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O Estado da Índia Portuguesa na Grande Guerra

A principal alteração introduzida na gestão do Estado da Índia Portuguesa, territórios de Goa, Damão e Diu, com a implantação da República derivou da extinção do Ministério dos Negócios da Marinha e Ultramar e na consequente separação deste em dois ministérios, o Ministério da Marinha e o Ministério das Colónias.


Coube então ao Ministério das Colónias a missão de desenvolvimento económico e comercial do Estado da Índia portuguesa. Outra consequência directa da implantação da República adveio da promulgação da Lei da Separação da Igreja do Estado, em 20 de Abril de 1911, que formalmente atenuou a discriminação existente entre a população hindu e católica de Goa, Damão e Diu.

No mesmo processo de transformação das instituições a República, no quadro da administração colonial provocou a separação da Marinha em Marinha de Guerra e Marinha Colonial, com a criação desta última em 1912 por Decreto de 10/07/1912. Nesta separação de funções à Marinha de Guerra continuo-lhe a missão de defesa marítima e de soberania e à Marinha Colonial a missão de serviço de policiamento e fiscalização das costas, rios e canais das colónias. Houve também uma separação orçamental das despesas de manutenção, passando a Marinha Colonial a estar a cargo do Ministério das Colónias. Como consequência desta restruturação os meios navais e humanos coloniais passaram a estar directamente dependentes do Governo de cada possessão ultramarina.


Também surge uma alteração na constituição das tripulações da Marinha Colonial, que passam a ser constituídas por oficiais e praças recrutados na Marinha de Guerra, mas passam a admitir segundos-marinheiros e equiparados, e grumetes, recrutados entre o pessoal indígena local (Costa, 2011: 34).


Em 1914 o Estado da Índia Portuguesa dispunha da “NRP Rio Sado”, que ali se encontrava desde Dezembro de 1905, para o policiamento e fiscalização dos seus três territórios, Goa Damão e Diu, tendo esta canhoneira mantido um serviço activo até ao final de 1915, com viagens entre os três territórios, incluindo algumas deslocações até Bombaim (Índia Britânica).

Houve um aumento do número de hindus que passaram a frequentar as escolas, integraram e fundaram associações, jornais, bibliotecas e passaram a ter representatividade na vida pública.


Antes da implantação da República, diga-se Lei da Separação da Igreja do Estado, nenhum hindu frequentava a Escola Normal, em 1920 eram 17, no Liceu de Pangim em 1911 havia 58 alunos hindus e em 1920 já haviam 246 hindus. Em 1911 apenas existia um médico hindu e em 1920 já eram 14. Com a autonomia administrativa do Estado da Índia o hindus foram ocupando significativamente os lugares na administração pública e em 1920 já contavam com representantes no Conselho do Governo e no Conselho Legislativo.


Neste período de desenvolvimento da comunidade hindu de Goa destacou-se o Dr. Bolvonta Siurama Rau, que quebrando as tradições locais veio à Metrópole estudar direito em Lisboa e que regressou mais tarde a Goa, como delegado da República na Comarca de Quepém (Noronha, 1920: 212-7).


A nível religioso a República trabalhou no sentido da não discriminação religiosa, o que tinha sido um dos principais factores para a revolta de 19 de Outubro de 1895. Após a Revolução de 1910 e com a Lei da Separação da Igreja do Estado, os goeses foram dos primeiros a se manifestarem a favor da abolição do conceito religioso (Gaitonde, 2018:46), como referiu António de Noronha.


NRP Rio Sado - Em primeiro plano vê-se o escaler a vapor da canhoneira. Este tipo de embarcação era fundamental para as operações de patrulha e desembarque nos rios. (AFMM, n.º 15585)

A administração dos portos do Estado da Índia Portuguesa, também passaram para a administração local, ficando a sede da Capitania dos Portos do Estado da Índia Portuguesa fixada em Pangim, com a responsabilidade administrativa directamente ligada ao Governador-geral do Estado. Esta Capitania tinha três delegações: a Delegação Marítima de Mormugão, junto ao porto artificial de Mormugão em Goa, a Delegação de Damão e a Delegação de Diu junto dos respectivos portos. À Capitania estavam, ainda, ligados os serviços do Observatório Meteorológico de Pangim (Costa, 2011: 35).


