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O Congo Belga - 1914-1918

O comportamento da Bélgica em África foi idêntico ao que teve na Europa ao declarar o território do Congo como um território neutro, no entanto quando o território europeu foi invadido o governador-geral do Congo Belga Félix Alexandre Fuchs recebeu ordens em contrário, mas com instruções para se manter na defensiva.


Logo a 22 de Agosto os alemães bombardearam o porto de Lukuga, no Lago Tanganica, mas cumprindo as instruções que tinham recebido não retaliaram sobre o inimigo.


A 28 de Agosto, por causa da ameaça que vinha da colónia alemã dos Camarões, o governador-geral do Congo Belga respondeu afirmativamente ao pedido francês para auxiliar o ataque à colónia alemã, através da cedência de uma unidade militar da Force Publique (O'Nell,1918/2012:3-4).

Governadores do Congo Belga entre 1914 e 1918

Bibliografia


Abbott, Peter(2002), "Armies in East Africa, 1914-18", Oxford, 8ª edition, Osprey Publishing (ISBN: 978-1-84176-489-4)


O'Nell, Herbert Charles(1918/2012), "The War in Afrika and the Far East 1914-17", Yardley(USA), Reprint, Westholme Publishing (ISBN: 978-1-59416-068-4)

     Félix Alexandre Fuchs 1912-1916    

   Eugène Joseph Marie Henry 1916-1921

A Campanha conta a Colónia Ocidental Alemã dos Camarões 1914-1916

A colónia alemã dos Camarões, hoje território actual da Nigéria, tinha uma guarnição de cerca de 1.000 soldados europeus alemães e 3.000 soldados indígenas.


Logo no início da guerra, a 25 de Agosto de 1914, foram atacados pelos britânicos e franceses comandados pelo General Joseph Aymerich. Os britânicos entraram pelo norte da colónia alemã progredindo em três colunas.


O avanço britânico iniciou-se no norte junto a Mara e seguiram para sul em direcção do Forte de Garua.  O primeiro contacto com os alemães deu-se junto ao posto fronteiriço de Tepe. A este primeiro encontro os britânicos chamaram Batalha de Tepe, considerado como uma vitória porque os alemães retiraram para o Forte de Garua.

Trincheiras alemãs do Forte Garua  (1915)

Depois da tomada do posto de Tepe s força comandada pelo Coronel Maclear avançou sobre o Forte Garua. O cerco ao forte começou a 29 de Agosto. Fez um ataque directo ao forte através de uma carga em campo aberto o que provocou que sofresse pesadas baixas. mesmo assim conquistou uma das cinco trincheiras do forte. No dia seguinte os alemães contra-atacaram e recapturam a trincheira. As tropas coloniais britânicas fugiram durante o ataque alemão deixando os oficiais europeus sozinhos nas trincheiras. Os alemães perseguiram os britânicos até estes estarem totalmente fora da colónia alemã. Em resultado deste ataque os britânicos perderam a maioria dos oficiais, incluindo o coronel Maclear que foi morto, e 40 % das suas forças indígenas. Em comparação os alemães tiveram baixas insignificantes. A 1ª Batalha de Garua foi uma derrota britânica.


As outras duas colunas também sofreram uma resistência feroz por parte dos alemães. Todas acabando por serem expulsas do território alemão.


Os franceses que atacaram a partir da fronteira sul (Congo Francês) conseguiram capturar a localidade de Kusseri. No início de Setembro de 1914, os franceses com o auxílio de uma força militar belga, a maioria da coluna era formada por forças belgas, conseguiram conquistar a localidade de Limbe nas costa atlântica. A força belga, cerca de 600 homens, ficou sob o comando do coronel francês Hutin em Outubro de 1914. As autoridades belgas também disponibilizaram alguns navios fluviais, entre estes o Luxembourg, e algumas peças de artilharia.


Vapor Luxembourg

A 27 de Setembro de 1914 uma força alidade composta por forças britânicas, francesas e belgas atacaram a capital da colónia, Douala. a capital resistiu até Maio de 1915.


