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Japão

A Intervenção do Japão na Grande Guerra

A Construção da Marinha Japonesa

A Marinha japonesa em 1914 contava com duas vitoriosas campanhas nos últimos 20 anos, conta a China em 1894-95 e contra a Rússia em 1904-05. Desde 1900, por ordem imperial, duas importantes famílias japonesas tomaram o controlo da defesa militar do Japão, a Choshu com a incumbência da gestão do Exército e a Satsuma com a incumbência da Marinha.


Em 1902, o Imperador Mutsuhito (1867-1912), produziu um acordo com a Grã-Bretanha para a reconstrução da frota após a guerra com a China, plano conhecido por "8-8". Com essa programação de construção e aquisições de navios, a Marinha foi sendo reforçada após a guerra com a Rússia.


Foram adquiridos à Grã-Bretanha, pouco antes do início da Grande Guerra os couraçados Kashima e Katori, os cruzadores Tsukuba e Ikoma destinados a substituir os couraçados Hatsuse e Yashima afundados pelos russos na guerra de 1904-05.


Com o programa de construção de 1903 foi ainda construído o cruzador Tone e outros dois cruzadores, o Todo e o Mogami que na prática vieram a ser considerados obsoletos quando entraram ao serviço em 1908. Foram também construídos mais 32 contratorpedeiros: Asakaze, Kamicaze, Hatsushio, Yayoi, Kisaragi, Shiratsuyu, Shirayuki, Matsukaze, Harukaze, Shigure, Asatsuyu, Hayate, Oite, Yunagi, Yugure, Yudachi, Makazuki, Nowaki, Ushio, Nenohi, Hibiki, Shirotaye, Hatsuharu, Wakaba, Hatsuyuki, Uzuki, Minazuki, Nagatsuki, Kikuzuki, Uranami, Isonami e o Ayanami. Foam ainda construídos quatro submarinos: dois tipo Koihun-Holland, de 57T e dois tipo C1-Vickers de 286T.


Para além do plano de reforço naval se basear em aquisições e construção, também contribuiu para a expansão da Armada as unidades navais capturadas aos russos durante a guerra de 1904-05. Foram seis couraçados: Iwami (ex-Orel), Sagami (ex-Peresviet), Suwo (ex-Pobieda), Hizen (ex-Retvizan), Tango (ex-Poltava) e Iki (ex-Imperator Nikolai I), dois guardas-costeiros couraçados: Mishima (ex-Admiral Senyiavin) e Okinoshima (ex-General Admiral Apraksin), quatro cruzadores: Aso (ex-Bayan), Tsugaru (ex-Pallada), Soya (ex-Varyag) e Satsuki (ex-Novik) e por úull œltimo quatro contratorpedeiros: Fumizuki (ex-Silny), Yamabiko (ex-Riechitelny) e o Satsuki (ex-Biedovoi). Parte destes navios tornam-se obsoletos: os contratorpedeiros Fumiziki e Yamabiko são retirados do activo em 1913, o couraçado Iki é afundado em 1915 e os couraçados Sagami, Tango e o cruzador Soya são restituídos à Rússia em 1916.


Em 1906 foi decidida a construção de dois couraçados: o Satsuma e o Aki, dois cruzadores blindados: o Ibuki e o Kurama, e três cruzadores: Chikuma, o Yahagi e o Hirado. Os couraçados e os cruzadores blindados ficaram prontos em 1907. Os cruzadores Tsukuba e Ikome acabaram por ser construídos em 1909, mas quando entraram ao serviço em 1912 já eram considerados obsoletos. São ainda construídos em 1907 quatro contratorpedeiros: Umikaze, Yamakaze, Sakura e o Achibana.

Imperador Taisho (1912-1926)

Em 1912 são construídos os cruzadores de batalha Kongo, Hiei, Haruna e Kirishima. Em 1913 são construídos dois dreadnoughts: Fuso e Yamashiro, e em 1915 os deadnoughts Ise e Hyuga. A frota submarina recebeu as unidades: 10, 11 2 12, tipo C2-Vickers, e a unidade 13, tipo VK.


Em 1912 é formada uma pequena unidade aeronaval a Kaigun Koku-Butai, dependente a Marinha. Esta unidade era formada inicialmente por dois aviões Maurice Farman Tipo 1912 (transformados em hidroaviões) e dois hidroaviões Curtiss tipo 1912.