Os territórios de Goa e Damão apresentavam importância estratégica para a navegaçull ão no Oceano Índico, destacando-se a rede de faróis constituída pelo farol da Aguada construído em 1841 dentro da Fortaleza da Aguada, apoiado por mais 5 farolins instalados em 1908. O porto de Mormugão também apresentava um conjunto de 4 farolins que o balizavam a entrada da barra e o espaço interna o que permitia a sua utilização nocturna (Costa, 2009: 174-6).


As rotas marítimas, tanto as que circundavam África pelo Sul, "Cabo da Boa Esperança", como as que atravessam o "Canal do Suez" desde 1867, directos ao Mediterrâneo, continuaram a utilizar a costa ocidental da Índia, mantendo o porto de Mormugão importâull ‰ncia neste quadro. As condições do porto artificial de Mormugão e a disponibilidade da via-férrea de Goa colocavam o porto de Mormugão como um porto de apoio à Índia Britânica.


Goa encontrava-se encaixada na Índia Britânica e o seu caminho-de-ferro, o Caminho-de-Ferro de Mormugão, começava no porto artificial de Mormugão e se estendia-se até à fronteira com o Estado da Índia Britânica, numa extensão de 82 Km.  A sua ligação com a Southern Mahrata Railway Company, fazia-se em Castle Rockuma em território Britânica. No estudo publicado por Luís Frazão, em Junho de 2002, intitulado "O serviço Postal Ambulante da Índia Portuguesa", é evidenciada a dependência do território perante as infra-estruturas e serviços existentes na Índia Britânica, para as comunicações entre o Estado da Índia Portuguesa e Lisboa.


A prosperidade económica do Estado da Índia Portuguesa há muito tempo que tinha terminado, tendo o último golpe sido desferido um século antes, quando se efectuou a ocupação territorial pelos ingleses, entre 1803 e 1813, período em que os recursos naturais foram pilhados, destruição da floresta de Damão e paralisia económica, situação que não mais recuperou (Costa, 2009: 116-7).


As comunicações com Lisboa eram suportadas pelas "Repartições Postais Ambulantes", cujas malas de correio eram transportadas nos vagões postais (vagões ambulâncias). O trajecto das malas de correio Mormugão-Castle Rockuma era designado "Ambulância Indo-Portuguesa I" e o trajecto Castle Rockuma-Mormugão era designado "Ambulância Indo-portuguesa II".

António Florindo de Noronha (1873-1931), nasceu em Goa, onde fez os seus estudos preparatório. Veio para Lisboa onde completou o Liceu e formou-se em Direito em Coimbra, em 1896. Em Coimbra era alcunhado como o "índio erudito". Regressou a Goa onde foi Juiz Municipal de Mormugão. Foi procurado da República em 1913 e Juiz Presidente da Relação de Goa até 1931, data em que faleceu. 

A Estação Naval da Índia

Durante a Grande Guerra (1914-18) a Estação Naval da Índia foi comandada pelos seguintes governadores-gerais:

(1910-1917)

Dr. Francisco Couceiro da Costa 

(1917-1919)

Capitão-de-fragata José de Freitas Ribeiro

(1918-1920)

Capitão-tenente Augusto de Paiva Bobela da Mota

Em 23 de Maio de 1918, o Capitão-tenente Augusto de Paiva Bobela da Mota, comandante do “NRP Rio Sado”, foi nomeado como Governador-geral interino, com o regresso do Capitão-de-fragata José de Freitas Ribeiro a Lisboa, cargo que manteve até 11 de Novembro de 1920.

A Defesa do Estado da Índia Portuguesa era mantida pelo exército e marinha colonial.


A defesa naval era executada pela Canhoneira "NRP Rio Sado". Esta estava armada com duas peças Krupp-Bange de 105mm, 2 peças Hotchkiss de 65mm, 1 peça Hotchkiss de 37mm e 1 metralhadora Nordenfelt de 6,5mm, e também possuía um posto TSF. A sua guarnição era composta por 4 oficiais, 6 sargentos e 30 praças.