Em 1915 a maioria das tropas alemãs, excepto as que se encontravam nos Fortes de Mora e Garua, tinham retirado para o interior montanhoso onde passou a estar a sede da nova capital da colónia, Jaunde. Até Março de 1915 as tropas alemães conseguiram aguentar os ataques aliados e inclusivamente atacar a colónia britânica (Nigéria) a partir do Forte Garua, em Abril de 1915. Este ataque às forças britânicas ficou conhecido como a Batalha de Gurin. Este ataque levou a que os britânicos voltassem a atacar o Forte de Garua em Junho 1915. O combate durou entre 31 de Maio e 10 de Junho, tendo os britânicos com o auxílio de uma força francesa conquistar o Forte de Garua.


Os alemães retiraram para sul após perderem o Forte de Garua e os aliados perseguiram-nos até Ngaundere, onde os alemães ofereceram alguma resistência. Os combates de 29 de Julho em Ngaundere ficaram conhecidos como a Batalha de Ngaundere. Daqui os alemães retiraram para o Forte de Mora, onde resistiram até Fevereiro de 1916.


A 6 de Agosto de 1915 uma força francesa tentou tomar a localidade de Kilwe, mas os defensores conseguiram suster o ataque. A 1 de Setembro os franceses tentaram um novo ataque mas também foram expulsos.


Foi necessário esperar que a época das chuvas passasse para se fazer o ataque sobre os últimos pontos de resistência alemã nos Camarões. Assim Yaounda só foi capturada em Novembro de 1915 e o último foco de resistência em Mora em Fevereiro de 1916.


Para o ataque a Yaounda foi executado por uma força conjunta aliada, composta por quatro cruzadores britânicos e franceses e com o poio de uma flotilha costeira e fluvial improvisada.


A maioria dos soldados alemães que não foram capturados pelos aliados durante a campanha fugiram para a Guiné Espanhola, que sendo um território neutro os internou até ao final da guerra.

 Tropas alemãs dos Camarões - Duala

O Exército Colonial Belga

O exército colonial no Congo Belga era conhecido pelo nome de Force Publique. Esta força começou a ser organizada em 1914, antes do início da Grande Guerra, quando foi definido que passaria a estar organizada em unidades de Troupes Coloniales e unidades de Políce Territoriale.


Em 1914 existiam 21 companhias pertencentes às Troupes Coloniales, que tinham recebido o nome da localidade onde se encontravam estacionadas:


  1- Bas-Congo

  2- Cateracts;

  3- Satnley-Pool:

  4- Ubangi;

  5- Équateur;

  6- Bangala;

  7- Kuango;

  8- Lac Léopold II;

  9- Lualaba;

10- Kasai:

11- Aruwimi;

12- Rubi;

13- Maka-Bomokandi;

14- Uele-Bili;

15- Makrakas;

16- Stanley Falls;

17- Ponthérville;

18- Maniema;

19- Ituri;

20- Lulonga;

21- Ruzizi-Kivu.


Existia ainda uma companhia de artilharia e engenheiros, a Compangnie d'Artillerie et de Génie,  estacionada num forte em Boma, junto à foz do rio Congo. Esta companhia tinha cerca de 200 efectivos e estava equipada com oito peças de 160mm. Estas tropas eram essencialmente formadas por congoleses. Existiam ainda seis campos de treino para recrutas. As companhias congolesas apresentavam um efectivo que rondava 600 homens, mas muitos estavam dispersos por postos com função de policiamento nas suas áreas de controlo, com pouco ou nenhuma capacidade militar.  


O corpo de polícia também mantinha um perfil militar e apresentava uma maior operacionalidade do que as Troupes Coloniales. Este corpo era essencialmente composto por  Troupes de Katanga. Estava organizado em quatro companhias de marcha, duas companhias de reserva (administrativas), uma companhia de ciclistas e um Quartel-general de Batalhão.


General Charles Tombeur

Em 1914 a Force Publique tinha 12.133 homens nas companhias territoriais congolesas, 2.400 homens em instrução nos campos de treino e 2.875 homens nas forças de polícia katangesas. O exército colonial belga no Congo apresentava um efectivo de cerca de 17.000 homens.


A Force Publique foi comandada pelo General Charles Tombeur. Em 1914 o general era o administrador da província do Katanga. Em 1916 comandou pessoalmente o ataque à cidade de Tabora, capital da África Alemã Oriental , tendo a capturado depois de um combate muito difícil.


