Para cima

Na Bélgica - 11 de Novembro de 1918

O Alferes Manuel António Correia do Regimento de Infantaria 16 não foi inicialmente mobilizado para França. Voluntariou-se para seguir para França logo nos primeiros contingentes, tendo ido no Quadro Especial, com a promessa de ser transferido para um Batalhão de Infantaria após chegar a França.


Chegou a França  a 3 de Fevereiro de 1917, integrado no nos serviços de secretaria da 1ª Ambulância. Junto com o pessoal dos serviços de saúde partiu de Brest para Aire-sur-la-Lys de imediato. O transporte foi efectuado de comboio durante a noite, já que durante o dia estes ficavam parados em resguardos ferroviários camuflados, por causa da aviação inimiga.


A 1ª Ambulância estabeleceu-se em Mametz perto do Comando Militar francês da localidade.


Terminado o período de instrução do contingente da Ambulância em Mametz (Escola de Gás) seguiu com as tropas para La Gorgue, onde ficou instalado nos antigos alojamentos utilizados pelos ingleses, que ficavam a cerca de 1.500m da Linha das Brigadas.


A 30 de Setembro de 1917 o Quadro Especial de Oficiais foi extinto e em Outubro o Alferes Manuel António Correia foi transferido para o Batalhão de Infantaria n.2 (Lisboa), 6ª Brigada, 2ª Divisão.


Entre Fevereiro e Março esteve em Portugal em licença de campanha, onde só gozou parte da licença, tendo esgotado o tempo restante em França após regressar de Lisboa.


A 9 de Abril de 1918, (La Lys) estava na frente de combate. Manteve uma retirada ordenada dos seus homens, recolhendo pelo caminho soldados que se encontravam sem comando. Na noite de 9 para 10 de Abril encontrava-se nem Calonne, junto à estrada de Merville-Béthune. Foi salvo pelo Alferes-Capelão Luís Lopes de Melo, durante um bombardeamento.


No dia 10 de Abril mantive-se na zona e a 11 de Abril teve ordem de se dirigir com os homens para Ambleteuse.


Seguiu-se um período difícil para o CEP, em que as tropas portuguesas efectuaram essencialmente construções defensivas.


Entretanto em Julho de 1918, foi transferido para uma localidade chamada Bur-Bur, uma pequena vila mineira, com uma companhia formada por homens do BI11/17, que em conjunto com os canadianos montaram no local um sistema defensivo.


Ainda, em Julho foi integrado no contingente do Batalhão de Infantaria IV (Batalhão de Assalto), que viria ser comandado pelo Major Hélder Ribeiro. Essencialmente formado por homens do ex-BI23, incluía ainda homens do ex-BI13 e vindos do Depósito Disciplinar do ex-BI17.


O Tenente Manuel António Correia assumiu o comendo de uma das companhias do Batalhão IV do Major Hélder Ribeiro.


Em Outubro de 1918 actuou nos arredores de Lille e tomou posições de combate no cemitério da vila de Neuve Chapelle. Uma das missões foi a de desobstruir o caminho para os tranques avançarem sobre a linha alemã em Lille.


Foram integrados na 140ª Brigada Britânica de Infantaria de Londres, onde o BI-IV constituiu o 4º Batalhão. Integrados na brigada britânica avançaram sobre o rio Escalda e já em território belga entraram em contacto com a linha alemã, tendo existido troca de fogo e os alemães acabaram por rebentar a ponte e retirar.


No dia 11 de Novembro às 8 horas da manhã foi informado que o Armistício tinha sido assinado e que o mesmo teria início às 11 horas.


No dia 12 de Novembro o BI-IV foi acantonar em Tournai, uma cidade belga muito destruída pela guerra, junto à margem do rio Escalda , entre Lille na França e Bruxelas na Bélgica.


Fonte: (Correia, 2011:108-57)

Memórias - Tenente Manuel António Correia

Bibliografia


PT/AHM/DIV/1/35A/1/02/0306 – Manuel António Correia, Alferes do Quadro Especial


Correia, Manuel António (2011), Memórias de um resistente às ditaduras, Lisboa, Círculo de Leitores


Mea, Elvira de Azevedo; Steinhardt, Inácio (1997), Ben-Rosh: Biografia do Capitão Barros Bastos, o apóstolo dos Marranos, Porto, Edições Afrontamento.

Tenente Manuel António Correia

Comandante de Companhia do BI-IV

Memórias - Capitão Artur Carlos Barros Bastos

Comandante de Companhia do BI-IV

Promovido a Capitão em Agosto de 1918, o Capitão Barros Bastos comandou a 4ª Companhia do IV Batalhão de Infantaria.


No dia 11 de Novembro, dia do Armistício, a Companhia do Capitão Barros Basto fez um derradeiro assalto contra os alemães. Foi este Batalhão que trocou os últimos tiros portugueses no Front ocidental junto às margens do rio Escalda, dentro do território belga.


Fonte: (Mea, 1997:14).