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Monumentos aos
Combatentes da Grande Guerra
Foi visível o esforço da República
para perpetuar a memória de guerra e para lançar as bases de uma
identidade colectiva unificadora, cívica e laica. Numa conjuntura
económica muito difícil, de grande instabilidade política e social, o
Estado e a sociedade civil prolongou a construção monumental até à
década de 40.
Cumprindo um ideal simbólico
variou entre a construção de monumentos complexos até padrões
padronizados e simples.
A Comissão dos Padrões da Grande Guerra protagonizou os fenómenos de
maior sucesso na intenção do Governo Republicano na sagração da memória
nacional.
No dia 3 de Dezembro de 1921 reuniram-se na sala nobre da Escola Militar, sob a
presidência do General Gomes da Costa, alguns combatentes que formariam a
base da origem da CPGG que durante quinze anos iria proceder ao
levantamento dos padrões da Grande Guerra.
Desenvolveu uma obra avaliada em 2.000 contos; erigiu sete padrões no
antigo sector português da Flandres e outros em Luanda, Lourenço
Marques, Ponta Delgada e Santa Maria; promoveu as comemorações do 9 de
Abril e do 11 de Novembro; organizou e administrou o Museu das Oferendas
ao Soldado Desconhecido; lançou o culto cívico do Azeite Votivo;
secundou a acção da Junta Patriótica do Norte com o incentivo à
construção de monumentos concelhios e do monumento a Carvalho Araújo em
Vila Real; e fez transladar os restos mortais do primeiro soldado morto
na Flandres do Cemitério de Richebourg l'Avoué para a Barquinha.
Meios
monetários e logísticos não faltavam, «por meio de uma intensa
propaganda patriótica, em sessões solenes, conferências e festivais»,
com o apoio de comunidades portuguesas no estrangeiro, sobretudo a
brasileira, e a aposição obrigatória do selo dos padrões da Grande
Guerra. (03-12-1921 a 10-11-1936) CPGG - Comissão dos
Padrões da Grande Guerra.
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Mosteiro da Batalha -
Panteão do Soldado Desconhecido
O centro do "Culto dos Mortos pela
Pátria" encontra-se na sala do capítulo no Mosteiro da Batalha, onde em
honra dos soldados mortos em combate, representado pelo túmulo dos
soldado desconhecido, se encontra uma guarda de honra permanentemente,
assim como uma chama acesa, também conhecida como a "Chama da Pátria".
O local foi escolhido
especificamente para produzir uma continuidade entre o passado e o
presente colectivo nacional, procedendo a uma montagem mnemónica entre a
vitória sobre Castela, nas campanhas de 1383-1385, onde Portugal
conquistou a sua independência e o reconhecimentos internacional como
Estado-nação e a vitória na Grande Guerra onde alcançou os mesmos
objectivos1.
Mas a consagração dos mortos e a
perpetuação da sua memória, extravasa a necessidade política,
afirmando-se como uma resposta às perdas humanas e ao efeito na
sociedade, no contexto social e cultural do pós-guerra. O "Mito da
Experiência de Guerra", o culto aos mortos, assume destaque desde o
início da guerra e tem o seu expoente na consagração do Soldado
Desconhecido.
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Cemitérios Militares
No estrangeiro foram criados
cemitérios militares, à imagem do que estava a ser feito noutros países
aliados, regulamentados pela Comissão Portuguesa das Sepulturas de
Guerra, entidade também responsável pela identificação, concentração e
inumação dos corpos.
Devido a limitações orçamentais e de
índole sanitária, o Serviço de Sepulturas de Guerra no Estrangeiro
não conseguiu que todos os mortos pudessem ser repatriados, levando a
serem construídos muitos cemitérios militares de portugueses no
estrangeiro, nomeadamente: 88 na Alemanha, 23 na Bélgica, 2 na Espanha,
141 na França, 1 na Holanda e 3 na Inglaterra.
Pelo número de mortos, na
maioria dos cemitérios militares delimitaram-se secções portuguesas, no
entanto, em Richebourg l'Avoué, encontra-se um cemitério militar
exclusivamente português com 1.831 mortos, dos quais 238 são
desconhecidos. Os corpos virem de outros cemitérios de França (Touret,
Ambleteuse, Brest), da Bélgica (Tournai) e da Alemanha (de prisioneiros
de guerra falecidos) e resultam de um trabalho de recolha efectuado
entre 1924 e 1938.
