|
|
O nome latino
A aristocracia Romana na República tinha sempre três nomes (tria nomina).
Até aos finais da República os não aristocratas apresentavam frequentemente
só dois primeiros nomes (ex. Gaius Marius, Gnaeus Pompeius). Já no
Império, os homens livres, cidadãos romanos, indígenas romanizados e os
libertos utilizavam habitualmente três nomes.
No Império os homens livres, cidadãos
romanos, indígenas romanizados e os libertos utilizavam habitualmente
três nomes (tria nomina):
praenomen |
prenome |
nomen |
gentilício, indicativo da
família (gens) a que pertence. |
cognomen |
cognome, nome próprio de cada
indivíduo. |
A transmissão dos nomes, de pai para
filhos e de patronos para libertos, obedecia a regras rígidas. Como se
poderia esperar o nomen mantinha-se inalterável na família,
contudo não é correcto afirmar que todos os mesmos nomen de uma
mesma zona pertencessem à mesma família. No entanto, a utilização do
mesmo praenomen dentro do mesmo nomen pode auxiliar a
identificação de laços familiares.
Existia apenas um pequeno número de
nomes (praenomina) em uso, e o mesmo
praenomina tendia a ser usado, vezes sem conta, dentro da mesma
família; em particular no primogénito que usualmente era denominado com
o nome do pai.
Em inscrições e documentos oficiais,
os cidadãos masculinos também eram designados com referência à sua
ascendência paternal e à tribo romana electiva em que estavam
registados. A indicação da tribo electiva é uma prova positiva de que
era um cidadão Romano.
Por exemplo, O orador romano Cicero
registou o seu filho após o nascimento como:
M. TULLIUS CICERO M[arci] F[ilius] M[arci] N[epos] M[arci] PR[onepos]
COR[nelia tribu], “Marcus
Tullius Cicero, filho de Marcus, neto de Marcus, bisneto de Marcus, da
tribo Cornelia”
Homens com dois ou três nomes podiam ser oficialmente agraciados com um
cognomen
(ex virtute) adicional, um "nome honorifico" que poderia provir de um
reconhecimento social, mas que não passava para os seus descendentes
(ex. Gnaeus Pompeius Magnus (o grande), Publius Cornelius Scipio
Africanus (o "conquistador" africano)), que nestes exemplos foram dados
por decreto senatorial. Algumas vezes o cognomen era uma alcunha
perversa (ex. Publius Cornelius Sulla Felix (o felizardo)), também
chamado algumas vezes com agnomen.
Um filho adulto de uma família que já
tivesse um herdeiro masculino, podia ser adoptado por uma família que
não tivesse um herdeiro masculino vivo. O adoptado tomava todos os três
nomes do seu pai adoptivo e usualmente adicionava, de uma forma
adjectival, o nomen da sua família, formado através da adição do
sufixo (-.anus) ao seu nomen. Quando Gaius Octavius Thurinus foi
adoptado pelo seu tio, Julius Caeser, o seu nome transformou-se em Gaius
Julius Caeser Octavianus, razão pela qual muitos historiadores modernos
o chamam de Octaviano até adicionar oficialmente o ex virtute
Augustos (o reverendo) ao seu nome em 24 A.C.
As cidadãs romanas, quando crianças
de famílias de cidadãos, eram denominadas pela forma feminina do nome da
família em que nasceram, ou seja todas as mulheres cujo pai tinha o
nomen Julius eram chamadas Julia, e todas as mulheres cujo pai tinha
o nomen Cornelius eram chamadas Cornelia. Em público, elas eram
identificadas pelo forma possessiva do
cognomen do pai (ex. Julia Caesaris, "Julia filha de Cesar"), ou
quando casadas pela forma possessiva do cognomen do marido (ex.
Clodia Metelli, "Clodia, mulher de Metellus"), Se uma família tinha mais
de uma filha, elas eram identificadas pela palavra maior e
minor ("a mais velha" e "a mais nova"), ou prima, secunda, tertia,
etc.
No entanto nos finais da República
estas convenções sofreram algumas alterações, na elite romana as
mulheres eram algumas vezes designadas pela forma feminina do nomen
do pai, mais a forma feminina do cognomen, algumas vezes como
diminutivo (ex. Livi, que casou com Qctavian e se tornou a primeira
imperatriz de Roma, era algumas vezes referida como Livia Drusilla, uma
vez que o seu pai era um nobre chamado Marcus Livius Drusus.
