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Campo Epigráfico
A superfície onde se grava o texto, o
chamado campo epigráfico, contém a inscrição propriamente dita. Esta
pode estar sobre múltiplos tipos de objectos, (lucernas, tijolos, tabules,
etc.) desigandos de forma geral como instrumentum.
Nas inscrições latinas que estudamos, o
tipo de letra é geralmente monumentais quadradas e em maiúscula. São
de formato regular, passíveis de serem ou estão mesmo inseridas em
quadriculas. Existem as actuárias ,mais estilizadas, mais altas do que
largas e ligeiramente onduladas e as cursivas que se aproximam da forma
manuscrita.
As quadriculas aparecem por vezes traçadas
no próprio campo epigráfico, como linhas auxiliares da composição ou por
vezes como parte estética ou decorativa da inscrição. Por vezes, por falta
de espaço ou também por interesse decorativo, aparecem pares de letras
pegadas, chamados nexos.
O sistema de pontuação é usado para
separar sílabas, interpunctio syllabico, e aparece a meia altura das
letras. Nem sempre são pontos redondos, aparecem triângulos, folhas ou
outros símbolos.
Medições
As medições são normalmente em
centímetros, excepto se o instrumentum for de dimensões muito
pequenas, requerendo a utilização de milímetros. Tomam-se as dimensões
máximas pela seguinte ordem, altura x largura x espessura.
Imagem ( site do MNA) |
Por exemplo, numa Ara, devem ser tomadas
em separado as medidas de cada uma das partes que a constituem, cornija,
fuste e base, tanto mais que cada uma dessas partes pode apresentar
campos epigráficos diferenciáveis.
Quando existem elementos decorativos também devem de
ser medidos. No caso desta imagem, como não tem uma régua escala, não
permite executar medições sobre ela. |
Ao campo epigráfico em concreto tiram-se
medidas interiores: altura x largura, ou seja por dentro da moldura.
Quando não existe moldura mede-se todo o campo.
A letras também são medidas, a altura
entre a parte superior até à base da letra. Normalmente as letras
apresentam-se linha a linha, de dimensões constantes, mas quando tal não
acontece usa-se medir a maior e a mais pequena. Exemplo: L1: 2,2; L2: 2,3 (C=1,
I=2,7); L3 a L6: 2,2; L7:2,0.
Os espaços inter-lineares também devem ser
medidos, já que podem ajudar a caracterizar a oficina. O primeiro espaço é
medido entre a moldura e o topo da maior letra da primeira linha, o segundo
espaço entre a base da linha e o cimo das letras da linha seguinte e a
última entre a base e o início da parte inferior da moldura.
As transcrições devem ser executadas
de acordo com um método único, o de Leiden ou uma das suas variantes, como o
apresentado em Introdução ao Estudo da Epigrafia Latina de José d'Encarnação.
No caso dos nexos, por questões técnicas ligadas com a paginação automática
dos processadores de texto, deve-se utilizar o sublinhado para indicar as
ligações.
As letras
As diversas partes que constituem as
letras têm nome. Esses nomes podem facilitar a descrição da letra, a
indicação de falhas de registo ou partes de difícil identificação.
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