Cabo Verde 1916/12/04 - São Vicente
O submarino ao aperceber-se do ataque mergulhou, acabando a cobertura de água por fazer de protecção aos tiros sucessivos que eram disparados sobre o seu casco. O submarino rodou submerso dentro da baía e fugiu rente ao fundo, pela espuma, algas e detritos que sobrenadaram. Pensa-se que teria a intenção de rocegar o cabo submarino de comunicações que aí se encontrava amarrado.
O navio "Moçambique" e os seus 500 soldados repatriados e a grande quantidade de material de guerra de África que se encontrava a bordo foram salvos. O submarino já longe do porto, em mar aberto começou a emergir, mas a canhoneira "NRP Beira" que tinha saído em apoio da "NRP Ibo" encontrava-se perto e começou a disparar sobre o submarino. Este voltou a submergir e não foi mais visto. Provavelmente seria o submarino U-47, comandado por Heinrich Metzger, que tem registado um afundamento na zona, naquela data.
Primeiro-Tenente António Alemão Cisneiros e Faria, Comandante da NRP Beira
Primeiro-Tenente Henrique Monteiro Corrêa da Silva.
Comandante da NRP Ibo
Kapitänleutnant Henrich Metzger. Comandante do U-43
U-47
Classe: U-43
Deslocamento: 725t
Velocidade: 17kn, 9kn submerso
Autonomia: 9.400mi a 8kn
Guarnição: 36 homens
Armamento: 6(4/2)X500mm TT, 1x88mm/L30
NRP Ibo
Classe: Beira
Deslocamento: 490t
Velocidade: 14kn
Autonomia: 3.200mi a 10kn
Guarnição: 59 homens
Armamento: 2x75mm; 2x47mm
NRP Beira
Classe: Beira
Deslocamento: 490t
Velocidade: 14kn
Autonomia: 3.200mi a 10kn
Guarnição: 59 homens
Armamento: 2x75mm; 2x47mm
Foto do U-43 (1916)
Bibliografia
Santos, José Ferreira dos (2008), Navios da Armada Portuguesa na Grande Guerra, Lisboa, Academia de Marinha.
Inso, Jaime Correia do (2006), A Marinha Portuguesa na Grande Guerra, Lisboa, Edições Culturais da Marinha.
Monteiro, Saturnino (1997), Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa, Volume VIII, 1808-1975, Lisboa, Livraria Sá da Costa Editora.
Nos mares de Cabo Verde, Atlântico Sul
A 4 de Dezembro de 1916, durante a vigilância nocturna do porto de São Vicente, a "NRP Ibo" veio às águas exteriores do porto, até junto do navio "Moçambique" que se encontrava fundeado. Depois de dar ordem ao "Moçambique" para entrar no porto e de ter regressado à baía, os marinheiros de vigia distinguiram o casco de um submarino emerso a entrar na baía.
A canhoneira que se encontrava de serviço arrancou de imediato ao encontro com o inimigo. Tomou a decisão de correr a toda a força para o abalroamento, mesmo mesmo sabendo que isso podia significar o seu afundamento. Abriu um intenso fogo contra o submarino e acendeu um facho vermelho, como sinal de alarme de presença de inimigo. O fumo, o fogo das peças e do facho vermelho eram tão intensos, que a tripulação da canhoneira "NRP Beira", que estava acostada no porto, chegou a pensar que a "NRP Ibo " se tinha incendiado e largou de imediato em seu auxílio.
NRP Ibo e NRP Beira