Foi construído por iniciativa do
cônsul português em Arras, M. Lantoine e do aviador Lello Portela, em
1935, onde reagruparam inicialmente os corpos dos portugueses inumados
em França ( Brest, Chartres, Etaples, Wimereux, Boulogne, Ambleteuse,
Côte d'Opale, etc.). Somente 500 sepulturas apresentam estela memorial
com as armas de Portugal.
Em em território nacional ainda
não existe um cemitério militar que à imagem do que acontece por toda a
Europa, se perpetuasse e assumisse o cultos dos mortos e se enaltecesse
o reconhecimento do valor do sacrifício, procurando transcender o luto
individual por uma celebração colectiva., no entanto, muitos concelhos
apresentam talhões de sepulturas específicos para os combatentes da
Grande Guerra.
Para o desenho dos cemitérios
militares a Comissão Portuguesa das Sepulturas de Guerra,, colhe a
estrutura dos cemitérios militares ingleses, onde a simplicidade e
geometria da arquitectura neutraliza o impacto da massa de mortes que se
vinha a registar desde o início da guerra.
É introduzido um novo léxico
no culto funerário, religioso e patriótico: na guerra não se morre mas
cai-se, a vida não se perde mas doa-se, não se desaparece mas vive-se
eternamente, num acto de transfiguração da morte em heroísmo. A
tradicional cruz dos cemitérios civis é substituída pela "Pedra da
Lembrança", talhada em forma de altar, o "Altar da Pátria", para dar
sentido a uma nova religião "laica", a uma nova liturgia baseada na
sacralização do eterno sacrifício colectivo em nome da Nação3.
Os cemitérios de guerra são
monumentos civis e unem vítimas crentes e não crentes num mesmo solo. Os
cemitérios devem de ser vistos como monumentos memorais de guerra.
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Monumentos
Militares
À parte dos cemitérios, os
monumentos constituem a outra face da memória da Grande Guerra.
Constituem-se como padrões da religiosidade cívica que a Republica
disseminou pelo País, espelhos da ideologia oficial e memória do
sacrifício colectivo. A intenção destes monumentos era central
anualmente a celebração do 11 de Novembro, como uma festa popular e
litúrgica da alma republicana. As dificuldades da República administrar
o Estado e de congregar a Nação em volta de "algo", ficou mais uma vez
patente na dificuldade de produzir e implantar os monumentos, os quais
só terminaram de ser erigidos na década de 407.
Muitos concelhos apresentam monumentos alusivos aos mortos da Grande
Guerra.
As edificações simbólicas podem
ser agrupados em categorias, de acordo com a forma: padrão, obelisco e
monumento.
Padrões: perto de 100
espalhados por todo o continente.
Obeliscos: Valença, Mira e
Mértola. Monumentos:
Abrantes, Aveiro, Coimbra, Covilhã, Estremoz, Évora, Faro, Figueira da
Foz, Guarda, Lamego, Lisboa (3), Loures, Oliveira de Azeméis,
Portalegre, Porto, Régua, Santarém, São João da Madeira, Seia, Soure,
Tondela, Vila Real e Viseu. |
Em Portugal
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Marinha Grande
O
Monumento aos Mortos da Grande Guerra foi inaugurado em 9 de Abril
de 1935 para homenagear os combatentes portugueses mortos na 1ª
Guerra Mundial (1914-1918), projecto de autoria de Alberto Nery
Capucho (pintor e director da Escola Industrial da Marinha Grande)
projecto, este, que encheu de orgulho e honra os marinhenses, embora
fosse simples e modesto. Este monumento encontra-se localizado na
Av. D. Dinis.
É uma estrutura tipo "padrão"
sem estatuária. |
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Foto 1
Foto 2
Foto 3
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Leiria
O lançamento da
1ª pedra foi executado em 9 de Abril de 1925, mas a sua edificação
só terminou em 1929, tendo sido inaugurado 13 de Maio desse ano.
A construção do monumento partiu
de uma iniciativa da Comissão dos Padrões da Grande Guerra, em 1920,
tendo a Câmara Municipal de Leiria aprovado a sua construção ainda
no mesmo ano.
O projecto é do Arquitecto
Augusto Romão e do Escultor Luís Fernandes, de 1925. É uma estrutura tipo "padrão"
em forma de pirâmide com estatuária.