A Reorganização da Force Publique

Com o advento da guerra a Bélgica pretendeu reorganizar as suas Troupe Coloniales de acordo com a organização implementada no corpo de Políce Territoriale. Assim quis criar três batalhões congoleses ao estilo da polícia kantagesa, com um major no comando de cada batalhão.


Quando a 6 de Agosto de 1914 o Tenente-General Charles Tombeur, ordenou a mobilização geral apenas um batalhão congolês estava formado, o que se encontrava estacionado junto à fronteira com a colónia alemã, que actuou como reforço do batalhão de polícia Katangês que estava estacionado mais a Sul, também junto à fronteira com a colónia alemã.  


As companhias tinham entre 100 a 150 soldados indígenas e dois oficiais europeus, dois sargentos europeus e oito sargentos indígenas. também eram acompanhados por nativos com a função de auxiliares para transportarem o trem de abastecimento. Também fazia parte das companhias uma secção de artilharia ligeira, 75mm Krupp de montanha ou 47mm Nordenfelt e, ainda, duas metralhadoras Maxim.


A organização das forças coloniais belgas levou bastante tempo em comparação com as forças dos seus aliados, porque a Bélgica tinha sido quase toda ocupada na Europa pelos alemães. No entanto, as forças do Katanga estavam bem organizadas e preparadas para entrar em combate.


As forças do Katanga formaram rapidamente três batalhões tendo dois, o 1º e o 3º sido enviados para a fronteira sul com a Rodésia e o 2º para junto da fronteira este com a colónia alemã. As forças congolesas só conseguiram ficar prontas no final de 1915, com o auxílio de oficiais belgas vindos da Europa. Os batalhões foram formados por companhias antigas e novas.


Em 1916 os efectivos da Force Publique já reforçados, foram organizados em três grupos móveis (groupes), o equivalente a brigadas, com os nomes de Kivu, a Ruzizi e a Tanganica, compostas no total por 15 batalhões com homens retirados das guarnições dos postos provinciais e da força da polícia. Foi ainda criado um serviço de etapas para a gestão das comunicações e abastecimentos em campanha.


Os franceses forneceram alguns morteiros tipo Delattre, tendo as forças belgas formado com estes equipamentos uma companhia de granadeiros.


Os belgas também estiveram equipados com hidroaviões no Lago Tanganica, os quais foram utilizados para bombardear um dos dois vapores alemães que navegavam armados neste lago (Abbott,2002:21).


Força Aeronaval do Lago Tanganica


Os belgas receberam dos britânicos quatro hidroaviões Short Type 827, em Junho de 1915, que ficaram numa base em M'toa, a 30km de Albertville.


Força Naval do Lago Tanganica


Alexandre Delcommune (1914 - 22/08/1914): 1 canhão 76mm e uma metralhadora.

Vengeur (12/1915 -1918): Este navio é o antigo Alexandre Delcommune reconstruído e recolocado a flutuar. 2 canhões de 70mm e 1 metralhadora.


Mosselback (1914 - 1918): Lancha, 1 canhão de 57mm e 1 canhão de 47mm.

Wami (1914-1918): Lancha, 1 canhão de 37mm.

Netta (24/12/1915 - 1918): Lancha Rápida, 1 canhão de 57mm, 1 canhão de 37mm pompom, 2 metralhadoras.


HMS Mimi (24/12/1915 - 1918): Lancha Rápida, 1 canhão de 47mm e uma metralhadora. (navio britânico)

HMS Toutou (24/12/1915 - 1918): Lancha Rápida, 1 canhão de 47mm e uma metralhadora. (navio britânico). Ambos os navios são iguais.

HMS Fifi (19/02/1916-1918): Lancha, 1 canhão de 37mm. (navio britânico). Ex-navio alemão SMS Kingani capturado em 26 de Dezembro de 1915 e reparado em Lukuga e rebaptizado como HMS Fifi.


Força Naval do Rio Congo


Luxembourg (1914-1918): 1 canhão de 27mm Nordenfelt, 1 canhão 75mm Krupp e 1 metralhadora.

