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Missão Militar Holandesa na Albânia

Da esquerda para a direita, em segundo o Coronel Willem de Veer, seguido pelo Major Lodewijk Thomson, ambos entre dois oficiais albaneses (1914)

International Gendarmerie 1913

Cidade de Tirana no início do Séc. XX

Cidade de Durrës no início do Séc. XX

Cidade de Vlorë no início do Séc. XX

Cidade de Shkodra no início do Séc. XX

Com a  declaração de independência da Albânia veio o reconhecimento internacional durante a Conferência dos Embaixadores, em Londres, 1912-1013. O Governo provisório que foi montado pelas potências internacionais, em 5 de Julho de 1913, no entanto não conseguiu estender o seu poder muito para além dos limites da cidade de Vlorë.

O príncipe de origem alemã eleito pelas seis potências, em especial com o apoio do Império Austro-Húngaro e da Itália, Wilhelm zu Wied, era protestante e a sua mãe, Maeia, era uma princesa holandesa. Wilhelm zu Wied, oficial alemão, era primo do Imperador da Alemanha e sobrinho da Rainha Elizabete da Roménia.

O príncipe chegou a Durrës, a 7 de Março de 1914, a bordo do navio austro-húngaro Taurus. Encontrou uma situação política e administrativa caótica. Sem apoio financeiro e com o início da Grande Guerra  a 3 de Setembro de 1914, seis meses após ter chegado à Albânia, abandonou o país a bordo do navio italiano Misurata, sem abdicar formalmente.

No entanto, na Conferência dos Embaixadores tinha ficado determinado que para resolver a instabilidade vivida na Albânia, seria formada localmente uma força paramilitar, comandada por oficiais estrageiros, que acabaram por ser holandeses, já que a Suécia não demonstrou disponibilidade, porque tinha uma outra força internacional já comandada pelos seus oficiais na Pérsia.

A Holanda, enquanto país neutro cumpria os requisitos necessários e ainda gozava do reconhecimento que davam por ter experiência em gerir a distante colónia das Índias Holandesa do Oriente, onde existia uma maioria muito alargada de população muçulmana.

Foi a 1 de agosto de 1913 que a Holanda recebeu o pedido formal para liderar a missão da Albânia, e a 19 de Setembro respondeu à Comissão Internacional de Controlo que se encontrava disponível para comandar a missão.

O Ministro da Guerra holandês contactou o Major Lodewijk Thomson, figura muito respeitada e conhecida internacionalmente pelas suas nas Índias Orientais Holandesas e como observador na Guerra Boer e na primeira guerra balcânica.

No entanto o comando da missão foi dada ao coronel Willem De Veer e Thomson foi nomeado como segundo-comandante.

Os quatro primeiros militares a chegarem a Vlorë foram: Coronel DeVeer, Major Thomson e os Sargentos Van Reijen e Stok, em 10 de Novembro de 1913. A sua primeira missão foi percorrer o país para reconhecer a situação e identificar o que poderia ser feito. Os oficiais holandeses percorreram o território durante três semanas e regressaram a Vlorë a 9 de Dezembro de 1913.

Capitão Fabius, Major Kroon, Major De Waal (parcialmente visível), Major Sluys, Capitão Doorman, Major Roelfsema, Dr. De Groot (em trajo civil), Capitão Sar, Major Verhulst, Major Snellen van Vollenhoven e mais à direita o Tenente Mallinckrodt. Os restantes oficiais são albaneses. (National Archaves, The Hague)

Como se verificava a recusa do Governo Grego de retirar da região sul da Albânia a Comissão Internacional de Controlo pediu que fosse criada uma força militar com o objectivo de de reocupar o sul da Albânia.

Para cumprir este objectivo foi pedido pela ICC mais oficiais à Holanda, tendo entretanto o Coronel De Veer começado a formar uma força de cerca de 1.000 homens, a  maior parte constituída por refogiados que se encontravam em Vlorë, vindos do Kosovo e de Shkodra. A força, denominada Gendarmerie, alcançou um efectivo de 5.000 homens, em que 800 tinham efectivamente treino militar. No dia 24 de Dezembro de 1913, a Rainha da Holanda Wilhelmina nomeou oficialmente o Coronel De Veer como comandante da Gendarmerie Albanesa.


Em Janeiro de 1914 verificou-se uma sublevação pró-otomana, por forças que pretendiam acabar com a influência europeia na Albânia. Esta tentativa de vir a fazer cair o governo pretendia colocar o General turco Izzet Pasha no trono.

