Fogo-Amigo - 21 de Outubro de 1904

Incidentes em Dogger Bank

Bibliografia


Friendly Fire: Russia's Doomed Baltic Fleet & the Dogger Bank Incident of 1904


https://www.warhistoryonline.com/instant-articles/russias-doomed-baltic-fleet.html?utm_source=getresponse&utm_medium=email&utm_campaign=warhistoryonline&utm_content=%5BWar+History+Online%5D+Daily+Dispatches


Graphic Firing Table

http://firedirectioncenter.blogspot.com/2011/05/decisive-battles-tsushima-strait-1905.html



Gamecock Fishing Fleet - 22 de Outubro de 1904

Cruzador Aurora (1900)

Couraçado Oryol (1902)

Almirante Zinovy Rozhestvensky

(1848-1909)

Comandante da Esquadra do Báltico

Cruzador-blindado Dmitrii Donskoi (1883)


No Verão de 1904 a Marinha Russa teve a necessidade de enviar a Esquadra do Báltico para o Mar do Japão, por forma a auxiliar a Esquadra do Extremo-Oriente em Port Arthur.


No entanto, a Esquadra do Báltico apresentava vários problemas mesmo antes de zarpar, em especial a questão de não conseguir juntar guarnições experientes para os navios. O caso mais evidente foi dos couraçados Knyaz Suvorov (Setembro 1904) e Oryol (Outubro 1904), onde muitos dos marinheiros engajados nunca tinham navegado anteriormente em navios de guerra, por se tratar de navios comissionados já depois do início da guerra (Fevereiro 1904).


Outra questão que se colocou derivou de rumores sobre a existência de navios torpedeiros rápidos japoneses escondidos na costa da Dinamarca no Mar Báltico e nos fiordes da Noruega no Mar do Norte, ou ainda a existência de minas espalhadas no Mar Báltico à espera que um navio russo embatesse.


Esta inquietação nas guarnições russas, em muito ligado aos rumores derivados dos nervos e da inexperiência dos homens embarcados, levou a que na noite de 21 de Outubro na zona do Dogger Bank no Mar do Norte, com o nevoeiro e a consequente falta de visibilidade se gerasse uma situação de pânico, pânico esse derivado da observação dos projectores de luz e foguetes luminosos da própria esquadra fossem confundidos com um ataque de artilharia japonesa.


O couraçado Oryol que disparou perto de 500 tiros sobre o “inimigo”, que não era mais do que outros navios da própria esquadra russa, tendo atingido o cruzador Aurora e o cruzador-blindado Donskoi.


O couraçado Aurora foi atingido abaixo da linha de água e dois marinheiros russos tiveram morte imediata, não se conhecendo o número de feridos. O fogo do Oryol sobre o Aurora durou cerca de 25 minutos e a situação evoluiu para a preparação de uma abordagem, quando finalmente foi ordenado o cessar-fogo a todos os navios da esquadra.


Na realidade tratou-se de uma situação de pânico que causou “friendly-fire” e na verdade não existiam navios japoneses no Mar do Norte.


Knyaz Suvorov (1902)


No também conhecido como "Incidente de Hull", o causador da situação foi mais uma vez o denso nevoeiro que cobria a flotilha de pequenos navios pesqueiros britânicos, a “Gamecock Fleet”, que se encontrava na faina a 60 milhas de Hull, na costa norte de Inglaterra.

Como os arrastões estavam com as redes no mar não tiveram tempo de se afastarem da esquadra russa que se aproximava. Três dos arrastões foram atingidos por fogo de artilharia russa: o Crane, o Mien e o Moulmein. Houve dois mortos e muitos feridos entre os pescadores ingleses. O que minimizou o incidente foi o facto de o nevoeiro ter impedido qualquer precisão no tiro e como tal a situação não foi mais grave.


Existem notícias de outros incidentes, entre a Esquadra Russa e navios pesqueiros no Mar do Norte sem confirmação e ainda uma notícia relacionada com o cruzador-auxiliar russo Kamchatka que terá bombardeado quatro vezes a localidade inglesa costeira de Hartlepool, onde há a indicação de terem falecido 10 civis e causado inúmeros feridos. Estas notícias em conjunto com o incidente de Dogger Bank teve impacto político e extremou as relações diplomáticas com a Rússia quase até a um ponto de estado de guerra.


A Esquadra Inglesa chegou a ser preparada para sair, o que não veio a acontecer, mas a questão diplomática levou a que o Canal do Suez ficasse fechado à passagem da Esquadra Russa do Báltico.


O Almirante Zinovy Rozhestvensky teve a necessidade de acostar no porto de Vigo (Espanha) para deixar em terra vários oficiais, para serem submetidos a um inquérito internacional.


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