Na parte frontal é
apresentada uma evocação da Pátria. (Foto 1)
No verso do monumento é
apresentada uma palma com a Cruz de Cristo sobreposta (Foto 2)
A única legenda inscrita no
monumento evoca "Leiria", "Aos Mortos da Grande Guerra 1914-1918"
Inicialmente o monumento
encontrava-se no Largo Goa, Damião e Diu, e em 1973 foi transferido
para o Largo de Infantaria 7.
Lápide em Honra dos Combatentes na
Grande Guerra - Vitória e Paz
Publicado por José Silva
Marcelino Martins, Facebook, 14/04/2014)
Homenagem aos Heróicos Soldados
do distrito de Leiria que combatendo em França e África em defesa da
Liberdade, do Direito e da Justiça, honraram a Pátria e a República.
(foto 3) |
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Tavira
O monumento
situa-se na Praça da República. É uma homenagem a todos aqueles que
pereceram na Grande Guerra em particular, aos militares do 3º
Batalhão do Regimento de Infantaria n.º4 de Tavira, que morreram em
combate na Flandres, em França. O projecto foi da autoria de Alberto
Ponce de Castro, começou a ser construído em 1932, sendo a primeira
pedra lançada pelo Presidente da República, o Marechal
Óscar
Carmona, e inaugurado em 9 de
Abril de 1933 pelo então Ministro da Guerra, o General Daniel
Rodrigues de Sousa.
É
uma estrutura tipo "padrão" sem estatuária. |
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Postal publicado por Hugo
(postaisportugal.canalblog.com -
23/10/2009)
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Tomar
Inaugurado em 11 de Novembro de 1931, o Monumento aos
Mortos da Grande Guerra de Tomar foi projectado pelo escultor
Henrique Moreira, enquadrando-se na tipologia serrana.
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Cascais
O Monumento aos Mortos da Grande
Guerra de Cascais foi inaugurado em 1925, a partir do projecto
de Simões de Almeida Sobrinho. Representativo da tipologia "Mater
Dolorosa", seria um dos poucos construído em homenagem às viúvas
dos combatentes da Grande Guerra.
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Porto
Situa-se na Praça Carlos Alberto
e é da autoria do arquitecto Manuel Mendes e do escultor
Henrique Moreira.
Foi inaugurado em 9 de Abril de 1928, situando-se
na Praça Carlos Alberto. O monumento compreende um trabalho misto de
arquitectura e escultura, respectivamente, os elementos da base e
pedestal que suportam um soldado em memória dos portugueses mortos
na guerra de 1914-1918.
O primeiro monumento edificado
aos Combatentes da Grande Guerra foi um obelisco da autoria do
arquitecto José de Oliveira Ferreira, inaugurado em 30 de Julho de
1919, o qual foi destruído em 1925 por não agradar à população,
e substituído pelo actual.
É uma estrutura tipo "padrão"
com estatuária (soldado em posição de vigília). |
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Foto 1
Foto 2
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Covilhã
Inaugurado em 15 de Junho de 1930,
no Largo 5 de Outubro, teve a presença do então Presidente da
República, Marechal Óscar Carmona. (Foto 1)
O Monumento ao Soldado
Desconhecido, do Escultor Francisco dos Santos, é uma homenagem da
Cidade da Covilhã aos seus Combatentes mortos durante a I Grande
Guerra.
É uma estrutura tipo "monumento"
com estatuária simples (soldado em posição de vigília).
Este monumento foi posteriormente transferido para o
Jardim Público da Cidade, onde, entretanto, foi objecto de um
enriquecimento, passando assim a ser também lembrados os militares
que tombaram, no período de 1960 a 1974, em África e na Ásia.
Este
segundo projecto artístico, que manteve em tudo o original já
existente, teve como autor o artista, Professor Rodolfo Passaporte.
(Foto 2)
É, pois, e para além de consubstanciar uma obra de
escultura e arquitectura de interesse histórico e cultural, um
monumento de culto e de respeito por valores inalienáveis e
inerentes aos que combateram e lutam com o objectivo de Honrar
Portugal, razão pela qual o Núcleo da Covilhã da Liga dos
Combatentes tem, com o maior desvelo, mantido e conservado intacta a
sua vetustez e dignidade.
