dependências da Base. Deste modo,
a rede postal da Base, desenvolveu-se da seguinte forma:
-
16/03/1917 - Foi criada a Estação Postal junto do Quartel General
da Base, em Paris-Plage, sendo suprida por desnecessária em 15/05/1917;
-
20/03/1917 - Foi aberta a Estação Postal da Base de Desembarque (Brest);
-
23/03/1917 -
Foi
aberta a Estação Postal junto dos Depósitos de Pessoal (Etaples);
-
06/09/1917 - Foi transferida
para Ambleteuse a Estação Postal junto dos
Depósitos de Pessoal e do Quartel General da Base;
-
06/09/1917 - Foi aberta
a Estação Postal junto dos Depósitos de Material da Base (Calais);
-
11/08/1918 - Foi aberta a Estação Estação Postal junto da Base de Embarque, em Tourlaville (Cherbourg);
-
12/08/1918 - Foi aberta a Estação Postal junto do Depósito de Bagagens, em Montvilliers (Havre).
Com a evacuação das forças do C.E.P. para o Porto de Embarque
(Cherbourg) e
seguidamente para Portugal no final da campanha, os serviços postais for
sendo
sucessivamente encerrados, tendo sido encerradas as últimas Estações Postais
pela seguinte ordem:
-
19/03/1919 - A do Porto
de Desembarque;
-
27/05/1919 - A do Depósito de
Bagagens;
-
31/05/1919 - A do Depósito de
Material da Base;
-
02/07/1919 - A do Quartel
General da Base, e;
-
10/07/1919 - A do Porto de
Embarque.
A Ligação entre a E.C.B.P. e a 1ª. Linha
Iniciado em 10 de Fevereiro de 1917 o serviço da E.C.B.P.
teve logo a necessário de estabelecer a ligação entre a Estação Central e as tropas que se
encontravam na zona de concentração.
A
princípio porque o S.P.C. não disponha de material rolante material, tornou-se indispensável
utilizar os meios de transporte dos serviços postais britânicos, para a única
Estação Postal aberta, a do Quartel General do C.E.P., mantendo-se o sistema
de transmissão directa de malas entre a E.C.B.P. e as Estações Postais que
sucessivamente se foram abrindo até que o C.E.P. apresentou a sua organização
definida.
Assim que a 1ª Divisão e a 2ª
Divisão se organizaram, foram criadas Testas de Etapas próprias para uma
delas e onde passou a funcionar respectivamente uma Estação Postal. O
papel destas estações era o de assegurar o transito de malas
entre a E.C.B.P. e as Estações Postais das Divisões e das respectivas Brigadas.
De princípio, a E.C.B.P., tendo dividido as correspondências por unidades,
incluía os maços em malas directas, fechadas, para as Estações que serviam
as unidades, limitando-se as Estações Testa de Etapas a dar trânsito a essas
malas. Inversamente, as Estações fechavam também malas directas para a E.C.B.P., fazendo-as transitar igualmente pela Estação Testa de Etapas.
Este sistema tinha, porém, grandes inconvenientes. Em primeiro lugar as
correspondências trocadas entre as Estações da 1ª. linha, que não
necessitavam de censura na Base, transitavam pela E.C.B.P., com grave
prejuízo de perda de tempo. Em segundo lugar, dada a extrema mobilidade de algumas unidades,
as malas fechadas na E.C.B.P. para uma determinada Estação continham
correspondências para as unidades que, durante o trajecto, passavam a ser
servidas por outras Estações Postais.
Por esse motivo, em 23 de Julho de 1917, foram dadas novas
"Instruções para o
Serviço Postal”, compreendiam as seguintes linhas
orientadoras:
-
As correspondências ordinárias continuavam a ser
divididas na E.C.B.P.
por unidades, sendo depois incluídas em malas dirigidas às Estações Testas
de Etapas;
-
Essas malas eram abertas nas E.T.E. ( Estações Testa de Etapes) que,
segundo a situação das unidades, distribuíam a correspondência ordinária
pelas malas que diariamente enviavam às Estações da sua dependência;
-
A correspondências registadas e encomendas continuavam a ser
dirigidas pela E.C.B.P. directamente às Estações, conforme a distribuição das unidades
por essas estações, para não complicarem a escrituração das E.T.E.;
-
Mantinha-se a remessa directa de malas das Estações Postais à E.C.B.P.,
visto que todas as correspondências ordinárias, originárias das unidades,
tinham de ser sujeitas à censura na Base;
-
Para o serviço de correspondências oficiais e de reexpedição de
correspondências ordinárias e registadas e encomendas, na área da 1ª. Linha,
todas as Estações permutavam malas com as respectivas E.T.E., e estas entre
si.
-
A Estação do Quartel General do C.E.P. permutou
sempre malas directas com a E.C.B.P. e com as E.T.E.. de que era dependente.
Este sistema surtiu efeito e manteve-se até final da campanha.
O Serviço Postal da 1ª Linha
Pelas Instruções de 1917, previam-se Repartições e Estações
Postais no Quartel General do C.E.P. e em cada um dos Quartéis Generais das
Brigadas de Infantaria, além de uma Estação Postal no ponto de
reabastecimento. Ora estas instruções foram feitas para o caso de se tratar
de contingente de uma Divisão a três Brigadas de Infantaria. Remodelado o
C.E.P., determinada a sua composição de duas Divisões a três Brigadas, além
das tropas dependentes directamente do Corpo, tornou-se necessário alterar a
composição do S.P.C. da 1ª. Linha.
Assim, criaram-se
os lugares de Chefe do Serviço do Corpo e de Chefes de Serviço das Divisões,
únicas Repartições que ficaram existindo; e, além das Estações Postais nos
Quartéis Generais do Corpo, das Divisões e das Brigadas, e deslocáveis com
eles, criou-se uma nova classe de Estações Postais: as Estações
Regionais, destinadas a servir as tropas que viessem acantonar em áreas de
repouso e de instrução atribuídas ao Corpo Expedicionário Português.
O
serviço postal desempenhado nas Estações Postais da 1ª.
Linha, baseado nas Instruções de Julho de 1917 e com as modificações
sucessivamente introduzidas nesse diploma, podem resumir-se no seguinte:
-
As correspondências ordinárias provenientes das unidades,
depois de sujeitas à censura regimental, eram entregues em mala fechada
na Estação Postal respectiva. Nesta, eram marcadas, dispostas em maços, por
unidades, para facilidade de censura na Base, e expedidas em malas
directas para a E.C.B.P. por intermédio da respectiva Estação Testa de
Etapas (E.T.E);
-
As correspondências registadas, originárias das unidades,
eram entregues nas Estações pelos estafetas das unidades, mediante
protocolo e seguiam para a E.C.B.P. em saco fechado, em harmonia com as disposições
gerais do serviço postal;
-
As correspondências ordinárias, destinadas às unidades,
incluídas nas
malas organizadas na respectiva E.T.E., vinham, da E.C.B.P., dispostas em
maços por unidades. Revistos esses maços e marcadas as correspondências,
eram incluídas nas malas próprias das unidades e entregues aos estafetas
respectivos;
-
As correspondências registadas, destinadas às unidades,
eram descritas em livros idênticos ao modelo 224 e entregues em mão aos estafetas das
unidades, mediante assinatura destes nos referidos livros;
-
As correspondências reexpedidas para a área da 1ª. Linha
eram enviadas às respectivas E.T.E., que lhes dava o destino devido; as reexpedidas para a
área da Base eram enviadas à E.C.B.P.
A execução do serviço de encomendas será tratada mais à frente.
Seria fastidioso enumerar as sucessivas modificações,
ampliações e reduções que sofreu a rede do Serviço Postal da 1ª. Linha, durante a campanha, bem
como o movimento seguido pelas diferentes Estações Postais. Houve Estações
que sofreram dezenas de deslocações e com estas se alterava a rede.
Como exemplo, refere-se o desenvolvimento e forma da rede, desde o seu
início até final da campanha, apontamos as principais alterações
que se deram:
-
10/02/1917 - Estabelece-se a estação do Q.G. do C.E.P.;
-
16/03/1917 - Abre a estação do Q.G. da 1ª. Divisão, ( então Q.G. da 1ª.
Brigada );
-
20/04/1917 - Abre a estação do Q.G. da 3ª. Brigada, ( então Q.G. do 4º.
Regimento );
-
24/04/1917 - Abre a estação do Q.G. da 1ª.
Brigada;
-
13/05/1917 - Abre a estação do Q.G. da 4ª.
Brigada;
-
17/05/1917 - Abre a estação testa de etapas da 2ª. Divisão, ( então
testa de etapas geral );
-
28/05/1917 - Abre a estação do Q.G. da 6ª.
Brigada;
-
29/05/1917 - Abre a estação regional da área de Thérouanne;
-
31/05/1917 - Abre a estação do Q.G. da 2ª.
Brigada;
-
16/06/1917 - Abre a estação testa de etapas da 1ª.
