Guerra Franco-Siamesa (1893)

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Bibliografia


Anglo-French Rivalry in Southeast Asia: Its Historical Geography and Diplomatic Climate" by John L. Christian


Chandran Jeshurun, "The Contest for Siam 1889 - 1902: A Study in Diplomatic Rivalry", Kuala Lumpur: Penerbit Universiti Kebangsaan Malaysia, 1977.


Stuart-Fox, Martin (1997), A History of Laos, Cambridge University Press, pp. 24–25


Ooi, Keat Gin (2004), Southeast Asia: A Historical Encyclopedia, from Angkor Wat to East Timor, ABC-CLIO, pp. 1015–1016, "Paknam Incident(1893)"


Tuck, Patrick J. N. (1995), The French Wolf and the Siamese Lamb: The French Threat to Siamese Independence, 1858-1907, White Lotus


Andrew, C. M.; Kanya-Forstner, A. S. (1971), «The French 'Colonial Party': Its Composition, Aims and Influence, 1885-1914», The Historical Journal, 14: 99–128,


Dommen, Arthur J. (2001), The Indochinese Experience of the French and the Americans: Nationalism and Communism in Cambodia, Laos, and Vietnam, Indiana University Press





O Reino do Sião

O Reino do Sião, com capital em Bancoque desde 1783, era governado pelo Rei Chulalongkorn Rama V (1868-1910). Foi um monarca que modernizou o país dentro do espírito que também tinha o Japão, chegar a um tipo de organização e economia de uma sociedade ocidental.


Não tendo seguido o caminho de um expansionismo militar, optou por jogar no campo diplomático explorando as rivalidades entre a França e a Grã-Bretanha em seu favor e assim manteve o Sião independente, apesar de ter sido obrigado a fazer concessões territoriais às potência europeias em troca da manutenção da sua independência política na região.


Um dos principais conflitos foi com a França em 1893, numa fase de franca expansão colonial francesa do território da Tailândia. Para além dos territórios cedidos à França (Laos) também viria a perder território na península de Malaca para a Grã-Bretanha em 1909.


Sendo um Estado em franca modernização era um Estado com uma burocracia frágil e um pequeno exército tipo ocidental, tendo ainda desenvolvido uma rede ferroviária e um sistema de comunicações por telégrafo.



A Guerra Franco-Siamesa de 1893

A Guerra Franco-Siamesa de 1893 foi um conflito entre a França e o Reino de Sião. Auguste Pavie, vice-cônsul francês em Luang Prabang em 1886, foi o principal agente em promover os interesses franceses no Laos.


Através de uma política de intrigas palacianas aproveitou a fraqueza militar do Governo do Sião na região e as repercussões das invasões periódicas por rebeldes vietnamitas de Tonkin, para aumentar as tensões diplomáticas entre Banguecoque e Paris.


Após o conflito, os siameses concordaram em ceder o Laos à França, um acto que levou à expansão significativa do território da Indochina Francesa.


Rei Chulalongkorn Rama V (1868-1910)

Contra-Almirante Edgar Humann(1838-1914)

Marinha Francesa


Edgar Humann foi nomeado em 1892 Comandante da Divisão Naval do Extremo Oriente, numa época em que a França e a Grã-Bretanha exerciam uma forte influência colonial na zona sudoeste da Ásia. A Rússia mantinha a pressão colonial mais a norte na zona da Manchúria e da Coreia.


A Grã-Bretanha tinha colonizado Burma e a França Annam (sul da Tailândia), face ao qual o Reino do Sião tinha conseguido ficar independente como um Estado-Tampão entre os dois projectos coloniais europeus.


França em 1893 declarou a sua esfera de influência até ao Rio Mekong, uma nova fronteira da colónia da Indochina, o que viria a provocar o conflito Franco-Siamês entre Maio e Junho de 1893.


Dentro de uma política diplomática da canhoneira os franceses fizeram avançar duas canhoneiras, apoiadas por um rebocador pelo rio Chao Phraya acima, desde a foz até à cidade de Banguecoque, comandada pelo Contra-Almirante Human, isto a pretexto de um ataque a cidadães franceses.


O Governo do Sião recusou autorização de passagem aos navios franceses para cima da zona protegida pelos fortes de Paknam.


Quando os navios forçaram a passagem a artilharia costeira dos fortes de Paknam abriram fogo sobre os três navios e fizeram encalhar o rebocador JEAN BAPTISTE SAY, mas a INCONSTANT e a COMETE conseguiram passar e foram ancorar em frente da cidade de Banguecoque a 18 de Julho de 1893.

A 30 de Julho com as duas canhoneiras em frente de Banguecoque, o comandante francês ordenou que a canhoneira britânica HMS LINNET também aí ancorada saísse da frente de Banguecoque, tornando a situação num incidente entre a rança e a Grã-Bretanha. Esta situação foi resolvida na mesa das negociações e serviu para entre as partes ajustarem a tomada de território ao Reino do Sião.


Durante as negociações com o Reino do Sião, o Governo Francês acabou por indicar que a acção do contra-Almirante Humann tinha sido intempestiva e sem uma ordem de Paris para avançar rio Mekong acima, mas mesmos assim em 1994 Humann foi promovido a Vice-Almirante.


O avanço sobre a Capital – Banguecoque

O Combate de Paknam

1 - Forte Phi Suea Samut

A posição da artilharia de costa estava localizada na zona do rio onde hoje é a Real Academia Naval da Tailândia

Ao entrar no rio Chao Phraya a 13 de Julho o Conta-Almirante Edgar Humann pretendia chegar a Banguecoque no dia seguinte, 14 de Julho, data histórica para os franceses, a Tomada da Bastilha. Do lado do Sião, as suas forças estavam em estado de alerta e em posição de combate com a artilhara costeira dos Fortes de Paknam.


O avanço francês deu-se ao por do sol e com o objectivo de forçar o avanço a tiro se necessário. O tempo estava chuvoso e a visibilidade era curta.


Às 18:15mn os navios franceses foram observados a partir do Forte de Phra Chulachomklao e poucos minutos depois ficaram no campo de tiro da artilharia.


Foram disparados do Forte três tiros de aviso, mas os franceses não pararam e houve um quarto tiro que atingiu o rebocador JEAN BAPTISTE SAY.  Como mesmo assim os franceses não pararam as canhoneiras da Marinha do Sião, MAKHUT, RATCHAKUMAN e MURATHA WASITSAWAT abriram fogo às 18:30mn sobre as duas canhoneiras francesas.


Em resposta as duas canhoneiras francesa abriram fogo de resposta, a INCONSTANT sobre o Forte de Paknam e a COMETE sobre a três canhoneiras siamesas. Em direcção dos navios franceses foi também lançado um pequeno bote com explosivos, mas este falhou o alvo.


A força francesa afundou uma das canhoneiras do Sião e outra ficou muito danificada, mas o rebocador ao passar em frente ao forte foi várias vezes atingido e teve de deixar de rebocar as canhoneiras e virar para terra e encalhar para não se afundar. OS navios franceses sofreram vários impactos e o COMETE foi o que ficou mais danificado, mas ambos chegaram a Banguecoque. O Forte não sofreu danos durante o combate que durou cerca de 35 minutos.


Apesar da existência de vários outros fortes ao longo do rio na zona da Academia Naval e um pouco mais acima, o trajecto foi efectuado de noite e não houve mais combates.


O Forte Phra Chulachomklao  estava equipado com sete peças Armstrong BL 6 inch (152mm) co sistema hidráulico-pneumático para esconder as peças na posição de descanso e municiamento.