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Bibliografia


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O Embaixador Marquês de Villalobar

Marquês de Villalobar

(embaixador de Espanha)

Rodrigo de Saavedra e Vinent, Marquês Villalobar II (1864-1926), foi um diplomata de destaque espanhola cujas acções em Bruxelas durante a Grande Guerra Mundial não foram nunca esquecidas pelo povo belga.


Em Março de 1910, depois de apenas nove meses à frente da representação diplomática espanhola nos Estados Unidos, foi nomeado plenipotenciário extraordinário e ministro da embaixada de Espanha em Lisboa, onde estava quando se deu a implantação da república em Portugal a 5 de Outubro de 1910.


Após se manter em Portugal durante três anos, em 1913 ele foi enviado a Bruxelas como plenipotenciário extraordinário e ministro da embaixada de Espanha.


Aí, em Bruxelas, passou toda a Grande Guerra a Primeira Guerra Mundial. No final do conflito a delegação espanhola foi elevada a embaixada e Villalobar foi nomeado embaixador. Pela defesa do povo belga durante a guerra foi nomeado cidadão honorário das principais cidades: Bruxelas, Antuérpia, Bruges, Gent e Liége recebeu muitos outros prémios e, acima de tudo, exibe um incontáveis ​​de afecto do povo belga.


Em 1921, ele foi promovido a embaixador de carreira. Morreu de peritonite em 9 de Julho desse ano. O governo belga homenageou-o comum funeral de Estado, em Bruxelas, e foi posteriormente sepultado em Madrid.


Em Lisboa (1910-1913)


O desempenho do embaixador Villalobar em Lisboa foi bastante controversa. Durante a revolução de 1910 esteve fisicamente ao lado de D. Manuel II durante as últimas horas antes do Rei partir para o exílio.  Depois foi muito activo, e até às vezes abertamente provocador para com o novo regime republicano, tentando criar ocasiões para restaurar a monarquia e até mesmo encontrar desculpas para provocar uma invasão espanhola em Portugal, provavelmente com instruções directas de Alfonso XIII, em parte para criar uma unificação da Península Ibérica. Esse seu desempenho não agradou nada ao Governo português.


Em Bruxelas (1913 - 1921)


Quando as tropas alemãs invadiram a Bélgica em 1914, violando a neutralidade, todos os representantes diplomáticos decidiu seguir o governo belga no exílio para Le Havre, na Normandia. Só os embaixadores de três países neutros: o de Espanha, dos Estados Unidos e dos Países Baixos ficaram em Bruxelas ocupada pelos alemães.

Rodrigo Villalobar em conjunto com o embaixador americano Brand Whitlock fizeram um extraordinário trabalho como protectores do povo belga nas zona ocupada. O embaixador dos Países Baixos manteve um trabalho mais directo como encarregado de negócios entre o seu país e a Alemanha.


Entretanto o Governo belga retirou sob o comando directo do Rei Alberto I da Bélgica, para um pequeno território, junto à costa que fazia fronteira com a França. O próprio rei nunca deixou o território belga, vivendo na pequena cidade de La Panne, onde comandava o Exército belga.


O Marquês de Villalobar, em 1914, assumiu os interesses diplomáticos de uma impressionante lista de potências beligerantes, que se estendeu ainda mais com a entrada posterior na guerra, de outros países, como de Portugal em 1916 e dos Estados unidos em 1917.


Colaborou com as autoridades belgas da cidade de Bruxelas no pedido para que a cidade não fosse bombardeada pelos alemães, o que se repetiu semanas mais tarde em favor da cidade de Antuérpia, desta vez  a pedido das autoridades alemãs. Pediu ajuda ao Governo alemão para melhorar a situação dos residentes espanhóis, especialmente aqueles que estavam envolvidos em atrocidades alemãs e na destruição de Leuven, mas também para ajudar os belgas tentando evitar a deportação de civis para a Alemanha.


O secretariado "Pro Captivis" que o rei Alfonso XIII tinha montado no Palácio e cujas actividades eram por si acompanhadas de perto, teve um forte contributo de Villalobar, usando os bons contactos deste com os alemães para ajudar um número incontável de ​​prisioneiros aliados e humanizar o seu cativeiro. Villalobar também tentou, em vários momentos da guerra, através de contactos de alto nível em Berlim, iniciar negociações de paz em que o Rei Alfonso XIII poderia actuar como árbitro, mas este esforço não teve apoio por parte do Governo espanhol.


Uma das situações mais dramáticas de Villalobar respeita aos seus malogrados esforços, ao longo de uma única noite, de 12 a 13 de Agosto de 1915, para conseguir um adiamento da execução de Edith Cavell, enfermeira britânica condenada à morte por um tribunal militar alemão por ter abrigado em seu hospital, em Bruxelas, 200 soldados belga, francês e Inglês (prisioneiros e pilotos abatidos) e os ter ajudado a escapar da Bélgica, para voltarem a combater.

No entanto, o mais importante de todas as suas acções foi a ajuda humanitária que organizou em colaboração de outros grandes homens como: Herbert Hoover (futuro presidente dos Estados Unidos), Émile Francqui (financeiro belga) e os Barões Solvay, Janssen e Lambert (comerciantes) e por último o embaixador americano até à entrada dos Estados Unidos na guerra. Com o trabalho estes homens foi  possível durante os anos da guerra alimentar a população belga e francesa das zonas ocupadas pelos alemães.


Nas últimas semanas da guerra,  elementos revolucionários de estilo soviético vindos da Alemanha tomaram o controlo das forças alemães de ocupação e das administração civil. Nesta altura reinava por toda a Bélgica um grande nervosismo perante a situação e Villalobar  que era o único diplomata na zona ocupada, antes o vazio de poder, assumiu a representação de todos os estados beligerantes perante as autoridades municipais em Bruxelas, e coordenou a retirada alemã com o avanço das tropas belgas do Rei Alberto I. Nas comemorações da vitória foi sempre convidado para um lugar de honra, representando a Espanha em todas essas celebrações. (https://es.wikipedia.org/wiki/Marqués_de_Villalobar)