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Moçambique 1916/05/21 - Rovuma

NRP Chaimite


Classe: Chaimite

Deslocamento: 340t

Velocidade: 11kn

Autonomia: 1.500mi a 8kn

Guarnição: 44 homens

Armamento: 2x47mm


Primeiro-Tenente Vasco Pererira de Matos Preto.

Comandante da NRP Chaimite  

NRP Adamastor

NRP Adamastor


Classe: Adamastor

Deslocamento: 1.757t

Velocidade: 11kn

Autonomia: 1.500mi a 8kn

Guarnição: 215 homens

Armamento: 2x150mm/L30; 4x105mm/L40; 4x65mm/L46; 2x37mm/L42; 3x14inTT


Conquista de território alemão por forças portuguesas


Em Abril de 1916, o Exército português em Moçambique delineou uma estratégia para expulsar as tropas alemãs da foz do Rovuma, que era o rio que fazia fronteira a Norte entre a colónia portuguesa e a colónia alemã, então denominada África Oriental Alemã, hoje Tanzânia.


Assim, a 29 de Abril, o cruzador "NRP Adamastor" e a canhoneira "NRP Chaimite" receberam ordens para se dirigirem para a foz do rio afim de executarem um primeiro reconhecimento, afundassem as embarcações alemãs que se encontrassem na zona e metralhassem os entrincheiramentos que se encontravam na margem norte.

Sob o comando do cruzador iniciou-se um largo bombardeamento sobre a margem alemã, entre o posto militar de Tokoto e o posto militar Fábrica. Seguiu-se um desembarque com tropas da Marinha, provenientes da guarnição do cruzador que, suportadas pelas peças do mesmo, ocuparam e destruíram o posto militar da Fábrica. Acabado o ataque os marinheiros regressaram ao cruzador, não tendo sido ocupado o posto militar por tropas do exército português.


No dia 23 de Maio, os alemães reocuparam as posições do posto militar de Fábrica que se encontravam vazias, tende existido novos combates entre marinheiros da guarnição do cruzador e o inimigo, e os alemães reocupado o posto militar de Fábrica.

No dia 27 de Maio houve nova operação de desembarque, mas nesta altura os alemães já não foram surpreendidos e estavam entrincheirados e suportados por 6 metralhadores, que impediram o movimento fazendo várias baixas na força de desembarque, compostas por marinheiros do cruzador e da canhoneira.


Muitas das baixas foram derivadas de falhas de coordenação e apoio entre a força de ataque do exército e da marinha.  Onze dos 206 marinheiros que desembarcaram perderam a vida neste combate. Cerca de quatro meses depois, a operação "travessia do Rovuma" foi repetida, com melhor coordenação, e o apoio exclusivo das peças do "NRP Adamastor” e da "NRP Chaimite". Foi então conseguido o objectivo de invadir e ocupar território inimigo.

Capitão-Tenente João de Freitas Ribeiro.

Comandante da NRP Adamastor

Bibliografia


Santos, José Ferreira dos (2008), Navios da Armada Portuguesa na Grande Guerra, Lisboa, Academia de Marinha.

Inso, Jaime Correia do (2006), A Marinha Portuguesa na Grande Guerra, Lisboa, Edições Culturais da Marinha.

Marinha (1989), Setenta e Cinco anos no Mar (1910-1985): Cruzadores, Cruzadores Auxiliares, Canhoneiras, Lanchas de Fiscalização, 1º Volume, Lisboa, Edição da Comissão Cultural da Marinha.

Pereira, José António Rodrigues (2014), "A Marinha na mobilização militar para África", Revista Militar n.º 2551/2552 - Agosto/Setembro 2014.

Ilustração Portuguesa, 1916, N539


Fonte: Ilustração Portuguesa 1916/06/19, N539, p.696

NRP Adamastor e NRP Chaimite

Fronteira norte de Moçambique - Rio Rovuma

A 20 de Maio, o "NRP Adamastor" chegou à enseada de Palma onde se encontrou com a canhoneira "NRP Chaimite" que o aguardava. De imediato ambos os navios se dirigiram para a foz do Rovuma onde iniciaram a missão de apoio à coluna do exército comandada pelo Coronel Moura Mendes, tendo as unidades navais aberto fogo sobre as posições alemãs que se encontravam na margem do rio.

No dia 21 de Maio, a canhoneira "NRP Chaimite" tomou uma posição dentro do rio, perto de uma zona de baixios e o cruzador "NRP Adamastor" posicionou-se junto à barra.