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Ataque Aéreo - 19 de Agosto de 1917

O bombardeamento nocturno alemão sobre Saint Venant era uma situação frequente. A zona portuguesas era atingida por bombardeamentos aéreos inimigos, principalmente sobre duas localidades: Isbergues e Saint Venant.

 

Isbergue era um objectivo recorrente uma vez que tinha um centro fabril, que incluía altos fornos metalúrgicos e uma fábrica de munições, e Saint Venant que era uma zona urbana que ficava próximo destas fábricas.

 

Um dos bombardeamentos mais importantes deu-se em 19 de Agosto de 1917, pelas 22 horas, atingindo em simultâneo ambas as localidades. O ataque sobre Saint Venant não atingiu o QGC que ali se encontrava, mas foi dirigido principalmente sobre o depósito de munições  e sobre o parque automóvel.

 

Houve casas destruídas, incêndios e pelo menos 5 bombas atingiram o hospital de alienadas, destruindo parte do edifício, incluindo as caves, causando a morte de algumas doentes.

 

Apesar de alvejados constantemente pelas peças antiaéreas suportadas pelos holofotes da Companhia de Projectores de Campanha do CEP, os bombardeiros inimigos conseguiram manter o seu ataque organizadodurante bastante tempo, causando bastante estragos (Martins, 1934a:268-9).

Os bombardeamentos a Isbergues foram uma constante ao longo da guerra. Existe um outro relato de um bombardeamento da fábrica de munições de Isbergues que produziu 22 mortos entre os civis e muitos feridos no Batalhão de Infantaria 34, de Santarém, que aí se encontrava em descanso no dia 6 de Agosto de 1918.


O ataque aéreo nocturno alemão utilizou o lançamento de "Very Ligths" presos a pára-quedas para conseguir ver, bombardear e metralhar a unidade de infantaria no solo.


A Companhia do BI 34 comandada pelo Alferes Paulo da Cunha Bandeira Coelho foi especialmente fustigada, tendo este oficial ficado gravemente ferido (Magno, 1921b:150).


O Alferes Miliciano Paulo da Cunha Coelho, originalmente do RI 16, embarcou a 25 de Agosto de 1917 para França e regressou a 26 de Novembro de 1918 a Lisboa. Ferido a 16 de Agosto de 1918, foi louvado em Ordem de Serviço, n.º 469 de 11 de Agosto de 1918, da 1ª Brigada de Infantaria, pela energia com que obrigou debaixo do bombardeamento todos os soldados da sua Companhia a entrar em forma armados e equipados e não querendo abandonar o acontecimento enquanto ali houvesse soldados seus. Foi ferido gravemente. Baixou ou Hospital da Cruz Vermelha em 11 de Agosto. Presente a uma junta médica a 1 de Outubro de 1918, foi dada ordem de gressae a 3 de Outubro, tendo seguido para o porto de Cherburg (PT/AHM/DIV/1/35A/08/2358).

Bibliografia


Almeida, Humberto de(1919), "Memórias dum Expedicionário a França, com a 2ª Brigada d'Infantaria, 1917-1918", s.e., Porto, Tipografia Sequeira.


Amaral, Ferreira do (1923), "A Batalha do Lys, A Batalha D'Armentières ou o 9 de Abril", 4ª ed, Lisboa, Tipografia do Comércio


Martins, Ferreira (1934a), "Portugal na Grande Guerra", Vol. I, Lisboa, 1ª ed., Empresa Editorial Ática


Martins, Ferreira (1934b), "Portugal na Grande Guerra", Vol. II, Lisboa, 1ª ed., Empresa Editorial Ática


Magno, David (1921a), "Livro da Guerra de Portugal na Flandres. Descrição militar histórica do CEP. Recordação das trincheiras, da batalha e do cativeiro. Figuras, factos e impressões", Vol I, Porto, Companhia Portuguesa Editora.


Magno, David (1921b), "Livro da Guerra de Portugal na Flandres. Descrição militar histórica do CEP. Recordação das trincheiras, da batalha e do cativeiro. Figuras, factos e impressões", Vol II, Porto, Companhia Portuguesa Editora.