Foi enviado pelos otomanos o oficial do grupo “Jovens Turcos” Begir Grebena, que entrou pelo Macedónia. Chegado a Shkodra conquistou o apoio da comunidade muçulmana local e em Durrës o apoio de Essad Pasha.

Grebena conseguiu enviar 375 soldados turcos, disfarçados de civis para Vlorë a bordo do vapor austríaco Meran. Entretanto a Comissão Internacional de Controlo teve conhecimento da situação e deu ordem aos oficiais holandeses da Gendarmerie para actuarem com toda a determinação que achassem necessário.    

O Coronel De Veer e o Major Thomson incorporaram a polícia local na Gendarmerie e ocuparam as instalações dos telégrafos e da alfandega. Quando o vapor Meran acostou em Vlorë, o Major Thomson conseguiu capturar e desarmar 19 oficiais e 161 praças, que os repatriou via Trieste para Istambul. O comandante da força Begir Grebena foi fuzilado em Vlorë.  

Por outro lado Essad Pasha, o único que tinha um exército, continuou a sua campanha para dominar o máximo de território, mas a 9 de Janeiro quando tentava tomar a cidade de Elbasan foi impedido pelas forças do governador da cidade Aqif Pasha Elbasani. Esta campanha de Essad Pasha em muito reflectia uma guerra contra Ismail Qemali, numa perspectiva de preparação para a tomada de poder até à chegada do. Com extremo cuidado político Essad Pasha não se opunha abertamente à ICC, mas evitava a colaboração explicita com o Governo.

Como não existia um financiamento directo às forças de Essad Pasha ou a Ismail Qemali, cada um obtinha o seu financiamento através dos impostos das alfandegas, o primeiro de Durrës e o segundo de Vlorë. Por outro lado os oficiais holandeses que se empenhavam na construção da Gendarmerie apenas encontraram dificuldades por parte de Essad Pasha, que chegou a afirmar que esta não seria necessária uma vez que ele já tinha a “Gendarmerie” da Albânia.

Para complicar a situação, no sul da Albânia continuavam a reinar os grupos armados liderados por antigos oficiais gregos, que em muito se suspeitava que eram também apoiados pelo Governo grego.

A Comissão Internacional de Controlo (ICC) reconheceu que só seria possível estabolizar a situação na Albânia com a expulsão de Essad Pasha e Ismail Qemali da Albânia. Conseguiu convencer Ismail Qemali a sair, mas Essad Pasha foi uma situação mais difícil, tendo encontrado uma saída com a nomeação de Essad Pasha para liderar a comissão que se deslocou à ˆ Alemanha para oferecer o trono albanês ao Príncipe Wied.

A 23 de Fevereiro de 1914 chegaram as restantes oficiais holandeses a Vlorë, cerca de duas semanas antes do Príncipe. O Tenente Gerard Mallinckrodt, que foi o ajudante de campo do Major Thomson, os Capitães Wouter De Waal, Hugo Verhulst, Henri Kroon, Joan Snellen van Vollenhoven, Lucas Roelfsema e  Johan Sluys, e ainda, os Tenentes Carel De Iongh, Jetze Doorman, Jan Fabius, Julius Sonne, Hendrik Reimers e Jan Sar. Vieram ainda dois oficiais médicos Tiddo Reddingius e J. van Vliet e um médico civil F. De Groot.


A distribuição geográfica dos oficiais holandeses foi a seguinte:  Sluys, Roelfsema e Sar foram enviados para Durrës, Kroon e Fabius para Shkodra, Snellen van Vollenhoven e Doorman para  Korça, Verhulst e Reimers para Elbasan, De Waal e Sonne para Gjirokastra e De Iongh ficou com De Veer em Vlorë.

International Gendarmerie 1913

O sul da Albânia durante o primeiro semestre de 1914, manteve-se ocupado pelos gregos que só saíram após a ameaça de intervenção de tropas austro-húngaras.


Em Gjirokastra a ocupação grega foi apoiada pelos gregos que forneciam armas aos guerrilheiros locais e em Abril de 1914, houve inclusivamente a intervenção de tropas gregas na Albânia. As tropas holandesas que se encontravam no sul da Albânia nada podiam fazer por se encontrarem em grande inferioridade numérica. Após chegada do Príncipe Wied, Thomson foi nomeado para comandar a Gendarmerie do sul da Albânia.  


