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O ensino veterinário foi institucionalizado em Portugal, por alvará régio em 29 de Março de 1830. A Real Escola Veterinária foi incorporada no Instituto Agrícola em 1855, sob a tutela do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria. A instituição passou a denominar-se Instituto de Agronomia e Veterinária.


Estava localizada no Largo da Cruz do Taboado (actual Praça José Fontana) e tinha acesso Estrada da Cruz do Taboado/carreira dos Cavalos (actual rua Gomes Freira onde se localiza o edifício da Polícia Judiciaria).  Na época passava perto o troço da Galeria de Sant'ana do Aqueduto da Águas Livres.


No ano de 1864 verificou-se a junção do Instituto Agrícola de Lisboa com a Escola de Veterinária Militar (no convento dos Brunos, ao Salitre), fundada pelo rei d. Miguel em 1930. Assim foi criado o Instituto Geral de Agricultura e Veterinária e em 1886 foi criado o curso de medicina veterinária.


Em 1910, o Instituto Geral de Agricultura e Veterinária, foi denominado Instituto de Agricultura e Veterinária deu origem à Escola de Medicina Veterinária e ao Instituto de Agronomia, que a partir de então seguiram rumos separados.


Em 1918, a Escola de Medicina Veterinária passou a se designar Escola superior de Medicina Veterinária e a conferir o grau de doutor em medicina veterinária. Em 1930 foi integrada na então fundada Universidade Técnica de Lisboa.


Fonte: http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2015/06/escola-superior-de-medicina-veterinaria.html

A Veterinária Militar após a implantação do regime republicano e durante a Grande Guerra (1911-1918), teve um impulso renovador que o quadro militar e a própria profissão veterinária acompanharam.


Quanto ao Serviço Veterinário Militar, os benefícios verificados deveram-se, certamente, ao facto do cavalo não ter sido ainda destronado e à existência de um grupo de veterinários militares dotados de grande ardor combativo.


Nesta época, e no respeitante ao ensino veterinário, ocorreu o desdobramento do Instituto Superior de Agronomia e da Escola de Medicina Veterinária, que acabou por beneficiar ambos os sectores. O campo da Veterinária Militar conseguiu completa autonomia, tendo o respectivo quadro, pela primeira vez, sido elevado para 41 oficiais, número que se considerava quase suficiente para assistir aos 3.500 solípedes do Exército e aos da Guarda Nacional Republicana.


Com a declaração do estado de guerra da Alemanha a Portugal (09/03/1916) e o empenhamento das nossas tropas no teatro de luta da Flandres, numerosos são os elementos do Serviço Veterinário Militar que nela tomam parte, até ao armistício de 11/11/1918.


Em 1916, é criado o Hospital Veterinário Militar. Em 1918, a Escola passou a designar-se “Escola Superior de Medicina Veterinária”, tendo o ensino nela professado o objectivo de ministrar os conhecimentos que constituem as ciências médico-veterinárias nas suas aplicações à clínica, higiene, polícia sanitária, zootecnia e respectiva investigação científica.


Fonte: Os Sistemas de Alimentação e a Segurança Alimentar em Unidades do Exército Português Dissertação de Mestrado: Pedro Miguel Tomás Silva, 2009, Lisboa, UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA Faculdade de Medicina Veterinária.

Serviço Veterinário do Corpo

Chefe: Tenente-Coronel Veterinário Augusto Barradas

Adjunto: Capitão Veterinário Aniceto da Costa


Serviço Veterinário da 1ª Divisão

Chefe: Major Veterinário Vilas Boas

Adjunto: Tenente Veterinário Gomes Pereira


Secção Móvel Veterinária n.º 1 - Chefe: Capitão Veterinário Barros Junior

Serviço Veterinário da 1ª Brigada - Chefe: Tenente Veteriário Rodrigues de Castro

Serviço Veterinário da 2ª Brigada - Chefe: Capitão Veterinário Macário de Sousa

Serviço Veterinário da 3ª Brigada - Chefe: Tenente Veterinário Silva Lobo


Serviço Veterinário da 2ª Divisão

Chefe: Major Veterinário Chaves de Lemos

Adjunto: Tenente Veterinário Fernando Palhoto


Secção Móvel Veterinária n.º 2  - Chefe: Capitão Veterinário Almeida Beja

Serviço Veterinário da 4ª Brigada - Chefe: Tenente Veteriário Assumpção Ramos

Serviço Veterinário da 5ª Brigada - Chefe: Alferes Veteriário Lopes Valente

Serviço Veterinário da 6ª Brigada - Chefe: Tenente Veteriário Ferreira de Sousa


Depósito de Material Veterinário na Base do CEP

Chefe: Capitão Veterinário Estanislau C. de Almeida

Adjunto: Tenente Veterinário Fernando Augusto Palhoto


Fonte: Martins, Dorbalino dos Santos (1995)