Divisão;
-
17/06/1917 - Abre a estação do 1º. Escalão do Q.G. do C.E.P.;
-
21/07/1917 - Abre a estação do Q.G. da 5ª.
Brigada.
Assim, desde
10 de Fevereiro de 1917 até 21 de Julho de 1917, a rede
desenvolve-se e mantém-se em pleno funcionamento desde 21 de Julho de 1917 até 9 de
Abril de 1918.
Em 9 de Abril de 1918, em virtude do combate desse dia e consequente
retirada, a rede sofre uma redução brusca, deixando de funcionar todas as
estações postais da 2ª.
Divisão:
-
Estação
Testa de Etapas da 2ª.
Divisão;
-
Estação do
Q.G. da 2ª.
Divisão;
-
Estação do
Q.G. da 4ª.
Brigada;
-
Estação do
Q.G. da 5ª.
Brigada;
-
Estação do
Q.G. da 6ª.
Brigada.
As restantes estações continuaram em funcionamento, embora em
área diferente.
Concentradas as tropas da 2ª. Divisão na retaguarda, desde logo se procedeu
à reorganização do respectivo S.P.C..
Assim, em 14 de Abril de 1918, restabelecia-se a Estação Postal do Q.G. da 2ª.
Divisão e competente Secretaria do S.P.C.; e, até 5 de Maio imediato, essa
estação proveu a todas as necessidades das tropas da 2ª.
Divisão. Em 6
de Maio de 1918, reabriram as estações:
-
E.T.E da
2ª. Divisão;
-
Q.G. da 4ª. B.I.;
-
Q.G. da 5ª. B.I.
Ficou assim
restabelecido o Serviço Postal da 2ª. Divisão em 23 dias, com
excepção da Estação Postal do Q.G. da 6ª. Brigada, cujas tropas não se
voltaram a
reorganizara.
Tendo sido determinada a supressão de várias unidades da 2ª. Divisão, foram
suprimidas sucessivamente as seguintes estações:
-
19/06/1918 - Q.G. da 5ª.
Brigada;
-
26/06/1918 - E.T.E. da
2ª. Divisão;
-
01/07/1918 - Q.G. da 2ª.
Divisão.
subsistindo, apenas, a Estação Postal do Q.G. da 4ª. Brigada, adstrita desde
23 de Julho de 1918 ao S.P.C. da 1ª. Divisão.
Em
30 de Outubro de 1918 foi extinto o Q.G. da 4ª. Brigada (então Brigada do
Minho ), continuando, porém, a respectiva Estação Postal a funcionar como
Estação Móvel, afim de servir as unidades da 1º. Divisão, que se tinham
deslocado para além das linhas estabelecidas em 9 de Abril de 1918, indo
fixar-se, em 25 de Outubro de 1918, em Le Maisnil-en-Vespres (Laventie),
e, em 10 de Novembro de 1918, com as Estações Postais da 1ª. Divisão, na região de Lille,
sendo encerrada, por desnecessária, em 15 de Novembro de 1918.
A
instâncias do Estado Maior e por motivo da reorganização da
2ª. Divisão, para cujo comando passaram unidades indivisionárias e não indivisionadas,
foi reconstituído, desde 1 de Janeiro de 1919, o S.P.C. da 2ª. Divisão,
abrindo ao serviço, naquela data, a respectiva Secretaria e a Estação Postal
do Q.G. da 2ª. Divisão.
Com a evacuação das forças do C.E.P para o Porto de Embarque e,
seguidamente, para Portugal, foram-se encerrando ao serviço as seguintes
estações:
-
21/02/1919 - Q.G. da 1ª.
Brigada;
-
19/03/1919 - Q.G. da 3ª.
Brigada;
-
25/03/1919 - E.T.E. da
1ª. Divisão;
-
31/03/1919 - Q.G. da 1ª.
Divisão;
-
31/03/1919 - Q.G. da 2ª.
Divisão;
-
30/04/1919 - Q.G. da 2ª.
Brigada.
O
Serviço Postal das Unidades, Formações e Serviços
Segundo
o disposto nas Instruções de Julho de 1917, a correspondência
ordinária a expedir pelas unidades, formações e serviços do C.E.P. era depositada pelos
expedidores em receptáculos especiais, encerrada, depois, em malas suíças ou
sacos e enviada às Estações Postais respectivas. Nenhuma disposição especial
havia para a expedição de correspondências registadas originárias das
unidades.
A correspondência ordinária destinada às unidades era fechada, pelas
Estações Postais, nas malas acima referidas e enviada a essas unidades pelas
ordenanças respectivas. A correspondência registada era entregue ao oficial
da unidade que deveria ir à ordem ao Q.G. respectivo, o qual
passaria recibo dos registos que lhe fossem confiados.
A
distribuição das correspondências pelos destinatários dentro
das unidades, devia ser feita sob a direcção do oficial de dia.
Ora este sistema não surtiu efeito. A correspondência a expedir não podia
ser depositada em caixas, por isso é que o Regulamento de Censura, ainda
não publicado na data da adopção das Instruções do Serviço Postal de Março
de 1917,
determinava que essas correspondências fossem entregues abertas e em mão ao
oficial encarregado da Censura Regimental que, por sua vez, as fazia
entregar na Estação Postal respectiva.
As correspondências registadas a expedir, sujeitas igualmente à censura
regimental, só pelos oficiais encarregados dessa censura poderiam ser
enviadas à Estação Postal e não pelo remetente, como é usual para o serviço
civil.
Por outro lado, a natureza da campanha não permitia, em geral, que qualquer
oficial fosse à ordem ao Q.G. respectivo, o que tornava de
nulo efeito a disposição relativa às correspondências registadas a
distribuir pelas unidades.
A distribuição das correspondências, dentro das unidades, embora houvesse a
determinação de se fazer sob a direcção do oficial de dia, era, em geral,
feita arbitrariamente, sendo inúmeros os casos de desaparecimento de
correspondências ordinárias, alguns os de subtracção de correspondências
registadas, notando-se, em grande maioria das unidades, completo
desconhecimento e nenhum interesse pelo cumprimento das disposições
regulamentares. Nestes termos, e como, pelas Instruções em vigor, as responsabilidades da
rede do S.P.C. e das unidades, não se encontravam bem definidas, foi
proposto novo regime para o Serviço Postal das Unidades, baseado nas
seguintes normas:
-
Criação de uma ordenança postal, por unidade,
responsável, perante a Estação, pelas malas e registos destinados às
unidades respectivas;
-
Criação de um Encarregado do Serviço Postal, por unidade,
destinado a dirigir o movimento das correspondências dentro dela;
-
Fixação de regras para a escrituração das
correspondências nas unidades e de normas para a sua reexpedição;
-
Escrituração dos registos, na unidade, por forma que,
passando de mão em mão até ao destinatário, por meio de recibos
sucessivos, em qualquer ocasião se pudesse saber até onde eles tinham
chegado, discriminando-se assim as responsabilidades.
Pela
adopção destas Instruções, constantes do Regulamento de Julho
de 1917, o serviço melhorou sensivelmente. Nem em todas as unidades foram
adoptados os procedimentos correctos de manuseamento e entrega de
correspondência, mas houve excelentes exemplos de compreensão nítida da
importância do serviço postal, sob todos os pontos de vista do S.P.C..
A
Fiscalização do Serviço Postal
As circunstâncias especiais em que se desempenhava o serviço
postal, com
deslocações diárias das unidades e muito frequentes das estações, que
implicavam a modificação da forma da rede do S.P.C., exigiam uma
fiscalização permanente, de modo a manter, quanto possível, a unidade de
métodos de trabalho e a reparação de irregularidades. Além disso, as
ordenanças e encarregados do serviço postal das unidades, não possuindo
instruções técnicas e não tendo, na maioria, cuidados especiais com o
serviço a seu cargo, exigiam uma vigilância contínua, mesmo para
discriminação entre as responsabilidades próprias e as do serviço interno do
S.P.C..
Foi pois, estabelecida a fiscalização do serviço, nas seguintes bases:
-
A fiscalização do serviço postal das unidades e formação
do C.E.P. era
feita, periodicamente,
pelo Chefe do Serviço respectivo ou por um seu delegado; e consistia no
exame de toda a escrituração e na averiguação sobre se eram observadas as
disposições regulamentares, bem como na instrução das ordenanças e
respectivos encarregados;
-
A inspecção das estações postais era feita uma vês por
semana, na 1ª linha, e uma vês por mês, na Base, pelos respectivos
Chefes de Serviço; e consistia na verificação de toda a escrituração, quer do serviço interno
quer das relações com as unidades;
-
A escrituração de todas as estações devia ser cuidadosamente examinada
na Secção de Refugos e Reclamações da Base Postal, a qual comunicaria ao
Chefe do S.P.C. do C.E.P. todas as irregularidades;
-
Os Chefes de Serviço da Base e das Divisões eram
fiscalizadas pelo Chefe do S.P.C. do C.E.P., que também tinha o direito de inspeccionar
qualquer estação;
-
O serviço do Chefe do S.P.C. do C.E.P. seria inspeccionado por quem o
Estado Maior do C.E.P. e a Administração Geral dos Correios e Telégrafos
determinassem;
-
De cada inspecção deveria fazer-se um relatório sucinto.