A partir de Augustus, os nomes das
mulheres mais proeminentes não seguiam necessariamente a convenção
Republicana, mas sim, reflectiam as ligações familiares mais
significantes. Por exemplo, as duas filhas de Julia filha de Augustus,
que casou com Marcus Vipsanius Agrippa, deveria normalmente ter o nome
Vipsiaia, mas em ver disso era chamada Julia e a outra Agrippina. Quando
Agrippina casou com Nero Claudius Gernanicus (neto de Livia), as suas
três filhas receberam os nomes de Agrippina, Drisilla e Julia Livilla
(referencias à linha familiar de ambos os avós) em vez de Claudia, que
referiria ao nomen do seu pai.
Os libertos (liberti ou
libertini), ocupavam um estatuto intermédio entre "nascido livre" e
"escravizado". Enquanto estavam escravizados, apenas tinham um nome, ou
uma parte do nome que teriam antes de serem escravizados, ou um nome
dado pelos seus senhores, muitas vezes provenientes de nomes
mitológicos, referências ao pais de proveniência ou referências a
características pessoais. O nome do escravo, tal como tudo o resto,
provinha da decisão do senhor.
No entanto existiram convenções
especificas que regulavam os nomes dos libertos. Um liberto tomava o
praenomen e o nomen do seu antigo senhor, que se tornava
então seu patrão, mais o seu nome de escravo como
cognomen. Se tivesse sido libertado por uma mulher, tomava o
praenomen e o nomen do pai dela, mais o nome de escravo como
cognomen (ex. a Antonia filha de Marcus Antonius libertou um
escravo chamado Pallas, que passou a chamar-se Marcus Antonius Pallas)
As libertas tomavam a forma feminina
do nomen do seu senhor ou senhora, mais o seu nome de escrava ( ex. a
Antonia libertou uma escrava chamada Caenis que passou a usar o nome de
Antonia Caenis).
Se um liberto fizesse um casamento
oficial, uma criança nascida após esse casamento era livre, e
normalmente continuavam a utilizar o nomen
do patrão do pai.
A posse de três nomes não indicava
necessariamente de que se tratava de um cidadão romano. O escravo quando
liberto formalmente podia tornar-se um cidadão romano, mas quando
liberto informalmente, tornava-se num romanizado em ver de cidadão
romano, apesar do seu nome poder ser o mesmo. Só a indicação da tribo
electiva pode provar de que se trata de um cidadão romano.
O
registo epigráfico
Cidadãos
Homens (
até finais do séc. II)
Quando
identificados pelos tria nomina, o
praenomen
é indicado por uma sigla, o nomen e cognomen por extenso.
A estes nomes são acrescentados a identificação do pai e da tribo.
Normalmente o estatuto social, a filiação e a indicação da tribo, vêm
inseridas logo após o nomen e antes do cognomen.
Homens
(após finais do séc. II)
Passam a ser apenas identificados pelo cognomen, acompanhados
pela identificação da filiação e da tribo.
Mulheres
A identificação é
igual à dos homens excepto no que se refere ao praenomen que não
é utilizado.
Exemplos:
praenomen |
nomen |
ingenuus |
tribu |
cognomen |
|
M(arcus) |
AEMILIUS |
M(arci) F(ilius) |
GAL(eria tribu) |
FUSCUS |
1 |
|
JULIA |
Q(uinti) F(ilia) |
|
QUINTILLA |
2 |
C(aius) |
JULIUS |
PENTI F(ilius) |
|
TURPIO |
3 |
SEX(tus) |
AEBUTIUS |
SEX(ti) F(ilius) |
PAP(iria tribu) |
RUFINUS |
4 |
|
MAXSUMA |
MAXSUMI F(ilia) |
|
|
5 |
|
CAMIRA |
MAXUMI F(ilia) |
|
|
6 |
D(ecimus) |
JULIUS |
D(ecimi) F(ilius) |
GAL(eria tribu) |
NAVUS |
7 |
|
JULIA |
T(iti) F(ilia) |
|
ALBURA |
7 |
|
CORANIA |
|
|
|
7 |
D(ecimus) |
JULIUS |
D(ecimi) F(ilius) |
GAL(eria tribu) |
SATURNINUS |
7 |
|
OCTAVIA |
|
|
|
7 |
Libertos
Quando estamos
perante alguém que se identifica pelos tria nomina, e o
cognomen é etimologicamente grego, omitindo-se a filiação, existem
fortes probabilidades de se estar perante um liberto.
