Guerra Sino-Francesa (1884-1885)

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Bibliografia

Pagode em Fuzhou (Luoxingta)

A Batalha Naval de Fuzhou, também conhecida como Batalha de Mawei, teve lugar a 23 de Agosto de 1884, perto do Ancoradouro do Pagode a 15 km sudoeste da cidade de Fuzhou.


A batalha teve lugar no dia seguinte à declaração das hostilidades entre a França e a China.


Entretanto nas semanas anteriores em que ainda decorriam negociações entre as partes, o Almirante Amédée Courbet posicionou a sua esquadra (a Esquadra Francesa do Extremo Oriente) perto do Ancoradouro do Pagode para daí atacar a esquadra chinesa (Esquadra de Fujian).


O Governo Francês avisou os consulados a 22 de Agosto que no dia seguinte a França iria atacar a China, o que levou a que muitos navios comerciais e navios militares de países neutrais viessem a ancorar junto do Ancoradouro do Pagode, entre outros as canhoneiras britânicas HMS Vigilant, HMS Champion e HMS Sapphireand, ou a corveta americana USN Enterprise .


Nove navios chineses foram destruidos em menos de uma hora, incluindo a corveta Yangwu e o navio chefe da esquadra de Fujian. Os chineses tiveram perto de 3.000 baixas e por arte dos franceses foram minimas.


Batalha Naval de Fuzhou (23 de Agosto de 1884)

A dinastia Qing ou Imperio Qing (1644-1912) foi a última dinastia imperial da China, sendo seguida pelo República da China.


O início da modernização da China (ocidentalização) teve lugar no período entre 1861 e 1895, um período de grandes reformas institucionais, em consequência de diversas  derrotas militares concessões comerciais com o Ocidente.  Esse movimento de renovação política e militar ficou conhecido como “o movimento de auto-fortalecimento”.


Depois da 2ª Guerra Anglo-Chinesa (1856-1860) , ou 2ª Guerra do Ópio,  o príncipe Gong assinou em nome da China a Convenção de Pequim de 1960, com a Grã-Bretanha, França e a Rússia. Esta convecção foi um dos Tratados Desiguais que as nações orientais (China e Japão) foram forçadas a assinar com as nações ocidentais (Grã-Bretanha e Estados Unidos da América).


Com a morte do Imperador Xianfeng (1850-1861) subiu ao poder o Imperador Tongzhi (menor de cinco anos) com a regência de sua mãe a Imperatriz Xiaozhenxian, conhecida no Ocidente por Imperatiz Dowager Cixi (regente 1861-1881).


A regência do jovem Imperador era composto por oito tutores entre os quais a as Imperatrizes Dowagers Cian e Cixi, e o Príncipe Gong, que num golpe palaciano afastaram dos restantes tutores do poder (Golpe de Xinyou, 1861).


Foi o Príncipe Gong, enquanto Príncipe-Regente que implementou  o movimento de Restauração Tongzhi , 1861-74, (movimento de auto-fortalecimento).


O Príncipe Gong veio a ser nomeado como Ministro dos Negócios Estrangeiros (Grande Cônsul) e as negociações com as potencia estrangeiras passaram a estar a seu cargo, em especial depois da derrota na 2ª Guerra do Ópio.


Foi uma consequência das derrotas na ª e 2ª Guerra do Ópio que levaram a China a um processo de rearmamento e modernização naval e a adoptarem a tecnologia e organização militar ocidental.


Isto levou ao estabelecimento de arsenais e estaleiros navais, com o auxílio de consultores estrangeiros para treinar os operários e engenheiros chineses.

Imperador Guangxu (1873-1908)


Tutela da Imperatriz Cixi e Imperatriz Cian (1873-1881).


Golpe palaciano é colocado sob prisão especial. Manteve o título de Imperador, mas ficou sob a regência da Imperatriz Cixi (1898 -1908).


Bloqueio Naval da Formosa (Agosto a Dezembro 1884)

Até ao final de 1884 a força naval francesa conseguiu manter um bloqueio naval efectivo aos porto do norte da ilha Formosa. Isto serviu de apoio às forças terrestres francesas que aí operavam.

O bloqueio naval franceses só teve sucesso porque a Marinha de Guerra chinesa não operava qualquer coordenação naval, entre as várias esquadras. A Esquadra de Beiyang recusou-se a auxiliar a Esquadra de Nanyang. A Esquadra do Norte era composta por navios modernos os quais estavam à altura dos navios franceses, ou eram mesmo superiores. Foram as rivalidade entre comandos regionais que impossibilitaram a existência de operações conjuntas. A Marinha chinesa não tinha na época um comando centralizado e esta fou a única razão pela qual a Marinha Francesa do Extremo Oriente teve a capacidade de sucesso.


Batalha Naval de Shipu (14 de Fevereiro de 1885)

Na noite de 14 de Fevereiro duas lanchas-torpedeiras francesas atacaram os navios chineses fundados na baía, o Yuyuan e o Chengqing, a partir do navio Bayard.

Os oficiais dessas duas lanchas-torpedeiras eram respectivamente o Capitão de Fragata Palma Gourdon e o Primeiro-Tenente Émile Duboc.

Para a missão de ataque foi escolhido o momento do início do Festival Chinês de Ano Novo  Lunar, com a intensão de apanhar os chineses de surpresa.

As duas lanchas-torpedeiras conseguiram aproximar-se até cerca de 100m do navio de guerra  Yuyuan, aproveitando a escuridão da noite e o grande número de pequenos juncos que se encontravam na baía.

Dado o alerta da presença francesa na baía, a aproximação final foi feita sob fogo de metralha e tiro de armas pessoais da guarnição. Ambas as lanchas conseguiramfazer explodir os seus torpedos SPAR no casco do Yuyuan, danificando a fragata. Com apenas uma baixa entre a guarnição conseguiram sair da baía  de Shipu e foram recolhidos pelo navio francês Saône.

Arlington, L. C., Through the Dragon's Eyes (London, 1931)


De Lonlay, D., L'amiral Courbet et le « Bayard »; récits, souvenirs historiques (Paris, 1886)


Duboc, E., Trente cinq mois de campagne en Chine, au Tonkin (Paris, 1899)


Huard, L., La guerre du Tonkin (Paris, 1887) Loir, M., L'escadre de l'amiral Courbet (Paris, 1886)


https://en.wikipedia.org/wiki/Sino-French_War

Bloqueio Naval de Zhenhai (Março-Junho 1885)

Depois de um reconhecimento a 1 de Março, em que as batarias costeiras e os navios que se encontravam dentro da barragem efectuaram um intenso fogo sobre o navio francês, este regressou à esquadra sem danos. Da troca de fogo houve alguns danos nas estruturas defensivas em terra.

Dentro da foz do rio Ning-po encontravam-se três cruzadores chineses o que levou a que a esquadra francesa viesse a optar por montar um bloqueio em vez de forçar a entrada da barra.

O bloqueio manteve-se até Junho sem que a esquadra chinesa tenha tentado sair, ou a esquadra francesa entrar. Havia um receio mutuo de serem atacados por torpedos durante a noite.