Eram estes
os preceitos, e não foram completamente postos em prática porque
os meios de transporte para o S.P.C. não abundaram, apesar de
insistentemente pedidos.
Os Meios
de Transporte do Serviço Postal
As viaturas para transporte de correspondências, de que o Exército Português
dispunha ao iniciar a sua intervenção na guerra, eram impróprias para uma
Campanha nas circunstâncias da de 1917-1918. Viaturas de duas rodas, de
pequena capacidade, pintadas de vermelho vivo, tiradas por duas parelhas e
encimadas pela bandeira distintiva do serviço postal, foram algumas enviadas
para França, mas, dada a sua incapacidade para o serviço, em breve foram
postas de parte:
Os meios de transporte utilizados durante a campanha foram:
-
caminho-de-ferro;
-
camiões;
-
viaturas
hipomóveis de 4 rodas (carros de esquadrão);
-
e, na falta
de qualquer desses meios, viaturas de 2 rodas (carros de companhia).
-
Devemos acentuar que o S.P.C. lutou a princípio com falta de transportes, de
muito valendo a cooperação do Serviço Postal Britânico, que pôs sempre à
nossa disposição todas as carreiras de condução de malas da sua extensa rede.
a) Rede Postal da
Base
-
Para
Portugal e para a Base de Desembarque ( Brest ), empregou-se sempre o
caminho de ferro da rede francesa, ( 1 expedição diária );
-
Para os
Depósitos de Material ( Calais ), utilizaram-se sempre os camiões e
vagões da rede militar britânica, ( duas expedições diárias );
-
Para a Base
de Embarque ( Cherbourg ), utilizaram-se, até 11 de de Agosto de 1918,
as malas da posta militar britânica e, em seguida, o caminho de ferro da
rêde francesa ( 1 expedição diária );
-
Para o
Quartel General da Base, empregaram-se os camiões britânicos, enquanto a
Base se manteve em Etaples; desde a sua mudança para Ambleteuse,
utilizaram-se os camiões do C.E.P.; ( duas expedições diárias
);
b)
Ligação entre a Base Postal e a rede do C.E.P. (Zona de repouso e 1ª.
Linha
);
-
Desde 10 de
Fevereiro de 1917 a 15 de Junho de 1917, o transporte entre a Base
Postal e a rede do C.E.P., foi feito exclusivamente pelos camiões e
vagões do exército britânico;
-
De 16 de
Junho de 1917 a 5 de Setembro de 1917, adoptou-se o sistema misto de
camiões de exército britânico e de vagões a cargo do C.E.P.;
-
De 6 de
Setembro a 9 de Abril de 1918, os transportes foram feitos
exclusivamente por camiões do C.E.P. ( Boulogne-Aire-S. Venant-La Gorgue
– 82 quilómetros em 6 horas – 1 carreira diária de ida e outra de volta
);
-
De 10 de
Abril de 1918 a 13 de Maio de 1918, manteve-se o mesmo sistema (
Boulogne-Samer-Desvres – 20 quilómetros em 2 horas – 1 carreira diária
de ida e outra de volta );
-
De 14 de
Maio de 1918 a 2 de Outubro 1918, manteve-se ainda o mesmo sistema(
Boulogne-Ambleteuse – 12 quilómetros em 1 hora – 2 carreiras diárias de
ida e 2 de volta );
-
De 10 de
Abril de 1918 a 18 de Outubro de 1918, as estações das Brigadas da 1ª.
Divisão que ficaram adstritas a Divisões Britânicas e mais tarde as
estações da E.T.E. e do Q.G. da 1ª. Divisão, foram alimentadas
exclusivamente pelos camiões e vagões do exército britânico; ( 1
carreira diária de ida e outra de volta );
-
De 19 de
Outubro de 1918 a 8 de Maio de 1919, os transportes voltaram a ser
feitos exclusivamente por camiões do C.E.P.
(Boulogne-Crecques-Guarbecque e Boulogne-Crecques-Guarbecque-Merville –
1 carreira diária de ida e outra de volta).
c)
Rede Postal do Corpo:
-
A estação
postal do Corpo foi, de 10 de Fevereiro a 27 de Maio de 1917, alimentada
por uma viatura hipomóvel ( Aire-Requetoire );
-
De 28 de
Maio de 1917 a 5 de Setembro de 1917 foi o transporte feito por camião
próprio ( Aire-Requetoire );
-
De 6 de
Setembro de 1917 a 13 de Maio de 1918 e de 19 de Outubro de 1918 a 8 de
Maio de 1919, em virtude da disposição da rede, a referida estação foi
alimentada pelo camião de ligação entre a Base Postal e a 1ª.
Linha.
d)
Rede Postal da 1ª. Linha
Enquanto se mantiveram na zona de concentração e de instrução, as Estações
das Divisões e das Brigadas fôram alimentadas por viaturas hipomóveis, a
princípio, sendo depois servidas por camions, que, partindo da Estação Testa
de Etapes ( Aire ), faziam a viagem circulatória por tôdas as estações da
área.
Desde que, porém, se deslocaram para a 1ª. linha, o serviço fez-se sempre
por êste último sistema, a partir de la Gorgue, havendo apenas uma
localidade – Laventie – para onde o transporte se fez sempre, directamente,
por viatura hipomóvel, visto que a sua siuação não permitia que participasse
da viagem circulatória de camion.
Tendo retirado tôdas as Estações em 9 de Abril de 1918 para a área de
Samer-Desvres e depois para a de Ambleteuse, persistiu-se no mesmo sistema,
que foi ainda adoptado até final da campanha, mesmo quando se deu um novo
avanço.
Não indicamos, por fastidioso, tôdas as modificações que se deram nas rêdes
divisionárias, modificações, aliás, que não alteraram profundamente a forma
geral, já indicada.
Os meios de transporte empregados e o modo como eram utilizados permitiam,
em condições normais, que as correspondências, expedidas de Lisboa num
determinado dia, pudessem ser entregues aos destinatários passados cinco
dias. Efectivamente:
-
De Lisboa a Boulogne, em caminho de ferro: 83 horas
-
Manipulação na
E.C.B.P.: 8 horas;
-
De Boulogne à E.T.E. mais afastada, em
camião: 8 horas;
-
Manipulação e demora na
E.T.E.: 8 horas;
-
Da E.T.E. a uma Estação de
Brigada: 2 horas:
-
Manipulação na Estação de
Brigada: 3 horas;
-
Da Estação de Brigada à
unidade: 1 hora;
-
Total de horas: 113 horas, ou
seja 4 dias e 17 horas aproximadamente.
Deslocação das Estações
As Estações Postais deslocavam-se com as unidades a que pertenciam.
Embora, até fins de Setembro de 1918, se não fizesse uma guerra de
movimento, o número de deslocações sofridas por cada Estação, da zona da
frente, foi o seguinte:
Serviço Postal |
Identificação |
|
S.P.C. 1 |
Testa d’Etapes da
1ª. Divisão |
5 |
S.P.C. 2 |
Testa d’Etapes da
2ª. Divisão |
6 |
S.P.C. 3 |
Q.G. da 3ª.
Brigada |
18 |
S.P.C. 4 |
Q.G. da 1ª.
Brigada |
12 |
S.P.C. 5 |
Q.G. da 1ª.
Divisão |
12 |
S.P.C. 6 |
Q.G. do C.E.P. |
5 |
S.P.C. 7 |
Ambleteuse |
0 |
S.P.C. 8 |
Boulogne-sur-mer
(ECBP) |
6 |
S.P.C. 9 |
Brest |
0 |
S.P.C. 10 |
Q.G. da 2ª.
Divisão |
9 |
S.P.C. 11 |
Q.G. da 4ª.
Brigada |
12 |
S.P.C. 12 |
Q.G. da 6ª.
Brigada |
8 |
S.P.C. 13 |
Q.G. da 2ª.
Brigada |
10 |
S.P.C. 14 |
Estação Regional |
6 |
S.P.C. 15 |
Q.G. da 5ª.
Brigada |
7 |
S.P.C. 16 |
Calais |
0 |
S.P.C. 21 |
Havre |
0 |
S.P.C. 22 |
Cherburgo |
0 |
Compreende-se, pelo que fica indicado, a dificuldade na execução do serviço,
principalmente nas Estações de Brigadas, onde, muitas vezes, o trabalho era
desempenhado debaixo de fogo, pode dizer-se, visto que algumas houve que
funcionaram a 500 metros da primeira linha.