Assim sendo, o
facto de ter os tria nomina não implica necessariamente o
estatuto de cidadania romana de pleno direito. também é normalmente
referido o nome do patrono do liberto em vez da filiação.
O estatuto social,
o nome do seu patrono, vêm inseridas logo após o nomen e antes do
cognomen. O nome do seu patrono é referido como "liberto de" -
L(ucci) LIB(ertus), liberto de Lúcio.
Indígenas e escravos
Os indígenas e os
escravos são normalmente só identificados pelo cognomen.
O estatuto social
de escravo, quando indicado, vem após o (único) nome e referido como
"escravo de" - C(aii) SER(vus), servo de Gaio.
|
Lista
de Praenomina (os mais usuais)
Abreviação |
Masculino |
Feminino |
A.
|
Aulus
|
Aula
|
Ap. (App) |
Appius
|
Appia
|
C.
|
Gaius
|
Gaia
|
Cn.
|
Gnaeus
|
Gnaea
|
D.
|
Decimus
|
Decima
|
L.
|
Lucius
|
Lucia
|
M.
|
Marcus
|
Marca
|
Mam. |
Mamercus |
Mamerca |
Pro. |
Proculus |
Procula |
Opit. |
Opiter |
|
K. |
Caeso |
|
M'.
|
Manius
|
Mania
|
N.
|
Numerius
|
Numeria
|
P.
|
Publius
|
Publia
|
Q.
|
Quintus
|
Quinta
|
Ser.
|
Servius
|
Servia
|
Sex.
|
Sextus
|
Sexta
|
Sp.
|
Spurius
|
Spuria
|
T.
|
Titus
|
Tita
|
Ti.
|
Tiberius
|
Tiberia
|
V.
|
Vibius
|
Vibia
|
Lista
de Nomina (os mais usuais)
A lista está
escrita na forma masculina. Para converter na forma feminina é apenas
necessário converter a terminação –us por –a.
Acilius |
Aelius |
Aemilius |
Aeteius |
Albius |
Amatius |
Ambrosius |
Annaeus |
Annius |
Antonius |
Apollonius |
Arminius |
Arrius |
Artorius |
Asinius |
Atilius |
Aurelius |
Autronius |
Caecilius |
Caedicius |
Caelius |
Calidius |
Calpurnius |
Capenius |
Cassius |
Claudius |
Cordius |
Cornelius |
Coruncanius |
Curiatius |
Curius |
Curtius |
Decius |
Didius |
Domitius |
Duilius |
Durmius |
Equitius |
Fabius |
Fabricius |
Fannius |
Fidelius |
Flavius |
Fulvius |
Furius |
Gabinius |
Galerius |
Gellius |
Geminius |
Genucius |
Gratius |
Herennius |
Hirtius |
Horatius |
Hortensius |
Iriminius |
Iulius |
Iunius |
Iuventius |
Labienus |
Laelius |
Larcius |
Licinius |
Livius |
Lucilius |
Lucius |
Lucretius |
Manlius |
Marcius |
Marius |
Memmius |
Menenius |
Meridius |
Minicius |
Minius |
Minucius |
Modius |
Moravius |
Naevius |
Numerius |
Octavius |
Ovidius |
Papirius |
Pellius |
Petronius |
Pompeius |
Pompilius |
Pontius |
Popillius |
Porcius |
Postumius |
Quinctilius |
Quinctius |
Ritulius |
Rubellius |
Rufius |
Rutilius |
Sallustius |
Salvius |
Scribonius |
Seius |
Sempronius |
Sentius |
Sergius |
Sertorius |
Servilius |
Servius |
Sicinius |
Silvius |
Solanius |
Spurius |
Suetonius |
Tarquitius |
Terentius |
Titinius |
Titurius |
Tuccius |
Tullius |
Ullerius |
Ulpius |
Ursius |
Valerius |
Vedius |
Velleius |
Vergilius |
Verginius |
Vibius |
Villius |
Vipsanius |
Vitellius |
Vitruvius |
|
Lista
de Cognomina (os mais usuais)
Alguns
cognomina eram usados por certas gentes com mais
frequência, do que por outras gentes.
