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Trabalho de Campo
O epigrafista trabalha
desde a descoberta até à publicação da inscrição, revelando o local de
descoberta, para onde foi levado e onde se encontra depositado, seja um
armazém ou um museu.
Autópsia
Para executar o seu
trabalho necessita de se apetrechar de instrumentos e materiais:
Réguas |
Fita métrica,
duplo decímetro, escala métrica em centímetros de bloco visível para
proporções em fotografia. |
Material de
desenho |
Folhas de papel
milimétrico, lápis, borracha, apara-lápis, compasso, esquadro e
transferidor. (é útil uma paleta para suporte de escrita) |
Material de
limpeza |
Escova dura,
escova mole e escovinha de sopro, lâmina de aço para remoção mecânica de
detritos e outros materiais incrustados (muito cuidado para não ferir a
superfície epigráfica), esponja, água ( para utilização em materiais não
solúveis). |
Material
fotográfico |
Máquina
fotográfica com capacidade de macro, foco luminoso portátil, luz
radiante portátil. |
Material de
catalogação |
Etiquetas
autocolantes, papel de carta ou papel fino, pó de grafite, saco para
transporte peças, ficha de catalogação topográfica do local, carta
topográfica militar do território, adesivo para colocar na inscrição com
a indiciação de inventário. |
Cada acção de limpeza
deve tender a ser executada com todo cuidado para manter o aspecto da
epiderme epigráfica do monumento. Qualquer remoção de detritos deve ser
executada com a mesma perícia com que se executa qualquer outro trabalho de
escavação arqueológico.
A utilização da
fotografia a preto e branco e actualmente da fotografia digital, com as
capacidades de tratamento de imagem em computador, pode-se melhor as
capacidades de leitura de um campo epigráfico em laboratório.
A utilização de luzes
radiantes e de focos direccionais, também podem, através dos jogos de
sombras melhorar as capacidades de leitura. Outro método é banhar o
superfície de pedra sobre a qual se encontra a inscrição, antes de a
fotografar, já que os relevos apresentam níveis de secagem diferenciados, e
como tal, tonalidades diferentes durante a secagem.
Para uma completa e
inequívoca catalogação de um epigrama, para além das fotografias sobre o
campo epigráfico devemos também fotografar o objecto (ex. monumento) e local
envolvente.
Outros apontamentos
podem e devem de ser tomados, como as medidas das letras, espaços
inter-lineares, medidas do campo epigráfico, dimensões do objecto, e fotos
com régua de escala.
Ficha epigráfica
A ficha epigráfica
deve de conter a seguinte informação:
Identificação
Local da
descoberta |
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Identificação
romana |
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Local de
conservação |
Número de
inventário, |
Documentação |
Fotografia,
referências bibliográficas |
Contextualização
Achado |
Circunstâncias e
data, eventual contexto arqueológico e topográfico |
Estado
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Estado de
conservação do monumento e da inscrição |
Descrição |
a) monumento,
suporte físico individual (estela, cipo, ara, tábula, sarcófago, etc.)
ou monumental (arco, ponte, teatro, mausoléu, etc.)
b) objecto (lucerna,
tijolo, etc.)
c) material
(qualidade e tipo de pedra, bronze, terracota, etc.)
d) estado de
conservação e restauro ( descrição dos fragmentos, danos e restauros
mesmo os recentes)
e) elementos
figurativos (decoração, símbolos, mesmo em partes secundárias)
f) espaço
epigráfico (descrição de particularidades)
g) medidas
(letras, inter-lineares, campo epigráfico, etc.)
h) escrita
(preparação do texto, técnicas de inscrição, correcções, etc.)
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Esquema |
Pequeno desenho do
texto |
Apreciação |
Observação linha a
linha do texto e identificação de espaços, letras e omissões |
Transcrição |
Proposta de
transcrição |
Doutrina
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Proposta de
leitura da transcrição, análise de datação, enquadramento histórico,
observações topográficas, lendas e histórias locais. |
Referências
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informação
bibliográfica e catalogações prévias. |
Outras observações |
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Anexos
Fotografias |
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Roteiros |
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Outros
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A ficha conjuga as
observações executadas durante a autópsia e constitui uma primeira
aproximação à documentação disponível. O âmbito deste procedimento é um guia
para a representação exaustiva do epigrama, desde a observação do monumento
até a tradução do texto. Com a publicação do achado o trabalho do
epigrafista está concluído.
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