  Netta 

  HMS Fifi

HMS  Mimi 

Mosselback

Wami

Alexandre Delcommune  

As Campanhas da Force Publique conta a Colónia Oriental Alemã

Dos primeiros confrontos à Batalha do Lago Tanganica


Os primeiros confrontos deram-se no Lago Tanganica e rios afluentes logo a 15 de Agosto, quando as tropas alemãs estacionadas ao norte do Congo Belga bombardearam e atacaram Uvira, no extremo norte do Lago Tanganica e apoderam-se da ilha Idjwi no Lago Kivu.


A 22 de Agosto os alemães deslocaram o navio SMS Hedwing von Wissman para junto do porto de Albertville na margem belga do Lago Tanganica. Bombardearam as instalações e atacaram o navio belga Alexandre Delcommune que para evitar ser afundado foi encalhou deliberadamente. O navio alemão já o tinha atacado duas vezes em dias anteriores.


Depois deste ataque os belgas ficaram limitados a uma barcaça Mosselback. Reduzida a capacidade naval dos belgas no lago, os alemães enviaram os seus navios SMS Hedwing von Wissman e SMS Kingani para as águas do lago junto à Rodésia.


A 5 de Setembro fizeram o desembarque de uma força alemã de 40 de Askaris e 80 Ruga-Ruga (guerreiros indígenas) e atacaram  o porto de Abercom na Rodésia (Britânica). Este combate durou 3 dias e só terminou quando uma força belga da Force Publique, vinda de Kitope, reforçou os defensores britânicos e expulsou os alemães.


A 18 de Setembro a força naval alemã, composta pelos SMS Hedwig von Wissman e SMS Kingani, afundou os navios mercantes britânicos SS Good News, SS Morning Star e no dia seguinte o SS Cecil Rhode.


Em Junho de 1915 a força naval alemã ganhou a supremacia total no Lago Tanganica quando lançou à água a canhoneira SMS Graf von Götzen.


Entretanto os belgas conseguiram colocar a flutuar de novo o Alexandre Delcommune, que foi rebaptizado como Vengeur e acrescentaram uma vedeta rápida Netta à sua força naval no lago. Também receberam  dois cruzadores com motor a gasolina dos britânicos, HMS Mimi e HMS Toutou e ainda quatro hidroaviões Short Type 827, que ficaram numa base em M'toa, a 30km de Albertville.


Em Dezembro de 1915 os belgas estavam  novamente equipados e prontos para tomar a iniciativa pela posse do Lago Tanganica. A flotilha belgo-britânica era comandada pelo capitão-de-corveta inglês Geoffrey Spice-Simson e a flotilha alemã comandada pelo governador  militar Gustav Zimmer.


Os combates conhecidos por Batalha do Lago Tanganica começaram efectivamente a 26 de Dezembro de 1915, quando o SMS Kinganicomeçou a ser perseguido pelas lanchas britânicas HMS Mimi et HMS Toutou e pelas lanchas belgas Netta e Mosselbak.


A 9 de Fevereiro o HMS Mimi e o HMS Fifi interceptaram o SMS Hedwig von Wissman. Logo no seu segundo disparo o HMS Fifi acertou no casco do navio alemão e o terceiro na casa das máquinas matando sete tripulantes. O comandante do navio alemão teve de dar ordem de abandonar o navio, tendo os sobreviventes sido recolhidos e levados para detenção em Albertville.

Force Publique em campanha em 1918

A Ofensiva sobre Tabora - 1916


Durante a Grande Guerra a Force Publique combateu várias vezes as forças alemãs nos Camarões, Burundi, Ruanda e na África Alemã Oriental. Em geral combateram bem, tendo ganho o respeito dos seus aliados, portugueses e britânicos, e dos seu inimigo alemão.


Em Abril de 1916 os belgas começaram o avanço sobre a colónia alemã, com duas brigadas, uma sobre o Ruanda e outra sobre o Burundi, com o objectivo comum de se dirigirem para Tabora e atacarem a capital (O'Nell, 1918/2012:103-4).


As tropas encontravam-se organizadas em Abril de 1916 da seguinte forma:


Brigada do Norte:

3º Regimento: (8º, 9º e 10º Batalhões);

4º Regimento: (11º, 12º e 13º Batalhões);

1ª e 3ª Batarias de Artilharia, mais uma unidade de morteiros;

Uma companhia de serviços e engenharia da Brigada e cada Regimento tinha uma secção de metralhadoras.