Para De Veer a nomeação de Thomson para o comando do sul foi um alívio, já que a relação pessoal entre estes dois oficiais era muito difícil. Thomson após chegar a Corfu a 10 de Março de 1914 iniciou de imediato negociações com os gregos. Simultaneamente o Príncipe Wied a recebeu o apoio italiano para a tomada de Gjirokastra.


Por volta do meio de Maio as tropas da Gendarmerie comandadas por De Waal, apoiadas por voluntários albaneses, avançaram para tomar o controlo da regiam de Gjirokastra, mas quando alcançaram o rio Drino, deparam-se com um massacre perpetrado junto ao Mosteiro ortodoxo de Kodra, perto de Tepelena.   Encontraram 218 corpos de velhos, mulheres e crianças massacrados pelas tropas gregas, algumas das vítimas estavam cruxificadas, outras cortadas aos pedaços.  Este mosteiro tinha sido utilizado como prisão e no interior encontrava-se espalhado pelas paredes e pelo chão sangue.  No relatório sobre o massacre de 10 de Maio de 1914, na vila de Kodra, do General De Veer está descrito que o médico da Gendarmerie identificou pedaços de cérebro espalhados pelo chão e ainda encontrou sobre o altar um coração que ainda estava a sangrar. Posteriormente foram desenterrados 195 cadáveres enterrados sem cabeça. 


Na Grã-Bretanha, na Casa dos Comuns em Londres, Aubrey Herbert (1880-1923) denunciou a situação mas com a quantidade de outras atrocidades que eram reportadas sobre a região balcânica, não obteve grande reacção do público britânico.

De Waal tentou ainda tomar Gjirokastra a 12 de Maio, mas não o conseguiu porque foi interceptado por topas gregas.


Foi conseguido um acordo a 17 de Maio de 1914, a Disposição de Corfu, mas esta não chegou a ser ratificada pelo Governo Grego e a luta continuou, o que levou à ocupação de Korça pelas tropas gregas.  


No centro da Albânia, mesmo depois da chegada do Príncipe Wied a Durrës, continuava na posse militar e política Essad Pasha, endo existido um compromisso que o levou a ser nomeado Ministro da Guerra do Governo do Príncipe Wied. Neste arranjo foi conseguido que Essad Pasha enviasse cerca de 20.000 dos seus homens para o sul da Albânia, tal nunca chegou a acontecer.

Era evidente para o Príncipe Wied e para os oficiais holandeses que Essad Pasha não era de confiança. Essad Pasha tentou ficar com a artilharia e metralhadoras que tinham sido entregues pelos austríacos para defesa de Durrës, principalmente para as posteriormente oferecer aos italianos.  O Capitão  Johan Sluys que não confiava nos italianos nem em Essad Pasha colocou as armas sob o comando dos oficiais Klingspor e Tomjenovic. Essad Pasha conseguiu no entanto que Johan Sluys perdesse o commando militar de Durrës, mas este foi entregue a outro oficial holandês, Capitão Lucas Roelfsema.

Capitão Hendrik Reimers, quando capturado pelos rebeldes em Junho de 1914

Links

http://www.siger.org/albania/en/area-12-arrival-of-prince-zu-wied-in-durazzo/

http://www.albanianphotography.net/DMM/

https://en.wikipedia.org/wiki/International_Gendarmerie

http://everything.explained.today/International_Gendarmerie/

Surgiram rumores que Essad Pasha estava a dar guarida a 200 homens armados e que na sua casa em Durrës existia um depósito de munições, que serviriam para a execução de um golpe de estado.


A 19 de Maio de 1914 as forças do Major Sluys cercaram a casa de Essad Pasha e tentaram desarmar os homens que aí se encontravam. Foi necessário o disparo de dois tiros de canhão para levar à rendição de Essad Pasha. O Príncipe Wied deu ordem para o seu ministro ser internado no navio austro-húngaro “Szigetvar” que se encontrava ancorado na baía de Durrës. No dia seguinte De Veer e Thomson chegaram a Durrës, vindos de Vlorë, com a prova em forma de telegramas codificados que demonstravam a tarição de Essad Pasha e o complô com os italianos. O então embaixador da Itália, o Barão Carlo Alberto Aliotti, conseguiu convencer o Príncipe Wied para não prender e julgar Essad Pasha e para o exilar para Itália. Essad Pasha foi recebido em Itália como um mártire pela causa italiana.