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Foto 1
Foto 2
Foto 3
Foto 4 |
Castelo Branco
Inaugurado em 9 de
Abril de 1924,
pelo Ministro do Interior Coronel Sá Cardoso, na então Praça dos Mártires da Pátria, hoje Praça da Devesa.
O projecto é do Arquitecto Eurico
Salle Viana, e representa uma Anta. No Monumento estão inscritos os
nomes de doze batalhas, entre elas a do
Cuamato (Angola) e de La Lys (França).
A foto 1 foi tirada na inauguração do monumento aos Combatentes da
Grande Guerra, em 1924, Castelo Branco, quando se encontrava
localizado no seu primeiro lugar, a actual Praça da Devesa.
A foto 2 data de 1929 e apresenta a particularidade
de se ver o pavilhão do IV Congrsso Beirão no canto superior
esquerdo (foto 2).
Posteriormente o monumento foi transferido para o talhão dos combatentes
existente no Cemitério de Castelo Branco, onde permaneceu durante
muitos anos. De acordo com informação prestada pelo Sr. Arnel Afonso
do Núcleo da Liga dos Combatentes da Grande Guerra de Castelo
Branco, a transferência do monumento ter-se-á dado em 1934, quando
da remodelação da Praça e respectiva alteração do nome (foto 3).
A
foto 3 foi tirada quando o monumento dos
Combatentes da Grande Guerra, Castelo Branco, se encontrava
localizado no talhão dos combatentes no Cemitério local.
Em 15 de Dezembro de 2007, foi transferido para uma rotunda
no meio da cidade, na urbanização da Quinta Nova.
A foto 4 foi tirada na actual
localização do monumento aos Combatentes
da Grande Guerra, em 2010, Castelo Branco, na rotunda da urbanização da Quinta Nova. |
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Coimbra
- 26 de Julho
1930 - Adjudicada a obra para construção do monumento aos Mortos da
Grande Guerra.
- 6 de Outubro
1930 - Lançamento da primeira pedra para a construção do Monumento
aos Mortos da Grande Guerra, na Avenida Sá da Bandeira
- 10 de Julho
1932- Inauguração do monumento aos mortos da Grande Guerra.
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Fafe
Localizado na cidade, na Praça 25 de Abril, o
Monumento aos Mortos da Primeira Grande Guerra, é o mais antigo dos
monumentos de que a cidade de Fafe dispõe.
Os preparativos para a sua construção remontam ao ano
de 1920, na sequência de um apelo lançado pela Junta Patriótica do
Norte, em 30 de Julho de 1919.
Foi efectuado uma subscrição, para angariação de
fundos, por todo o concelho e só mais de uma década depois o
Monumento aos Mortos da Grande Guerra se tornou uma realidade.
O auto de colocação da primeira pedra ocorreu no dia
17 de Maio de 1931, na “placa norte da Praça da República”, onde se
deslocou a Comissão Administrativa da Câmara Municipal, sob a
presidência do cidadão José Garcia de Almeida Guimarães, seu vogal
mais velho, servindo de presidente.
O monumento, quadrangular, da autoria do arquitecto
Manuel Faria Marques dos Reis, tem 6,80 metros de altura, sendo
construído em diversas qualidades de mármore. A placa principal,
representando um soldado ferido mortalmente (da autoria de Zeferino
Couto), bem como a cruz de Cristo que encima o monumento, são em
bronze, para maior valorização do mesmo.
Nos quatro lados do monumento, a meia altura, estão
inscritos os nomes de locais de batalhas da Guerra de 1914-18: La
Lys, Ruvuma, Fauquissart, La Couture, Neuve-Chapelle, Chapigny,
Flandres, Naulila e Nevala.
Diversos festões e a esfera armilar integram um
monumento de linhas sóbrias, construído pela oficina de Joaquim
Fernandes Álvares & Cª, de Guimarães, pelo montante de 23 500$00.
Menos de dois meses após a adjudicação, o monumento
foi inaugurado com a maior pompa e circunstância, no dia 12 de Julho
de 1931, pelas 16 horas, no âmbito das Festas em honra de Nª Sª de
Antime.
O discurso inaugural foi proferido pelo Capelão
Militar da Grande Guerra Ver. José do Pinho, todo alusivo ao acto e
manifestamente patriótico e em honra de Nª Sª de Antime.
