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Em França

O Monumento aos Mortos da Grande Guerra foi dedicado aos Soldados Portugueses que combateram em França. Foi inaugurado, solenemente, por Portugal e França em 11 de Novembro de 1928. Foi construído em pedra e bronze, obra do escultor António Teixeira Lopes, erigido por operários portugueses.


É uma estrutura tipo "monumento" com estatuária complexa (Soldado, Pátria e Morte).


Legenda do Monumento:


" L'Hommage du Portugal á la France Immortalle, Reduit de La Couture, 9 Abril 1918"


História


Foi a 9 de Abril de 1923, quando da cerimónia da inauguração solene do Marco de Béthune, que foi escolhido o local do reduto de Lacouture para erigir o monumento de memória aos combatentes portugueses na Grande Guerra. Ficou definido ser construído em La Couture foi sobre as ruínas do antigo reduto aí existente.


O General Roberto Baptista e o Comandante Afonso Cerqueira tinham trazido de Lisboa a pedra portuguesa para a inauguração da construção do monumento. Esta pedra tinha-lhes sido dada solenemente uma cerimónia na Sociedade de Geografia de Lisboa pelo Presidente da República.


Comissão dos Padrões da Grande Guerra, Relatório Geral da Comissão (1921-1936), Lisboa, C.P.G.G., 1936, p.83-5.


Acto de descerramento solene do Padrão de Portugal, em La Couture, em 11 de Novembro de 1928

La Couture - Frente

La Couture - Verso

Mapa dos sete Padrões que marcam o sector português na Flandres

Quando a Comissão dos Padrões da Grande Guerra teve a ideia de construir um Padrão em França, tomou conhecimento que o "Touring Club de France" estava a planear erigir desde a Suíça ao Mar do Norte pequenos marcos (bornes commémoratives) todos do mesmo modelo, de autoria do escultor e antigo combatente Moreau-Vauthier, mas tendo inscrito o nome da cidade ou do país, que subscrevera para a sua construção.


Na altura das conversações já existia a contribuição de cidades britânicas e norte-americanas, tendo então Portugal conseguido o máximo de sete marcos, a serem colocados no antigo sector português, a indicar o avanço máximo do inimigo.


Os Padrões foram inaugurados pelos delegados da Comissão dos Padrões da Grande Guerra: General Roberto Baptista e Comandante Afonso Cerqueira, a 9 de Abril de 1923, com a presença do Marechal Joffre e o Maire de La Couture Mr. Sarrazin.


Estes foram colocados:


1) Béthune (inaugurado solenemente, ver fotos)

2) 200m a N. da Igreja de Locon

3) 1.600m a NE. de Hinges

4) 1.800m a N. de Hinges (próximo do canal)

5) 800m N. de Mont-Bernenchon

6) 800m NE. de Robecq

7) 500m S. da Igreja de St. Floris


Fonte:

Comissão dos Padrões da Grande Guerra, Relatório Geral da Comissão (1921-1936), Lisboa, C.P.G.G., 1936, p.27-8


Nota: O relatório da Comissão dos Padrões da Grande Guerra indica por erro  a localização de "Pont du Hem" para o primeiro marco, assim como a localização da inauguração oficial. No entanto a verdadeira localização é "Bétune". Agradecemos a Myrian Bruzac a correcção da informação (2020/07/02).

Padrão do Sector Português de Pont du Hem

Inauguração dos Padrões no antigo sector português na Flandres em 9 de Abril de 1923.


Marechal Joffre, General Roberto Baptista e o Capitão-de-mar-e-guerra Afonso Cerqueira, e o Maire de Lacouture Mr. Sarrazin.

A Produção do Monumento de La Couture

A 3 de Julho de 1925, foi publicada a Lei n.º 1.797, de 30 de Junho de 1925 (Diário do Governo, 146, 1ª série), que autorizou a Comissão dos Padrões da Grande Guerra a utilizar o bronze necessário e executar os trabalhos de fundição, para os monumentos de França (La Couture), de Angola (Luanda) e de Moçambique (Lourenço Marques).


A 16 de Julho de 1926 foi assinado o contrato com o escultor Teixeira Lopes e o arquitecto António Teixeira Lopes.


