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(27 a 28 de Maio de 1905)

Batalha Naval de Tsushima

A Marinha Imperial Russa foi mantendo combates com a Marinha Imperial Japonesa, mas chegado a Outubro de 1904, o Imperador Czar Nicolau II mandou reforçar a Esquadra do Extremo Oriente com a Esquadra do Báltico, comandada pelo Almirante Zinovy Rozhestvensky, com o objectivo de ir destruir o bloqueio naval que a Marinha Imperial Japonesa mantinha sobre o Port Arthur.


A parte da Esquadra do Báltico que partiu para o oriente foi então denominada como 2ª Esquadra do Extremo Oriente. Esta recebeu ainda um pqueno esquadrão de reforço vindo também do Bático com três cruzadores costeiros comandado pelo Almirante Nikolai Nebogatov.


Esta chegou à zona do conflito a 26 de Maio de 1905. Esta incluía 28 navios, dos quais oito eram couraçados de batalha, 3 couraçados costeiro . Entretanto o seu objectivo tinha sido alterado uma vez que Port Arthur tinha caído em mãos japoneses a 2 de Janeiro de 1905. O destino da frota era agora Vladivostoque.


A Esquadra Russa tinha feito uma desgastante viagem de 18.000 milhas até Tsushima. Os grandes navios de guerra não estavam reparados para uma viagem tão longa e muito menos aptos a entrar em combate sem uma manutenção cuidada em estaleiros apropriados.


Um dos principais problemas da viagem foi o desgaste que efectuou sobre as caldeiras que na época necessitavam de constantes limpezas, sem as quais se reduzia consideravelmente a velocidade máxima dos navios.

Bibliografia


P. Olender, Russo-Japanese naval war 1904-1905, Vol2, Battle of Tsushima

C. Pleshakov, The Tsar's Last Armada: epic Journey to Battle of Tsushima, 2009

G. Piouffre, La guerre reusso-japonaise sue mar, 1904-1905, Marines Éditions, 1999

Duus, Peter (1998). The Abacus and the Sword: The Japanese Penetration of Korea, 1895-1910. University of California Press.  

Gills, Barry (1996). Korea versus Korea: A Case of Contested Legitimacy, Routledge.

Kim, Djun Il (2005). The History of Korea, Greenwood Press.  


Kowner, Rotem (2009). “The A to Z of the Russo-Japanese War”. UK Plymouth, The Scarecrow Press Inc., iBook.


Brook, Peter (2000), Armoured Cruiser versus Armoured Cruiser: Ulsan 14 August 1904 Warship 2000-2001. London: Conway Maritime Press


Evans, David C.; Peattie Mark R. (1997) Kaigun Strategy, Tactics, and Technology in the Imperial Japanese Navy 1887-1941 Naval Institute Press


McLaughlin, Stephen (1999), From Riurik to Riurik: Russia's Armoured Cruisers Warship 1999-2000. London: Conway Maritime Press


The Russo-Japanese War Research Society

Almirante Zinovy Rozhdestvensky

(1848-1909)

Comandante da Esquadra do Báltico

A chegada da 2ª Esquadra ao Mar da China

A Marinha Imperial Japonesa era menos numerosa, com quatro couraçados modernos fortemente armados, rápidos, e tecnologicamente mais avançados, no controlo de tiro e utilização no tipo de pólvora química, e mais 27 pequenos navios, entre torpedeiros e auxiliares.


A questão da falta de velocidade dos navios russos perante os navios japoneses, terá sido uma das razões que levou o Almirante Rozhestvensky a escolher uma rota através do Estreiro de Tsushima, entre a Coreia e as ilhas de Kyusho do Japão, para chegar o mais rapidamente a Vladivostoque.


A opção do Almirante Rozhestvensky foi arriscada e a sua esquadra acabou por ser detectada por um navio auxiliar japonês que comunicou a sua posição, via TSF, o que deu oportunidade para a Marinha Imperial Japonesa zarpar em seu encalce.



A Batalha teve início a 27 de Maio de 1905, quando a esquadra do Almirante Togo Heihachiro chegou ao contacto com a esquadra russa.


Almirante Togo Heihachiro destruiu ao fim de 90 minutos o couraçado russo OSLYABYA e após mais três horas de fogo o couraçado BORODINO.


Até ao anoitecer a esquadra russa ainda perdeu o couraçado KNYAZ SUVORO e o IMPERATOR ALEKSANDR III.

Tsushima Fase 1 - Estreito de Tsushima D27 13h39mn

Almirante Togo Heihachiro

(1848-1934)

Comandante da Esquadra Imperial Japonesa

Outro obstáculo que a esquadra encontrou foi o efeito do calor tropical sobre as guarnições russas que não estavam preparadas para o clima que lhes afectou  em muito o moral.


As guarnições da Esquadra Russa eram essencialmente compostas por homens que nunca tinham navegado anteriormente e entre eles existia a ideia que a guerra já estava perdida quando partiram para o extremo oriente. A Esquadra do Báltico era uma esquadra guarnecida por homens que normalmente se mantinham nos portos e sem experiência em viagens de longa duração.