Para mais
informação vizitar o site:
http://saladevisitasdominho.blogspot.pt/2012/06/viagem-pelos-monumentos-da-cidade-de.htm
O site de referência pertence a
Artur Coimbra:
http://www.blogger.com/profile/01005080870523005105
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Estremoz
A ideia da
construção de um monumento surgiu numa reunião da Direcção do Núcleo
de Estremoz da Liga dos Combatentes da Grande Guerra em 1933, mas só
se concretizou passados 8 anos, ou seja em 1941, depois de uma luta
insana que levou as sucessivas Comissões à desanimarem de tal modo
que iam desistindo. Contudo, alguns elementos com muita tenacidade,
conseguiram levar ao fim o seu intento.
O Monumento aos
Mortos da Grande Guerra (1914-1918), de Estremoz foi projectado por
C. José Godinho, com obra do escultor José Maria de Sá Lemos e do
fundidor A. de Sá Lemos. Foi inaugurada em 8 de Setembro de 1941.
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Abrantes
O Monumento aos
Mortos da Grande Guerra (1914-1918), de Abrantes foi projectado por
Ruy Roque Gameiro que em 1930 ganhou o concurso para a sua execução.
Foi inaugurada em 4 de Junho de 1940.
É uma estrutura tipo "monumento"
com estatuária complexa (soldado, Pátria, Dor).
Monumento, este que foi o
primeiro fundido em cimento, em Portugal. Está na Praça da República
desde 1940 no lugar onde existia um coreto. Esta Praça era o antigo
Rossio ou Largo da Feira e ponto de encontro para as manifestações
populares.
No início deste século (1910)
tomou a actual designação e, em 1942 passou a ser mais um dos
espaços verdes desta cidade, altura em que se inicia a campanha
"Abrantes - Cidade Florida". |
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Ponta Delgada (São Miguel -
Açores)
O
Monumento aos Mortos da Grande Guerra (1914-1918) foi construído, na
década de 1930, na área do Portão de Armas do Forte de São Brás. O
projecto foi elaborado pelo arquitecto Raul Lino, em conjunto com o
escultor Diogo de Macedo.
É uma estrutura tipo "monumento"
com estatuária complexa (duas sentinelas da marinha, com dedicatória
aos combatentes marinheiros e ao Comandante Carvalho Araújo).
Inaugurado em 4 de Novembro de
1935, o monumento encontra-se encrostado à muralha do forte.
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Vila do Porto (Santa Maria -
Açores)
Monumento em homenagem aos
heróis do NRP Augusto de Castilho (Raúl Lino, 1929), no Forte de São
Brás de Vila do Porto, ilha de Santa Maria, Açores
O forte conserva no centro do
terrapleno o padrão de cantaria em homenagem aos tripulantes do
Caça-Minas Augusto de Castilho, cujo primeiro grupo de
sobreviventes em um salva-vidas, aportou à ilha em 16 de Outubro de
1918. Este padrão, cuja autoria do projecto é atribuída ao
arquitecto Raul Lino, foi inaugurado em 4 de Outubro de 1929.
Em sua base encontra-se
inscrita a data do feito - "14-10-1918" - e, nos fustes, o
verso: "E AQVELES QVE POR OBRAS VALEROSAS / SE VÃO DA LEI DA
MORTE LIBERTANDO" (Luís Vaz de Camões. Os Lusíadas. Canto
I, estância 2).
Foto de Carlos Luís da Cruz
(2008) |
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Oliveira de Azeméis
O
Monumento aos Mortos da Grande Guerra (1914-1918) encontra-se no
Jardim Público de Oliveira de Azeméis, tendo sido construído em
1930. O projecto é da autoria do escultor Henrique Moreira e do
canteiro António Resende.
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Foto 1
Foto 2
Foto 3
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Loures
Inaugurado a
8 de Dezembro de 1929, Domingo e Feriado Nacional – Festa de Nossa
Senhora da Conceição e Padroeira de Portugal, na Praça da Liberdade
da cidade de Loures. O monumento é da autoria do Mestre Fernando
Soares. A foto 1 data do dia da inauguração 8/12/1929.
O
monumento é simples, sobre alvenaria, simulando uma trincheira.