Mesmo depois de Essad Pasha sair da Albânia a instabilidade política e social manteve-se, com a situação que se tinha despoletado em 17 de Maio de 1914, em torno de Durrës. Na região de Shijak, entre Durrës e Tirana, a população de etneia bosnia-muçulmana não aceitavam ser governados por um ocidental cristão (Príncipe Wied) e representavam uma séria ameaça para o Governo albanês.  Para a defesa de Durrës o General De Veer deu ordens para se tomar Rrashbull, uma elevação a poucos quilómetros da cidade e cuja localização era estratégica para a defesa da mesma. Para tal o Major Lucas Roelfsema e os seus homens, maioritariamente voluntários da região do Kosovo tomaram a elevação a 20 de Maio sem resistência.  A situação era muito difícil para a pequena força da Gendarmerie, mas por sorte chegaram a Durrës um reforço de 150 voluntários da região católica de Mirdita.


A 22 de Maio de 1914 o Tenente Jan Sar tomou o comando dos 150 voluntários de Mirdita e de 65 gendarmes e avançou em direcção a Tirana, para estabelecer a ordem na cidade. Quando passou junto a Rrashbull, a 23 de Maio, encontrou-se com uma força rebelde muçulmana, mas as suas tropas de Mirdita recusaram-se a atacá-las por existir um acordo trégua desde que o Príncipe Wied tinha subido ao trono. Entretanto as tropas de Mirdita desertaram e o Tenente Jan Sar e 40 gendarmes foram cercados e capturados.

Quando as notícias da captura do Tenente Jan Sar chegaram a Vlorë, o Major Roelfsema avançou em direcção a Rrashbull para libertar o Tenete Jan Sar, mas foi também cerdado e aprisionado.

Com esta situação levantou-se o pânico em Durrës e o embaixador italiano aproveitou a situação para convencer o Príncie Wied a se retirar para bordo de um navio italiano que se encontrava na baía. Assim que a família real se encontrou a bordo o embaixador italiano Aliotti deu ordens para que o navio se afastasse da costa, o que fez crer à população que a família se encontrava em fuga. Entretanto o Tenente Jan Sar foi liberto pelos rebeldes com a missão de ser o porta-voz das exigências, que incluíam a total amnistia para os revoltosos e a restauração do sultanato.

A situação era extremamente crítica para o Príncipe Wied, o que o levou a apontar o Coronel De Veer como seu consultor militar e comandante das forças, deixando de existir formalmente um ministro da guerra. O Coronel De Veer aceitou a situação e regressou a Vlorë a 4 de Junho, mas posteriormente partiu para a Holanda.  Nesta data o Estado da Albânia sob o governo do Príncipe Wied restringia-se a pouco mais de alguns quilómetros em redor de Durrës.

O Major Thomson construiu um conjunto de defesas fortificadas em redor de Durrës, onde aquartelou todas as tropas que estavam sob o seu controlo e colocou a bataria de artilha sob o comando do Capitão Fabiu.  

Os italianos continuavam a apoiar os rebeldes contra o Príncipe Wied, acabando as tropas do Major Thomson por capturarem três italianos, dois oficiais e um civil, que acompanhavam as tropas rebeldes. O embaixador italiano na Albânia esforçou-se por conseguir a libertação dos três italianos e simultaneamente o afastamento do Major Thomson do comando das forças defensivas de Durrës.

Simultaneamente o Major Thomson rejeitou todos os pedidos para a libertação dos italianos, o que levou a que o embaixador italiano solicitasse ao Príncipe Wied que repatriasse o Major Thomson para a Holanda, com a intensão de privar Durrës do homem que liderava a defensa da cidade. Esta controvérsia entre o embaixador italiano e o Major Thomson terminou a 15 de Junho de 1914, quando durante um forte ataque à cidade o Major Thomson foi mortalmente ferido.

Quando as notícias da captura do Tenente Jan Sar chegaram a Vlorë, o Major Roelfsema avançou em direcção a Rrashbull para libertar o Tenete Jan Sar, mas foi também cerdado e aprisionado.

Com esta situação levantou-se o pânico em Durrës e o embaixador italiano aproveitou a situação para convencer o Príncie Wied a se retirar para bordo de um navio italiano que se encontrava na baíull ’a. Assim que a família real se encontrou a bordo o embaixador italiano Aliotti deu ordens para que o navio se afastasse da costa, o que fez crer à população que a família se encontrava em fuga. Entretanto o Tenente Jan Sar foi liberto pelos rebeldes com a missão de ser o porta-voz das exigências, que incluíam a total amnistia para os revoltosos e a restauração do sultanato.