Brigada do Sul:

1º Regimento (1º, 2º e 3º Batalhões);

2º Regimento (4º, 5º e 7º Batalhões);

2ª e 4ª Batarias de Artilharia;

Uma companhia de serviços e engenharia da Brigada e cada Regimento tinha uma secção de metralhadoras.


Unidades de defesa do Congo Belga:

14º e 15º Batalhões como tropas de ocupação;

16º, 17º e 18º Batalhões como topas de segurança interna;

6º Batalhão como tropa de defesa das margens do Lago Tanganica. Este batalhão foi-se juntar à Brigada do Sul após ter sido assegurada a tomada de todos os pontos ocupados pelos alemães.


A Brigada do Norte, comandada pelo Coronel Philippe François Joseph Molitor, partiu de uma posição ao Norte do Lago Kivu e avançou em direcção ao Lago Vitória, tendo ocupado a localidade de Kigali (16/05/1916) ao fim de uma semana de marcha. Depois virou para sul. A forças alemãs deram combate em Kigali, Biharamulo, Diobahika, Mwansa (14/06/1916), no caminho para Tabora (19/09/1916).


A Brigada do Sul, comandada pelo Coronel Frederik Voldemar Olsen, partiu de uma posição ao Sul do Lago Kivo, tomou a localidade de Usumbura e desceu ao longo da margem Este do Lago Tanganica até Kigoma. A partir desta posição deslocou-se ao longo do caminho-de-ferro em direcção a Tabora. As forças alemãs ainda deram resistência em Ujiji. Um outro batalhão que desembarcou em Kamera veio mais tarde juntar-se à Brigada do Sul antes do ataque final a Tabora (19/09/1916).


Em Julho de 1916, as duas brigadas belgas tinham expulsado os alemães das zonas do Lago Vitória e Tanganica, encontrando-se prontas para avançar sobre Tabora. A 7 de Setembro começou o ataque à cidade de Tabora, tendo sido conquistada pelos belgas a 19 de Setembro de 1916. A derrota alemã foi completa, tendo sofrido a morte de 50 europeus e 300 indígenas, mais cerca de 100 prisioneiros entre europeus e indígenas e muito material de guerra. Quando os belgas entraram na cidade libertaram 189 europeus de países aliados que aqui se encontravam internados em campos de prisioneiros (O'Nell, 1918/2012:110-1).

Ofensiva sobre Mahenge - 1917


As forças belgas retomam a ofensiva em Julho de 1917em direcção a Mahengo. Também enviaram mais tarde em Outubro dois batalhões de infantaria, o 4º Batalhão e o 9º Batalhão, para Kilwa a fim de auxiliar as tropas britânicas.


As tropas encontravam-se organizadas em Julho de 1917 da seguinte forma:


Brigada do Norte - Grupo de captura da companhia alemã de Wintgen

4º Regimento: (11º e 13º Batalhões)

3º Regimento: (8º, 9º e 10º Batalhões)

4º Batalhão

7º Batalhão

1ª e 3ª Batarias de Artilharia.


Brigada do Sul:

1º Regimento (1º, 2º e 3º Batalhões)

5º Batalhão

12º Batalhão

2ª e 4ª Batarias de Artilharia.


Após a tomada de Mahenge o 4º e 9º Batalhões mais as unidades de artilharia e serviços foram para Kilwa para auxiliarem as forças britânicas.


A Brigada do Norte seguiu para Iringa, Ikoma, Kondoa, Handeni, Kilosa e Faraka.


A Brigada do Sul seguiu ao longo do caminho-de-ferro até Dodoma e Fakara, onde se reuniu à Brigada do Norte antes de avançarem em conjunto sobre Mahenge.


Já sem o apoio de tropas britânicas os belgas atravessaram o rio Kilombero em direcção a sul, atravessando uma zona de pântanos e de montanhas até chegar à localidade de Mahenge. Aí encontraram uma força alemã de cerca de 2.000 homens, comandada pelo Coronel Theodor Tafel, que os esperavam entrincheirados.


Os belgas tiveram um violento combate mas conseguiram entrar e ocupar Mahenge a 9 de Outubro de 1917. Grande parte dos alemães acabaram por fugir em direcção a Mganjira. Os belgas capturaram 109 europeus e 156 Askaris e muito material de guerra (O'Nell,1918/2012:118-9).