Sobre este está colocada uma peça de artilharia ligeira, apontada
para o céu. Junto deste, no rebordo da trincheira, espreitando o
inimigo e pronto num último esforço de combate, o sobrevivente do
baluarte. à retaguarda, inanimado, encontra-se um camarada que
tombara em combate.
O
monumento foi levantado graças a subscrição pública, como era
habitual, com o apoio da Comissão Administrativa da Câmara
Municipal, do Governo Civil e da Comissão dos Padrões de Guerra.
A foto 2, pormenor lateral, e foto 3, vista frontal são da autoria
de José Martins, tirada em Fevereiro de 2011.
Está disponível informação
mais detalhada em
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2011/03/guine-6374-p7897-monumento-aos-mortos.html
Lápide com os nomes dos
combatentes de Loures que tombaram na Flandres, na Bélgica e em
África.
Publicado por José Silva
Marcelino Martins, Facebook (18/04/2014)
Manuel Pereira da Silva - Soldado
n.º 128, Batalhão de Telegrafistas de Campanha, CEP, França (++?)
Joaquim Carlos - Soldado n. º
720, Batalhão de Infantaria 5, CEP, França (++10/04/1918)
Vicente do Nascimento - Soldado
n.º 698, Batalhão de Infantaria n.º 5, CEP, França (++ 14/04/1918)
António Bruno Santos - Soldado
n.º 321, Batalhão de Artilharia de Guarnição, Angola (++24/04/1916)
Joaquim Simões Castelo - Soldado
n.º 1204, 1º Grupo de Companhias de Administração Militar, CEP,
França, (++ 16/06/1919)
José Lopes Gameiro - Soldado n.º
783, Batalhão de Infantaria 5, CEP, França (++3/04/1918)
Pedro Manuel Pereira - 1º Cabo
n.º 329, Batalhão de Infantaria 2, CEP, Bélgica (++?)
Dionísio Pedro Mendonça - Soldado
n.º 316, Artilharia 1, Angola (++?)
José Rodrigues Beira Alta - 1º
Cabo n.º 931, 1º Grupo de Companhias de Administração Militar, CEP,
França, (++ 18/03/1918)
Narciso Dias de Carvalho -
Soldado n.º 370, Companhia de Sapadores Mineiros, Moçambique
(++22/11/1918)
Jorge Alves - Soldado n.º 758,
Batalhão de Infant
aria 1, CEP, França (++?)
António Francisco Rosa - Soldado
n.º 1670, Regimento de Cavalaria 4, Moçambique (++22/11/1918)
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Évora
No Rossio de S. Brás ergue-se esta escultura, da autoria de João
Silva, que honra a memória dos combatentes eborenses que pereceram
na I Grande Guerra (1914-1918).
A ideia de dotar a cidade de tal monumento partiu de um grupo de
militares e civis, entre os quais se contava o General Óscar Fragoso
Carmona (na época Comandante da Região Militar de Évora e
posteriormente Presidente da República) e o Governador Civil do
Distrito, Jorge de Barros Capinha, tendo sido mais tarde formada uma
Comissão Executiva para dar seguimento aos planos.
A Comissão Executiva era composta pelos majores Manuel da Silva
Martins, Artur Augusto Correia Matias; capitães Luís de Camões,
Caetano Manuel Cordeiro Rosado, António Monteiro, Emídio José
Curjeira de Carvalho; e tenentes Raul Martinho, José António
Pombinho Júnior, Luís Freire e José Fernandes.
Após alguns anos de recolha de fundos através de festas e outros
eventos lúdicos, bem como de donativos o projecto e a maquete foram
apresentados e debatidos na Câmara Municipal de Évora em 1928,
tendo-se designado como local de implantação a Praça Joaquim António
de Aguiar. Face à despesa avultada a efectuar na Praça escolhida e
tendo em conta esta ter sido já alvo de avultado investimento, a
Câmara Municipal decidiu que o monumento deveria ser colocado na
Avenida Barahona.
Inaugurado com grande solenidade em 4 de Junho de 1933 pelo então
Presidente da República, Óscar Fragoso Carmona, este monumento com a
altura de onze metros, é encimado por uma figura alada em bronze
simbolizando Vitória, sobrepujando um plinto de granito regional.
O brasão da cidade de Évora faz também parte do conjunto, abaixo do
qual tem a seguinte inscrição em latim: “Feliis Pró Pátria Caesis
Ebora”, que significa “Évora oferece aos filhos mortos pela pátria”,
da autoria do Professor Domingos António Vaz Madeira.