A situação era extremamente crítica para o Príncipe Wied, o que o levou a apontar o Coronel De Veer como seu consultor militar e comandante das forças, deixando de existir formalmente um ministro da guerra. O Coronel De Veer aceitou a situação e regressou a Vlorë a 4 de Junho, mas posteriormente partiu para a Holanda.  Nesta data o Estado da Albânia sob o governo do Príncipe Wied restringia-se a pouco mais de alguns quilómetros em redor de Durrës.

O Major Thomson construiu um conjunto de defesas fortificadas em redor de Durrës, onde aquartelou todas as tropas que estavam sob o seu controlo e colocou a bataria de artilha sob o comando do Capitão Fabiu.  

Os italianos continuavam a apoiar os rebeldes contra o Príncipe Wied, acabando as tropas do Major Thomson por capturarem três italianos, dois oficiais e um civil, que acompanhavam as tropas rebeldes. O embaixador italiano na Albânia esforçou-se por conseguir a libertação dos três italianos e simultaneamente o afastamento do Major Thomson do comando das forças defensivas de Durrës.

Simultaneamente o Major Thomson rejeitou todos os pedidos para a libertação dos italianos, o que levou a que o embaixador italiano solicitasse ao Príncipe Wied que repatriasse o Major Thomson para a Holanda, com a intensão de privar Durrës do homem que liderava a defensa da cidade. Esta controvérsia entre o embaixador italiano e o Major Thomson terminou a 15 de Junho de 1914, quando durante um forte ataque à cidade o Major Thomson foi mortalmente ferido.

O Major Thomson foi morto quando inspeccionava a bataria de artilharia, quando a uma distância de 300m da linha inimiga um atirador especial o alvejou no peito, tendo falecido quase de imediato. Firam rumores que terá sido um sniper italiano que fez o tiro mortal e que a morte foi encomendada pela embaixada italiana, já que o Major Thomson era o único que mantinha viável a defesa do Príncipe Wied.

O corpo do Major Thomson foi transportado para a Holanda a bordo do cruzador holandês Noord-Brabant. Chegado a Amsterdão foi colocado em câmara-ardente e enterrado solenemente no dia 18 de Julho de 1914, em Groningen.

Para os outros oficias holandeses a vida na Albânia também não foi fácil.  

Foram sendo aprisionados pelos rebeldes junto dos locais onde estavam colocados e mesmo o Major Kroon, que veio a substituir o Major Thomson em Durrës a 17 de Junho também não conseguiu dominar a situação.

A 21 de Junho de 1914 a situação na Albânia era tão desesperada que começou a haver por todo o país deserções e rendições, o que levou a que os oficiais holandeses perdessem o controlo das unidades que comandavam.

Com o assassinato do Arquiduque Austro-Húngaro Francisco Ferdinand, a 28 de Junho de 1914, em Sarajevo caminhava-se  a contra relógio para o início da Grande Guerra.

Os oficiais holandeses começaram a ser substituídos por oficiais alemães e austríacos que entretanto chegaram a Durrës a 4 de Julho de 1914 e a Gendarmerie por um destacamento de voluntários romenos que chegaram a Durrës a 7 de Julho.

Na Holanda com as notícias que chegavam sobre a situação na Albânia, a opinião pública pressionava os políticos para que a missão cessasse e os oficiais que ainda se encontravam na Albânia regressassem. A 27 de Julho de 1914 o General De Veer apresentou a sua demissão formal e dos seus homens e a missão holandesa na Albânia, tendo esta terminado um dia antes do Império Austro-Húngaro ter declarado guerra à Sérvia.

A 4 de Agosto de 1914, a maior parte dos oficiais holandeses partiram de Durrës em direcção a Amsterdão, com algumas dificuldades por causa do início do estado de guerra. Os dois últimos oficiais a partir da Albânia foram o Capitão Verhulst e o Tenente Reimers que só foram libertados a 19 de Setembro e que seguiram para a Holanda no dia seguinte.


Bataria de Artilharia da Gendarmerie em Durrës 1914

Campa do Major Thomson em Durrës (Albânia 1914)

Chegada do corpo do Major Thomson a Amsterdão a bordo do cruzador Noord-Brabant (18 de Julho 1914)

Cerimónia funebre do Major Thomson em Amsterdão

Enterro do corpo do Major Thomson como herói nacional.

O monumento ao Major Thomson está colocado na praça homónima em Den Haag (The Hague/Holanda). O monumento passou a ser também um local de memória da missão de paz holandesa nos Balcãs de 1913-1914.

Foto datada de 2009, Den Haag, Thomsonplein.

Escultor: Charles van Wijk

Edificado em 1918