No entanto, em virtude das instruções dadas aos respectivos Chefes e do
material, da máxima simplicidade e pequeno volume, que constituía as
Estações, as deslocações deram-se sempre com relativa facilidade, nunca se
tendo perdido qualquer artigo de mobília, utensílio ou objecto de
correspondência, a não ser na retirada violenta de 9 de Abril de 1918, onde
de resto, se perdeu material de muito maior importância, a cargo de outros
serviços do C.E.P..
Se algumas dificuldades houve, por vezes, nas deslocações, essas provieram
da falta de meios de transporte, pois que raras eram as Brigadas que se
preocupavam em destinar um veículo, ainda dos mais rudimentares ,pela
deslocação das respectivas Estações Postais.
Data |
SPC 6
QG CEP |
SPC 1
ETE1 |
SPC 5
QG 1D |
SPC 4
QG 1BI |
SPC 13
QG 2BI |
SPC 3
QG 3BI |
SPC 2
ETE2 |
SPC10
QG 2D |
SPC11
QG 4BI |
SPC15
QG 5BI |
SPC12
QG 6BI |
10/02/1917 |
|
|
Aire-sur-Lys |
|
|
|
|
|
|
|
|
28/02/1917 |
|
|
Aire-sur-Lys |
|
|
|
|
|
|
|
|
01/03/1917 |
Aire-sur-Lys |
|
Les Tourbières |
|
|
|
|
|
|
|
|
16/03/1917 |
Aire-sur-Lys |
|
Les Tourbières |
|
|
|
|
Paris Plage |
|
|
|
20/03/1917 |
Aire-sur-Lys |
|
Les Tourbières |
|
|
|
|
Paris Plage |
|
|
|
23/03/1917 |
Aire-sur-Lys |
|
Les Tourbières |
|
|
|
|
Paris Plage |
|
|
|
27/03/1917 |
Aire-sur-Lys |
|
Les Tourbières |
|
|
|
|
Paris Plage |
|
|
|
28/03/1917 |
Roquetoire |
|
Les Tourbières |
|
|
|
|
Paris Plage |
|
|
|
20/04/1917 |
Roquetoire |
|
Les Tourbières |
|
|
Ouve-Virquin |
|
Paris Plage |
|
|
|
24/04/1917 |
Roquetoire |
|
Thérouanne |
Les Tourbières |
|
Ouve-Virquin |
|
Paris Plage |
|
|
|
13/05/1917 |
Roquetoire |
|
Thérouanne |
Les Tourbières |
|
Ouve-Virquin |
|
Paris Plage |
Bléquin |
|
|
15/05/1917 |
Roquetoire |
|
Thérouanne |
Les Tourbières |
|
Ouve-Virquin |
|
Paris Plage |
Bléquin |
|
|
17/05/1917 |
Roquetoire |
|
Thérouanne |
Les Tourbières |
|
Ouve-Virquin |
Lumbres |
Roquetoire |
Bléquin |
|
|
23/05/1917 |
Roquetoire |
|
Thérouanne |
Le Touret |
|
Enquin le Mines |
Lumbres |
Roquetoire |
Bléquin |
|
Ouve-Virquin |
28/05/1917 |
Roquetoire |
|
Lestrem |
Le Touret |
|
Enquin le Mines |
Lumbres |
Roquetoire |
Bléquin |
|
Ouve-Virquin |
29/05/1917 |
Roquetoire |
Thérouanne |
Lestrem |
Le Touret |
|
Enquin le Mines |
Lumbres |
Roquetoire |
Bléquin |
|
Ouve-Virquin |
31/05/1917 |
Roquetoire |
Thérouanne |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Enquin le Mines |
Lumbres |
Roquetoire |
Bléquin |
|
Ouve-Virquin |
04/06/1917 |
Roquetoire |
Thérouanne |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Enquin le Mines |
Lumbres |
Roquetoire |
Bléquin |
|
Ouve-Virquin |
05/06/1917 |
Roquetoire |
Thérouanne |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Enquin le Mines |
Lumbres |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
|
Ouve-Virquin |
06/06/1917 |
Roquetoire |
Thérouanne |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Levantie |
Lumbres |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
|
Ouve-Virquin |
11/06/1917 |
Roquetoire |
Thérouanne |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Levantie |
Lumbres |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
|
Ouve-Virquin |
12/06/1917 |
Roquetoire |
Thérouanne |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Erquinghem |
Lumbres |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
|
Ouve-Virquin |
16/06/1917 |
Roquetoire |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Erquinghem |
Lumbres |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
|
Ouve-Virquin |
03/07/1917 |
Roquetoire |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Erquinghem |
Lumbres |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
|
Ouve-Virquin |
04/07/1917 |
Roquetoire |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Sailly-sur-Lys |
Lumbres |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
|
Ouve-Virquin |
07/07/1917 |
Roquetoire |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Sailly-sur-Lys |
Lumbres |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
|
Ouve-Virquin |
08/07/1917 |
Roquetoire |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Levantie |
Lumbres |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
|
Ouve-Virquin |
11/07/1917 |
Roquetoire |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Sailly-sur-Lys |
Lumbres |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
|
Ouve-Virquin |
12/07/1917 |
Roquetoire |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Sailly-sur-Lys |
Aire-sur-Lys |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
|
Ouve-Virquin |
17/07/1917 |
Roquetoire |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Sailly-sur-Lys |
Aire-sur-Lys |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
|
Ouve-Virquin |
18/07/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Sailly-sur-Lys |
Aire-sur-Lys |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
|
Ouve-Virquin |
21/07/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Sailly-sur-Lys |
Aire-sur-Lys |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
Ecques |
Ouve-Virquin |
26/07/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Sailly-sur-Lys |
Aire-sur-Lys |
Roquetoire |
Enquin-les-Mines |
Ecques |
Ouve-Virquin |
27/07/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Sailly-sur-Lys |
Aire-sur-Lys |
Roquetoire |
Vielle Chapelle |
Ecques |
Ouve-Virquin |
01/08/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Sailly-sur-Lys |
Aire-sur-Lys |
Roquetoire |
Vielle Chapelle |
Ecques |
Enquin-les-Mines |
08/08/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Levantie |
Aire-sur-Lys |
Roquetoire |
Vielle Chapelle |
Ecques |
Enquin-les-Mines |
06/09/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Levantie |
Aire-sur-Lys |
Roquetoire |
Vielle Chapelle |
Ecques |
Enquin-les-Mines |
11/09/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Levantie |
Aire-sur-Lys |
Roquetoire |
Vielle Chapelle |
Ecques |
Enquin-les-Mines |
12/09/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Levantie |
Aire-sur-Lys |
Roquetoire |
Vielle Chapelle |
Ecques |
La Gorgue |
15/09/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Levantie |
Aire-sur-Lys |
Roquetoire |
Vielle Chapelle |
Les Tourbières |
La Gorgue |
18/09/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Levantie |
Aire-sur-Lys |
Roquetoire |
Vielle Chapelle |
Les Tourbières |
La Gorgue |
19/09/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Huit Maisons |
Levantie |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Vielle Chapelle |
Les Tourbières |
La Gorgue |
24/09/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Ham |
Huit Maisons |
Levantie |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Vielle Chapelle |
Les Tourbières |
La Gorgue |
25/09/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Ham |
Huit Maisons |
Levantie |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Le Touret |
Les Tourbières |
La Gorgue |
26/09/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Ham |
Huit Maisons |
Levantie |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Le Touret |
Vielle Chapelle |
La Gorgue |
06/10/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Ham |
Huit Maisons |
Levantie |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Le Touret |
Vielle Chapelle |
Levantie |
09/11/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Ham |
Ham |
Levantie |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Le Touret |
Vielle Chapelle |
Levantie |
10/11/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Huit Maisons |
Ham |
Levantie |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Le Touret |
Vielle Chapelle |
Levantie |
19/11/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Huit Maisons |
Ham |
Levantie |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Le Touret |
Vielle Chapelle |
Levantie |
26/11/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Huit Maisons |
Ham |
Jombe Villot |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Le Touret |
