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Raid Alemão - 07 de Março de 1918

Após 4 dias de incessantes e intensos bombardeamentos de trincheira, os alemães efectuaram mais um raids linhas defendidas pelo BI15, com efectivos muito importantes. Foram mais uma vez repelidos com fortes perdas e sem conseguirem fazer prisioneiros (Silva, 1949:15-6). O efectivo alemão tinha cerca de 250 homens. Entre as tropas portugueses houve dois mortos e 15 feridos. (Fraga, 2010:372).

O ataque deu-se sobre os sectores de Neuve-Chapelle e Freme du Bois, com uma longa preparação de artilharia que só terminou uma hora e meia antes do ataque às 5 horas da manhã. Ter· existido um intenso duelo de artilharia entre as partes.

O assalto alemão iniciou-se no sector de Neuve-Chapelle aproveitando o nevoeiro matinal que se fazia, para chegar junto do parapeito do BI 15, que guarnecia o postos Mole e Pope. Os portugueses receberam os alemães com fogo de espingarda, granadas de m„o e fogo de morteiros ligeiros. Foi dado “SOS  Artilharia” que apoiou o sector e os alemães foram repelidos. No sector Ferme du Bois os alemães foram recebidos a tiro de espingarda e de artilharia e n„o chegaram ao arame-farpado do parapeito do BI 22. Tratou-se da primeira vez que os alemães atacaram em simultâneo dois sectores portugueses. (Fraga, 2010: 376).


O Batalhão recebeu o seguinte telegrama:

“O Comandante do 1.º Exército Britânico deseja que sejam transmitidas ao Batalhã de Infantaria n.º 15 as suas congratulações pelo completo sucesso repelindo esta manhã o raid inimigo”.


Pela mesma acção recebeu a 1ª Divisão o seguinte louvor:

“Que sejam louvadas as 1º e 3ª Brigadas pelo valor demonstrado no combate de 7, mantendo com honra e glória as tradições de bravura da 1ª Divisão e louvo em especial o Batalhão de Infantaria n.º 15 pela serenidade e bravura demonstradas no subsector, repelindo o inimigo com  energia e infringido tais perdas que o forçou a retirar precipitadamente. Por isso o 15 formará à direita da sua Brigada até que outro batalhão da mesma se distinga”.

Bibliografia


Almeida, Humberto de(1919), Memórias dum Expedicionário a França, com a 2ª Brigada d'Infantaria, 1917-1918, Porto, Tipografia Sequeira.


Amaral, Ferreira do (1923), A Batalha do Lys, A Batalha D'Armentières ou o 9 de Abril, Lisboa, Tipografia do Comércio.


Martins, Ferreira (1934a), Portugal na Grande Guerra, Vol. I, Lisboa, Empresa Editorial Ática.


Martins, Ferreira (1934b), Portugal na Grande Guerra, Vol. II, Lisboa, Empresa Editorial Ática.


VVAA, Livro de Ouro da Infantaria, Lisboa, Tipografia Fernandes.


Dias, Costa (1920), Flandres, Notas e Impressões, Lisboa, Imprensa Libano da Silva.


Magno, David (1921a), Livro da Guerra de Portugal na Flandres. Descrição militar histórica do CEP. Recordação das trincheiras, da batalha e do cativeiro. Figuras, factos e impressões, Vol I, Porto, Companhia Portuguesa Editora.


Magno, David (1921b), Livro da Guerra de Portugal na Flandres. Descrição militar histórica do CEP. Recordação das trincheiras, da batalha e do cativeiro. Figuras, factos e impressões, Vol II, Porto, Companhia Portuguesa Editora.


Silva, Jorge Nunes da(1949), História do Regimento de Infantaria n.º15, Tomar, Tipografia Nabão.


Fraga, Luís Alves (2010), Do Intervencionismo ao Sidonismo: os dois segmentos da política de guerra na 1ª República: 1916-1918, Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra.


PT/AHM/DIV/1/35/CX144/165 - Raid 7 de Março de 1918