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A História do PAtrulha Roberto Ivens

O "Roberto Ivens" antes de ser requisitado para a função de caça-minas, em 19 de Abril de 1916, era o arrastão da pesca do alto-mar "Lordelo", propriedade da Empresa Portuense de Pescarias, Lda, construído em Selby, em 1906. Tinha a arqueação  bruta de 796 m3 , o comprimento de fora a fora de 42,72 metros, era propulsionado por uma máquina alternativa de vapor com a potência de 520 H.P. a sua velocidade não ia além de 9,5 nós e foi foi artilhado com uma peça  Hotchkiss de 47 mm em caça.


No dia 26 de Julho de 1917, cumpria a sua missão de rocegar minas, na zona compreendida entre o Cabo da Roca e o Cabo Espichel, onde se encontravam vários daqueles engenhos que por ali eram regularmente fundeados pelos submarinos inimigos, tal como as 6 minas largadas alguns dias antes, em 14 de Julho, pelo submarino alemão UC-54, comandado por Heinrich XXXVII Prinz zu Reuss.


Durante a rocega, a 17 milhas a Sul da baía de Cascais, pelas 13 horas, o "NRP Roberto Ivens" colidiu com uma mina que explodiu partindo o navio ao meio, provocou o seu afundamento imediato e a morte de quinze, dos vinte e dois elementos da sua guarnição. Entre as vítimas figurou o Primeiro-tenente Raúl Alexandre de Cascaes que o comandava, três sargentos e 11 praças. Ficou ainda ferido o Capitão da Marinha Mercante Franscisco António Biaia.


Os sete sobreviventes foram recolhidos pelo rebocador da armada "NRP Bérrio" o qual por vezes, também auxiliava na rocega de minas, e que naquele dia apoiava o "NRP Roberto Ivens".

Marinha encontrou navio afundado na I Guerra Mundial ao largo de Cascais

(Notícia Expresso, 2016/02/23)


Os destroços do caça-minas “Roberto Ivens” - primeiro navio da Armada Portuguesa a “perder-se durante a Grande Guerra” - foram detetados a cerca de oito quilómetros a sul da barra do Porto de Lisboa. O próximo passo é recolher imagens para estudo arqueológico.


A Marinha anunciou esta terça-feira ter encontrado os destroços do caça-minas "Roberto Ivens", afundado em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, ao largo de Cascais, preparando-se agora para recolher imagens para estudo arqueológico.


"No ano em que se assinala o centenário da entrada de Portugal na Primeira Grande Guerra, a deteção e recolha de informação relativa a este navio reveste-se de um especial interesse histórico", destaca a Marinha, numa nota.


Segundo uma fonte da Marinha, o incidente com o "Roberto Ivens" estava retratado, "mas aproveitou-se uma missão com um navio hidrográfico para fazer uma busca", tendo sido detetados e identificados na segunda-feira os destroços do caça-minas, a cerca de quatro milhas náuticas (oito quilómetros) a sul da entrada da barra do Porto de Lisboa, com recurso a um sonar lateral.


"Agora vamos com o ROV (Remotely Operated Vehicle), o equipamento que permite recolher imagens em profundidade, ver o estado em que está e podemos avaliar a hipótese de o reflutuar e recuperar os destroços. Vamos ver como vamos evoluir", acrescentou a mesma fonte.


A deteção do antigo arrastão afundado foi feita pelos elementos da lancha Andrómeda, com uma equipa do Instituto Hidrográfico e um elemento do Instituto de História Contemporânea.


De acordo com a Marinha, no dia 26 de julho de 1917, pelas 15:15, o caça-minas "Roberto Ivens", antigo arrastão "Lordelo", requisitado em 1916 no âmbito da participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial, embateu contra uma mina fundeada por um submarino inimigo e afundou-se a cerca de 12 milhas (24 quilómetros) a sul de Cascais.


Este acidente causou a morte de 15 elementos da guarnição, entre eles o comandante, 1.º tenente Raul Alexandre Cascais, de três sargentos e de 11 praças, ficando ainda ferido o capitão da marinha mercante Francisco António Biaia. Sete sobreviventes foram recolhidos pelo rebocador "Bérrio".


Em comunicado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior lembra que o caça-minas foi o primeiro navio da Armada Portuguesa a "perder-se durante a Grande Guerra".


O destroço do caça-minas agora localizado está "numa posição distinta daquela onde a documentação oficial o apontava como perdido", refere o Ministério.


"A localização permite aprofundar o conhecimento sobre a presença e o papel da Marinha durante o período conturbado da Grande Guerra e, simultaneamente, lança um novo olhar sobre a real dimensão da ameaça submarina alemã em águas territoriais portuguesas", sublinha o Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior.


NRP - Roberto Ivens no Tejo, 1917

NRP - Roberto Ivens

Encontrado navio português afundado na I Guerra Mundial

(Diário de Notícias, 2016/02/23)


Descoberta acontece a poucos dias do centenário da entrada oficial de Portugal na Primeira Grande Guerra. (Lat: 38:34.9997N; Lon: 009:19.6350W)


No dia 26 de Julho de 1917, o caça-minas NRP Roberto Ivens, um antigo arrastão chamado Lordelo, afundou-se em poucos minutos, quando embateu numa mina deixada por um submarino alemão perto da entrada da barra do Tejo. Esta foi a primeira baixa de um navio português na Primeira Grande Guerra, na qual o país entrou oficialmente a 9 de Março de 1916, quando a Alemanha declarou guerra a Portugal - vão cumprir-se agora 100 anos. O destroço do Roberto Ivens foi agora localizado a 12 milhas a sul de Cascais pela Marinha Portuguesa.


A descoberta surge na sequência de uma investigação lançada pela equipa de Paulo Costa, do Instituto de História Contemporânea, com o apoio da Comissão Cultural da Marinha e do Instituto Hidrográfico, no âmbito da preparação do programa de actividades para assinalar o centenário da entrada de Portugal na guerra.


O afundamento do Roberto Ivens causou a morte de 15 elementos da tripulação, incluindo o comandante Raul Alexandre Cascais. Os sete sobreviventes foram recolhidos pelo rebocador  NRP Bérrio.


A localização do Roberto Ivens numa zona distinta da que era dada como certa na documentação oficial vai permitir "aprofundar o conhecimento sobre a presença e o papel da Marinha durante o período conturbado da Grande Guerra e, simultaneamente, lança um novo olhar sobre a real dimensão da ameaça submarina alemã em águas territoriais portuguesas", segundo um comunicado do ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.


A Marinha vai prosseguir agora os trabalhos com a utilização de um ROV, para inspeccionar de perto os destroços, recolhendo imagens que permitam aprofundar o seu estudo arqueológico.


Localização do NRP Roberto Ivens Barra do Tejo

Informação National Geographic - Portugal

Em Julho de 1917 o caça-minas colidiu com uma mina na barra do Tejo e afundou-se em menos de um minuto.

As minas foram largadas do submarino UCII-54, entre as 11h30mn e as 12h01mn, tendo o comandante alemã registado a sua localização com rigor. Estas minas ficaram apoitadas em fundos de 37m, ficando activas e submersas a cerca de quatro metros da superfície. a sua distância à superfície variava com a maré.