Vielle Chapelle |
Levantie |
11/12/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Huit Maisons |
Ham |
Jombe Villot |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Le Touret |
Fleurbaix |
Levantie |
18/12/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Huit Maisons |
Ham |
Jombe Villot |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Le Touret |
Fleurbaix |
Levantie |
19/12/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Huit Maisons |
Paradis |
Vielle Chappelle |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Le Touret |
Fleurbaix |
Levantie |
20/12/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Huit Maisons |
Paradis |
Vielle Chappelle |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Le Touret |
Chapigny |
Levantie |
30/12/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Huit Maisons |
Paradis |
Vielle Chappelle |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Le Touret |
Chapigny |
Levantie |
31/12/1917 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Huit Maisons |
Le Touret |
Vielle Chappelle |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Paradis |
Chapigny |
Levantie |
07/01/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Huit Maisons |
Le Touret |
Vielle Chapelle |
Aire-sur-Lys |
La Gorgue |
Paradis |
Chapigny |
Levantie |
08/01/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Huit Maisons |
Le Touret |
Vielle Chapelle |
La Gorgue |
La Gorgue |
Paradis |
Chapigny |
Levantie |
13/01/1918 |
St. Venant |
LA Gorgue |
Lestrem |
Vielle Chapelle |
Le Touret |
Huit Maisons |
La Gorgue |
La Gorgue |
Paradis |
Chapigny |
Levantie |
18/01/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Vielle Chapelle |
Le Touret |
Huit Maisons |
La Gorgue |
La Gorgue |
Paradis |
Chapigny |
Levantie |
07/02/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Vielle Chapelle |
Le Touret |
Huit Maisons |
La Gorgue |
La Gorgue |
Levantie |
Chapigny |
Levantie |
08/02/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Vielle Chapolle |
Le Touret |
Huit Maisons |
La Gorgue |
La Gorgue |
Levantie |
Chapigny |
Belle Croix |
01/03/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Vielle Chapolle |
Le Touret |
Huit Maisons |
La Gorgue |
La Gorgue |
Levantie |
Chapigny |
Belle Croix |
02/03/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Vielle Chapolle |
Le Touret |
Huit Maisons |
La Gorgue |
La Gorgue |
Levantie |
Chapigny |
La Gorgue |
03/03/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Vielle Chapelle |
Huit Maisons |
La Gorgue |
La Gorgue |
Levantie |
Chapigny |
La Gorgue |
05/03/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Vielle Chapelle |
Huit Maisons |
La Gorgue |
La Gorgue |
Levantie |
Chapigny |
Chapigny |
08/03/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Vielle Chapelle |
Huit Maisons |
La Gorgue |
La Gorgue |
Levantie |
La Gorgue |
Chapigny |
19/03/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Vielle Chapelle |
Huit Maisons |
La Gorgue |
Paradis |
Levantie |
La Gorgue |
Chapigny |
22/03/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Croix Marmuse |
Huit Maisons |
La Gorgue |
Paradis |
Levantie |
La Gorgue |
Chapigny |
23/03/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Croix Marmuse |
Huit Maisons |
La Gorgue |
Paradis |
Levantie |
La Gorgue |
Chapigny |
27/03/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Lestrem |
Le Touret |
Croix Marmuse |
Huit Maisons |
La Gorgue |
Lestrem |
Levantie |
Le Gorgue |
Chapigny |
28/03/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Paradis |
Le Touret |
Croix Marmuse |
Huit Maisons |
La Gorgue |
Lestrem |
Levantie |
Le Gorgue |
Chapigny |
05/04/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Paradis |
Berguette |
Croix Marmuse |
La Gorgue |
La Gorgue |
Lestrem |
Levantie |
Le Gorgue |
Huit Maisons |
06/04/1918 |
St. Venant |
La Gorgue |
Paradis |
Berguette |
Croix Marmuse |
La Gorgue |
La Gorgue |
Lestrem |
Levantie |
La Touret |
Huit Maisons |
07/04/1918 |
St. Venant |
Thiennes |
Thiennes |
Berguette |
Croix Marmuse |
La Gorgue |
La Gorgue |
Lestrem |
Levantie |
La Touret |
Huit Maisons |
08/04/1918 |
St. Venant |
Thiennes |
Thiennes |
Berguette |
Croix Marmuse |
La Gorgue |
Lestrem |
Lestrem |
Levantie |
La Touret |
Huit Maisons |
09/04/1918 |
St. Venant |
Desvres |
Desvres |
Questrecques |
Croix Marmuse |
La Gorgue |
Lestrem |
Lestrem |
Levantie |
La Touret |
Huit Maisons |
10/04/1918 |
Samer |
Desvres |
Desvres |
Questrecques |
Croix Marmuse |
La Gorgue |
Dispersa em combate |
Dispersa em combate |
Dispersa em combate |
Dispersa em combate |
Dispersa em combate |
11/04/1918 |
Samer |
Desvres |
Desvres |
Questrecques |
Courset |
Enquin-sur-Baillon |
Encerrada |
Encerrada |
Encerrada |
Encerrada |
Encerrada |
12/04/1918 |
Samer |
Desvres |
Desvres |
Questrecques |
Courset |
Enquin-sur-Baillon |
Encerrada |
Encerrada |
Encerrada |
Encerrada |
Encerrada |
13/04/1918 |
Samer |
Desvres |
Desvres |
La Lacque |
Courset |
Enquin-sur-Baillon |
Encerrada |
Encerrada |
Encerrada |
Encerrada |
Encerrada |
14/04/1918 |
Samer |
Desvres |
Desvres |
La Lacque |
Courset |
Enquin-sur-Baillon |
Encerrada |
Reagrupa em Longvillers |
Encerrada |
Encerrada |
Encerrada |
18/04/1918 |
Samer |
Desvres |
Desvres |
La Lacque |
Ecquedeques |
Enquin-sur-Baillon |
Encerrada |
Longvillers |
Encerrada |
Encerrada |
Encerrada |
21/04/1918 |
Samer |
Desvres |
Desvres |
La Lacque |
Ecquedeques |
Enquin-sur-Baillon |
Encerrada |
Longvillers |
Encerrada |
Encerrada |
Encerrada |
22/04/1918 |
Samer |
Desvres |
Desvres |
La Lacque |
Ecquedeques |
Enquin-sur-Baillon |
Encerrada |
Frencq |
Encerrada |
Encerrada |
Encerrada |
03/05/1918 |
Samer |
Desvres |
Desvres |
La Lacque |
Ecquedeques |
Courset |
Encerrada |
Frencq |
Encerrada |
Encerrada |
Encerrada |
05/05/1918 |
Samer |
Desvres |
Desvres |
La Lacque |
Ecquedeques |
Courset |
Encerrada |
Frencq |
Reagrupa em Le Turne |
Encerrada |
Encerrada |
06/05/1918 |
Samer |
Desvres |
Desvres |
La Lacque |
Ecquedeques |
Courset |
Reagrupa em Samer |
Frencq |
Le Turne |
Encerrada |
Encerrada |
08/05/1918 |
Samer |
Desvres |
Desvres |
Isbergues |
Ecquedeques |
Courset |
Samer |
Frencq |
Le Turne |
Encerrada |
Encerrada |
12/05/1918 |
Samer |
(Suspenso) |
Desvres |
Isbergues |
Ecquedeques |
Courset |
Samer |
Frencq |
Le Turne |
Encerrada |
Encerrada |
13/05/1918 |
Samer |
(Suspenso) |
Desvres |
Isbergues |
Ecquedeques |
Ecquedeques |
Samer |
Samer |
Cormont |
Encerrada |
Encerrada |
14/05/1918 |
Ambleteuse |
(Suspenso) |
Samer |
Isbergues |
Ecquedeques |
Ecquedeques |
Samer |
Samer |
Cormont |
Encerrada |
Encerrada |
16/05/1918 |
Ambleteuse |
(Suspenso) |
Ambleteuse |
Isbergues |
Ecquedeques |
Ecquedeques |
Samer |
Samer |
Cormont |
Encerrada |
Encerrada |
17/05/1918 |
Ambleteuse |
(Suspenso) |
Ambleteuse |
Isbergues |
Ecquedeques |
Ecquedeques |
Samer |
Ambleteuse |
Cormont |
Encerrada |
Encerrada |
20/05/1918 |
Ambleteuse |
(Suspenso) |
Ambleteuse |
Isbergues |
Ecquedeques |
Hurionville |
Samer |
Ambleteuse |
Cormont |
Encerrada |
Encerrada |
21/05/1918 |
Ambleteuse |
(Suspenso) |
Ambleteuse |
Isbergues |
Ecquedeques |
Hurionville |
Samer |
Ambleteuse |
Ambleteuse |
Encerrada |
Encerrada |
28/05/1918 |
Ambleteuse |
(Suspenso) |
Ambleteuse |
Isbergues |
Ecquedeques |
Hurionville |
Ambleteuse |
Ambleteuse |
Ambleteuse |
Encerrada |
Encerrada |
18/05/1918 |
Ambleteuse |
(Suspenso) |
Ambleteuse |
Isbergues |
Ecquedeques |
Hurionville |
Ambleteuse |
Ambleteuse |
Ambleteuse |
Encerrada |
Encerrada |
19/06/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Thérouanne |
Isbergues |
Ecquedeques |
Hurionville |
Ambleteuse |
Ambleteuse |
Ambleteuse |
Encerrada |
Encerrada |
25/06/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Thérouanne |
Isbergues |
Ecquedeques |
Herbelles |
Ambleteuse |
Ambleteuse |
Ambleteuse |
Encerrada |
Encerrada |
26/06/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Thérouanne |
Isbergues |
Ecquedeques |
