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Bibliografia


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Esquadra Espanhola no Tejo

A Revolta de 14 de Maio de 1915 em Portugal vista por Espanha

Em Portugal a revolta causou cerca de 200 mortos e cerca de 1 000 feridos de acordo com o jornal ABC de Espanha. O jornal "A Capital" a 21 Maio indica que o custo da ditadura se somou em 101 mortos e 913 feridos.


Esta situação fez com que os governos de Espanha, França e Inglaterra tivessem enviado navios de guerra para o Tejo (Lisboa), com a finalidade de defender, ou evacuar, os seus nacionais. Assim, Espanha enviou uma esquadra de quatro navios, o couraçado España, o cruzador "Río de la Plata" e os torpedeiros "N.º3" e  "N.º 5", que chegaram a 18 de Maio. No entanto, o torpedeiro "N.º 5" chegou mais tarde porque se reteve em Huelva para abastecimento antes de seguir em direcção a Lisboa (Jornal ABC de 19 de Maio de 1915).

Em Madrid o Primeiro-ministro Dato informou os jornalistas que desta força naval não tinham sido desembarcados quaisquer tropas em Lisboa, e que a única excepção tinha sido o próprio comandante do couraçado "España" que tinha desembarcado, vestido à civil, para se ir colocar à disposição do embaixador de Espanha em Lisboa. Com este comunicado desmentiu que teria sido necessário a intervenção dos marinheiros espanhóis para libertar a embaixada.


Nesta comunicação os jornalistas espanhóis foram informados que o representante de Portugal esteve na Presidência do Conselho, e depois se reuniu com o Sr. Dato e o Ministro da Marinha.


Também houve o esclarecimento de que os rumores sobre uma situação de tensão entre Madrid e Lisboa não se confirmavam e que as comunicações telefónicas se tinham mantido sempre abertas. O embaixador de Portugal mostrou grande empenho em afirmar que a ordem em Portugal se tinha restabelecido.


Na imprensa espanhola foi publicado que na imprensa portuguesa, de 18 de Maio, havia a indicação de que os barcos espanhóis tinham sido recebidos com tranquilidade e se reconhecia que o envio desses barcos tinha sido no cumprimento do dever do Governo Espanhol de defender os seus súbditos que se encontravam em Portugal (Jornal ABC de 19 de Maio de 1915).


Em Lisboa a cobrir os acontecimentos de 14 de Maio de 1915 estiveram os jornalistas Emilio Gabas do Heraldo de Madrid, Felix Lorenzo do El Imparcial e Pedro Matta do ABC.

Os navios de guerra estrangeiros no estuário do Tejo na Revolta de 14 de Maio


No jornal "A Capital", de 17 de Maio de 1915, foi dada a notícia que se encontrava fundeado ao largo da baía de Cascais o cruzador "Extremadura" e havia o conhecimento que outras unidades navais espanholas se dirigiam para Lisboa (Tejo). Refira-se que a notícia do cruzador "Extremadura" na baía de Cascais é muito provavelmente um erro, uma troca de identificação do cruzador "Río de la Plata".

O cruzador "Río de la Plata" quando chegou fundeou primeiro ao largo da baía de Cascais, durante quase toda a manhã do dia 18, enquanto esperava a chegada do couraçado "España", tendo aproveitado para lançar um escaler para ir a terra buscar mantimentos. Quando os dois navios subiram o Tejo, cerca das 19 horas do dia 18 de Maio, o cruzador "Río de la Plata" salvou à terra na altura do Bom Sucesso, tendo então o "NRP Vasco da Gama" içado a bandeira espanhola e saudado o navio almirante espanhol.


No jornal "A Capital", de 18 de Maio de 1915, foi dada a notícia da chegada do torpedeiro "N.º 3" que se juntou a outras duas unidades navais, o cruzador "Río de la Plata" e o couraçado "España", que se encontravam desde 17 de Maio à tarde no Tejo, fundeadas em frente do Cais do Conde d'Obidos chegados à margem sul.   O torpedeiro "N.º 3" fundeou em frente a estas unidades navais.

O "España" era comandado Capitão-de-mar-e-guerra D.M.Flores, o cruzador "Río de la Plata" era comandado pelo Capitão-de-fragata D.José de La Herran e o torpedeiro "N.º 3" comandado pelo Tenente D. Venceslau Benites. O primeiro navio tinha uma tripulação de 1.000 homens incluindo oficiais, o segundo de 500 homens e o terceiro de 30 homens.