Durante os anos de 1914 a 1918 teve como base o porto de Mormugão, tendo efectuado patrulhas nas águas de Goa durante o ano de 1914 e até Fevereiro de 1915, enquanto se encontrava comandada pelo Primeiro-tenente António de Macedo Ramalho Ortigão. Ainda, em Fevereiro de 1915 o comando da Canhoneira "NRP Rio Sado" passou para o Segundo-tenente Augusto de Paiva Bobela Mota. No ano de 1916 executou a missão de arresto dos navios alemães e austro-húngaro que se encontravam na Barra do Mormugão. Depois desta missão manteve-se imobilizado no porto de Mormugão até ao final da Grande Guerra (Mendes, 1989: 49).


A defesa dos territórios foi mantida por forças do Exército Colonial, aproximadamente 1800 homens, composta por locais e a 14ª  Companhia Expedicionária de Moçambique, 150 Landins (Morais, 2001: 193), que se encontrava em Goa desde 1912 e que só regressou a Moçambique em 1919. A Infantaria estava aquartelada em Aguada e Bicholim e a Artilharia em Pangim.


Para além da defesa territorial dos três territóull —rios, as unidades militares também prestaram o serviço de guarda do Depósito de Internados alemães da Íull êndia, que se compunha das seguintes instalações: Forte da Aguada, Quartel de Bicholim e posteriormente para guarda dos prisioneiros austro-húngaros o quartel de Pangim. Um estudo publicado por Eduardo Barreiros e Luís Barreiros, em Outubro de 2009, intitulado "I Guerra Mundial 1914 – 1918 Índia Portuguesa Prisioneiros de guerra Alemães e Austríacos, em campos de concentração em Goa", onde apresenta a localização dos três campos de internados.

Porto de Mormugão - Requisição de 1916

Com o início da Grande Guerra em Agosto de 1915, os navios alemães e austro-húngaros procuravam abrigo em portos neutros, para não serem capturados pelas forças britânicas e francesas.


Em 1916, no porto artificial de Mormugão encontravam-se surtos cinco navios alemães, que foram requisitados pelo Governo português, em 28 de Fevereiro de 1916 , na sequência do Decreto n.º 2.257 do Ministério da Marinha, publicado no Diário do Governo, 1ª Série, n.º43 de 6 de Março de 1916:


"Brisbane" (5.668T) rebaptizado "Damão", que pertencia à Companhia Deutsche-Australische Dampfschiffs-Gesselschaft, Hamburgo;


"Kommodore" (6.064T) rebaptizado "Mormugão", que pertencia à Companhia Deutsche   Ost- Afrika-Linie;


"Lichtenfels" (5.606T) rebaptizado "Goa", que pertencia à Companhia Deutsche Dampfschiffahrts-Gesellschaft “Hansa”;


"Marienfels" (5.556T) rebaptizado "Diu", que pertencia também à Companhia Deutsche Dampfschiffahrts-Gesellschaft “Hansa”;


"Numantia" (5.503T) rebaptizado "Pangim", que pertencia à Companhia Hamburg-American Line.


Ex. Numantia - Pangim

Mais tarde foi ainda requisitado pelo Governo, em 10 de Julho de 1916, na sequência do Decreto n.º 2.496 do Ministério da Marinha, o seguinte navio austro-húngaro, que igualmente se encontrava surto em Goa:


"Vorwaertz" (5.990T) rebaptizado "Índia", que pertencia à Companhia Austrian Lloyd com sede em Trieste.


O vapor "Vorwaertz" navio fazia carreira regular entre os portos de Hamburgo e Bremen, no Norte da Alemanha, com escala em Lisboa, África Ocidental portuguesa e alemã, África do Sul, África Oriental portuguesa e alemã, Índia portuguesa, Índia britânica, Extremo Oriente e Austrália. Foi integrado na Companhia de transportes Marítimos do Estado e acabou por ser torpedeado em 29 de Março de 1918, numa viagem de Londres para Cardiff, donde resultaram 5 mortos. Foi ainda rebocado para Portsmouth, onde o encalharam em Stokes Bay. Foi ainda recuperado tendo vindo mais tarde a arder totalmente, quando se encontrava no Tejo (Inso, 2006: 26-9).