Herbelles |
Suspenso em
Ambleteuse |
Ambleteuse |
Ambleteuse |
Encerrada |
Encerrada |
28/06/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Dellettes |
Isbergues |
Ecquedeques |
Herbelles |
Encerrada |
Ambleteuse |
Ambleteuse |
Encerrada |
Encerrada |
28/06/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Dellettes |
Isbergues |
Ecquedeques |
Herbelles |
Encerrada |
Suspenso em
Ambleteuse |
Ambleteuse |
Encerrada |
Encerrada |
30/06/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Dellettes |
Isbergues |
Ecquedeques |
Herbelles |
Encerrada |
Encerrada |
Ambleteuse |
Encerrada |
Encerrada |
18/07/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Dellettes |
Isbergues |
Ecquedeques |
Les Ciseaux |
Encerrada |
Encerrada |
Ambleteuse |
Encerrada |
Encerrada |
21/07/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Dellettes |
Isbergues |
Ecquedeques |
Les Ciseaux |
Encerrada |
Encerrada |
Herbelles |
Encerrada |
Encerrada |
22/07/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Dellettes |
Isbergues |
Ecquedeques |
Les Ciseaux |
Encerrada |
Encerrada |
Herbelles |
Encerrada |
Encerrada |
23/07/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Mametz |
Isbergues |
Ecquedeques |
Les Ciseaux |
Encerrada |
Encerrada |
Herbelles |
Encerrada |
Encerrada |
30/07/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Mametz |
Isbergues |
Ecquedeques |
Les Ciseaux |
Encerrada |
Encerrada |
Inghem |
Encerrada |
Encerrada |
12/08/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Mametz |
Isbergues |
Ecquedeques |
Les Ciseaux |
Encerrada |
Encerrada |
Inghem |
Encerrada |
Encerrada |
17/08/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Mametz |
Ecquedeques |
Ecquedeques |
La Lacque |
Encerrada |
Encerrada |
Inghem |
Encerrada |
Encerrada |
18/08/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Mametz |
Ecquedeques |
Ecquedeques |
La Lacque |
Encerrada |
Encerrada |
Inghem |
Encerrada |
Encerrada |
23/08/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Mametz |
Guarbecque |
Ecquedeques |
La Lacque |
Encerrada |
Encerrada |
Le Forêt |
Encerrada |
Encerrada |
25/08/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Mametz |
Guarbecque |
Chocques |
La Lacque |
Encerrada |
Encerrada |
Le Forêt |
Encerrada |
Encerrada |
09/09/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Mametz |
Guarbecque |
Chocques |
La Lacque |
Encerrada |
Encerrada |
Le Forêt |
Encerrada |
Encerrada |
10/09/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Mametz |
Guarbecque |
Béthune |
Chocques |
Encerrada |
Encerrada |
Le Forêt |
Encerrada |
Encerrada |
18/09/1918 |
Ambleteuse |
Aire-sur-Lys |
Mametz |
Guarbecque |
Béthune |
Chocques |
Encerrada |
Encerrada |
F.de Nieppe |
Encerrada |
Encerrada |
Fonte: Relatório do Capitão Humberto
Serrão - Espólio pessoal (FPC)
O Quadro de Pessoal do SPC
Todo o pessoal
técnico foi, nos termos da lei, fornecido pela Administração Geral dos
Correios e Telégrafos:
-
Os
primeiros-oficiais, equiparados a capitães, para dirigirem o S.P.C. do
C.E.P. e o S.P.C. da 2.ª linha, este subordinado àquele;
-
Os
segundos-oficiais, equiparados a tenentes, para dirigirem o S.P.C. das
Divisões, a E.C.B.P. e as estações mais importantes e para servirem de
adjuntos aos dois primeiros-oficiais;
-
Os
terceiros-oficiais, e aspirantes, equiparados a alferes, para chefiarem
as restantes estações e para adjuntos de estações importantes,
principalmente da E.C.B.P.
Sob o ponto de
vista técnico, eram todos subordinados ao Chefe do S.P.C. do C.E.P., Capitão
Humberto Serrão, e portanto, à administração Geral dos Correios e
Telégrafos; na disciplina militar, cada um estava subordinado ao comandante
da formação de que fazia parte o organismo postal onde prestava serviço.
Além do pessoal
técnico, havia pessoal auxiliar: sargentos, cabos e soldados, que deveriam
ter sido escolhidos entre o pessoal menor dos correios e telégrafos que
tinham sido mobilizado para o CEP, mas que realmente foram recrutados entre
os sargentos, cabos e praças dados por incapazes para o serviço nas
trincheiras já em França.
Com autorização do
Subchefe do Estado-maior do C.E.P., foi estabelecido a rendição (roulement)
do pessoal técnico entre as várias estações e serviços, depois de ter
classificado os lugares segundo o maior ou menor perigo que oferecia o seu
desempenho. Foi o primeiro serviço do C.E.P. onde se estabeleceu esta
rendição.
Quadro III - Pessoal técnico do SPC
Postos – Nomes |
Categoria Civil 1917-1918 |
Observações |
Capitães |
|
|
Humberto Júlio da Cunha Serrão |
1º Oficial |
Mobilizado |
António José Antunes |
// |
Voluntário |
Tenentes |
|
|
Moisés Moreira Feijão |
2º Oficial |
Voluntário, Promovido a 1º Oficial e a Capitão |
Aníbal Lameiras Fernandes |
// |
Voluntário |
Balduino Gameiro da Mata |
// |
// |
João Sanches Barjona de Freitas |
// |
Mobilizado |
José António Cidrais |
// |
Voluntário |
José Dias Ferreira |
// |
Mobilizado |
José Mestre Ramos Júnior |
// |
Mobilizado |
Alferes |
|
|
Francisco António dos Santos |
3º Oficial |
Voluntário, Promovido a 2º Oficial e a Tenente |
Adolfo Mengo Sardinha |
// |
Voluntário |
Aires do Canto e Albuquerque |
// |
// |
Artur João Pires Ferreira |
// |
// |
Filinto Martins Torres |
// |
// |
Henrique Ernesto |
// |
// |
João Augusto Fachada |
// |
// |
João Pedro Augusto Soares |
// |
// |
Joaquim Dias de Sousa |
// |
// |
José de Oliveira Santos |
// |
// |
Leonardo José Pestana |
// |
// |
Luís Maria Botelho Lobo |
// |
// |
Manuel de Alegria Vidal |
// |
// |
Manuel da Silva Mesquita |
// |
// |
Pedro Gomes da Silva |
// |
// |
Alfredo Hermínio de Souza |
Aspirante |
// |
Amadeu das Neves Mourão |
// |
// |
Amadeu Tavares Pinto |
// |
// |
Aníbal dos Santos |
// |
// |
António Duarte |
// |
// |
Artur Fernandes de Carvalho |
// |
// |
Augusto Carlos da Silva Casanova |
// |
// |
Carlos Alberto Freire |
// |
// |
Carlos Fernando Alves Catarino |
// |
// |
Carlos Henrique da Silva Melo |
// |
// |
Eduardo Augusto de Campos |
// |
// |
Eugénio Júlio Baptista |
// |
// |
João Augusto dos Santos |
// |
// |
João Luís Maria da Silva |
// |
// |
Joaquim de Oliveira Costa |
// |
// |
José Duarte Belo |
// |
// |
José Maria Rodrigues |
// |
// |
José Maria da Silva Bastos |
// |
// |
José Vital da Nazaré Simões |
// |
// |
Júlio Rodrigues da Costa |
// |
// |
Manuel Lopes |
// |
// |
Manuel Tavares Grelo |
// |
// |
Mário de Souza |
// |
// |
Rodolfo Augusto Le Retord |
// |
// |
A acção do
S.P.C., durante o dia 9 de Abril e seguintes, foi passiva, como era natural.
Perdeu-se material e malas com correspondência e encomendas, que as
circunstâncias não permitiram que se salvassem, apesar dos esforços
empregados pelo respectivo pessoal. Mas o pessoal cumpriu o seu dever, não
tendo sido registado qualquer acto de negligência, antes alguns de energia e
de sangue frio. As perdas limitaram-se a um alferes e duas praças, que
ficaram prisioneiros.
O Capitão
Humberto Serrão comandou o S.P.C. desde 29 de Dezembro de 1916 até 11 de
Outubro de 1918, a um mês do armistício, por ter sido promovido a Chefe de
Divisão dos Telégrafos e Telefones , lugar que veio a ocupar em Lisboa.
Passou a assumir o comando do S.P.C. desde 12 de Outubro de 1918 até à completa
liquidação em 1919, o Capitão Moisés Moreira Feijão, anterior adjunto do
Capitão Humberto Serrão. O S.P.C. foi reduzindo gradualmente o pessoal até à
completa extinção, acompanhando o C.E.P. até aos últimos momentos. A relação
das últimas Estações a fecharem em 1919 foram descriminadas anteriormente.
Quando o C.E.P. se encontrava em
pleno funcionamento o S.P.C. apresentava o seguinte quadro:
-
2
primeiros oficiais, equiparados a capitães;
-
5
segundos oficiais, equiparados a tenentes;
-
35
terceiros oficiais ou aspirantes, equiparados a alferes.
Durante a campanha
prestaram serviço no C.E.P. um total de 52 oficiais:
-
4 funcionários
equiparados a capitães;
-
9 funcionários
equiparados a tenentes;
-
39 funcionários
equiparados a alferes.