Masculino
|
Feminino |
Usado em
especial por nomina |
Aculeo |
Aculeo |
|
Agricola
|
Agricola
|
|
Agrippa |
Agrippa |
Gens
Menenia |
Ahala
|
Ahala
|
Gens
Servilia |
Ahenobarbus |
Ahenobarba |
Gens
Domitia |
Albinus
|
Albina |
Gens
Postumia |
Albus
|
Alba |
Gens
Postumia |
Ambustus
|
Ambusta |
Gens Fabia
|
Annalis
|
Annalis |
Gens Villia
|
Aquila
|
Aquila
|
|
Aquilinus
|
Aquilina
|
|
Arvina |
Arvina |
Gens
Cornelia |
Asellio
|
Asellio |
Gens
Sempronia |
Asina
|
Asina |
Gens Cornelia |
Atellus |
Atella |
|
Avitus |
Avita |
|
Balbus |
Balba |
Gentes
Acilia, Cornelia, Lucilia, Naevia, Octavia |
Barba |
Barba |
|
Barbatus |
Barbata |
Gentes
Cornelia, Horatia, Quinctia |
Bassus |
Bassa |
|
Bestia |
Bestia |
Gens
Calpurnia |
Bibaculus
|
Bibacula
|
Gentes
Furia, Sextia |
Bibulus |
Bibula |
Gentes Calpurnia, Publicia |
Blaesus |
Blaesa |
Gens
Sempronia |
Brocchus
|
Broccha |
|
Brutus |
Bruta |
Gens Iunia
|
Bubulcus
|
Bubulca |
Gens Iunia
|
Bucco
|
Bucco |
|
Bulbus |
Bulba |
Gens Atilia
|
Buteo
|
Buteo |
Gens Fabia |
Caecus
|
Caeca
|
Gens
Claudia |
Caepio
|
Caepio |
Gens
Servilia |
Caesar
|
Caesar |
Gens Iulia
|
Calidus
|
Calida |
Gens Coelia
|
Calvinus
|
Calvina |
Gentes
Domitia, Veturia |
Calvus
|
Calva
|
|
Camillus |
Camilla |
Gens Furia
|
Caninus
|
Canina |
Gens Acilia
|
Canus
|
Cana |
|
Capito |
Capito |
Gens Ateia
|
Carbo
|
Carbo
|
Gens
Papirii |
Catilina
|
Catilina
|
Gens Sergia
|
Cato |
Cato |
Gentes
Hostilia, Porcia |
Catulus |
Catula |
Gens
Lutatia |
Celer
|
Celera
|
|
Celsus
|
Celsa
|
Gens Papia
|
Cethegus
|
Cethega
|
Gens
Cornelia |
Cicero
|
Cicero
|
Gens Tullia
|
Cicurinus
|
Cicurina |
Gens
Veturia |
Cilo
|
Cilo |
Gens
Flaminia |
Cincinnatus
|
Cincinnata |
Gens
Quinctia |
Cinna
|
Cinna
|
Gens
Cornelia |
Cordus |
Corda |
|
Cornicen |
Cornicen |
|
Cornutus |
Cornuta |
Gens
Caecilia, Sulpicia |
Corvinus |
Corvina |
Gens
Valeria |
Corvus
|
Corva
|
Gens
Valeria |
Cossus
|
Cossa
|
Gens
Cornelia |
Costa
|
Costa
|
Gens
Pedania |
Cotta
|
Cotta
|
Gens
Aurelia |
Crassipes |
Crassipes |
Gens Furia
|
Crassus
|
Crassa
|
Gentes
Claudia, Licinia, Otacilia, Veturia |
Crispinus |
Crispina |
|
Crispus |
Crispa |
Gentes
Sallustia, Vibia |
Culleo |
Culleo |
Gens
Terentia |
Curio
|
Curio |
Gens
Scribonia |
Cursor
|
Cursor |
Gens
Papiria |
Curvus
|
Curva |
Gens Fulvia
|
Dentatus
|
Dentata
|
|
Denter
|
Dentra
|
Gens
Caecilia |
Dento
|
Dento |
|
Dives |
Dives |
Gens
Licinia |
Dolabella
|
Dolabella |
Gens Cornelia |
Dorsuo |
Dorsuo |
Gens Fabia
|
Drusus
|
Drusa
|
|
Figulus
|
Figula
|
|
Fimbria
|
Fimbria |
