CEL - Bataria do Areeiro
Bibliografia
Autoridade Marítima Nacional
BERGER, José Paulo (Coronel) (2017), "Campo Entrincheirado de Lisboa", Tertúlias de História Militar (apresentação ), Direcção de História e Cultura Militar, 21 de Maio de 2017.
SOUSA, Pedro Marquês de (Tenente-Coronel), "A Artilharia de Costa na Defesa de Lisboa na 1ª Guerra Mundial (1914-1919)", in Revista de Artilharia, n.1100-1102, Abril-Junho de 2017, pp.83-1000.
A principal função das 4 peças do 75mm/L45 Krupp, era a defesa da faixa de torpedos fixos (minas) que defendiam a Barra do Tejo (impediriam as acções de rocegagem que poderiam ser intentadas por embarcações inimigas).
Fonte: Berger (2017)
O projecto de construção da Bateria do Areeiro, datado de 1903, é da autoria do major de engenharia António Augusto Nogueira de Campos, começando a ser realizada a obra sob a direcção do capitão de engenharia Augusto Vieira da Silva, a 16 de Junho de 1904; as obras arrastaram-se por alguns anos, vindo a ser concluídas em finais de 1908. Foi entregue ao Governo do Campo Entricheirado de Lisboa, fazendo a Bateria parte de um grupo de fortificações denominado Sector Exterior de Defesa do Porto de Lisboa.
Apresenta uma planta rectangular, com um dos lados virados para o mar, dois flancos e uma gola. Estava preparada para receber 4 peças de artilharia, de costa (não dispunha de qualquer defesa pela rectaguarda), de 75 milímetros e 45 calibres de comprimento, em reparos de eixo central. Em 1939 por motivo da construção da Estrada Marginal, a Bateria viu cortada parte do seu terreno anexo, embora o seu núcleo principal se mantivesse intacto. Em 1940, a fortificação encontrava-se praticamente desguarnecida (embora mantivesse as 4 peças de fogo), acabando por ser desartilhada, em 1943. Através de um Auto, datado de 15 de maio de 1946, foi entregue ao Regimento de Artilharia de Costa.
Em 16 de Setembro de 1953, veio a ser cedida ao Ministério da Defesa Nacional a fim de nela se efectuarem a necessárias adaptações para instalar a Torre de Radar de Controle do Porto de Lisboa.
Fonte: CALLIXTO, Carlos Pereira, Fortificações Marítimas do Concelho de Oeiras, Câmara Municipal de Oeiras, [s.d.].
Bataria do Areeiro, vista do rio Tejo
Perímetro fortificado do Forte do Areeiro e da Bataria do Areeiro, Oeiras, junto à foz da ribeira da Lage (margem direita).
Empenho da Bataria do Areeiro
Após a Declaração de Guerra da Alemanha a 9 de Março de 1916, registaram-se vários casos em que as batarias do Campo entrincheirado de Lisboa (CEL) abriram fogo sobre navios que não respeitaram os avisos de navegação.
Abril de 1916
Na tarde de 25 de Abril de 1916, a Bataria de Areeiro recebeu ordem para abrir sogo sobre um navio norueguês que não respeitou os avisos da Marinha de Guerra à entrada da Barra do Tejo.
A uma distância de aproximadamente 1.400m da bataria , esta fez fogo para intimidar o navio a parar.
O primeiro tiro foi curto, mas alguns estilhaços caíram perto do navio, o segundo tiro foi longo quase a bater o navio, e como este não parou a bataria fez um terceiro tiro que atingiu a proa do navio norueguês e o fez finalmente parar.
Maio de 1916
No dia 2 de Maio de 1916, a Bataria do Areeiro recebeu ordem para fazer fogo sobre uma embarcação portuguesa (yacht) que não parou aos sinais da Marinha de Guerra. O tiro foi feito aproximadamente a 1.400m e caiu a cerca de 30m à frente do yacht que parou de imediato.
Fonte: SOUSA, Pedro Marquês de (2017), "A Artilharia de Costa na Defesa de Lisboa na 1ª Guerra Mundial (1914-1919)", in Revista de Artilharia, n.1100-1102, Abril-Junho de 2017, pp.83-1000.