Dos lados esquerdo e direito tem as legendas: “ França 1917-1918” e
“África 1914-1918”, na parte de baixo uma placa de bronze com o
escudo da Liga dos Combatentes da Grande Guerra e, a cada canto do
monumento, um obus também em bronze.
(Informação do site do Município de Évora)
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Foto 1 - Inauguração a 9 de Julho
de 1922
Foto 2 - Passagem de um cortejo
fúnebre junto ao Monumento
em 1940
Foto 3 - Tirada nos anos 70
Foto 4 - Tirada em 2010 (foto de
José Manuel Carneiro)
Foto 5 - Monumento aos Mortos da
Grande Guerra do Regimento n.º 19 Chaves. (foto do
Fur Mil
Carlos Silva CCaç 2548/Bat Caç 2879)
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Chaves
Em 17/12/1919, por proposta do seu Presidente da
Câmara – General Augusto César Ribeiro de Carvalho, foi aprovado em
Assembleia, dar o nome ao actual largo do Monumento aos Combatentes
da Grande Guerra – Praça da Grande Guerra, local onde seria erigido
mais tarde um monumento aos flavienses mortos na Guerra, assim como
o nome da Avenida dos Aliados, à rua que liga o Terreiro de
Cavalaria ao largo do Monumento aos Combatentes da Grande Guerra.
Em 09/07/1922, foi inaugurado o Monumento em
simultâneo com a estação de caminhos-de-ferro, por ocasião das
festas da cidade (08 de Julho).
Em 2009 foi erigido um segundo Monumento
aos Mortos da Grande Guerra dentro do Regimento de Infantaria n.º 19
de Chaves. (foto 5)
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Penamacor
Penamacor soube honrar os mortos
do seu Batalhão que caíram nos campos de batalha, erguendo um
monumento em sua memória.
Em memória dos caídos em combate
na campanha expedicionária à província de Moçambique, ergueu-se o
monumento que ainda hoje figura na antiga parada do Quartel,
onde hoje se encontra o arquivo municipal, inaugurado em 19 de Junho
de 1921.
Apresenta um arquitectura simples
em forma piramídica com um plinto de quatro faces triangulares, onde
estão inscritos os nomes dos que tombaram na luta.
Não estão todos referenciados,
apenas 98 nomes, uma vez que na totalidade o Batalhão, entre mortos
e desaparecidos perdeu 422 homens. No site da Câmara Municipal
indica 460 baixas.
Da relação de mortos do 3º Batalhão, constam Manuel Lucas e Manuel
Chiote, de Salvador; Joaquim Francisco Raposo, de Aranhas; Álvaro Vaz da
Cunha, de Benquerença; Abílio Martins, de Meimoa.
Assistiram à inauguração, para
além da guarnição da vila, o Major Quinhones da Silveira, comandante
do batalhão expedicionário, o Padre José da Costa Passos, o Dr.
Adelino Galhardo, o Tenente Manuel Ricardo João, o Alferes Manuel de
Carvalho e o Sargento António P. da Silva.
Fonte:
-
Estudos de Castelo Branco:
Revista de História e Cultura. N.13 de 1 de Julho de 1964.
Castelo Branco comp. e imp. Editorial Império.
-
Site da Câmara Municipal de
Penamacor (exposição sobre a Grande Guerra)
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Links
http://memoiresdepierre.pagesperso-orange.fr/alphabetnew/r/richebourg.html
http://www.monumentos.pt
https://www.facebook.com/padroesemonumentosdaguerra
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Notas
- 1.
Sobral(2009), p. 29.
- 3.
Rosa(2010), pp.356-357.
- 7.
Rosa(2010), p.361
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Bibliografia
- Sobral, José Manuel, Maria
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1ª ed., Imprensa de Ciências Sociais. (ISBN:978-972-671-258-9)
- Rosas,
Fernando e Maria Fernanda Rolo,coordenação(2010), "História da
Primeira República Portuguesa",2ªed., Lisboa, Tinta da China. (ISBN:
978-972-8955-98-4)
- Comissão dos Padrões da
Grande Guerra, Relatório Geral da Comissão (1921-1936), Lisboa,
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- Relatórios de Gerências da
Liga dos Combatentes da Grande Guerra;
- Relatórios da Junta
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