Em Agosto de 1914 a unidade dispunha de 12 hidroaviões. Para transporte dos hidroaviões a Marinha modificou um cargueiro russo capturado em 1905, o Wakamiya (ex-Lethington), criando o primeiro porta-hidroaviões da história. (Navires & Histoire, "La Marine Japonaise de 1914").

A Conquista de Tsingtao

A 7 de Agosto de 1914, O Governo japonês recebeu um pedido oficial do Governo britânico para assistência na destruição dos raiders comerciais da Marinha Imperial Alemã que navegavam nos mares da China. Neste âmbito o Japão enviou um ultimato à Alemanha a 14 de Agosto que não foi respondido. O Japão declarou guerra à Alemanha a 23 de Agosto de 1914.


A 2 de Setembro de 1914 as forças navais japonesas cercaram a colónia alemã de Tsingtao, na província chinesa de Shandong.

As instalações navais alemãs de Tsingtao eram estratégicas para a marinha alemã no Oriente, sendo a chave para a navegação no Oceano Pacífico.


O ataque japonês foi liderado pelo General Mitsuomi Kamio, com uma força de 23.000 homens e 142 canhões, com o apoio de uma pequena força britânica, que teve quase apenas a função de observação ao abrigo do tratado entre estes dois países. Os alemães resistiram ao cerco durante dois meses com uma força de 4.000 e algumas peças e algumas peças de artilharia.

O ataque japonês a Tsingtao - 1914

Dos dois aviões Rumpler Taube enviados em caixotes para Tsingtao, apenas um se encontrava operacional em Agosto de 1914. Esse único que se encontrava operacional quando os japoneses atacaram a colónia era pilotado por Gunther Plüschow que o utilizava como avião de observação.


Durante o cerco japonês Plüschow para além de voos de reconhecimento, também efectuou alguns voos de ataque às forças japonesas utilizando bombas artesanais construídas a partir de latas de café. Esta atitude levou a que a força japonesa tivesse tido um empenho especial para tentar o eliminar, tendo juntado nove aviões pertencentes ao exército e à marinha para o efeito (Guttman, 2012:7).

Aviador Alemão Gunther Plüschow


Não conseguiram abater o seu avião e em contrapartida Plüschow chegou a abater um avião japonês com a sua pistola. Quando no início de Novembro a situação em Tsingtao se tornava insustentável  Plüschow recebeu ordens para sair da base, levando consigo os últimos despachos oficiais do governador. Após voar cerca de 250Km acabou por cair num campo de arroz. Após incendiar o seu Taube começou uma longa caminhada em direcção à Alemanha, onde chegou em Julho de 1915, depois de muitas peripécias, via Holanda.


Durante Outubro a Marinha Imperial Japonesa atacou outras colónias alemãs no Oceano Pacífico: as Ilhas Marianas, as Ilhas Carolinas e as Ilhas Marshall, que ainda ofereceram alguma resistência.


 A Marinha Imperial Japonesa conduziu o primeiro ataque aeronaval da história, quando bombardeou alvos em terra, na província de Shandong durante o cerco de Tsingtao e os navios alemães que se encontravam na baía de Quiaozhou, a partir de hidroaviões do navio Wakamiya. A colónia de Tsingtao rendeu-se a 7 de Novembro de 1914 com um total de 5.755 baixas japonesas e 700 baixas alemãs. Nesta operação esteve presente uma pequena força britânica que sofreu 75 baixas (Wise, 1969:329).

Porta Hidroaviões HIJMS Wakamiya

O HIJMS Wakamiya era um navio comercial transformado para transporte de hidroaviões. transportava quatro hidroaviões Farman, 2 prontos a serem utilizados e dois de reserva. O navio podia colocar e retirar os hidroaviões na água através de um guindaste.


Durante o cerco de Tsingtao, a 30 de Setembro o porta hidroaviões embateu numa mina alemã na Baía de Kiaochow, e retirou-se do combate durante uma semana, para reparações. Nesta altura os seu hidroaviões ficaram a operar a partir da praia de Shazikou. A todo os hidroaviões efectuaram 49 de reconhecimento e de controlo de tiro naval, e ainda lançaram 190 bombas sobre as posições defensivas alemãs.