Gens Flavia
|
Flaccus
|
Flacca |
Gentes
Aviania, Fulvia, Valeria |
Flavus
|
Flava
|
Gens
Decimia |
Florus
|
Flora |
Gens
Aquilia |
Fronto
|
Fronto |
|
Fullo |
Fullo |
Gens
Apustia |
Fusus
|
Fusa |
Gens Furia
|
Galeo
|
Galeo |
|
Gemellus |
Gemella |
Gentes
Servilia, Veturia |
Glabrio
|
Glabrio
|
Gens Acilia
|
Gracchus
|
Graccha
|
Gens
Sempronia |
Gurges |
Gurges |
Gens Fabia
|
Habitus
|
Habita |
Gens
Cluentia |
Helva
|
Helva |
Gens
Aebutia |
Imperiosus
|
Imperiosa |
Gens Manlia |
Iullus |
Iulla |
Gens Iulia
|
Labeo
|
Labeo |
Gentes
Antistia, Atinia, Fabia |
Lactuca
|
Lactuca
|
Gens
Valeria |
Laenas
|
Laenas |
Gens Popillia |
Laenatus |
Laenata |
Gens
Menenia |
Laevinus
|
Laevina |
|
Laterensis |
Laterensis |
Gens
Iuventia |
Lentulus
|
Lentula |
Gens
Cornelia |
Lepidus
|
Lepida
|
Gens
Aemilia |
Libo
|
Libo
|
Gens Marcia
|
Licinus |
Licina |
Gens
Mamilia |
Longus
|
Longa
|
Gentes
Sempronia, Sulpicia |
Lucullus
|
Luculla
|
Gens
Licinia |
Lupus
|
Lupa
|
Gens
Rutilia |
Lurco
|
Lurco
|
|
Macer |
Macra |
Gens Licinia |
Macula |
Macula |
|
Malleolus |
Malleola |
Gens
Publicia |
Mamercus
|
Mamerca
|
Gens
Aemilia |
Marcellus
|
Marcella
|
Gens
Claudia |
Merenda
|
Merenda |
Gentes
Antonia, Cornelia |
Maro
|
Maro
|
Gens
Vergilia |
Mergus
|
Merga
|
|
Merula |
Merula |
Gens
Cornelia |
Messalla
|
Messalla
|
Gens
Valeria |
Metellus |
Metella |
Gens
Caecilia |
Murena
|
Murena
|
Gens
Licinia |
Mus |
Mus |
Gens Decia
|
Musca
|
Musca
|
Gens
Sempronia |
Nasica |
Nasica |
Gens
Sempronia |
Naso
|
Naso |
Gens Ovidia
|
Natta
|
Natta |
Gens
Pinaria |
Nepos
|
Nepos
|
Gens
Caecilia |
Nero
|
Nero
|
Gens
Claudia |
Nerva
|
Nerva
|
Gens
Licinia |
Niger
|
Nigra |
|
Novellus |
Novella |
Gens
Gavilia |
Ocella
|
Ocella |
Gens Livia
|
Pacilus
|
Pacila |
Gens Furia
|
Paetus
|
Paeta |
Gens Aelia
|
Pansa
|
Pansa |
Gens Vibia
|
Papus
|
Papa |
Gens
Aemilia |
Paterculus
|
Patercula |
Gens
Sulpicia |
Paullus
|
Paulla
|
Gens
Aemilia |
Pavo
|
Pavo
|
|
Pera
|
Pera |
Gens Iunia
|
Pictor
|
Pictrix
|
Gens Fabia
|
Piso
|
Piso
|
Gens
Calpurnia |
Plancus |
Planca |
Gens
Munatia |
Plautus
|
Plauta |
|
Postumus |
Postuma |
Gens Curtia
|
Potitus
|
Potita |
Gens
Valeria |
Praeconinus
|
Praeconina |
|
Praetextatus |
Praetextata |
Gens
Sulpicia |
Priscus
|
Prisca |
|
Proculus |
Procula |
Gens Plautia |
Pulcher |
Pulchra |
Gens Claudia |
Pullus |
Pulla |
|
Pulvillus |
Pulvilla |
Gens Horatia |
Purpureo |
Purpureo |
|
Quadratus |
Quadrata |
|
Ralla |
Ralla |
Gens Marcia
|
Regillus
|
Regilla
|
Gens
Aemilia |
Regulus
|
Regula
|
Gens Atilia
|
Rufus
|