Na sequência das requisições efectuadas em 1916 o Ministério das Colónias, em 1921, inscreveu uma rubrica de £56.000, para pagamento de compensaçõull ›es pelas cargas que não chegaram ao seu destino, por causa dos apresamentos efectuados aos seis navios anteriormente indicados que se encontravam no porto de Mormugão, Decreto Lei n.º 1.212, de 17 de Setembro de 1921.

Navios Alemães no Índico

SMS Emden - Agosto a Novembro 1914

SMS Wolf - Novembro 1916 - Fevereiro 1918

O "Wolf" foi o nome dado ao navio "Wachtfels" quando foi convertido em corsário. Recebeu um armamento que se compunha de 6 peças de 150mm, 1 peça de 105mm, 3 peças de 52mm, 4 tubos de torpedos  e minas.


Navegou entre 16 de Maio de 1916 até que regressou à Alemanha a 19 de Fevereiro de 1918, com 13 afundamentos confirmados.


Passou pelas águas do Estado da Índia Portuguesa em Fevereiro de 1917 e largou minas junto à entrada do porto de Bombaim.

Os Campos de Internados na Índia 1916

As tripulações durante o tempo em que os navios estiveram surtos no porto artificial de Mormugão, encontravam-se confinados aos respectivos navios, tendo apenas autorização para ir a terra durante o dia, com a obrigação de pernoitarem sempre nos seus respectivos navios. Esta situação alterou-se para os alemães quando, em 28 de Fevereiro de 1916, foi efectuado o arresto dos navios e todas as tripulações foram detidas como internados de guerra e enviados para campos de internamento em terra. Em 10 de Julho de 1916 a tripulação do navio austro-húngaro também foi detida e enviada para o campo de internamento. Num total foram feitos 177 prisioneiros (Cota, 2011: 19).


Como eram convenção na época os tripulantes alemães foram divididos em dois grupos: os oficiais e equiparados num total de 53 foram colocados no Quartel de Bicholim, constituindo o "Campo de prisioneiros de Bicholim" e os restantes tripulantes num total de 57 foram colocado no Forte de Aguada, constituindo o "Campo de Prisioneiros de Aguada", num total de 110 prisioneiros alemães. Quando da detenção da tripulação do navio austro-húngaro, em Julho, todos os tripulantes, sem distinção de serem ou não oficiais, foram detidos no Quartel de Pangim, constituindo o "Campo de Prisioneiros de Pangim", com 12 oficias e e 55 tripulantes, num total de 67 prisioneiros austro-húngaros. Foram ainda detidos em terra mais três alemães, dois oficiais dos navios alemães e um civil alemão que trabalhava para uma companhia inglesa.


Desde o momento em que os navios ficaram surtos no porto de Mormugão em 1914, a Cruz Vermelha Internacional apoiou os tripulantes, incluindo a ajuda para manter a comunicação entre estes e as famílias.


Em 26 de Abril de 1917, evocando-se razões de saúde, 47 internados entre alemães e austríacos, foram transferidos para Angra do Heroísmo nos Açores e um pequeno número para o Continente (Peniche). Em 27 de Outubro de 1919 os prisioneiros foram repatriados, via Bombaim.


Quando em 11 de Novembro de 1918 foi declarado o Armistício os prisioneiros não foram imediatamente libertados, tendo sido mantidos nos respectivos campos de internamento. Os seus repatriamentos só foram efectuados perto do final do ano de 1919, primeiro os austro-húngaros e depois os alemães. Em parte não existia um vontade de libertar os prisioneiros imediatamente por parte do Governo de Lisboa e por outro lado, a Alemanha e a Áustria encontravam-se em estado de falência económica e ruptura política e não conseguiam organizar o transporte de repatriamentos dos seus patriotas.  