Serviço Veterinário do CEP - Formações Divisionais e Base

Serviços Veterinários

Escola Superior de Medicina Veterinária

Em 1916 o Governo Português veio a aderir à convenção internacional veterinária, através dos Decretos n.º 2363 de 2 de Maio de 1916, n.º 2391 de 15 de Maio de 1916 e n.º 2523 de 20 de Julho de 1916.

O pessoal do Serviço Veterinário do Corpo Expedicionário Português usava um braçal branco com uma estrela vermelha,  tanto os oficiais veterinários como os enfermeiros hípicos.

Capitão Veterinário Francisco Avelino de Sousa Amado

Bibliografia

PT-AHM/DIV/1/36/04/04 - Hospital Militar de Lisboa e Hospital Veterinário Militar, 42 folhas impressas e manuscrutas, 19 folhas manusctitas e 17 folhas dactilografadas.

Ascensão, Rodrigues (1928). Monografia Militar sobre os serviços do GEsq da cavalaria no2 na Grande Guerra. Porto. Imprensa Nacional

Martins, Dorbalino dos Santos (1995), "Estudo de Pesquisa Sobre a Intervenção Portuguesa na 1ª Guerra Mundial (1914-1918) na Flandres, Lisboa, Centro Gráfico do Exército

Martins, Ferreira (1934), "Portugal na Grande Guerra", Vol. I, Lisboa, 1ª ed., Empresa Editorial Ática

Silva, Pedro Miguel Tomás (2009), "Os Sistemas de Alimentação e a Segurança Alimentar em Unidades do Exército Português, Dissertação de Mestrado", Lisboa, Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de Medicina Veterinária.

Internet, http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2015/06/escola-superior-de-medicina-veterinaria.html (2016/05/01)

Decreto n.º 2363 de 2 de Maio de 1916

Decreto n.º 2391 de 15 de Maio de 1916

Decreto n.º 2523 de 20 de Julho de 1916

Portugal1914.org - A presença do Tenente-Veterinário Francisco Amado na Grande Guerra

Silva, Pedro Miguel Tomás (2009), Os Sistemas de Alimentação e a Segurança Alimentar em Unidades do Exército Português, Dissertação de Mestrado, Lisboa, UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA,Faculdade de Medicina Veterinária.

ARQUIVO VALOIS - Arquivo Fotográfico Online


Comissão Coordenadora da Evocação do Centenário da Grande Guerra

A Aliança Internacional da Estrela Vermelha

Ilustração Portuguesa, Agosto 1917, n. 599. Oficial Veterinário não identificado do CEP em França.

Alferes Veterinário  Alvaro Henriques da Silva

O Serviço Veterinário foi cuidadosamente organizado, dispondo de pessoal especializado e equipados com o material necessário para um adequado funcionamento.


Os solípedes estavam maleinizados, a fim de evitar a epidemia do morno. Todo o gado foi maleinizados duas vezes e no intervalo houve cuidado de evitar o contacto entre este e os solípedes. (Martins, 1934:279-80)


S.Vet. - A preparar uma operação.

Foto: Arnaldo Garcês

Os Álbuns Valois: 50 000 Fotografias da Grande Guerra acessíveis na net

Existiram as seguintes duas Formações Veterinárias no CEP:


1ª Secção Móvel Veterinária, na 1ª Divisão (mobilizada pelo Reg Cavª nº 4 de Lisboa)


2ª Secção Móvel Veterinária na 2ª Divisão (mobilizada pelo Reg Cavª 11 em Braga).


Depósito Avançado de Material Sanitário Veterinário, com uma enfermaria de solípedes, sendo a evacuação assegurada pelos serviços britânicos.


De Portugal foram enviados para França 7783 solípedes (cavalos e muares) e o exército britânico forneceu ao CEP cerca de 1500 animais. Morreram em combate 2187 solipedes e por doença morreram durante a guerra 744 solípedes (com mormo, catarros, arthrite, conjuntivite e cólicas). Além dos mortos registaram-se durante a guerra em França 8220 casos de ferimentos em solípedes, em combate e em acidentes.



Fonte: https://centenariograndeguerra.pt/index.php/organizacao-equipamento/servicos-de-saude