Durante a duas semanas de treinos intensivos antes da partida tudo correu mal, desde o tiro até terem acontecidos colisões, o que aumentava em muito a apreensão do Almirante Rozhdestvenski.


Sem Port Arthur a única base russa no Pacífico era agora Vladivostoque. Para o alcáçar a Esquadra tinha duas rotas possíveis, contornando o Japão por oriente e junto a La Perouse, no extremo norte do Japão, contornar em direcção a Vladivostoque, mas isso obrigaria a mais uma abastecimento da esquadra em alto-mar e naquela zona existia um perigo real de serem atacados durante a manobra.


Em alternativa ficava seguir pelo estreito de Tsushima em direcção a Vladivostoque, que não requeria um novo abastecimento, mas que passava pelo centro da zona controlada pela Marinha Japonesa. Sem alternativa decidiu avançar pelo estreito de Tsushima.


O avanço da Esquadra Russa ao longo do estreito foi feito durante a noite com as luzes apagadas, mas no final da coluna de navios ia o navio-hospital com todas as luzes acesas, como era determinado pelas convenções internacionais, e isso fez com que o cruzador auxiliar japonês Shinano Maru identificasse o navio e desse o alarme da presença da russa.

Tsushima Fase 2 - Estreito de Tsushima D27 20h00mn

Quando as armas se calaram no final do dia, 19h29mn, o dia estava a escurecer, as guarnições russas encontravam-se exaustas, mas os navios japoneses ainda estavam a uma distância ameaçadora.


Entretanto o Couraçado KNUAZ SUVUKOV tinha sido atingido na ponte e o Almirante Rozhestvensky ficado gravemente ferido, o que levou a que o Contra-Almirante Nebogatov viesse a assumir o comando da esquadra a bordo do couraçado NIKOLAI I.


A sua primeira preocupação foi reorganizar a formação para seguir para

Vladivostoque.


Considerava que estaria protegido pela noite e contava com cerca de oito horas de escuridão para se aproximar de Vladivostoque. No entanto assim que começou a viagem para norte foi atacado a torpedo por todos os torpedeiros e contratorpedeiros japoneses que se encontravam na zona.


Os ataques tiveram início às 20h00mn e os japoneses atacaram em formação. Em princípio os japoneses tiveram dificuldade em detectar os navios russos, mas estes quando já não tinham outra alternativa para se defenderem acabaram por ligar os holofotes que os tornaram alvos ainda mais vulneráveis.


A couraçado costeiro Navarin foi atingido por uma mina que o parou e de seguida foi atingido por mais quatro torpedos japoneses que o afundaram. Mais dois cruzadores e o couraçado SISSOI VELIKI foram atingidos por torpedos. A Marinha Japonesa apenas perdeu três torpedeiros nos ataques do final do dia.


Os três cruzadores sobreviventes na noite de 28 de Maio, que inclui o AURORA e o OLEG rumaram para sul e chegaram a Manila (USA) a 6 de Junho de 1905, onde foram internados pelas autoridades americanas até ao final do conflito.


Contra-Almirante Nikolai Iwanowitsch Nebogatov

(1849-1922)



Tsushima Fase 3 - Takeshima D28 10h15mn

Os navios russos que ainda sobreviviam estavam a combater à cerca de 24 horas e as suas guarnições estavam exaustas. A coluna arrastava-se para Vladivostoque a 9 kn o que deu oportunidade ao Almirante Togo de enviar os seus couraçados e cruzadores a 16 kn para contornar mais à frente, quando o sol nascesse, os navios russos.


Ao amanhecer  os russos viram que tinham entre eles e Vladivostoque uma esquadra japonesa e já não tinham poder de fogo, ou de manobra para fazer frente à esquadra inimiga. O Contra-Almirante Nebogatov ponderou a situação e decidiu render a esquadra para poupar os seus homens a uma morte certa.


Os navios japoneses aproximaram-se da esquadra russa à distância de tiro das suas armas pesadas, o que lhes permitia ficarem fora do alcance das armas russas.

Sem velocidade os navios russos não conseguiam alcançar uma distancia de tiro sobre os japoneses, o que contribuiu para a decisão final do contra-Almirante Nebogatov hastear o código de rendição. “XGH”.


Apenas um navio tentou escapar ao cerco japonês, o IZUMRUD que pela sua velocidade teria alguma hipótese, mas um denso nevoeiro fez com que viesse a encalhar e afundar antes de chegar a Vladivostoque.