Rufa |
|
Ruga
|
Ruga
|
|
Rullus |
Rulla |
Gens
Servilia |
Rutilus
|
Rutila |
|
Salinator |
Salinatrix |
Gens Livia |
Saturninus |
Saturnina |
|
Scaeva |
Scaeva |
Gens Iunia
|
Scaevola
|
Scaevola |
Gens Mucia
|
Scapula
|
Scapula |
Gens
Quinctia |
Scaurus
|
Scaura |
Gentes
Aemilia, Aurelia |
Scipio |
Scipio |
Gens Cornelii |
Scrofa |
Scrofa |
Gens Tremelia |
Severus |
Severa |
|
Seneca |
Seneca |
Gens Annaea |
Silanus |
Silana |
Gens Iunia
|
Silo
|
Silo
|
Gens Sergia
|
Silus
|
Sila |
Gens Sergia |
Stolo |
Stolo |
Gens
Licinia |
Strabo
|
Strabo
|
Gens Titia
|
Structus |
Structa |
Gens
Servilia |
Sulla
|
Sulla
|
Gens
Cornelia |
Sura |
Sura |
|
Taurus
|
Taura
|
|
Triarius
|
Triaria |
Gens
Valeria |
Trigeminus
|
Trigemina
|
Gens
Curiatia |
Trio
|
Trio |
Gens
Lucretia |
Tubero
|
Tubero |
Gens Aelia
|
Tubertus
|
Tuberta |
Gens
Postumia |
Tubulus
|
Tubula
|
Gens
Hostilia |
Tuditanus
|
Tuditana
|
Gens
Sempronia |
Tullus |
Tulla |
Gens
Volcatia |
Turdus
|
Turda
|
Gens
Papiria |
Varro
|
Varro |
Gens
Terentia |
Varus
|
Vara
|
Gentes
Atilia, Licinia, Quinctilia |
Vatia
|
Vatia
|
Gens
Servilia |
Verres
|
Verres
|
Gens
Cornelia |
Vespillo
|
Vespillo |
Gens
Lucretia |
Vetus
|
Veta
|
Gens
Antistia |
Vitulus
|
Vitula |
Gentes
Mamilia, Pomponia |
Volusus
|
Volusa
|
Gens
Valeria |
Lista de Tribus
Existiam
trinta e cinco tribos e para cada uma existia uma abreviação standard.
Aemilia (Aem.) |
Aniensis (Ani.) |
Arniensis (Arn.) |
Camilia (Cam.) |
Claudia (Cla.) |
Clustumina (Clu.) |
Collina (Col.) |
Cornelia (Cor.) |
Esquilina (Esq.) |
Fabia (Fab.) |
Falerna (Fal.) |
Galeria (Gal.) |
Horatia (Hor.) |
Lemonia (Lem.) |
Maecia (Mae.) |
Menenia (Men.) |
Oufentina (Ouf.) |
Palatina (Pal.) |
Papiria (Pap.) |
Poblilia (Pob.) |
Pollia (Pol.) |
Pomptina (Pom.) |
Pupinia (Pup.) |
Quirina (Qui.) |
Romilia (Rom.) |
Sabatina (Sab.) |
Scaptia (Sca.) |
Sergia (Ser.) |
Stellatina (Ste.) |
Suburana (Sub.) |
Teretina (Ter.) |
Tromentina (Tro.) |
Velina (Vel.) |
Voltinia (Vol.) |
Voturia (Vot.) |
|
|
|
Os Títulos Imperiais
Juridicamente o imperador não tinha
título oficial, mas as inscrições denominam-no sistematicamente com
títulos diversos. Ao conjunto de títulos que se encontram difundidos
pelos vários objectos epigráficos que, de uma forma genérica, chamámos
títulos imperiais.
Como qualquer cidadão, o príncipe
tinha a tria nominia, prenome, nome e o cognome, mas neste caso
estes eram-lhe específicos. O primeiro imperador inventou um nome,
Imp(erator) Caeser Augustus e todos os outros o copiaram, se bem com
algumas variantes.
