Para cima

Raid Alemão - 14 de Março de 1918

Em 14 de Março de 1918, os alemães efectuam um novo ataque com uma força a nível de batalhão, sobre Batalhão de Infantaria 34, de Santarém, no subsector II de Ferme du Bois (Martins, 1934a:267)

 

À sua direita (subsector I Ferme du Bois) estava o Batalhão de Infantaria 28, da Figueira da Foz, e à sua esquerda (subsector I Neuve Chapelle) o Batalhão de Infantaria 9, de Lamego (Livro de Ouro da Infantaria (1922), p.79-82).

Foi efectuado um grande fogo preparatório de artilharia ao longo de toda a frente portuguesa, Fauquissart, Neuve Chapelle e Ferme du Bois, desde as 4 horas da madrugada. Às 4 h 30mn o fogo centra-se na caixa de ataque sobre o sector de Neuve Chapelle, incluindo um alerta de gás (Magno, 1921a:101).

 

A táctica alemã para estes ataques tinha evoluído, acompanhando o avanço da infantaria com um fogo de barragem rolante de artilharia, e depois pela artilharia e morteiros de acompanhamento. Também introduziram a utilização de metralhadoras ligeiras e lança-chamas e ainda alteraram a táctica no terreno, parando a unidade em frente dos obstáculos, envolvendo-o com outras unidades que vêm nas vagas que lhe seguem (Dias, 1920:158).

 

Assim o BI 34 fixou vários pontos de resistência na 1ª Linha, como o posto de metralhadora , junto a Vine St., e um segundo posto de metralhadora em Copse, que aguentaram o terreno até que foram envolvidos pela segunda vaga alemã, tendo mantido o fogo até que o BI 34 se posicionou na 2ª Linha. 

 

Às 5h 30mn o Raid tinha terminado e o inimigo expulso sem ter conseguido capturar qualquer prisioneiro.

 

No dia seguinte o comandante da 1ª Divisão louvou cada um dos dois batalhões BI 34 e BI 9, pela manutenção da posição durante o violento bombardeamento preparatório alemão, por ter repelido o ataque sem nunca perder o controlo das suas trincheiras e por ter causado baixas aos inimigos. Como recompensa colectiva estes dois batalhões passaram a formar à direita das suas brigadas, como forma de distinção e em adaptação da tradição britânica (Martins, 1934a:267).

Tenente Porfírio da Silva - RI 19

Incorporado no 2º Depósito de Infantaria na Flandres e posteriormente colocado no BI34

O Tenente Porfírio da Silva, comandante da 1ª Companhia do Batalhão n. 34, de Mangualde, e 2º comandante do Batalhão n. 34, morreu em combate durante o Raid alemão de 14 de Março de 1918, vitima de uma granada.

Bibliografia


Almeida, Humberto de(1919), Memórias dum Expedicionário a França, com a 2ª Brigada d'Infantaria, 1917-1918, Porto, Tipografia Sequeira.

Amaral, Ferreira do (1923), A Batalha do Lys, A Batalha D'Armentières ou o 9 de Abril, Lisboa, Tipografia do Comércio.

Martins, Ferreira (1934a), Portugal na Grande Guerra, Vol. I, Lisboa, Empresa Editorial Ática.

Martins, Ferreira (1934b), Portugal na Grande Guerra, Vol. II, Lisboa, Empresa Editorial Ática.

VVAA (1922), Livro de Ouro da Infantaria, Lisboa, Tipografia Fernandes.

Dias, Costa (1920), Flandres, Notas e Impressões, Lisboa, Imprensa Libano da Silva.

Magno, David (1921a), Livro da Guerra de Portugal na Flandres. Descrição militar histórica do CEP. Recordação das trincheiras, da batalha e do cativeiro. Figuras, factos e impressões, Vol I, Porto, Companhia Portuguesa Editora.

Magno, David (1921b), Livro da Guerra de Portugal na Flandres. Descrição militar histórica do CEP. Recordação das trincheiras, da batalha e do cativeiro. Figuras, factos e impressões, Vol II, Porto, Companhia Portuguesa Editora.

Blog Chaves, http://chaves.blogs.sapo.pt/discursos-sobre-a-cidade-por-antonio-1173997, consultado em 2016/04/24.