Um ano mais tarde, a 14 de Julho de 1927 foi apresentada a maqueta nas instalações da embaixada da França em Lisboa (jardins do Palácio da Legação), durante o dia nacional da França. A maqueta foi também exposta alguns dias mais tarde no Ateneu Comercial do Porto.


Os 25m quadrados que ocupam o monumento foram oferecidos pelo Maire de La Couture, Mr. Sarrazin, a Portugal.


A aprovação do projecto em França teve várias dificuldades, dada a dimensão do mesmo, mas acabou por ser aprovado pelo Governo Francês e pelos respectivos Ministérios da Guerra e da Instrução e Belas Artes.


A autorização de construção chegou a Lisboa a 31 de Dezembro de 1926.


A construção teve início logo em Janeiro de 1927, com a utilização de operários portugueses que se encontravam na região do Norte da França, alguns antigos soldados do CEP.


O monumento foi construído com bronze e pedras de Portugal, que foram transportados de Lisboa até ao Havre por mar e do Havre a Béthune por comboio. O transporte marítimo foi feito no vapor Gonçalo Velho, oferecido para tal pela Empresa Carregadores Açorianos.


O monumento foi inaugurado solenemente no dia 11 de Novembro de 1928, quando da comemoração do 10 aniversário do Armistício.


Fonte:

Comissão dos Padrões da Grande Guerra, Relatório Geral da Comissão (1921-1936), Lisboa, C.P.G.G., 1936, p.87-100


Comissão Artística que aprovou o projecto em Lisboa:

1º Plano; Sousa Lopes; Coronel Santos Correia; Arnaldo Garcez

2º Plano; Tenente-coronel Lopes de Mendonça; Major Leal de Faria

La Couture, em Nord-Pas de Calais (França)

Os Sete Padrões do Sector Português

Ambleteuse - Monumento da Cruz Vermelha

Foi o primeiro monumento erigido em memória dos portugueses que tombaram na guerra em França. Este foi patrocinado pela Cruz Vermelha Portuguesa e colocado em Ambleteuse (Pas de Calais), no local onde tinha sido colocado o hospital português.


Foi inaugurado a 30 de Julho de 1919, tendo como inscrição “Erigido pela Cruz Vermelha Portuguesa em 1919” e noutra legenda “Neste local foi construído pela Cruz Vermelha Portuguesa um hospital de guerra”.


Fonte: Ilustação Portuguesa, n. 790, 1921/04/09, p.230.


Bayonne - Placa Evocativa à presença de portugueses em unidades francesas

O Monumento foi edificado em 1923, a partir do plano arquitectónicos de Molinié-Nicod e Pouthier, associado ao escultor Brasseur. A inauguração do monumento foi a 11 de Novembro de 1924. A placa está na parte lateral deste monumento.


A data da colocação da placa é 1934, e existem referências aos portugueses em publicações locais, como na Gazete do País Basco e no Excelsior.


Sobre a legenda, esta faz uma exaltação à presença de soldados portugueses do CEP em França.


Não é menos importante referir a exitência de voluntários portugueses que combateram na Legião Estrangeira, neste caso a partir da mobilizaçao na região de Bayonne.


No acto de inauguração da placa estiveram presentes na cerimónia o Cônsul de Portugal em Bayonne Sr. M. Brito, o Perfeito da cidade Sr. Garat, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Sr. Barthou e o Adido Militar de Portugal em Paris, Lelo Portela.


Localização: Nouvelle-Aquitaine ; Pyrénées-Atlantiques (64) ; Bayonne

Fonte: informação de Myriam Bruzac (2020/03/30) e 2020/04/19) Faceboook

Foto:  Giovanni Batista Rodriguez

Duas fichas de mobilização com a identificação de dois portugueses mobilizados em Bayonne.

José Pereira Simões (morto em combate em Julho 1916 Somme - Legião Estrangeira)

Rafael Xavier de Carvalho (morto em combate 28/09/1915 - Legião Estrangeira)

Carlos Franco (desaparecido em combate - 04/07/1916 - Somme - Legião Estrangeira)

Mário Gentil Pimenta (desaparecido - 04/07/1916 - Somme - Legião Estrangeira)

Fonte: Ministère des Armées

https://www.memoiredeshommes.sga.defense.gouv.fr

Ano 1934

Fonte: informação de Myriam Bruzac (2020/04/01) Facebook