A missão de reconhecimento mais importante foi verificar se o cruzados SMS Emden ainda estava em Tsingtao, o que já não acontecia.  


Hidroavião Farman do Wakamiya a descolar

Dois hidroaviões Farman do Wakamiya a operar a partir da praia de Shazikou

Colocação de um hidroavião Farman na água a partir de bordo do Wakamiya (Navires & Histore n.º 82)

Durante a Grande Guerra o Cruzador “HIJMS Izumo” foi utilizado extensivamente em patrulhas oceâull ‰nicas, devido às suas grandes dimensões que lhe permitiam longos períodos de serviço no mar.


Em Novembro de 1914, o cruzador HIJMS Izumo acompanhando do cruzador HIJMS Asama e deslocaram-se para Pearl Harbor para reforçar a força de internamento da Marinha Imperial Alemã. O cruzador alemão SMS Geier encontrava-se naquele porto, ao abrigo das normas internacionais de neutralidade.


A este grupo juntou-se posteriormente ao grupo de combate do Oceano Pacifico Oriental da Marinha Real Britânica, composto pelo Cruzador de batalha "HMAS Austrália" e o "HMS Newcastle", , que tinham como missão proteger o Canal do Panamá dos cruzadores alemães e dos raiders comerciais, desde o Canal do Panamá até ao norte do Canada, isto até ao final de 1914.


Quando em 1917, 6 de Abril, os Estados Unidos da América entraram na Grande Guerra, os americanos e japoneses viram-se ambos do mesmo lado, apesar da tensão rescendente entre ambos por causa da atitude japonesa na China e da competição pela supremacia comercial no Pacífico. Esta situação foi controlada com a assinatura do Acordo de Lansing-Ishii a 2 de Novembro de 1917.

Aviação Naval Imperial Japonesa

Em 1912 a Marinha japonesa deu início ao seu serviço aeronaval. Este foi desenhado à imagem do Royal Naval Air Service, uma vez que à data a cooperação entre as duas marinhas era muito intense.


Ao reconhecer o potencial da nova arma aérea, transformou em 1913 um navio de transporte (Wakamiya) no seu primeiro porta hidroaviões, com a capacidade de três aparelhos. O porta hidroaviões operou no ataque a Tsingtao.



Takijiro Onishi, um dos fundadores da aviação aeronaval japonesa em 1913 (1945 Almirante)

Inicialmente Takijirō Ōnishi como aspirante serviu no cruzador HIJMS Soya, nos couraçados HIJMS Tsukuba e HIJMS Kawachi. Já como alferes foi destacado para o Wakamiya Maru, onde se envolveu no progresso da aviação aeronaval.

Em 1918 foi enviado para a Grã-Bretanha e França, para aprender técnicas de combate e tomar conhecimento dos desenvolvimentos que a arma tinha alcançado na Europa.

Quando regressou ao Japão foi promovido a tenente e colocado no grupo naval da Base Naval de Yokosuka, na baía de Tóquio. O tenente Onishi manteve-se ao serviço na Base até 1920, onde foi instrutor de voo.

IJN, Maurice-Farman Seaplane, 1912

Vol 27, NO. 2, Summer/June 1980, Aerospace Historian

A história da aviação japonesa terá começado com a utilização de balões cativos de modelo francês em 1877, tendo o primeiro balão de fabrico japonês sido utilizado com sucesso em 1901.Durante a guerra russo-japonesa de 1904-5 o exército utilizou balões cativos para observação, em Port Arthur.

Em 1909 o exército enviou uma comissão de estudo fornada por oficiais do exército, marinha e um civil para estudar na América e na Europa o desenvolvimento da aviação. O caso do civil este foi integrado no grupo com o objectivo de estudar a construção de aeroportos. Ainda nesse ano o engenheiro naval Barão Narahara produziu o primeiro avião japonês, mas com pouco sucesso, o que levou à necessidade de importar aquela tecnologia.

O Exército enviou em 1910 dois oficiais, um à América e outro a França e a Alemanha, para adquirirem aparelhos e tirar o brevet.O Capitão Kumazo Hino esteve na Alemanha e o Capitão Yoshitoshi Tokugawa nos Estados Unidos e posteriormente em França.