Se o nome oficial de um imperador
tinha um sentido político, a este nome seguiam-se-lhe uma série de
títulos, que evocavam as atribuições religiosas e funções civis e
militares.
Após a morte do imperador, este era
ordenado como divino, pelo senado e passava a ser objecto de culto
oficial. Quando era decretada uma damnatio memoriae, obrigação de
ser esquecido, e todas as inscrições onde estivesse mencionado eram
apagadas. (1)
Os elementos do
nome
Tomemos como exemplo uma dedicatória a
Trajano, emanada do Senado e do povo de Roma:
Benevent, Itália , CIL, IX, 1558
Imp(eratori) Caeseri diui Neruae filio / Neruae Traiano
Optimo Aug(usto) / Germanico, Dacico, Pontif(ici) max(imo), trib(unicia)
potest(ate) XVIII, Imp(eratori) VII, co(n)s(uli) VI, p(atri) p(atrie) /
senatus p(opulis) q(ue) R(omanus).
"Ao Imperador César, filho do divino Nerva, Nerva Trajano
Optimus Augustus, Genmanico, Dácio, Grande Pontífice, detentor do poder
tribunicio por dezoito vezes, aclamado imperador pela sétima vez, cônsul
seis vezes, pai da Pátria, (dedicado) pelo Senado e povo de Roma.
Imperador
Depois de Augusto o prenome
Imperator passou a ser o praenomen de todos os imperadores e
sempre abreviado pelas três primeiras letras IMP.
Tibério, Caligola e Cláudio, por
razões mal elucidadas, não usaram o praenomen Imperator.
Antoninio Pio, contrariamente aos seus antecessores voltou a utilizar o
praenomen imperator, mas continuou a utilizar o seu procrio
praenomen.
Nas inscrições, como a do exemplo, a
palavra imperator aparece duas vezes, mas na segunda vez seguida
de um número (VIII). Esta significa o número de vezes que o imperador
foi aclamado como comandante supremo do exército. De cada vez que um
general apresentava uma vitória digna de aclamação triunfal, o príncipe
adicionava uma saudação imperial ao seu nome, sendo a primeira indicada
como imperator II, a adopção do praenomen imperator era
considerada a primeira aclamação imperial.
Caeser
O cognomen Caesae, vem da família Júlia, que
Augusto tomou quando adoptado por Caius Iulius Caeser. A partir
da morte de Augusto a pertença à família Júlia, passou a ser uma
condição base de acesso ao poder.
Com Cláudio termina a linhagem (directa e indirecta)
sobre a família Júlia, e Caeser passa a ser um nome gentílico reservado
à família do príncipe.
CIL, VII,
585
Caeser
imperator destinatus, imperii heres
"César,
imperador designado, herdeiro do Império" , esta inscrição refere-se a
Adriano.
Diui Neruae
filius
No exemplo citado, o nome do pai adotivo de Trajano
era Nerva, e a indicação de diuis, que o imperador anterior se
encontrava divinizado, ou seja morto.
O nome do pai, indicado por fil(ius) abreviado
ou não, em genitivo, podia ser real, por adopção (no caso de Trajano),
ou fictício.
Uma dos melhores exemplos de filiação fictícia é a de
Septimo Severo e dos seus sucessores, que a partir de 195, fazem as suas
genealogias a partir de Nerva.
Marco miliário da estrada entre Salamanca e Mérida,
CIL, II, 4676
Imp(erator)
Caeser divi / Septimi Seueri Pii Arab(ici) / Adiab(enici) Parth(ici) max(imi)
Brit(annici) / max(ini) f(ilius) [M(arci)] Aur(elii) Antonini / Germ(anici)
Sarm(atici) nep(os), divi [H]adriani abnep(os), divi Traiani Parthici et
[divi Neruae] / adn(epos) Marcus) Aurel(ius) Antoninus / Pius Felix Aug(ustus),
Parth(icus) max(imus) Brit(annicus) max(imus), Germ(anicus) max(imus) /
pater militum, trib(unicia) / potest(ae) XX, imp(erator) III, co(n)s(ul)
IIII, / p(apter) p(atriae), proco(n)s(ul) restituit. / CXXXVI
"Imperador
César Marcus Aurelius Antoninus Pius Félix Augusto, filho do divino
Septimo Severo Pius Arabicus, Adiabenicus, Psrthicus o grande,
Britanicus o grande, netos do divino Marcus Aurelius Antoninus
Germanicus Sarmaticus, netos do divino Adriano, descendente do divino
TrajanoParthicus e do divino Nerva, Parthicus o grande, Britanicus o
grande, Germanicus o grande, pai dos soldados, detentor do poder
trinunicio pela vigésima vez, imperador três vezes, cônsul quatro vezes,
pai da Pátria, procônsul, restaurou (este marco miliário), 136 milhas.
