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A História do Contratorpedeiro Tejo

Inicialmente construído no Arsenal da Marinha em 1904, segundo o projecto do engenheiro naval francês Alphonso Croneau, era um navio canhoneiro-torpedeiro de aço, híbrido na sua função e de linhas estranhas.


A sua construção teve início em 1900 e entrou ao serviço da Real Armada a 18 de Abril de 1904. Teve um grave acidente com o encalhe nas Berlengas a 25 de Agosto de 1910, onde perdeu 11m da proa.


Foi decidido transformar este navio num contratorpedeiro, tendo para tal sido aprovado o projecto da autoria do engenheiro naval António Jervis de Athouguia. O plano de remodelação alterou o formato da proa e alterou as chaminés, alterando de quatro para duas. Recebeu um novo castelo e a mastreação foi alterada.  


A sua reconstrução foi decidida em 1912, ,as só teve oportunidade para entrar na doca seca do Arsenal da Marinha em 1915. A sua reconstrução ficou terminada em 1916, mas só passou ao estado de completo armamento em Agosto de 1917, tendo sido o seu primeiro comandante após recuperação o Capitão-Tenente António da Câmara Melo Cabral, comando que manteve até 20 de Janeiro de 1920.


Características:


Comprimento: 70m

Deslocação: 536T

Velocidade máxima: 25 nós

Autonomia: 2.260mn (13 nós)



Máquinas:


2 máquinas de tríplice expansão de 7.000 CV, com duas hélices, foram construidos pela Société des Forges et Chantiers de la Mediterranée e fornecidos ao Arsenal da Marinha no ano de 1898.

4 caldeiras arquitubulares Normand Sigaudy, tipo White Forster (adjudicadas em 1913 a Samuel White da companhia East Cowes), ou seja no processo de renovação do navio.

Alimentadores principais tipo Weir

Alimentadores secundários tipo Wostington

Vaporizador, destilador tipo Weir

Combustível carvão



Armamento:


1x 100mm (retirada)

1x76mm (caça)

2x47mm

2xTT (350mm)

Director de tiro e sistema de TSF especial instalado em 1916


Guarnição: 4 oficiais, 16 sargentos e 77 praças.



Serviço:


(Agosto 1917)

Escolta ao paquete ENN Portugal (Lisboa-Funchal)

Escolta ao cargueiro TME Gaza

Escolta ao paquete ENN África


(Setembro 1917)

Deslocou-se para o Algarve para dar caça aos submarinos que se localizavam a sul do Cabo S. Vicente. Também patrulhou a zona do Cabo de Santa Maria, localização que o rebocador NRP Lidador alertou. a 30 de Setembro deslocou-se a Gibraltar para manutenção e reabastecimento.


(Outubro 1917)

Escolta ao paquete ENN Mossâmedes (Lisboa-Funchal)


(Novembro 1917)

Recolhe nas águas da Madeira náufragos do iate americano Margaret Roberts (535T), afundado a 16 de Novembro pelo submarino U-151, comandado Waldemar Kophamel.

Escolta do paquete TME Índia (Funchal-Lisboa)


(Maio a Junho 1918)

Esteve no mar onde executou exercícios de artilharia e de máquinas


(Julho 1918)

Escolta ENN Lourenço Marques (Lisboa-Funchal)

Escolta TME Quelimane (Lisboa-Funchal)


(Agosto 1918)

Escolta ENN África e o NRP Pedro Nunes (Lisboa-Funchal-Ponta Delgada)


Durante o período de guerra o NRP Tejo deslocou-se em serviço aos portos de Cascais, Lagos, Gibraltar, Funchal, Ponta Delgada, Angra do Heroísmo, Setúbal, Nazaré, Buarcos, Peniche, Leixões, Sines, Viana do Castelo e Figueira da Foz, alguns várias vezes.


Bibliografia

Santos, José Ferreira dos(2008), "Navios da Armada Portuguesa na Grande Guerra", Lisboa, Academia de Marinha.

Marinha(1989), "Setenta e Cinco anos no Mar (1910-1985), Cruzadores, Cruzadores Auxiliares, Canhoneiras, Lanchas de Fiscalização", 1º Volume, Lisboa, Edição da Comissão Cultural da Marinha".

Marinha(1989), "Setenta e Cinco anos no Mar (1910-1985), Cruzadores, Cruzadores Auxiliares, Canhoneiras, Lanchas de Fiscalização", 2º Volume, Lisboa, Edição da Comissão Cultural da Marinha".

http://www.uboat.net/wwi/  (submarinos alemães WWI)

BCM-AH Fundo 131, Núcleo 37/6-IX-1-2 Documentação do contratorpedeiro NRP Tejo


Navio Tejo (1904-1910)

Navio Tejo (1917-1927)

António da Câmara de Melo Cabral (1871-1946)