Tal como no Exército, a Marinha Imperial Japonesa também utilizou balões cativos desde 1877. O comandante Eisuke Yamamoto, em 1909 recomendou que a marinha deveria ter unidades aéreas o mais rápido possível. Foi, então, criado em 1912 o Comité Naval de Pesquisa Aeronáutica, tendo sido então enviados seis oficiais para a América e a França.

Os hidroaviões adquiridos, Farman e Curtiss, foram estacionados na Base de Oppaman perto de Yokosuka, em Novembro de 1912. Nesta base foi então formado um outro pequeno grupo de novos pilotos. O HIJMS Wakamiya Maru entrou ao serviço em 1913 e entrou em combate em Agosto de 1914, em Tsigtao, contra os Alemães.  

http://www.earlyaviators.com/etokugaw.htm   (12/12/2015)


O Japão importou aviões entre 1910 e 1915, tendo os seus pilotos sido treinados no estrangeiro. Foi em 1912 que foi implementada a primeira estação aeronaval, a qual ficou instalada em Oppama e onde foi instalada pelo oficial piloto Chikukei Nakajima e fábrica da Companhia de Aviação Nakajima.

Quando teve início a Grande Guerra a Estação Naval de Oppama forneceu sete pilotos para o HIJMS Wakamiya Maru, que estava equipado com quatro hidroaviões Farman.

Para garantir a independência na obtenção de aviões o Japão optou por adquirir as licenças de produção e montou fábricas no território. Existindo a necessidade de satisfazer as encomendas do Exército e da Marinha, a Marinha continuou em complementa a adquirir aviões britânicos e franceses, no estrangeiro.

Com a ligação orgânica que a marinha japonesa tinha à marinha britânica, esta acabou por copiar o modelo de organização britânico e por estabelecer um primeiro corpo aeronaval em Yokosuka, em 1916.

Em 1917 foi constituído um segundo corpo aeronaval, uma vez que já existia um número significativo de pilotos de marinha. Também nesse ano de 1917 foi produzido com sucesso o primeiro hidroavião japonês.

Em 1918 o Tenente Kaneko foi enviado para a Grã-Bretanha, para aprender as técnicas de aterragem em porta aviões (HMS Furious), tendo depois regressado ao japão para instruir os pilotos navais japoneses nessas mesma técnicas. Os conhecimentos adquiridos pelo Tenente Kaneko foram muito importantes para o desenvolvimento e organização da aviação naval japonesa.

Apesar da Grã-Bretanha ter optado em 1918 pela junção das suas duas forças aéreas, a RNAS (Marinha) com a RFC (Exército) na Royal Air Force (RAF), o Japão não seguiu o modelo e continuou a manter os dois ramos de aviação organicamente independentes.  

No início de 1919 a aviação naval japonesa consistia em 265 aviões e pela sua importância tinha como comandante o contra-Almirante Matsumaru. Tanto a Grã-Bretanha como a França enviaram técnicos e pilotos para auxiliar o desenvolvimento da Aviação Naval japonesa. No Japão houve ainda uma discussão sobre se a junção dos dois ramos da aviação deveria ser ou não juntos, como o que optaram os britânicos, mas a ideia mostrou-se muito impopular tanto no Exército como na Marinha e foi abandonada.

Em 1921 cinco engenheiros aeronáuticos britânicos foram contratados para o departamento de engenharia da Companhia Mitsubishi e dezoito antigos pilotos da Royal Naval Air Service (RNAS) foram integrados no Serviço Naval Japonês como oficiais instrutores.