O repatriamento Austríaco

Os austríacos do navio Vorwaertz e os alemães de ascendência austríaca, ou com cidadania austríaca, foram os primeiros a serem repatriados. Foram de Goa para Bombaim, por via-férrea, onde embarcaram no "SS Fratelli Bandiera" a 30 de Outubro de 1919. Seguiram via Canal do Suez, com a seguinte rota: Bombaim, Aden, Suez, Port-Said, Nápoles, Génova.  Chegaram a Génova a 28 de Novembro de 1919 (Cota, 2011: 22-3).

O Repatriamento Alemão

Quando da sua repatriação os alemães eram um grupo constituído por 68 homens, parte tinham sido transferidos em 26 de Abril de 1917, para o Depósito de Internados da Ilha Terceira e outros repatriados em conjunto com os austríacos. Sem apoio da Alemanha, foi o embaixador suíço na Índia Britânica, K. Ringger, que os auxiliou na preparação do repatriamento. Foram de Goa para Bombaim, por via-férrea, onde embarcaram no "HMT Main" de pavilhão inglês,a 30 de Dezembro de 1919 com destino a Port-Said. Seguiram via Canal do Suez, com a seguinte rota: Bombaim, Suez, Port-Said, onde chegaram no dia 12 de Janeiro de 1920. Daqui partiram a 25 de Março de 1920, a bordo do "SS Christian Nebe" com destino a Hamburgo, com a seguinte rota: Port-Saide, Gibraltar, Spit, Southampton, Hamburgo. Chegaram a Hamburgo a 21 de Abril de 1920 (Cota, 2011: 24-7)


Campo de Internados de Bicholim

O campo de prisioneiros de Bicholim abriu em 28 de Fevereiro de 1916, tendo como comandante e subcomandante o Capitão A. Andrea e o Tenente Nogueira respectivamente. O campo era específico para oficiais e equivalentes alemães. À guarda do Campo encontravam-se 53 detidos.


Ernst Becker, 3º Oficial do navio Alemão Kommodore, de Hessen na Alemanha

C. Wreesmann, Comandante do Numantia,

Ludolf Carstens, Comandante do Liechetenfels,

Wilheim Sieghold, Comandante do Marienfels,

L. Kasch, Comandante do Kommodore,

Paul Hans Henir Voss, Comandante do Brisbane,

Edward Messerschmidt 1º Oficial do navio Kommodore,  

Edward Jaeger, 3º oficial do navio alemão Numantia,

Fritz Daberkow, engenheiro chefe do navio Marienfels

Campo de Internados de Aguada

O campo de prisioneiros de Aguada abriu em 4 de Abril de 1916. O campo era específico para os tripulantes não oficias alemães. À guarda do Campo encontravam-se 57 detidos.


B. Gottsch, tripulante do navio Kommodore

Arthur Clasen, Contramestre do navio Numantia

Ludwig Weber

Fritz Alers

Ludwig Weber, Maquinista do navio Marienfels

J. Henry Krieger, 2º engenheiro do navio Numantia

Campo de Internados de Pangim

O campo de prisioneiros de Pangim abriu em 26 de Junho de 1916, e era específico para austro-húngaros. Neste campo foram internados os dois oficiais alemães, o ex-comandante do navio Liechtenfels, o médico do "Numantia" e o civil capturados em terra. À guarda do Campo encontravam-se 70 detidos.


Bechtinger Telesforo, Comandante do navio  Vorwaerts, de Trieste, na Áustria

Gopcevic Spiridione, 2º oficial do navio Vorwaertz

Kristoforo Marcovich, tripulante do navio Vorwaertz

Ludolf Carstens, ex-comandante do navio Liechtenfels, (alemão)

Dr. Georg Schaede, médico do vapor Numantia (alemão)

H.Keel, civil trabalhador numa empresa inglesa (alemão)

Schwarzt António, Cadete do navio Vorwaertz,

comandante do navio Vorwaerts, Capitão A. J. Ivanovic

Radovic Simeone, Chegador (Fogueiro) do navio Vorwaerts

Enrico Masutti 1º Oficial do navio Vorwaertz

Bibliografia


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Exposição Museu de Marinha, "Apresamento dos Navios Alemães, Acção Naval & Casus Belli", Coordenação do comandante Carlos Valentim. Lisboa, Fevereiro 2016.


Capitão-Tenente Tito de Morais, Comandante dos portos da Índia