2ª e 3ª Esquadras do Pacífico Reunidas – Comandante Vice-Almirante Zinovii Rozhestvenskii


1ª Divisão Couraçados – Vice-Almirante Zinovii Rozhestvenskii)

KNIAZ SUVOROV (BB)

IMPERATOR ALEKSANDR III (BB)

BORODINO (BB)

OREL (BB)


2ª Divisão Couraçados – Contra-Almirante Dmitrii von Felkerzam

OSLIABIA (BB)

SISSOI VELIKI (BB)

NAVARIN (BB)

ADMIRAL NAKHIMOV (CR)


3ª Divisão Couraçados – Contra Almirante Nikolai Nebogatov

IMPERATOR NIKOLAI I (OBB)

GENERAL ADMIRAL GRAF APRAKSIN (OBB)

ADMIRAL SENIAVIN (OBB)

ADMIRAL USHAKOV (OBB)

ZHEMCHUG (OCR)

IZUMRUD (OCR)


1ª Divisão de Cruzadores

OLEG (OCR)

AUROR (OCR)

DMITRII DONSKOI (CR)

VLADIMIR MONOMAKH (CR)


2ª Divisão de Patrulhas

SVIETLANA (CR)

URAL (AX)


1ª Divisão de Contratorpedeiros

BIEDOVII (DD)

BUINII (DD)

BRAVII (DD)

BYISTRII (DD)


2ª Divisão de Contratorpedeiros

BLESTYASHCHII (DD)

BEZUPRECHNII (DD)

BODRII (DD)

GROMKII (DD)

GROZNII (DD)


Esquadrão de Transportes

ALMAZ (PG)

ANADUIR (AX)

IRTYISH (AX)

KAMCHATKA (AX)

KOREIA (AX)

RUS (AX)

SVIR (AT)

OREL (AX)

KOSTROMA (AX)”



1ª Esquadra Japonesa – Almirante Togo Heihachiro


1ª Divisão de Couraçados – Vice-Almirante Misu Sotaro

MIKASA (BB)

SHIKISHIMA (BB)

FUJI (BB)

ASAHI (BB)

KASUGA (CR)

NISHIN (CR)

TATSUTA (Navio de Comunicação)


Flotilha associada à 1ª Divisão de Couraçados - 1ª Divisão de Contratorpedeiros

HARUSAME (DD)

FUBUKI (DD)

ARIAKE (DD)

ARARE (DD)

AKATSUKI II (DD)


2ª Divisão de Contratorpedeiros

OBORO (DD)

INAZUMA (DD)

IKAZUCHI (DD)

AKEBONO (DD)


9ª Divisão de Torpedeiros

AOTAKA (TB)

KARI (TB)

TSUBAME (TB)

HATO (TB)


3ª Divisão de Cruzadores – Vice-Almirante Dewa Shigeto

KASAGI (OCR)

CHITOSE (OCR)

OTOWA (OCR)

NIITAKA (OCR)


Flotilha associada à 3ª Divisão de Cruzadores - 4ª Divisão de Contratorpedeiros

4ª Divisão de Contratorpedeiros

ASAGIRI (DD)

MURASAME (DD)

SHIRAKUMO (DD)

ASASHIWO (DD)




2ª Esquadra Japonesa – Vice-Almirante Kamimura Hikonojo


2ª Divisão de Cruzadores – Contra-Almirante Shimamura Hayao

IZUMO (CR)

AZUMA (CR)

TOKIWA (CR)

YAKUMO (CR)

ASAMA (CR)

IWATE (CR)

HIHAYA (Navio de Comunicação)


Flotilha associada à 2ª Divisão de Cruzadores - 5ª Divisão de Contratorpedeiros

SHIRANUI (DD)

MURAKUMO (DD)

YUGIRI (DD)

KAGERO (DD)


Flotilha associada à 2ª Divisão de Cruzadores - 3ª Divisão de Contratorpedeiros

SHINONOME (DD)

USUGUMO (DD)

KASUMI (DD)

SAZANAMI (DD)


4ª Divisão de Cruzadores – Vice-Almirante Uryu Sotokichi)

NANIWA (OCR)

TAKACHIHO (OCR)

AKASHI (OCR)

TSUSHIMA (OCR)





3ª Esquadra Japonesa – Vice-Almirante Kataoka Shichiro)


5ª Divisão de Cruzadores – Contra-Almirante Taketomi Kunikane

ITSUKUSHIMA (OCR)

CHIN YEN (ex-chinês OBB)

MATSUSHIMA (OCR)

HASHIDATE (OCR)

YAEYAMA , Yaeyama (Navio de Comunicação)


Flotilha associada à 5ª Divisão de Cruzadores - 11ª Divisão de Torpedeiros

N.73 (TB)

N. 72 (TB)

N. 74 (TB)

N. 75 (TB)


6ª Divisão de Cruzadores – Contra-Almirante Togo Masaji

SUMA (OCR)

CHIYODA (CR)

AKITSUSHIMA (OCR)

IZUMI (OCR)


Flotilha associada à 6ª Divisão de Cruzadores - 10ª Divisão de Torpedeiros

N. 43 (TB)

N. 42 (TB)

N. 40 (TB)

N. 41 (TB)


15ª Divisão de Torpedeiros

HIBARI (TB)

SAGI (TB)

HASHITAKI TB