  

Durante a manhã do dia 19 de Maio a Divisão espanhola saudou a visita do embaixador espanhol que se deslocou a bordo com 17 descarga de salva e com a tripulação formada. Posteriormente o comandante do "España" deslocou-se a terra para apresentar cumprimentos ao Governador Civil de Lisboa, tendo sido recebido pelo Governador Civil interino Dr. Carlos Olavo. De seguida o comandante da Divisão espanhola deslocou-se a bordo do "NRP Vasco da Gama" para cumprimentar o comandante da Divisão Naval portuguesa Leotte do Rego. Depois das visitas protocolares o cruzador "Río de la Plata" levantou ferro e deixou o Tejo.

No dia 20 de Maio chegou ao Tejo o cruzador "HMS Cadmus", comandado pelo Capitão-de-mar-e-guerra Crofton, que desembarcou e se dirigiu para a embaixada inglesa. O navio ficou fundeado em frente do Posto Marítimo de Desinfecção.


No dia 21 de Maio saiu do Tejo o cruzador auxiliar "HMS Cadmus" e entrou o cruzador francês "Dupetit-Thouars", que fundeou em frente do Posto Marítimo de Desinfecção. O navio francês deu as salvas do estilo em frente às batarias do Bom Sucesso que a este responderam. Durante todo o dia os navios espanhóis estiveram a meter carvão e efectuarem limpezas.


No dia 22 de Maio o comandante o navio francês, Capitão-de-fragata Gervais, desembarcou no Cais das Colunas, tendo se dirigido de imediato à Majoria General da Armanda onde  cumprimentou as autoridades e o administrador do Arsenal o Contra-Almirante Schultz Xavier, dirigindo-se depois à embaixada da França.


No dia 23 de Maio, de manhã, o cruzador francês "Dupetit-Thouars" levantou ferro e fez-se ao mar, tendo dado as salvas de estilo ao deixar o Tejo.


No dia 24, pelas 8 horas da manhã, o couraçado "España" e o torpedeiro "N.º 3" partiram do Tejo, tendo salvado e sido respondido pelos navios portugueses que aí se encontravam fundeados. Ao fim da tarde já não se encontravam no Tejo qualquer dos navios que tinham sido atraídos pelos acontecimentos de 14 de Maio de 1915 (Jornal a Capital 17 a 24 de Maio de 1915).


Quanto à estadia dos três navios no estuário do Tejo é um facto e muito provavelmente o torpedeiro "N.º 5", que não entrou no estuário do Tejo, ter-se-á encontrado posteriormente com o "Río de la Plata" a 19 de Maio já ao largo da costa portuguesa, razão porque o jornal "A Capital" não faz referência a esse navio. O torpedeiro "N.º5" terá escoltado o "Río de la Plata" na viagem de regresso a Espanha. O couraçado "España" e o torpedeiro "N.º 3" partiram para Espanha no dia 24 de Maio, terminando uma estadia de 8 dias em Lisboa.


14 de Maio: Lisboa, Avenida da Liberdade

14 de Maio: Lisboa, Praça da Câmara Municipal

14 de Maio: Lisboa, Rua do Arsenal

HMS Cadmus

(No Tejo entre 20 e 21 de Maio de 1915)      

Dupetit-Thouars

(No Tejo entre 21 a 24 de Maio de 1915)

Cruzador "Río de la Plata", no Tejo desde 17 de Maio de 1915

Couraçado "España",  No Tejo a 17 de Maio de 1915

14 de Maio: Lisboa, Rua do Arsenal

14 de Maio: Lisboa, Terreiro do Paço (Cruz Vermelha Portuguesa)

14 de Maio: Lisboa,

Rua do Sacramento a Alcântara

Fonte: Ilustração Portuguesa, 2.a série, n.o 483, 24 de Maio de 1915

Fonte: Ilustração Portuguesa, 2.a série, n.o 483, 24 de Maio de 1915

Fonte: Ilustração Portuguesa, 2.a série, n.o 483, 24 de Maio de 1915

14 de Maio: Lisboa,

Praça do Município

14 de Maio: Lisboa, Terreiro do Paço

Fonte: Ilustração Portuguesa, 2.a série, n.o 483, 24 de Maio de 1915