É a partir da Conferencia Naval de Washington (1921/11/12 – 1922/02/06), que o Japão se sente posto numa posição de inferioridade em relação aos seus aliados americanos e britânicos, e as relações de cooperação militar se vão esfriando e a cooperação da Alemanha começa a ganhar importância na  Marinha. O Japão laçou ao mar o seu primeiro porta-aviões em Dezembro de 1922, o HIJMS Hosho.

https://forum.warthunder.com/index.php?/topic/92442-the-birth-of-japanese-naval-aviation/ (12/12/2015)

Motohisa Kondo (Japão), Kearny, McClaskey, Fish, Julia Clark, J.D.Spalding, John Callan e T. Gunn. Titada no aerodromo “Coronado Polo Field”(Estados Unidos da América), em 7 de Abril de 1912. (foto WALDO: Pionner Aviator)


Motohisa Kondo foi o primeiro japonês com brevet. Este foi obtido no Aero Club America, no campo da aviação da Companhia Curtiss, em San Diego, Abril de 1912. Regressou ao japão onde foi instrutor de voo.


http://www.earlyaviators.com/ekondo.htm






Floyd E. Barlow, John G. Kaminski , Smith, W.A. Davis, Roy B. Russell , Mohan M. Singh, John Lansing Callan, Julia Clark, M. Dunlap e Kono Takeshi Curtiss

Foto:  Callan Museum Collection, Curtiss Flying School, 1912.


Kono Takeshi foi um dos pioneiros da aviação japonesa. Tirou o brevet nos Estados Unidos em 1912, na Curtiss Flying School. Quando regressou ao Japão foi instrutor. Faleceu quando o seu avião se despenhou em 4 de Maio de 1913, tornando-se o primeiro piloto civil japonês a falecer.



http://www.ndl.go.jp/portrait/e/datas/124.html?c=0



Missões de apoio da Marinha japonesa aos Aliados

1ª Esquadrão Especial - Singapura

Em 1915, Fevereiro, os marinheiros da Marinha Imperial Japonesa, que se encontravam em Singapura, ajudaram as tropas britânicas a suprimirem um motim das tropas indianas contra o Governo britânico.


Em 1916, o Akashi teve como missão patrulhar as rotas marítimas entre o Borneo e o Oceano Indico, através do Estreito de Malaca, para protegem os navios de transporte de tropas e comerciais dos raiders alemães. Durante esta missão tinha como base de abastecimento o porto militar de Singapura, em resultado dos acordos de contribuição para o esforço de guerra para os aliados, através da aliança anglo-japonesa existente.


A 18 de Dezembro de 1916, o Almirantado britânico pediu ao Japão nova assistência naval. Assim o Governo nipónico enviou dois dos seus quatro cruzadores que se encontravam em Singapura para a Cidade do Cabo, na África do Sul, e um 2º Esquadrão Espacial para Malta, no Mediterrâneo, composto por um cruzador o "HIJMS Akashi" e o 10º e 11º grupos de contratorpedeiros (8 navios). Esta força seguiu para o Mediterrâneo via Port Said, Canal do Suez no Egipto.

HIJMS Akashi

2º Esquadrão Especial - Malta

O 2º Esquadrão Especial da Marinha Imperial japonesa, comandado pelo Contra-almirante Kozo Sato, chegou a Malta a 13 de Abril de 1917. Era formado pelo navio-almirante o cruzador “HIJMS Akashi” e o 10º e 11º grupo, de quatro contratorpedeiros (Ume, Kaede, Kashiwa, Katsura. Sugi, Kusunoki, Matsu e Sakaki) cada num total 9 navios.


Uma segunda força japonesa chegou em Julho de 1917 ao Mediterrâneo formada pelo cruzador "HIJMS Izumo" e mais o 15º grupo de quatro contratorpedeiros (Momo, Hinoki, Kashi e Yanagi). Mais tarde, em Setembro de 1918, juntou-se a esta força o cruzador "HIJMS Nisshim".


Na sua força máxima o 2º Esquadrão Especial totalizou 18 navios: 2 cruzadores, 8 contratorpedeiros japoneses da classe “Kaba”. 4 contratorpedeiros da classe “Momo”, 2 contratorpedeiros cedidos pelos britânicos e dois veleiros.


A missão destes contratorpedeiros consistia em executar escoltas aos navios comerciais aliados que se deslocavam entre os portos de Marselha, Taranto e os portos do Egipto e missões anti-submarino. No total as unidades japonesas efectuaram 348 escoltas, num total de 788 navios escoltados e protegeram o transporte de 700.000 soldados. Efectuaram, ainda, o salvamento de 7.075 pessoas de navios naufragados. Neste período ficaram registados 44 encontros com submarinos alemães e austro-húngaros.