Esta inscrição contém uma recriação
genealógica política da filiação de Septimo Severos, com forma de
esquecer a sua usurpação.
Nerva Trajanus
A utilização dos nomes pessoais dos
imperadores antes da sua subida ao poder facilitava a sua identificação,
uma vez que os nomes oficiais, a tria nomina era muito semelhante.
Augustus
Este sobrenome foi criado pelo Senado
em 13 de janeiro de 24 a .C. Octávio utilizou o cognome Romulus, para se
identificar como um reformador e a partir de Commodo, passou-se também a
utilizar Pius e Felix e a partir de Caracala a utilizar Pius, Felix e
Invictus.
A partir de Vespaziano, todos os
imperadores, à imitação de Augusto, Imperator Caesar
Augustus, chamavam-se Augustus, tendo este nome por várias
vezes sido tomado como sinónimo de imperador.
Optimus
Era utilizado por Trajano no final do
seu reinado, indicando uma ligação divina, o ser representante de
Jupiter Optimus Maximus.
Germanicus,
Dacicus
São títulos honoríficos que provém dos
nomes dos povos conquistados, Germanicus pela vitória sobre os Suevos em
97 e Dacicus pela vitória sobre os Dácios em 103.
Marco Aurélio foi i primeiro a
utilizar estes sobrenomes ex virtute seguido de
Maximus.
Este tipo de sobrenomes dá indícios
para datar as inscrições, o que se pode designar como terminus post
quem, um facto a partir do qual se pode avançar uma data provável.
Os Títulos
Pontifici Maximo
É um título comum a todos os
imperadores. Era um título que incorporava a dignidade religiosa e o
controlo da actividade religiosa oficial.
Tribunicia
Potestate
Sempre inscrita por abreviação, pode
apresentar duas configurações, em ablativo, tribunicia potestate,
ou em genitivo, tribuniciae potestatis. Este título era atribuído
ao príncipe de forma vitalícia, mas sujeito a uma renovação anual, o que
permite obter a datação da inscrição.
Nesta datação coloca-se uma incerteza,
relativa à data do aniversário, ou seja, o dia de início de contagem, já
que diferenciava entre cada imperado, se bem que a partir de Trajano,
passou a ser sempre contado o dia 10 de Dezembro.
O poder tribucinio é o poder
honorifico que o príncipe detém sobre o tribunal da plebe, sem
efectivamente o exercer, um poder honorífico e sagrado sobre a plebe,
sobretudo nas decisões que tomava. Podia convocar o Senado e introduzir
leis que obrigatoriamente teriam de ser votadas pela plebe.
Cônsul
Como qualquer outro senador, o príncipe podia der
eleito cônsul, ou auto atribuir esta tarefa. Normalmente após a
atribuição descartavam-se desta actividade para um dos outros senadores.
Trajano tinha recebido o sexto consulado em 112.
Pai da Pátria
É um título normalmente designado pela
abreviatura PP, pater patriae, O Senado atribuía este título ao
imperador com a aclamação do povo. Este título era atribuído normalmente
durante o reinado.
Após a morte do imperador
O damnatio
memoriae
O Senado podia decretar após a morte
do imperador o damnatio memoria, uma abolição da memória, o que
implicava o retirar de todos os monumentos e inscrições o seu nome.
A divinização
Após a divinização do Júlio César e
Augusto, o Senado propunha a divinização dos imperadores após a morte.
Uns eram divinizados outros sofriam damnatio memoria.
Bibliografia
1 - pág. 19 (Encarnação, 1987)
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2 - pág. 47 (Encarnação, 1987)
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3 - pág. 80 (Encarnação, 1998)
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4 - pág. 81 (Encarnação, 1998)
-
5 - pág. 82 (Encarnação, 1998)
-
7 - pág. 77 (Encarnação, 1998)
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8 - pág. 35-40, (Corbier, 1998)
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