Com estes
funcionários deu-se o seguinte movimento:
-
Repatriados, por terem tido baixa, por doença:
Equiparados a capitães 1, Equiparados a tenentes 4 e Equiparados a
alferes 9;
-
Repatriados, por terem sido promovidos no quadro telégrafo-postal e não
haver correspondência de posto no C.E.P.: Equiparados a capitães 1;
-
Repatriados, por terem sido promovidos no quadro telégrafo-postal e
excederem
efectivo: Equiparados a tenentes 1;
-
Por terem sido feitos prisioneiros: Equiparados a alferes
1;
-
Promovidos no quadro telégrafo-postal, continuando a prestar serviço no
C.E.P., nos
novos postos de equiparação: Equiparados a capitães 2 e Equiparados a
tenentes 2.
Quanto à selecção dos funcionários da Administração Geral dos Correios e Telégrafos,
verificou-se que a escolha não obedeceu a um critério da
competência, porquanto alguns funcionários houve que nunca tinham
desempenhado serviço postal, sendo necessário instruí-los em campanha,
quando já deviam ter o desenvolvimento bastante.
Recrutados sem instrução militar prévia, tendo-lhes sido decretado um
fardamento, cujos distintivos dos postos eram colocados por forma que
facilmente poderiam ser confundidos com oficiais inferiores, procedimento
discordante do adoptado nos exércitos aliados, onde os oficiais do serviço
postal usavam distintivos idênticos aos do efectivo, a sua acção
disciplinar viu-se, por vezes, comprometida por esse facto. Os funcionários
que foram obrigados, por lei, a desempenhar uma comissão junto do C.E.P.,
não receberam instrução militar antes de serem integrados co C.E.P., o que
se demonstrava necessário já que os funcionários da Administração Geral dos
Correios e Telégrafos tinham sido isentos da prestação de qualquer serviço
no exército.
O Capitão Humberto
Serrão, nas suas memórias refere que existia um mal estar entre os oficiais
do activo, milicianos e equiparados e que no caso dos equiparados existia a
intenção de lhes fazer notar que eram intrusos na classe militar. Esta
situação acarretou
dificuldades para os funcionários integrados no S.P.C. e
obrigou-os a manter uma linha de conduta mais difícil, quanto não tinha a
colaboração de outros oficiais. No entanto foi reconhecido e patenteado que, da parte das autoridades
militares dirigentes do C.E.P., houve para com o S.P.C. uma forma de
proceder digna e correcta, sendo para notar a gentileza com que foram
tratados os oficiais do S.P.C. .
Quanto ao pessoal auxiliar do Serviço
Postal de Campanha, este não foi recrutado da
Administração Geral dos Correios e Telégrafos. Não houve a
requisição de carteiros e distribuidores para auxiliares do
pessoal técnico do S.P.C.., o que se verificou um erro na prática, tendo o
serviço de recorrer às praças das unidades do C.E.P., para esse
efeito. Mas, no recrutamento, surgiram dificuldades.
Em primeiro lugar, se em algumas unidades era pequena a percentagem de
analfabetos, Brigadas houve, na 5ª. B.I., por exemplo, em que dificilmente
se conseguiram encontrar 3 praças para auxiliares da respectiva Estação Postal,
sabendo ler e escrever correctamente.
Fornecidas essas praças, foi necessário instrui-las, pois embora pareça
simples, a manipulação de correspondências, exige aprendizagem demorada.
Outro problema verificou-se quando após a instrução dessas praças, estas
eram mandadas recolher
às unidades por existir falta de efectivos.
Pessoal auxiliar necessário ao funcionamento do S.P.C. consta dos quadros
anexos ao Regulamento de 1918, sendo o número
de praças indicadas no quadro respectivo precisamente o que prestou serviço
no S.P.C., em seu pleno funcionamento.
Quadro IV - Pessoal afecto aos S.P.C.
(1918)
S.P.C. |
Formação |
Zona |
Oficiais |
Praças |
Secretaria |
Q.G.C. |
Média |
3 |
10 |
S.P.C. 1 |
E.T.E.-1 |
Frente |
1 |
8 |
S.P.C. 2 |
E.T.E.-2 |
Frente |
1 |
3 |
S.P.C. 3 |
3ª B.I. |
Frente |
1 |
10 |
S.P.C. 4 |
1ª B.I. |
Frente |
1 |
7 |
S.P.C. 5 |
Q.G.1 |
Frente |
2 |
13 |
S.P.C. 6 |
Q.G.C. |
Médio |
2 |
16 |
S.P.C. 7 |
Q.G.B. |
Base |
2 |
13 |
S.P.C. 8 |
E.C.B.P. |
Base |
18 |
42 |
S.P.C. 9 |
P.D. |
Base |
1 |
3 |
S.P.C. 10 |
Q.G.2 |
Frente |
2 |
11 |
S.P.C. 11 |
4ª B.I. |
Frente |
1 |
6 |
S.P.C. 12 |
6ª B.I. |
Frente |
1 |
7 |
S.P.C. 13 |
2ª B.I. |
Frente |
1 |
8 |
S.P.C. 14 |
Estacionário |
Médio |
1 |
7 |
S.P.C. 15 |
5ª B.I. |
Frente |
1 |
2 |
S.P.C. 16 |
D.M.B. |
Base |
1 |
7 |
S.P.C. 20 |
Q.G.C.- 1ºE |
Médio |
1 |
1 |
S.P.C. 21 |
D.B. |
Base |
1 |
1 |
S.P.C. 22 |
P.E. |
Base |
1 |
1 |
O Material utilizado no S.P.C.
A
maior parte do material técnico utilizado no S.P.C. do C.E.P. foi
fornecido pela Administração Geral dos Correios e Telégrafos, e pago pelo
Ministério da Guerra.
Nada se oferece dizer, em especial, sobre esse material, por
terem sido dos tipos
usuais: malas de lista para as relações com Portugal, malas suíças para as
relações internas do C.E.P. e para as unidades, sacos para a correspondência
registada e encomendas, tábuas e malas estofadas para marcação, etc., dos
modelos adoptados pela Administração Geral.
As marcas de dia diferiam das adoptadas em Portugal: em lugar de conterem
rodas de tipos, eram do sistema de componedor, vulgarmente em uso na França
e na Inglaterra.
Os modelos de cacifos adoptados na E.C.B.P. nenhuma particularidade
ofereciam e o material usado nas Estações de campanha, sujeitas a deslocações rápidas e
contínuas, é que obedeceu a normas especiais.
Cada Estação de Brigada – tipo das estações móveis – dispunha de:
-
1 mesa para
escrituração, de 1,50m + 1 m, cujos pés, com dobradiças, se podiam
fechar;
-
1 mesa para
manipulação, de 2m + 1,20m., sobre dois cavaletes;
-
2 sistemas
de cacifos, composto de 2 séries horizontais de 5 cacifos, em madeira.
Este sistema foi mais tarde substituído, com vantagem, por o de cacifos
de lona, de muito menor volume, quando fechados, e, portanto, de
transporte mais fácil;
-
1 cofre
arquivo, do tipo de cofre para companhia ou esquadrão;
-
3 bancos de tesoura.
Como se verifica
o material de uma Estação postal podia ser transportado, com
facilidade, num carro de companhia, onde ainda tinham lugar o Chefe da Estação e as praças
auxiliares.
A própria Secretaria do S.P.C. não dispunha de mais que: 4 mesas para
escrituração, 4 bancos-tesoura, dois cofres arquivos e duas séries de
cacifos. Por esse motivo, deslocava-se também com a maior facilidade.
Estatísticas de Funcionamento do Serviço Postal de Campanha
Com a elaboração dos mapas
estatísticos do Capitão Humberto Serrão, é possível dar uma ideia nítida da importância que assumiu o Serviço Postal
de Campanha.
Assim,
do quadro mostra o movimento de
malas havido nas Estações do S.P.C., durante a campanha, tiram-se as
seguintes conclusões:
-
O
número total de malas recebidas e expedidas pelas Estações foi
de 98.543, o que corresponde a uma média de 113 malas diárias. Notando-se,
porém, que as malas trocadas entre as Estações eram manipuladas na expedição
e na recepção, o número total de malas manipuladas sobe a 135.043,
elevando-se a média diária a 155 malas;
-
O número médio de malas
manipuladas diariamente em cada Estação de Brigada, de
Divisão, do Corpo e fixas, e em 20 malas diárias o
movimento das Estações Testa de Etapas, o movimento da E.C.B.P. pode
ser avaliado em 88 malas diárias.