Os navios japoneses mantiveram-se em média durante 25 dias em missões de combate por mês. Esta força naval esteve 72% do tempo no mar, enquanto na zona do mediterrâneo as forças britânicas estiveram 60% e as francesas e italianas 45% do tempo no mar. (in Hirayama. Rising Sun in the Mediterranean)

Contra-Almirante Koso Sato

HIJMS Izumo

HIJMS Nisshin

A 11 de Junho de 1917 o contratorpedeiro Sakaki foi torpedeado pelo submarino austríaco, U-27. Parte do fundo do casco foi desfeito com a explosão e 68 homens morreram. O navio acabou por ser salvo e mais tarde reparado, tendo regressado ao Japão após o fim da guerra.


Ainda em Junho de 1917, os britânicos cederam dois contratorpedeiros à 2ª Esquadra Espacial, o “Minstrel” e o “Nemesis”, que nesta força se mantiveram a operar até ao final da guerra. Os japoneses rebaptizaram os navios como “Sebdan” e “Kanran” respectivamente.


A 1 de Julho de 1917 o Cruzador “Izumo” chega a Malta para substituir o Cruzador “HIJMS Akashi”, como navio-almirante. Com este chegaram também o 15º grupo de contratorpedeiros, composto pelas seguintes unidades: Kashi, Hinoki, Momo e Yanagi.


A 5 de Julho o comando do 2º Esquadrão Especial passa para o Contra-almirante Masuda Koichi, comandante do cruzador “HIJMS Izumo”, até ao final da guerra. O cruzador “HIJMS Akashi” regressou ao Japão.

O cruzador "HIJMS Nisshin" chega Malta em Setembro de 1918.

Força de Interdição - Scapa Flow

Em Dezembro de 1918 o Cruzador Izumo acompanhou os contratorpedeiros Hinoki e Yanagi de Malta até Scapa Flow para participar na força que guardava a Esquadra alemã de Alto Mar que aí estava fundada. Posteriormente em Março de 1919 escoltou sete submarinos alemães capturados para Malta, como prémio de guerra.


Foi o cruzador "HIJMS Nisshin" que acompanhou oito contratorpedeiros e os sete submarinos de volta ao Japão. O "HIJMS Izumo" ficou ainda algum tempo na Europa visitando o porto de Nápoles, Génova e Marselha antes de regressar com os quarto últimos contratorpedeiros para o Japão em 2 de Julho de 1919.

HIJMS Nisshin com dois submarinos ex-alemães acostados (Março 1919)

CVJ

Força Naval Japonesa na Europa (1917-19)

Cruzadores:

Akashi (Abril de 1917 – Julho de 1917).

Izumo (Julho de 1917 – Julho de 1919).

Nisshin (Setembro de 1918 – Março de 1919).


Contratorpedeiros:

Classe KABA: Ume, Kaede, Kashiwa, Katsura. Sugi, Kusunoki, Matsu e Sakaki.

Classe MOMO: Momo, Hinoki, Kashi e Yanagi.

Classe ACORN: Sendan (ex-Minstrel) e Kanran (ex-Nemesis), cedidos pela marinha britânica.


Veleiros:

2 Veleiros, cedidos pela marinha britânica.

Memorial da Marinha Imperial Japonesa em Malta

Referente aos 78 militares que morreram perto de Malta durante a Grande Guerra. Este memorial encontra-se dentro do cemitério britânico em Kalkara. O monumento original foi danificado pelos bombardeamentos alemães durante a 2ª Guerra Mundial e foi reconstruído em 1973.

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No início o acesso à Aviação Naval Imperial estava apenas aberta a oficiais da Marinha. Como uma nova arma apresenta poucas oportunidades para o desenvolvimento das carreiras dos oficiais que a integravam, o que levou a que se abrisse a entrada a sargentos e praças, em Março de 1914, como uma experiência mas posteriormente a partir de 1920 de forma permanente.


Este processo de recrutamento levou a que a aviação naval japonesa se diferenciasse muito das suas congéneres europeias, sendo a sua força baseada em praças e sargentos, cabendo aos oficiais o comando das esquadrilhas ou grupos de maior dimensão.

Oficiais da Esquadra Japonesa em Gibraltar Novembro 1918 (após o Armistício) Outros oficiais da esquerda para a Direita: Japão, Grã-Bretanha, Brasil e América.