É necessário considerar que estas médias são tiradas como se as Estações
do S.P.C. tivessem todas o mesmo tempo de Serviço, o que não se deu. Se atender-mos, pois, a
este facto e à
circunstância, de os efectivos do C.E.P. terem atingido o máximo das suas
forças num período que se pode considerar de Outubro de 1917 a Março de
1918, concluiremos que as médias indicadas triplicaram durante este período,
e assim se explica que o movimento de malas na E.C.B.P. fosse, no mês de
Dezembro de 1917 o mais intensivo de toda a campanha, num total de
7.500 malas;
-
Nas relações com as redes estranhas, fora o movimento havido
entre a E.C.B.P. e as estações de Lisboa e Porto, pode-se considerar a mais
importante a permuta de malas com a Posta Militar Britânica, num total de
19.049. Este facto é devido a terem estado, durante quàase toda a campanha,
em serviço junto do Exército Britânico, destacadas do C.E.P., muitas
unidades portuguesas. Dessas malas, a maior parte era permutada com as
Estações Britânicas que serviam as unidades portuguesas e outras, contendo
encomendas, permutadas directamente com as unidades, por intermédio daquelas
estações;
-
Supondo que o giro de uma mala se efectuava, em média, em
5 dias e que se extraviavam 2% das malas em serviço , o que não é exagerado e
se verificou, pode-se calcular em 800 o número de malas em giro constante
no S.P.C. e em 2.000 no período mais intensivo;
-
Não sendo muito sensível a diferença entre o número de
malas expedidas, com correspondência, da E.C.B.P., para as estações de Lisboa e
Porto, essa diferença é muito notável entre o número de malas recebidas das
mesmas estações, numa proporção de 2 para 1. Este facto teve origem na falta
cometida por inúmeras estações do norte do País, de concentrarem em Lisboa
as correspondências destinadas ao C.E.P., quando o deveriam fazer, com muito
mais vantagem, na estação do Porto;
-
A Diferença entre a proporção, nas relações com Portugal,
das correspondências expedidas e recebidas, 14 para 17, e a proporção
das malas expedidas e recebidas, 6 para 16, se deve à falta absoluta da
reciprocidade de jornais, cuja expedição de Portugal obrigou à
utilização de milhares de malas, e à diferença entre o número de
amostras expedidas e recebidas, numa proporção de 6 para 25;
-
A proporção entre as malas expedidas e recebidas de e
para Portugal, que nos anos de 1917 e 1918 fora respectivamente, de 1 para 3 e de
1 para 25, passou no ano de 1919 a ser de 2 para 1, devido ao aproveitamento
intensivo, que as forças do C.E.P. na sua evacuação para Portugal, fizeram
do S.P.C. para a expedição de amostras com objectos de uso pessoal;
-
Sendo de 32.862.989 o número total de correspondências e
encomendas e sofrendo cada uma delas duas manipulações, nas estações de
origem ou destino e nas de permutação ( E.C.B.P. e Testas de Etapas ) e
computando-se em 10% a percentagem de correspondências e encomendas
reexpedidas, se pode avaliar que, nas Estações do S.P.C., se manipularam
72.298.576 objectos, o que dá uma média diária de 80.710 manipulações,
metade das quais era executada na E.C.B.P.;
-
Computando-se,
respectivamente, em 10, 5, 50, 20, 1.000 e 500 gramas o peso médio de cada carta, bilhete-postal, jornal ou impresso,
ofício, amostra expedida e amostra recebida e em 4 quilos o de cada
encomenda, e calculando em 10% a percentagem nas reexpedições nas
correspondências e encomendas recebidas, se pode avaliar, portanto, em
988.900 quilos o peso total das correspondências e encomendas que foi
transportado na rede do S.P.C. do C.E.P.;
-
A
quantidade de ofícios considerados de Posta Interna, isto
é, permutados entre as unidades do C.E.P., representando uma cifra importante e
superior à totalidade das demais correspondências de Posta Interna, é só a
que transitou entre as Estações do S.P.C., visto que pelo Serviço
Telegráfico do Corpo foi estabelecido, durante quase toda a campanha, um
serviço de permutação de correspondências oficiais, mais rápido, a cargo de
motociclistas e estafetas a cavalo;
-
A permutação de correspondências ordinárias com Portugal
foi mais intensa no ano de 1917, sofrendo uma redução de 12% no ano
imediato. Sendo certo que a redução dos efectivos do C.E.P., foi, no ano de 1918, maior do
que aquela percentagem, há a entender que no ano de 1917 os efectivos do
C.E.P. também não foram completos desde o início da campanha;
-
No
ano de 1918 observou-se um aumento sensível na recepção de encomendas de
Portugal, na permutação de correspondências registadas com Portugal e no
movimento da Posta Interna e com o Estrangeiro. Tendo sido o serviço de
encomendas iniciado só em Abril de 1917 e dada a circunstância de o seu
transporte ser muito mais demorado que o das outras correspondências,
daí a justificação do aumento na recepção no ano de 1918.
O segundo caso tem origem na repatriação de oficiais e praças do C.E.P. que,
ao mesmo tempo que recebiam valores de Portugal, para esse efeito, se
desfaziam de objectos de uso pessoal para os enviarem pelo correio.
Essa repatriação, que, previamente, dava lugar a constantes mudanças de
situação, contribuiu para o aumento das correspondências de Posta Interna.
Finalmente a intensificação do movimento com o Estrangeiro em plena
justificação nas relações criadas, durante a campanha, entre os membros
do C.E.P. e a população civil estrangeira.
-
O aumento, que se nota igualmente no ano de 1918, na
permutação de correspondências com as ilhas e o ultramar deve
atribuir-se à longa distância a percorrer e principalmente à dificuldade
e demora nos transportes ”.
Os
mapas n.º s. 10 e 11 indicam o movimento postal de todas as Estações do
S.P.C., durante a campanha.
Comparando esses mapas com o n.º 19, que indica o tempo de serviço de cada
estação, veremos que a estação que maior movimento teve, proporcionalmente
com a sua efectividade, foi a do Q.G. da 6ª. B.I. ( S.P.C. 12 ), com uma
média diária de 8.800 objectos expedidos e recebidos.
O facto deve-se a ter estado aberto ao serviço durante o período mais
intensivo da campanha e servir uma Brigada, constituída por unidades com
sedes em Lisboa e Setúbal, por consequência, por aquelas cujos membros
mantiveram mais intensamente, como era de esperar e se viu, as relações
postais com Portugal.
Das restantes estações, destacam-se, como tendo maior movimento, as do Q.G.
da Base, E.C.B.P. e Q.G. do Corpo, que estiveram abertas ao serviço por um
período superior a 26 meses; e a do Q.G. da 2ª. B.I. ( S.P.C. 13 ) que,
como estação de Brigada e depois da do Q.G. da 6ª. B.I., se notabilizou
pela intensidade de seu movimento, numa média de 5.000 objectos diários, num
período de 700 dias. Desta Brigada faziam parte os batalhões de infantaria
nº s. 24, 23, 35 e 7, sendo o do segundo o movimento mais intenso.
A subdivisão do movimento da E.C.B.P. ( S.P.C. 8 ) teve por fim demonstrar a
importância do serviço local e a da quantidade de correspondências que,
originárias e destinadas ás unidades e serviços portugueses destacados no
exército Britânico, foram recebidas e expedidas da E.C.B.P. por intermédio
das Estações Postais Britânicas. Esse movimento, representado por uma
percentagem de 87% sobre a totalidade das correspondências permutadas pela
E.C.B.P., é quàsi precisamente o mesmo da estação do Q.G. da 2ª. B.I. (
S.P.C. 13 ), de onde se conclui que o número de forças que estiveram
destacadas no Exército Britânico, durante toda a campanha, é equivalente ao
número de forças que compunham a referida Brigada.
A execução desse serviço na E.C.B.P. representou, porém, um
esforço muito
superior ao que se despenderia numa estação de Brigada, servindo ao mesmo
tempo todas as unidades, porque a permuta das correspondências era feita
simultaneamente com as inúmeras estações britânicas que serviam as unidades
portuguesas e obedecia a prazos diferentes das que se seguiam com as
estações portuguesas.
As estações britânicas, com quem o S.P.C. permutou correspondências, foram
em número de 75, aproximadamente, especializando-se pela intensidade do
serviço, os A. P. O. S 41, 47, 48, 51, 53 e 58, as quais serviram as
unidades do Batalhão de Sapadores de Caminho de Ferro, que estiveram quàsi
permanentemente destacadas no Exército Britânico.
O movimento local da E.C.B.P., durante a sua estada em Boulogne-sur-Mér não
foi além de 3%, incluindo as correspondências caídas em refugo por
insuficiência de endereço, tendo subido a 13% em virtude de, nos meses de
Maio e Junho de 1919, ter servido, em Cherbourg, as unidades que aguardavam
a sua evacuação para Portugal.
O S.P.C. 20, que serviu o 1º escalão do Q.G. do Corpo, quando da sua mudança
de Roquetoire para S. Venant, não acusa movimento, o qual vai incluído no
S.P.C. 6, que servia o 2º escalão, onde as correspondências de ambos os
escalões eram concentradas.
Desenho de Humberto Serrão (1958) - Carro dos S.P.C.
(Flandres 1918)
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